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História The Protest - Altruistic


Escrita por: cabellovip

Notas do Autor


Olááá!

Depois de tantas provações que estamos passando nesse fandom, um capítuluzinho pra alegrar a vidinha de voces, e a minha. Boa leitura ma friends

Ps: leiam as finais

Capítulo 15 - Altruistic


Pov Camila.

 

-A Defensoria Pública foi inicialmente criada no ano de 1897, através de um decreto governamental que alocou fundos para a assistência jurídica. 18 de março de 1963 a corte do EUA tomou uma decisão histórica, decidiu que todo cidadão tem direito a um advogado, mesmo que não tenha capacidade de pagar.

Expliquei, e observei os olhares atentos de meus alunos pairando sob mim. Era mais uma aula comum em que eu havia escolhido esse tema especificamente por conta de minhas próprias reflexões. É uma profissão extremamente difícil, você defender pessoas que muitas vezes são culpadas, você dar seu suor, seu tempo, sua mente, tudo que pode contribuir para livrar alguém de uma situação em que talvez o próprio se meteu.

Meu objetivo sendo professora é transmitir o máximo de aprendizado que eu consiga, eu quero que eles reflitam se é isso que eles querem para o resto da vida. Eu quero que eles se fortaleçam para quando aparecerem determinadas situações eles estejam prontos para lidar com isso. Eu que eles se tornem corajosos e acima de tudo bons profissionais. Bons não, ótimos.

Quero que eles tenham ética profissional e caráter. Assim como eu tenho.

Embora houvesse sido acusada de não ter, de ser ambiciosa e entre outras atrocidades que não vale a pena mencionar, por Lauren. Essa que havia feito questão de ir a meu encontro em meu trabalho e falar o que bem entendeu. Isso eu não admito de ninguém.

Obviamente, em minha condição humana, eu me coloco em seu lugar, imagino o quão complicado deva ser esse tipo de situação para a médica. Porém, digam-me, ela tem direito de me procurar e questionar-me sobre coisas que ela não tem conhecimento?

-Professora Cabello, meu pai é defensor público, ele tem vínculo com o tribunal AMT, ele sempre destaca que embora ele deseja, muitas vezes não pode se desvincular de certos casos, existe possibilidade de conseguirmos pedir abstenção? –Um de meus alunos explicou sua dúvida observando-me atentamente.

Me pus a caminhar para o centro do auditório. Minha cabeça fervilhando com os pensamentos.

-Respondam-me, as pessoas deixam de ter problemas? –Observei todos fazerem sinais de negativo com a cabeça. -O mesmo se aplica na profissão, os problemas nunca acabam, sempre haverá altos e baixos. É realmente complicado conseguir abstenção quando se trata do vínculo com os Tribunais, muitas vezes você deve questionar-se. –Falei, lembrando-me de minha própria situação.

-Eu acho que certas pessoas não merecem ter direitos com a defensoria pública.  –Uma aluna falou em voz alta, e começou um imenso falatório todos expressando suas opiniões de uma só vez. Chamei a atenção de todos com a voz elevada.

-Opiniões sobre quem merece ou não, não são relativas nessa aula, vamos voltar ao tópico. O que eu quero que vocês entendam que não importa qual seja a situação em que vocês estejam, sejam profissionais, indispensável, sejam éticos, lembrem-se dos princípios que os levaram até o caso.

Após sinalizar meu ponto de vista e ouvi-los com os seus, finalizei minha aula da forma que eu tinha em mente, deixando claro para eles que o caminho é longo até o prestigio, mas o segredo é sempre estar em paz consigo mesmo e com suas decisões.

Era a última aula minha do dia, então peguei minha bolsa saindo da sala indo em direção ao metro próximo da Universidade, o tempo estava chuvoso e frio, então fechei meu sobretudo abrindo um guarda-chuva preto grande o suficiente para não me deixar molhada. Estava tudo uma correria com esse caso que eu havia pego, meus horários estavam absurdamente desmantelados no Tribunal, e além de tudo, eu estava trabalhando o tempo inteiro.

 É complicado estar posto à prova, mas estou com a minha consciência limpa. Mesmo com privilégios ou dificuldades, eu sempre consigo absorver as boas energias e lições da jornada.

Eu estava indo ao Bellevue Hospital Center, Dinah estava internada por conta de uma pneumonia adquirida por falta de cuidados da mesma, ela receberia alta amanhã e estava somente em observação, fora de perigo, porém eu iria surpreendê-la fazendo uma visita. Dinah sabe que eu não gosto de hospitais e nos falamos hoje cedo por telefone. Na minha bolsa havia uma caixa de chocolate para presenteá-la.

Meus pensamentos foram em automático para Lauren, me pus a observar o fluxo de pessoas e o metro passar pelas estações. Eu honestamente estou contando com a sorte para não encontra-la hoje no hospital.

Quando cheguei, após pegar o número do quarto de Dinah com a jovem recepcionista, subi avistando minha melhor amiga deitada na cama com uma pequena agulha de soro instalado em seu braço esquerdo, os olhos estavam distraídos na televisão acima da parede, e quando ela me viu entrar abriu um enorme sorriso.

-Eu realmente estou vendo Camila Cabello nesse hospital, ou é apenas miragem? –Ela sorriu com bom humor.

-O que eu não faço por você? –Sorri a abraçando realmente aliviada por constatar com meus próprios olhos que Dinah Jane estava divando até em uma cama de hospital.

-Porque você está sorrindo? –Perguntou-me com a sobrancelha levantada.

-Por que você fica bem até nesse modelito hospitalar. –Pontuei vendo a fazer um bico.

-Meu amor, você me conhece eu não perco o brilho nem nessa roupa branca horrível. –Ela disse extremamente metida, e eu respirei aliviada, era literalmente Dinah Jane.

Conversamos por alguns minutos falando sobre assuntos aleatórios, evitei qualquer assunto que fosse relacionado ao tribunal, não queria pensar em trabalho.

 Uma enfermeira entrou no quarto alegando que seria a hora do banho de Dinah e não poderia permanecer visitantes. Aproveitei que era horário de almoço e fui até o refeitório do hospital para conseguir comprar algo para preencher o estomago, avisei Dinah que voltaria logo e sai.

Pedi informação a um rapaz de onde ficaria o refeitório do local e ele me indicou a direção correta, havia um movimento tanto quanto intenso por ser hora de almoço. Saí do refeitório caminhando para um pátio externo, onde vi uma pequena fila de algumas pessoas em frente a um trailer, deveria ter comida para não funcionários ali. Caminhei para perto, quando meu destino, obviamente desde sempre me pregando inúmeras peças, avistei Lauren sentada em um banco próximo ao local com uma jovem desconhecida por mim e um homem também desconhecido.

Parei na fila olhando unicamente para as pessoas a minha frente, com o intuito de ignora-la, mas parecia que a médica não pensava da mesma forma.

-Camila! –Ela cumprimentou, após em um passe de mágica aparecer ao meu lado. Lauren estava com seu jaleco branco estampado Dra. Lauren Jauregui, seu estetoscópio no pescoço, os cabelos presos em um rabo de cavalo, maquiagem fraca e perfume, imensamente intenso, como seu olhar.

Essa mulher é um precipício.

-Boa tarde. –Me limitei a olha-la somente por segundos, voltei a concentrar-me na fila.

-O que você está fazendo aqui? –Questionou-me após oferecer um copo de suco verde que ela estava em mãos, eu recusei balançando a cabeça, tentando focar em algo que não fosse ela.

-Eu não me lembro de ter assinado um contrato que dizia algo sobre te dar satisfações da minha vida. –Fui extremamente ríspida e direta indicando que eu não queria conversa. Eu ainda estava muito magoada com o que ela havia me dito.

-Camila... Por favor, não seja assim. –Pediu repreendendo-me com o olhar, mas a expressão continuou serena.

-Estou aqui por Dinah. –Disse direta movimentando-me juntamente com a fila que se moveu.

-Oh, é verdade, Frank vira a tarde visita-la. Essa manhã eu dei uma olhada em seus exames, o pulmão dela está quase limpo, ela está ótima. –Falou calma dando goladas em seu copo de suco e acompanhando meus passos conforme a fila andava.

Eu gostaria de extermina-la nesse momento, como ela consegue ser tão cínica e fingir que nada aconteceu? Nós nos beijamos, e se eu não tivesse parado, faríamos até mais. Ela disse que me queria, após de dizer atrocidades, mas disse. Eu não sei se foi o calor do momento, a excitação, a raiva... Os seres humanos são realmente difíceis de entender;

-Fico aliviada, Dinah é forte eu sei disso, mas não tem como não manter preocupações, além do mais ela é muito teimosa. –Falei em um suspiro, desabafando minhas preocupações.

-Frank que diga de sua teimosia. –Observei Lauren dizer olhando-me nos olhos. Eu estava pronta para responde-la que Frank não era lá nenhum santo, quando observei a moça que estava a minha frente ser atendida dando assim a minha vez.

Deixei Lauren para trás e fui fazer meu pedido, solicitei um sanduiche com pasta de peito de peru e um suco de laranja. Não demorou mais de 5 minutos.

-Vamos, sente-se ali. –Ela me convidou após jogar o copo que estava em suas mãos na lixeira. Eu neguei com a cabeça.

-Não vou sentar com pessoas que eu não conheço. –Fui direta, sentando-me em uma mesa próxima ao trailer. Observei Lauren ser irredutível e sentar-se também a minha frente.

Ela não percebe que está sendo inconveniente?!

-Acho que nós precisamos conversar. –Ela disse, olhando-me absurdamente seria.

-Não temos nada para conversar, você expos seu ponto de vista sobre meu trabalho e eu expus o meu. –Disse, dando mais uma mordida em meu sanduiche, após oferece-la e ela recusar educadamente.

-Eu não estou falando a respeito de trabalho Camila, decidi não me estressar mais com isso. –Lauren respirou fundo, pude ver o quanto ela ainda guardava raiva em relação a esse assunto.

-Achei que já tínhamos decidido que não falaríamos mais sobre o outro assunto.

Era melhor assim, embora eu estivesse morrendo de vontade de questiona-la sobre diversas coisas que ainda eram extremamente confusas em minha mente. Eu sei e também já havia aceitado que eu e Lauren não estaríamos tranquilas para conversar sobre esse assunto até que o julgamento passasse.

Silencio.

Observei ela respirar fundo inúmeras vezes. Uma jovem se aproximou dela cumprimentando-me educada, falou algo no ouvido de Lauren que arregalou levemente os olhos ficando imediatamente de pé.

-Você tem razão não temos nada a falar, e provavelmente nunca mais teremos, enquanto você for essa mulher prepotente e defensora de assassinos. –Ofendeu-me e saiu com a jovem em passos firmes, sem dar-me chance de resposta. Eu fiquei paralisada. O que eu fiz para merecer tanta grosseria?

Eu e Lauren jamais daríamos certo, nem na amizade nem em outro caso, olhe para nós, somos um desastre.

Após terminar a refeição, decidi caminhar de volta ao quarto de Dinah, sem nem sinal da medica e foi melhor assim, já havia engolido muitos desaforos dela, e não sou essa mulher, mais alguma coisa que ela viesse falar comigo eu explodiria, e novamente brigaríamos feio, e não tenho certeza de que essa briga terminaria bem.

Dei três leves batidas na porta observando uma Dinah com uma bandeja de plástico que continha sua refeição agora quase terminada.

-Pela demora concluo que você conseguiu comer algo. –Dinah disse observando-me de lado enquanto levava o garfo de plástico a seu prato.

-Oh sim, comi um sanduiche. E isso, parece horrível. –Falei com humor apontando para seu prato observando-a revirar os olhos.

-Não mude de assunto, o que aconteceu? –Perguntou sarcasticamente.

É obvio que eu não consigo esconder nada de Dinah.

-Eu encontrei Lauren. –Falei em um suspiro raivoso, prontamente lembrando da sua arrogância.

-E vocês brigaram de novo? –Dinah me olhava atenta.

Ela já sabia da nossa briga no tribunal e também dos outros detalhes, e diferente do que eu imaginei ela não fez piadas e nem falou nada a respeito de Lauren e eu. Acho que ela estava evitando falar qualquer coisa relacionado a isso por ter medo que eu me magoe, era visível o quanto ela se magoou com Frank e a história nem foi com eles.

-Sim, por conta desse maldito julgamento e...

-Camila, pare. –Dinah cortou-me seria. -Você está fazendo isso pela Lauren, deixando ela te afetar, porém nós temos o nosso trabalho, ela age da forma necessária em seu hospital e nós agimos da forma necessária em nosso tribunal.

-Eu sei Dinah, ela não está me afetando. Eu não vou me corromper. –Disse-lhe concentrada em faze-la entender. Observei ela colocar a bandeja de lado voltando a me olhar.

-Camila, eu sei que você está balançada com essa mulher, e na boa, não tem como não ficar eu não estou te julgando. Mas por favor, cuidado. –Novamente o tom protetor.

-Eu não estou...

-Walz para, não tem como não estar eu te conheço, e como eu disse não vou te julgar. Lauren veio aqui hoje pela manhã, ela é tão atenciosa e educada, sem falar na beleza dela que é injusto até entrar na conta. –Cortou-me sendo cuidadosa nas palavras, eu suspirei extremamente fundo por saber que Dinah me fazia admitir coisas que eu guardava no mais a fundo de meu interior.

-É atração sexual, só e somente. –Admiti observando-a serrar os olhos. -Não há sentimentos Dinah, você me conhece. E não há chances de termos nada além disso.

-Tudo bem Camila, minha preocupação é até onde vai essa linha de sentimentos, eu não sei, Lauren é uma mulher humanamente quase perfeita, mas ela tem um coração partido e uma magoa de relacionamentos. Frank sempre me dizia que ela teve uma história complicada e que ele duvida que ela esteja aberta a algo novamente. Tenho medo de você se envolver e você se magoar. –Falou virando de frente para mim e encarando-me intensamente. Senti vontade de revirar os olhos, mas mantive o ritmo serio da conversa.

-Eu sei, honestamente eu não sinto vontade alguma de ter algo com a Lauren, ela é extremamente oposta a mim e não nos damos bem, é visível que somos juntas um estrago. Eu queria provoca-la, testar seus limites, meu poder de persuasão. –Falei com um sorriso de canto, seria ótimo leva-la ao limite.

Dinah balançou a cabeça em reprovação sorrindo também. Ambas sabemos o quanto eu poderia fazer alguns estragos na doutora Jauregui.

Ouvimos algumas batidas na porta até Dinah conceder permissão para entrar. A pessoa entrou sorrateiramente, e eu vi a última pessoa que achei que veria.

-Normani? –Reconheci a amiga de Lauren no mesmo instante que cruzou a porta. Ela estava distraída em seu telefone e arregalou os olhos quando me viu.

-Camila? Oh meu Deus! Acho que aqui não é a enfermagem, certo? –Disse alternando o olhar entre mim e Dinah, sorrindo sem graça.

-Não, acho que você errou de porta. –Falei com bom humor, observando a corar.

-Eu sou tão distraída, sinto muito. –Desculpou-se abrindo a porta para se retirar, porém a chamei fazendo voltar a atenção para mim.

-Já que você está aqui, vou te apresentar Dinah. –Ela sorriu simpática e caminhou próxima a nós, embora Dinah estivesse com um olhar desconfiado, logo se rendeu a simpatia da morena.

E realmente, Dinah e Normani embarcaram em uma conversa nunca vista antes por mim, se deram tão verdadeiramente bem que se eu não soubesse, duvidaria que elas haviam se conhecido agora.

 

-Caramba a hora passou tão rápido e eu nem vi, Lauren deve estar que nem louca me esperando. –Falou olhando o celular e contendo o riso a respeito do assunto que estávamos falando antes. Meu sorriso de antes morreu na mesma hora após ouvir o nome da médica. Normani pareceu perceber pois ela e Dinah entreolharam-se, então ela virou seria para mim;

-Vocês brigaram novamente? –Perguntou-me.

Normani sem querer me confirmou de que então Lauren realmente falava sobre mim, minha mente assimilando que a medica pensava e dedicava seu tempo para comentar sobre mim, mesmo que seja para falar coisas ruins me gelava.

Eu não era a única que fazia isso.

-Sim, hoje mais cedo. –A respondi desviando o olhar rapidamente, me sentindo estranhamente desconfortável com a situação.

-Eu espero que vocês se resolvam. –Ela disse compreensiva, mas senti que ela queria me dizer mais coisas. Afirmei com a cabeça e ela se despediu de mim e de Dinah alegando que estávamos intimadas a marcar algo urgentemente. Dinah estava mais empolgada do que eu, ela realmente se deu bem com a morena.

Conversei mais um pouco com Dinah e observei minha amiga pegar no sono. Respirei fundo sentada no sofá de visitas do quarto de hospital, não me permiti pensar em toda a situação, o julgamento era daqui a uma semana, e estava tudo tão confuso. Confuso porque eu não me permiti questionar-me sobre o assunto.

Eu fui absurdamente julgada sobre esse julgamento, irônico não é?!

O mais irônico ainda é que em nenhum momento alguém havia se colocado em meu lugar.

A verdade é, o que me manteve profissionalmente empenhada era que eu tinha conhecimento que nem tudo o que você fizer bem será elogiado. Haverá momentos em que tentará com muito esforço demonstrar um bom coração e ninguém vai reparar nisso.

Todo o mundo afirma que devemos ser honestos, altruístas e gentis, mas na hora de passar das palavras às ações, cada um busca seus próprios interesses.

Decidi que o melhor para o momento era ir para casa e tomar de vez uma decisão.


Notas Finais


Botem a cara no sol dos comentários, que tal me dizerem o que estão achando? Teorias? Tá chato pra caralho? Qualquer coisa, só falem!
@cabellovip
Super beijo, até o próximo!


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