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História The Protest - State of Mind


Escrita por: cabellovip

Notas do Autor


Alô alôoo! Aí gente eu sei q tenho demorado muito nas atualizações e vcs tem me cobrado e tal mas eu tenho motivos, meu notebook quebrou e tá sinistro conseguir atualizar/escrever nessas condições; É isso, só queria esclarecer o motivo de tanta demora e... sem mais dramas sobre a minha vida, vamos ao q interessa. Capítulo importantíssimo, queria fazer uma maratonazinha desse capítulo pq -ele é foda a sequencia- mas não sei, vcs merecem?!

Aproveitem ;*

Capítulo 16 - State of Mind


Pov Lauren.

 

Morte.

Estado de espirito.

Meus nervos nunca estiveram tão inchados e meu corpo nunca esteve tão imóvel. Uma bomba irá explodir na boca do meu estomago a qualquer minuto: é melhor travar os lábios para não cuspir fogo. Consigo sentir o calor, fruto do trabalho das minhas infinitas células para me manter viva.

Eu olhei bem no fundo desses olhos incertos de si mesmo. Eu olhei o corpo indócil que por muitas vezes me fez suspirar profundamente enquanto eu tentava de tudo, e sem sucesso para salva-la. Sua presença que me fez importar-me com minha conduta médica, e agora eu experimento a agonia no caso raro de sua ausência.

Eu me olho pelo reflexo do aparelho reluzente de cirurgia em minhas mãos. Eu era puro cansaço e euforia daquelas ultimas horas de ruína. Era o ultimo suspiro ante a morte pontual e irremediável, o ultimo segundo, o susto, um bocado de ar preso no pulmão imóvel depois da inalação repentina da verdade.

Abigail Collins havia morrido em minhas mãos, na mesa de cirurgia. Após eu e minha equipe fazermos de tudo para salva-la.

Mas, não foi suficiente.

 

Afastei-me observando o sangue em minhas mãos entranhado nas luvas de látex. Eu estava em um estado em que nunca estive antes. Observei, uma de minhas assistentes, Margot dizer algo, que desconfio ter sido em forma de consolo, mas meu cérebro nem se deu ao trabalho de captar.

Deixei que a equipe do obituário fizesse seu trabalho no pequeno corpo falecido da criança. Cheguei ao banheiro do lado de fora da sala de cirurgia, olhando meu semblante no espelho, meus próprios olhos esverdeados que eram sinônimos de cor estavam acabados, gélidos e sem vida. Meu semblante emanava somente uma palavra: derrota.

Mais uma vez a morte havia derrotado as minhas habilidades.

Senti um braço puxando-me para a saída, eu estava tão aérea que não me dava conta de nada ao meu redor. Algumas vozes eram direcionadas a mim no longo corredor do hospital, mas, nada entrava nada passava a meu conhecimento. Era como se meu cérebro cheio de estudo e teorias, cheio de vida e inteligência, houvesse se dado férias. Talvez eu devesse me dar férias também.

-Laur, entra. –Ouvi novamente a voz, indicando que eu entrasse em um veiculo da cor amarela. Eu apenas fiz. Depois disso tudo me era um enorme borrão.

Acordei com a água gelada batendo em meu corpo, foi um leve susto, mas, logo me acostumei, era como se aquela água pudesse lavar o caos que estava entranhado na minha alma.

Eu havia me apegado a ela, a criança, embora isso fosse totalmente incorreto para a medicina. “Não se apeguem aos pacientes com lado emocional.” É o que os professores nos pregam na universidade. Porém, é mais complexo do que realmente deveria ser, é como se pedissem para que você desligasse sua humanidade e agisse só e somente com a racionalidade, mas esquecem de que não controlamos isso.

 Desde o momento que haviam a deixado sob meus cuidados há três semanas, nos tomávamos sol e víamos as flores, eu levava uma caixa de band-aid com tema infantil para colocar nas suas veias perfuradas pela insistente agulha de medicamentos, e conversávamos por algum tempo. Ela era dócil e amável, inteligente...

 E eu prometi que faria com que as dores parassem e bom, como vocês podem constar, eu falhei.

Sai do box me enrolando em uma toalha. Eu estava ali sozinha, mas a porta do banheiro estava aberta, reconheci de imediato o apartamento que eu morava com meu irmão. Suspirei ao ver novamente meu reflexo no espelho, os cabelos e corpo agora totalmente molhados, mas a mesma expressão.

Eu não queria ter que olhar, acreditar e aceitar a minha falha. Num movimento absurdamente impensável soquei o vidro do espelho com toda força que pude, dando-me uma dor instantânea na mão que usara. Eu estava na esperança de qualquer um desses psicopatas criados pelo mundo moderno me encontrassem naquele banheiro e usassem em meu corpo a possibilidade de liberar todas as suas angustias doentias sufocadas pela televisão e promover orgias de sangue e dor, fazendo tudo parecer justo.

Mas o espelho não foi quebrado. E meu peito ainda ardia em fogo.

-Lauren, meu Deus que barulho foi esse, o que você está fazendo?! –A mesma voz de antes adentrou o banheiro olhando-me com espanto. Agora eu finalmente pude reconhecê-la, era Normani. Eu nada respondi, e ela pareceu entender, abraçando-me tão forte como se pudesse me abrigar naquele abraço. -Eu sinto muito... –Ela disse, com o corpo ainda colado no meu, passando-me tudo de melhor que uma amizade verdadeira deveria passar.

-Eu, eu vou ficar bem. –Foi tudo que saiu das minhas cordas vocais, mas fora mais para que eu acreditasse nessa possibilidade do que para ela.

Normani apenas assentiu e saiu voltando no mesmo instante como uma muda de roupas limpas, avisando-me que estava fazendo o jantar. E foi nesse momento, que eu agradeci internamente por tê-la em minha vida.

Comemos tranquilamente, ela tentava me animar das formas que eu já conhecia, mas, sem adentrar meu espaço. Devo admitir, sua macarronada me deu um pouco a mais de energia, afinal, eu estava três dias sem fazer uma refeição correta, somente me alimentando de bobagens.

A morena ligou a tv enquanto sentávamos no sofá. Avisou-me que iria dormir comigo por hoje, e embora eu não tivesse a dito, eu me senti imensuravelmente aliviada por saber dessa informação, eu não estava bem para ficar sozinha com meus próprios pensamentos.

Após passar um tempo, ouvi o barulho da campainha soar alto e irritante. Observei Normani passar por mim para atender a porta, no entanto, não me dei ao trabalho de mover um músculo para ver quem era, seja lá quem fosse, eu não estava interessada.

-Boa noite, Camila. –Arregalei os olhos no momento que ouvi o nome sair da boca de Normani.

Sempre há uma exceção;

-A Lauren, ela está? –Embora eu não estivesse olhando-a, pude sentir a hesitação no seu tom de voz.

Normani afirmou com a cabeça e deu espaço para ela adentrar no meu apartamento, e nesse mesmo momento pôs seus olhos em mim como os meus foram postos nela.

-Lauren... –Ela disse se aproximando, o olhar triste e cansado indicando que ela também estava enfrentando seus próprios demônios.

Não sei como, nem em qual momento, mas eu me encontrava de pé sem saber como havia me levantado, mas minhas pernas estavam travadas.

-Eu vou deixar vocês conversarem a vontade. –Normani disse intercalando seu olhar entre mim e Camila, enquanto se retirou caminhando até sumir da minha vista periférica.

 Camila e eu mantínhamos o olhar nivelado em certa distancia, a observei abrir e fechar a boca diversas vezes na tentativa falha de emanar palavras, por fim, como se desse por vencida não escolheu palavra alguma, apenas se aproximou passando os braços pelos meus ombros, envolvendo-me em um abraço apertado. Abraço que não correspondi.

Meu nariz grudado em seu pescoço absorvendo cada gota do seu cheiro adocicado, como se fosse uma essência de um elixir da vida, um elixir exigido pelo meu ser. Um abraço maravilhosamente mágico, um abraço que me fez lacrimejar os olhos por que eu poderia simplesmente viver ali para sempre. A dor do meu peito havia se amenizado somente por estar com seus braços envoltos de mim, e eu não tinha idéia do que aquilo significava, ou tinha, mas não queria aceitar.  Eu não correspondi, mantive-me sem reação apenas exalando o elixir da cura que saia da sua pele.

Minha trágica e irônica cura.

-Eu vim assim que soube. –Ela se soltou, mas manteve-se perto, os olhos chocolates nunca deixando os meus. O olhar baixo, envergonhado. Se eu não a conhecesse o pouco que conheço, poderia dizer que ela ficou se questionando o porque de eu não ter a correspondido, ou talvez não, talvez ela saiba muito bem. 

Meu peito voltou a doer, e eu sabia a causa da dor, como também sabia que parte dela estava ali, bem na minha frente. Camila era meu céu e meu inferno na mesma proporção.

-Eu quero que você se retire daqui, por gentileza. –Fui cética, as palavras pareciam navalhas quando ditas em voz alta. Observei ela arregalar levemente os olhos devido, provavelmente ao susto com a frieza das minhas palavras.

-Lauren, você...

-Amanhã, eu espero que você de o melhor de si naquele tribunal. –A cortei caminhando para mais próxima dela que pude. –E eu espero verdadeiramente que você queime no inferno juntamente com Bruce Clint, porque para mim você é tão suja quanto ele. – Falei e cuspi no chão próximo aos pés de Camila após diferir toda a raiva e nojo que eu sentia.

Me virei de costas para ela, mantendo meu nariz em pé, porém evidenciando a covardia simplesmente porque eu não agüentava olhá-la mais. Eu esperava um tapa, uma discussão ou até mesmo uma gritaria, sabendo o quanto a advogada é orgulhosa e extremista. Mas ao contrario, nada disso veio, apenas pude ouvir passos nas minhas costas e a porta sendo aberta e fechada no mesmo instante.

 Então era isso, Camila havia aceitado assim como eu, que nunca mais nos falaríamos e tudo que havíamos começado naquele consultório, acabara oficialmente hoje.

Sentei-me novamente no sofá deixando tudo cair sob meus ombros, observei Normani se aproximar novamente com um copo de água dirigindo a mim, eu não sabia se ela havia ouvido minha conversa com a mais jovem, mas eu deduzia que a resposta era sim, por conta de seu olhar julgador sob mim.

-Lauren, eu sei que este não é um bom momento, mas eu... –Normani começou a falar, mas logo parou atenta a algo em sua frente. Eu tratei de olhá-la para saber o que desviava sua atenção e observei seus olhos atentos a TV que estava ligada em volume baixo quase imperceptível.

Era o que parecia um telejornal, a apresentadora tinha uma foto de Camila em um pequeno quadrado ao lado esquerdo da tela, enquanto dizia algumas palavras que não ouvíamos por conta do volume extremamente baixo. Quando eu foquei mais ainda minha visão na tentativa de entender, somente o letreiro foi o suficiente para me fazer tremer e gelar dos pés a cabeça.

Observei Normani se mover rápida em busca do controle, aumentando o volume do aparelho televisor, e simplesmente confirmando o que meu raciocínio estava digerindo em operação mental complexa, tentando estabelecer a informação entre os elementos que me derrubavam. A noticia era como uma bomba:

“É isso mesmo, acabamos de confirmar que por nota critica apresentada pelo Tribunal de Defensoria Pública de New York, faltando somente um dia para a tão esperada audiência, mesmo com a morte confirmada da vitima, Abigail Collins. Foi informado que, hoje pela manhã a advogada de defesa Dra. Karla Camila Cabello Estrabão , abandonou o caso de Bruce Clint e pediu a exoneração de seu cargo publico no Tribunal.”

Camila havia recusado o caso hoje de manhã.

Camila esteve aqui e eu cuspi nos pés dela.

Essas duas frases foram à única coisa que se formaram em resumo da minha cabeça. Olhei para Normani com o desespero evidente na expressão, e pude ver o mesmo olhar desesperado por ela em minha direção.

Desviei o olhar e olhei novamente para a TV, somente para certificar-me de que eu estava bem da cabeça e que tudo não passou de um delírio, mas a chamada do telejornal continuava firme como se estapeasse meu resto sem piedade:

“Advogada de defesa abandona caso sem motivo.”

 

Meu mundo caiu. Desespero e confusão saíram-se escapando por todos os meus poros de uma só vez.


Notas Finais


Não me matem por ter parado assim!!!!!

-Não esqueçam os comentários preciso saber a opinião de vcsss-
@cabellovip


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