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História The Purge - O Vigésimo Expurgo


Escrita por: autoratria

Notas do Autor


Então, olá e.e
Sim, eu to postando mais uma fanfic haha MAS DESSA VEZ É UMA ONESHOT, NÃO TO FODIDA HU3
Mas, antes de deixar vocês lerem, vamos aos avisinhos u.u
⇢ Vocês já estão carecas de saber que eu não apoio qualquer prática contra a lei, cruel ou afins descritas nas fanfics. É só ficção, sem essa de levar pra realidade!
⇢ A fanfic é baseada no filme com o mesmo nome, The Purge (o título brasileiro é Uma Noite de Crime), com a outra parte do enredo tendo sido criada pelo ser humaninho aqui (eu ainda não to acreditando que isso saiu de um sonho meu, sério);
⇢ A única personagem que eu realmente decidi um FC foi a Kayla, que é a Phoebe Tonkin. De resto, deixo pra imaginação fértil de vocês imaginar;
⇢ Como já dito acima, The Purge é uma oneshot, ou seja, esse é o único capitulo da fanfic. Não haverá continuações, ou pelo menos não pretendo fazer nenhuma.
⇢ Nunca vi nenhuma fanfic com o mesmo tema, então, o negócio vai complicar muito se houver plágio.
Bom, acho que é isso, então, boa leitura e nos vemos nas notas finais o/

Capítulo 1 - O Vigésimo Expurgo


Fanfic / Fanfiction The Purge - O Vigésimo Expurgo

Meus olhos espreitam a rua do lado oposto a vitrine. Já não há mais nenhuma alma viva no centro de Toronto, e tenho certeza que não sou a única a notar isso. Minha mãe martela a caixa registradora como se a pobre lhe devesse dinheiro, e sei o porquê de tanta aflição.

Estamos há poucas horas do vigésimo Expurgo do Canadá.

— Kayla, você já fechou as portas? — a urgência em sua voz me causa um susto momentâneo. — Querida, vá fechar a loja! Não quero chegar aqui amanhã e encontrar tudo quebrado, como no ano passado!

É impossível não revirar os olhos, mas sigo na direção da entrada sem reclamar. As pontas dos meus dedos dedilham os vestidos nos manequins pelo caminho e mal consigo conter a curiosidade ao parar diante da porta de vidro. Tudo o que meu olhar alcança é a escuridão, e sinto um arrepio correr minha espinha ao lembrar que daqui há poucas horas, todo o Canadá estará a mercê dos mais hediondos crimes.

Tranco a porta da frente e sigo até o painel de segurança, digitando a senha do controle. Ouço o ranger das portas de ferro e as mesmas descem a frente da vitrine numa lentidão teatral, e após alguns minutos, vejo o ultimo feixe de luz da rua sumir quando elas se chocam contra o chão num baque surdo.

— Consegui! — anuncia mamãe, como se tivesse acabado de ganhar na loteria.

Rio baixo e sinto meu celular vibrar no bolso de trás, mas me obrigo a conferir as prateleiras de vestidos empacotados uma ultima vez antes de pegar o aparelho. Deus me livre de pegar o celular antes de terminar minhas tarefas.

Acho que prefiro ser morta no Expurgo a ter que ouvir as ladainhas da minha mãe sobre irresponsabilidade.

Termino de conferi-los ao mesmo tempo em que a mesma tira a bolsa e a minha mochila da escola de debaixo do balcão.

— Vem, vamos sair pelos fundos. — diz ela, me chamando com um gesto.

Apago as luzes e a sigo para a ala restrita. Os armários dos funcionários permanecem trancados, assim como a porta do estoque, no andar superior. Tina e Cathy, as únicas outras duas vendedoras que tínhamos ali, haviam saído mais cedo por causa do Expurgo. Todo ano era a mesma coisa, e as casas delas não tinham uma segurança tão reforçada… Bom, elas precisavam de tempo para se prevenir como podiam.

— Espero que seu pai tenha feito o jantar. — mamãe resmunga, fazendo uma careta ao fechar a porta nos fundos da loja.

— Acho que prefiro comer uma dessas portas. — resmungo, dando dois tapas no ferro enquanto ela ri.

— Ah, seu pai não cozinha tão mal assim… — um sorrisinho maldoso se espalha pelos seus lábios. — Tirando aquela vez em que ele tentou nos servir o frango cru.

Não consigo evitar os risos e retiro meu celular do bolso, ouvindo-a conferir o sistema de segurança uma ultima vez e então pousar as mãos nas minhas costas enquanto seguimos até o carro. Desbloqueio a tela, encontrando uma notificação de Zoey enquanto acesso as mensagens.

 

“Minha casa está parecendo uma prisão de segurança máxima, mas não sei se é pelas portas de ferro ou pelos meus pais disfarçados de guarda! Acho que eu preferia estar no Expurgo a estar aqui dentro!”

 

Reviro meus olhos, praticamente me arrastando até o quarto. Sabia que minha casa provavelmente não estaria diferente dali uma hora. Eram 21h, meu pai provavelmente já estava conferindo nosso sistema de segurança e o ligaria assim que chegássemos. Um arrepio corre minha espinha, lembro-me claramente dele dizendo de como aquele já havia sido um país pacífico sem ao menos precisar do Expurgo. As pessoas simplesmente cediam a ideia de que precisavam agir como humanos civilizados sem esperar nada em troca, e sentia um pouco de inveja de quem vivera naqueles dias bons.

Agora, de acordo com o nosso governo, os cidadãos precisavam de um dia para liberar seus instintos primitivos.

— Por que você tinha que estacionar tão longe mesmo? — reclamo, cruzando meus braços enquanto seguimos pelas ruas vazias.

Mamãe procura por suas chaves, e sequer ergue a cabeça na minha direção ao responder.

— Não achei vagas perto da loja. — ela faz uma careta. — A rua estava movimentada demais, você sabe como esse povo deixa pra procurar equipamento de segurança de ultima hora…

Minha cabeça assente em concordância e, no final da rua, consigo visualizar o sedan prateado. Ela finalmente encontra as chaves e agradece baixo por isso, o que me faz rir pelo nariz. O visor do meu celular me recorda que ainda temos tempo de sobra pra chegar em casa, mas não consigo evitar uma olhada rápida a nossa volta. É tão estranho ver as ruas tão vazias que é impossível impedir meu cérebro de compará-las a um filme de terror. E pensar que no dia seguinte eu veria todos aqueles estabelecimentos destruídos…

E então, o celular da minha mãe toca ao mesmo tempo em que os vejo.

São um quarteto, intercalados entre silhuetas de tamanhos diferentes. Um arrepio corre minha espinha, e vejo o da lateral esquerda carregando um porrete, arrastando-o no chão enquanto caminha.

— Oi Will, já estamos voltando pra casa. — mamãe atende o telefone, e preciso lutar o máximo que consigo contra o meu estado de choque para tentar dizer algo. — Espera, fale devagar… O que?!

— Mãe… — chamo baixo, sentindo como se o sangue tivesse parado de circular pelo meu corpo.

Ela se vira para mim, e com as mãos trêmulas, indico as quatro figuras se aproximando. Seus olhos se arregalam ao encará-los e sinto sua mão agarrar meu pulso, me puxando e me obrigando a correr na direção contrária. Disparamos pela rua, e sinto a adrenalina irradiar cada vez mais forte pelo meu corpo, me fazendo tremer dos pés a cabeça.

— Will, vamos nos esconder na loja. — diz ela, e tenho a certeza de que já está chorando. — Não, não venha atrás de nós. Voltaremos assim que amanhecer.

Adentramos no beco e não demora até que ela dispare na direção da porta dos fundos da loja. A sigo logo atrás, vendo seus dedos trêmulos digitarem a senha no painel.

— Sim, Kayla está comigo. — ouço um soluço. — Vamos ficar bem. Eu amo você.

— Mãe, deixe que eu faça. — tomo a dianteira, digitando os quatro dígitos no painel.

A porta é liberada com um rangido, e espalmo minhas mãos trêmulas para empurrá-la. Mamãe vem logo atrás, e a fecho com um baque enquanto escuto o metal do porrete se arrastar pela rua, cada vez mais próximo. Dou dois passos para trás, observando a porta enquanto tento compassar as batidas do meu coração.

— Kayla, vem aqui. — olho para trás, vendo minha mãe tentar arrastar um dos bancos. — Precisamos colocar isso nas portas.

— Mãe, eles não vão conseguir passar pelo sistema. — digo o mais baixo possível, sem ter certeza de que eles podem me ouvir.

— Pode apenas me ajudar a empurrar? — seus olhos quase faíscam em meio as lágrimas.

Respiro fundo e acabo por assentir derrotada, me encaminhando para o seu lado e empurrando o comprido banco de madeira. O empurramos juntas na direção da porta, e acabamos por formar uma barricada de araras quebradas e qualquer outro objeto pesado que possamos encontrar. Logo após, nos encaminhamos na direção da loja, e então me deixo cair derrotada sobre um puff cor de rosa.

Observo minha mãe tirar o controle da pequena TV de debaixo do balcão e me volto para o aparelho assim que o mesmo é ligado, com o volume no mínimo.

Passo a ouvir a voz da repórter loira ao mesmo tempo em que uma quantidade assustadora de gritos ecoam do lado externo da loja.

O Vigésimo Expurgo teve início há dez minutos, uma hora antes do que os demais Expurgos. — diz a repórter, sorrindo como se estivesse anunciando a melhor notícia do mundo. — Todos os serviços de emergência foram suspensos, e todos os crimes estão livres de punição até as 9h da manhã. As recomendações são de que os cidadãos que não queiram participar da prática do Expurgo permaneçam em suas casas até o horário determinado. O Expurgo desse ano tem tudo para ser um sucesso, e o governo espera que a maior parte da população aproveite o período anual de 12h. Sou Jeanine Brown, e aqui encerro a transmissão do jornal local.

A insígnia do governo surge, seguido de letras enormes que tomavam toda a tela da pequena TV.

 

“Aviso: Todos os serviços de emergência estão suspensos até as 9h.

O Expurgo desse ano tem tudo para ser um sucesso.

O Vigésimo Expurgo.”

 

E então a tela fica azul.

Encaro minha mãe, mas ela parece lutar numa batalha interna enquanto observa a tela do aparelho. Seus olhos brilham e demora alguns minutos até seu olhar se voltar para mim e forçar um sorriso. Considerando os gritos do lado de fora, só consigo me perguntar se ela ainda não notou que aquilo deixava a cena ainda mais melancólica.

— Vou ver o que consigo encontrar lá em cima. — mamãe atira sua bolsa sobre o balcão e o contorna, vindo na minha direção e plantando um beijo no topo da minha cabeça. — Talvez aqueles vestidos enormes sirvam de cobertores.

Rio o máximo que meu humor apavorado permite e observo-a sumir através da porta restrita. Ouço um tiro e encolho os ombros instantaneamente, fixando o olhar no painel de segurança na parede, focando minha atenção nos barulhos do lado de fora.

— Você acha que pode se esconder, sua vadiazinha? — alguém grita. Um rapaz, pelo o que posso notar.

— Por favor… — a voz suplicante de uma menina invade meus ouvidos e sinto o ar me faltar.

Ouço algo se chocando contra o chão e mordo o lábio. No instante seguinte já estou de pé, agarrando o controle sobre o balcão e mudando o canal. Não demora até que a imagem de quatro das câmeras de segurança surjam na tela.

A garota está de joelhos, e o rapaz tem uma arma apontada para ela. Ele tem uma máscara, e ela tem o vestido rasgado. Ouço a risada irônica dele e então a arma é destravada e disparada na direção da cabeça dela.

Tapo a boca com as mãos, sentindo as lágrimas escorrerem enquanto seu corpo caí como se fosse nada. O garoto a chuta uma vez e então dispara pela rua, provavelmente indo atrás de uma nova vítima, mas meus olhos permanecem fixos na TV, tentando digerir o que acabara de acontecer. Quem era aquela menina? Estudante? Líder de torcida? Inteligente? Amiga dele? Talvez uma ex namorada? Deveria ter a mesma idade que eu, tantos sonhos e vontades não realizadas, e que agora haviam ido para o ralo. Um soluço escapa por entre meus lábios, e apoio as costas no balcão numa tentativa de parar de chorar.

Ouço algo cair no andar de cima, e então uma nova multidão de jovens mascarados e encapuzados passam correndo pela câmera. Escuto vidros quebrarem, latas de lixo sendo arremessadas, tiros sendo disparados e gritos ecoando. Tapo meus ouvidos e aperto os olhos, desejando que tudo aquilo acabasse, que não passasse de um pesadelo cruel, mas continuo a ouvi-los, continuo a ser puxada para aquela realidade doentia.

Quantas pessoas já haviam sido mortas naqueles poucos minutos?

Meu celular vibra novamente e passo as mãos pelo rosto, tentando tirar a imagem da garota morta da mente. Apanho o aparelho e vejo uma nova mensagem de Zoey.

 

“Conseguiu chegar em casa? Por favor, diga que sim! Estou preocupada aqui!”

 

Me impeço de chorar novamente, e erro todas as letras antes de conseguir formular uma mensagem decente.

 

“Estou presa na loja com a minha mãe. Zo, isso é horrível, como uma noite dessas pode ser permitida?”

 

Envio a mensagem, e então outro grito corta o ar. Dou um passo na direção da TV instintivamente, ignorando o toque da nova mensagem. Um garoto entra dentro dos limites da câmera, com uma mão apertando na altura das costelas enquanto ele se inclina ao caminhar. Não vejo mais ninguém próximo, mas posso ouvir os gritos ao longe. Palavrões e ameaças fazem a expressão de pânico se aprofundar cada vez mais em seu rosto enquanto ele olha em volta, procurando alguma salvação em meio ao caos.

Não há máscaras e nem capuz, as roupas apenas mostram o quão despreparado o rapaz está para o Expurgo.

— Socorro! — tenho certeza de que ele está machucado. — Por favor!

— Não adianta fugir… — a voz de uma garota invade a gravação. — Nem se esconder.

Me lembro da menina. Ela estava morta, morta por minha causa… Eu podia ter aberto a porta, podia ter lhe ajudado a fugir daquele maníaco, e agora ela jazia há poucos metros do menino, estirada como se não merecesse um pingo de dignidade. Provavelmente seria encontrada pela manhã, com sorte o corpo seria entregue aos parentes, ou então ela seria enterrada com mais outras centenas de mortos pelo Expurgo, como se fosse uma indigente.

— Nós vamos pegar você… — o som do metal do porrete ressurge e um calafrio corre minha espinha.

— Kayla, pode vir aqui me ajudar? — mamãe diz do estoque, mas meu coração bate tão forte que quase não a ouço.

— Por favor… — o menino diz novamente, e as lágrimas não demoram a rolar pelo meu rosto.

Meu corpo inteiro já voltou a tremer, e vacilo antes de dar um passo na direção do painel. O porrete ainda parece longe, como se eles fizessem questão de andar devagar para que o medo se torne ainda maior. No final das contas, todos sabiam que o garoto morreria mesmo.

Tanto ele quanto o quarteto sabiam.

Observo sua expressão apavorada na câmera, e o rapaz parece ceder a dor do ferimento por uns instantes. Seus olhos se esbugalham assim que ele vê a menina estirada na calçada e meu estômago revira quando imagino ambos naquele estado, lado a lado.

Eu não podia deixar, não daquela vez.

— Kayla? — minha mãe chama novamente, mas acabo por ignorá-la de novo.

Me atiro na direção das chaves, vendo minhas mãos tremerem a medida que procuro pela correta. Destranco a porta da frente, sentindo cada parte do meu ser coberta de suor enquanto digito a senha do sistema de segurança e ouço o mesmo sendo desabilitado.

— Mas que porra… — ouço mamãe praguejar. — Kayla? Kayla, o que você está fazendo ai embaixo?!

As portas de ferro rangem ao subir, e engulo em seco enquanto finalmente consigo ver o rapaz ressurgindo por trás das mesmas.

— Ande, o que está esperando? — grito assim que consigo formular algo. — Vamos, entre logo!

Ele olha para o lado, de onde o quarteto supostamente está vindo, e então dispara na minha direção. As portas de metal estão na metade, mas ele passa por baixo das mesmas e então me viro para o painel, digitando a senha e vendo as portas empacarem. Elas param onde estão e, com um novo rangido, começam a descer rumo ao chão de novo.

Me viro para o rapaz assim que as mesmas param de se mover, e o vejo apoiado contra a parede, o olhar cauteloso fixo em mim enquanto ele pressiona a costela. Pego meu celular no bolso, acendendo a lanterna por medo de acender todas as luzes da loja e atrair atenção desnecessária.

O garoto que pisca por conta da claridade e me olha de volta é alto e pálido. Usa uma camiseta preta parcialmente rasgada, tem um corte na bochecha e várias perfurações na costela. Seus olhos escuros já não estão arregalados, mas me encaram com desconfiança, e os cabelos da mesma cor permanecem bem bagunçados.

Antes mesmo que eu possa dizer algo, ouço um tropeço nas escadarias dos fundos e ele me empurra para trás, cambaleando para a frente e tirando uma arma da calça ao mesmo tempo em que minha mãe surge na entrada, também carregando uma arma.

Meu coração falha.

— Kayla! — grita ela, olhando horrorizada para ele.

— Ei, espera, está tudo bem… — digo, tentando me adiantar para a frente, mas ele torna a me empurrar para trás.

— Pra trás! — ele esbraveja, mas vacila com a dor.

— Está tudo bem! — repito, dessa vez mais alto. — É a minha mãe!

— Kayla, por que o deixou entrar? — a censura em sua voz se torna mais firme, mas nenhum dos dois abaixa as armas. — Ele é perigoso!

— Não sou perigoso. — ele rebate, estreitando os olhos.

— Qualquer um que tenha uma arma é perigoso sim! — mamãe parece mirar nele.

O rapaz parece prestes a falar algo, mas aperto sua lateral não machucada assim que ouço vozes do lado de fora.

— Você viu para onde ele foi? — uma voz feminina se pronuncia.

— Ele conseguiu ajuda de alguém em alguma das lojas. — um garoto constata logo após.

— Então vamos quebrar uma por uma até encontrá-lo. — outra pessoa diz, e ouço algo se chocar contra a calçada.

Dou um pulo com o susto, só então notando que o menino encarava a porta como se o quarteto estivesse ali dentro, pronto para pegá-lo. Logo após, sua cabeça se vira na direção da minha mãe e ele respira fundo, se abaixando com dificuldade enquanto coloca a arma no chão.

A arma da mulher a nossa frente acompanha todos os seus movimentos.

— Você tem uma arma também, então não sei do que está falando. — diz, colocando as mãos na cabeça. — Tudo o que posso dizer é que estamos do mesmo lado, e quero que isso acabe tanto quanto você.

Mamãe demora para se mover, mas quando o faz, é apenas para guardar a arma no cós do jeans novamente. Deixo minha respiração sair menos pesada e observo o rapaz a minha frente, mas ele torna a se inclinar e faz uma careta, apoiando a mão sobre a cintura.

— Mãe… — sou tomada pelo impulso de me adiantar na direção dele, e uso a lanterna para observar o ferimento mais de perto. Meu estômago revira. — Ele está machucado!

Ela parece desconfiada, mas cede ao se aproximar e ver a profundidade da lesão. Seus olhos se arregalam e ela se abaixa para ficar na altura da cintura dele, tocando levemente o perfuramento. O menino faz uma careta e se esquiva, com nós duas voltando a encará-lo.

— É melhor você sentar. — diz mamãe, mas ainda há reprovação em sua voz. — Devo ter um kit de primeiros socorros em algum lugar.

Observo-a se endireitar e, com os olhos estreitados, entregar sua arma para mim. Minhas mãos tremem, e me assusto ao notar que ela é mais pesada do que eu imaginava. Me pergunto de onde aquela coisa havia saído, mas decido deixar isso de lado e guardo-a no cós da calça. Apanho a dele no chão e ajudo-o a chegar no puff.

— Quem é você? — indaga ele, soltando um gemido de dor assim que seu corpo desaba na superfície instável.

É impossível esconder a desconfiança em meu olhar quando nossos olhares se encontram.

— Kayla, Kayla Lockhart. — respondo, e preciso desviar o olhar quando ele ergue o pedaço perfurado da camiseta.

— Sou Shawn Mendes. — tenho certeza de que ele está me encarando, mas baixo o olhar para a sua arma em minhas mãos e confiro o pente. — Obrigado, Kayla.

— Está vazio. — arqueio uma sobrancelha, me forçando a olhar apenas para o seu rosto.

— Se eu não tivesse descarregado-o cedo demais, talvez não tivesse ganhado isso. — disse, apontando para o abdômen.

Na lateral de uma barriga incrivelmente definida, estão quatro ou talvez cinco furos fundos e cobertos de sangue.

— O porrete. — falo, e ele apenas assente com a cabeça. — Você os conhece?

— Quebrei a cara do irmão do porrete duas semanas atrás. — Shawn ri fraco. — O garoto estava se metendo com a minha irmã menor.

— E por que saiu durante o Expurgo? — meus braços se cruzam e caminho até ele, colocando a arma vazia sobre sua perna.

— Ela fugiu. — vejo seu pomo de Adão subir e descer.

Lembro-me da menina estirada do lado de fora e sou obrigada a puxar o ar, agradecendo quando minha mãe cruza a porta, me observando como se procurasse algum mínimo detalhe fora do lugar. Vejo uma maleta vermelha em uma mão e uma garrafa do que parece ser álcool em outra, e então ela se senta ao lado de Shawn, tirando um pedaço de gaze do compartimento e o encharcando com o líquido.

— Isso pode doer. — diz, pronta para se aproximar.

— Espera!

A atenção de ambos se volta para mim, mas apenas sigo na direção das prateleiras e arranco um vestido de sua embalagem, seguindo para perto de ambos novamente e o entregando para Shawn. Forço um sorrisinho e ele faz o mesmo, acenando com a cabeça em agradecimento. Observo-o enfiar o tecido na boca e então minha mãe pressiona a gaze no ferimento.

Ele grunhi feito um animal ferido, e se contorce abaixo do aperto. Mamãe comprime os lábios e distribui o líquido por todos os furos, e Shawn agarra o puff e se retraí. Aquilo parece grave, mas lembro-me de que com todos os serviços de emergência desabilitados, era o máximo que conseguiríamos fazer.

— Kayla, me ajude aqui. — me aproximo, caindo de joelhos ao lado dele. — Segure-o.

Minhas mãos parecem minúsculas diante daquele corpo enorme, mas reúno minhas forças e apoio uma em seu peito e outra em sua coxa, tentando mantê-lo parado. O único feixe de luz que temos é a lanterna do celular, mas mesmo assim, consigo visualizar seus olhos castanhos arregalados fixos em mim. Obrigo o meu corpo a respirar devagar e sinto as batidas rápidas de seu coração sob minhas mãos, e então tento parecer o mais calma possível. Nossos olhares permanecem conectados, e mesmo quando ele para de se debater, mantenho minhas mãos onde estão. Mal consigo me mover, na verdade.

— Pronto. — minha mãe diz, se afastando e fechando a maleta com um baque.

Há um curativo feito com gaze e esparadrapos acima dos furos, e me permito me afastar enquanto Shawn puxa a camiseta para baixo. Me endireito sobre os meus pés e observo minha mãe pousar a caixa sobre o balcão, logo lhe entregando o revólver e ouvindo um novo tiroteio do lado de fora. Nós três nos viramos instantaneamente para a TV, e dou um pulo assim que encontro a imagem das câmeras.

O quarteto está parado diante da porta da frente, nos encarando por de trás de suas máscaras macabras.

— Olá, pessoal. — diz um deles, e posso ouvi-los atrás de mim, do lado de fora. — Não queremos perturbar vocês, mas digamos que… Vocês tem algo que nos pertence.

O olhar de minha mãe recai sobre Shawn, mas ele continua a observar a câmera.

— Nos entreguem o garoto que nós deixamos vocês em paz.

Prendo o ar, alternando o olhar entre as duas pessoas a minha frente.

— Se não o entregarem, vão morrer junto com ele.

Ouço os outros três atrás rirem e então um deles começa a bater o porrete devagar no chão, me fazendo engolir em seco.

— Você precisa ir. — me surpreendo ao ouvir minha mãe e fixo meu olhar nela no mesmo instante, mas ela continua encarando Shawn.

— Não podemos fazer isso! — me adianto na direção deles, mas o olhar duro que ela me lança me obriga a parar.

— Chega, Kayla! — engulo em seco. — Acho que já fez demais por um dia só! Estamos no meio do Expurgo, as únicas pessoas que podemos salvar somos nós mesmas!

— Vocês tem cinco minutos! — uma garota mascarada cantarola do lado de fora. — Nos entreguem o garoto…

— Sua mãe está certa, Kayla. — Shawn me encara, mas apenas nego com a cabeça.

Ninguém mais será morto hoje, não sem que eu lute antes!

— E se fosse eu? Também me entregaria para eles para se salvar? — minha voz sai esgoelada, e ela pressiona os olhos por uns instantes. — Isso não é justo, mãe!

— A vida não é justa, Kayla! — seus olhos me fuzilam, mas me recuso a parar.

— As pessoas estão morrendo! — vejo o corpo estirado da menina ao fundo na câmera, e reparo que as máscaras horrendas naquele quarteto são o que menos me assusta. — Temos a chance de salvar uma delas e você está simplesmente jogando no lixo!

— Está tudo bem. — o garoto volta a se pronunciar, apertando a arma por entre os dedos trêmulos. — Eu vou dar um jeito. Obrigado pelo curativo.

Ele sorri o máximo que seu pânico permite antes de passar por mim. Noto que sou eu quem deve desabilitar o sistema de segurança para que ele saia, mas não consigo comandar meu próprio corpo. Estou prestes a mandar um ser humano para morte certa, e isso não me torna menos pior do que as pessoas que o aguardam do lado de fora. Encarar Shawn e encontrar aqueles olhos castanhos suplicantes só me fazem imaginá-los sem vida, jazendo ao lado da garota na calçada.

Dou um passo a frente, sentindo todo o meu corpo tremer.

— Vocês, fiquem onde estão!

Ambos olhamos para trás, encarando minha mãe. Ela confere o pente da arma, e num movimento brusco, abre a gaveta do balcão e tira um novo de lá de dentro, atirando-o para Shawn.

— Vamos dar um jeito nisso. — diz, destravando a arma.

Troco olhares com Shawn e ele logo baixa o mesmo para o objeto em suas mãos, demorando alguns instantes para trocar e arrumar a arma.

— O tempo de vocês acabou. — o garoto do porrete fala, e então acerta o mesmo na câmera.

A imagem salta e então é substituída por uma tela preta com a frase “sem sinal”. Salto para o lado e ouço o porrete bater contra o metal, seguido de vários tiros. Meu coração parece prestes a sair pela boca, e ouço a arma de Shawn ser destravada ao meu lado.

— Vem, vamos lá pra cima.

Minha mãe dispara porta afora, comigo pegando o celular no caminho e seguindo logo atrás. Posso ouvir os passos de Shawn atrás de mim, e quase caio na escada enquanto obrigo as minhas pernas a correrem cada vez mais rápido. Meu corpo inteiro reage as descargas de adrenalina, e em minutos, as batidas nos portões de ferro passam a compassar junto as batidas do meu coração. Ambos ecoam juntos na minha cabeça enquanto entramos no estoque, ouvindo o apito insistente da falha no sistema ecoar pelo estabelecimento.

— Se escondam. — mamãe ordena, mas parece tão nervosa quanto nós enquanto mantém a arma pronta.

Acho que ela jamais imaginou que iria realmente usá-la em algum momento.

O estoque é escuro, e a única janela que tem está coberta por uma porta de ferro. Há prateleiras repletas de vestidos empacotados, assim como caixas e algumas fileiras no chão mesmo. É parecido com um sótão, que com os barulhos de golpes e tiros no andar de baixo, se torna ainda mais macabro.

Paramos na porta, trancando-a e então empurrando algumas estantes e caixas contra a mesma.

Observo minha mãe se esconder atrás de uma estante restante, próxima a entrada, e paro na metade do caminho.

— Mãe… — digo, analisando a proximidade entre ela e a porta.

— Se esconda, Kayla. — a ordem é clara, mas ainda assim me mantenho onde estou.

Mal sinto meu coração no momento, é como se toda a sensibilidade do meu corpo tivesse se desligado.

O olhar dela se volta para mim e ela respira fundo.

— Vai ficar tudo bem, querida. Agora vá.

A mentira está explícita, mas sinto uma mão se fechar em torno do meu braço e então sou puxada para trás.

Shawn segue até a lateral do estoque, me pondo entre duas paredes, a prateleira e ele. O garoto para a minha frente como se tentasse me esconder, e mantém a arma firme nas mãos enquanto espreita o restante do estoque por uma fresta entre a prateleira e os pacotes.

E então uma voz robótica ecoa pela loja, arrepiando todos os pelos da minha nuca.

Falha no sistema.

E se repete por três vezes enquanto as portas de metal sobem com um rangido. O que restou da luz da rua entra pela janela, e prendo a respiração enquanto meus olhos são inundados por lágrimas. Meus dentes rangem a medida que tento contê-las, e o garoto a minha frente se vira na minha direção quando começo a estremecer.

— Vamos ficar bem, Kayla. — ele sussurra, mas apesar daquele falso tom tranquilizador, não consigo me acalmar.

Ouço os passos no andar de baixo e engulo em seco, com Shawn colocando o indicador a frente dos lábios e se concentrando nos barulhos. Posso ouvi-los revirando a loja, atirando as araras e manequins contra a parede. Os estilhaços me fazem notar que os espelhos também são quebrados, e os quatro falam ao mesmo tempo enquanto suas vozes se tornam cada vez mais nítidas.

Eles chegaram a ala dos funcionários.

— Quero dois revirando aqui embaixo e os outros dois lá em cima. — a voz do que conversara conosco na câmera ecoa.

Aperto o braço de Shawn inconscientemente e ele me olha de lado, fazendo uma careta ao esticar o braço de seu lado machucado para trás. Sua mão toca minha cintura e ele retrocede um passo, ficando mais próximo do meu corpo. Tento espiar minha mãe por entre as brechas, mas ela está uma prateleira a frente, e meu nervosismo apenas piora.

E então os passos ecoam na escada de metal.

Ouço o porrete ser arrastado e é a vez da mão de Shawn me apertar, mas não sei se é por medo ou ansiedade. Agora ele tem uma arma carregada, e me pergunto se isso é motivo o suficiente para querer se vingar do rapaz que se aproxima. Penso em minha mãe, penso em Shawn e penso em mim, e então noto que estou rezando mentalmente para que aquilo acabe.

— Mendes? — ouço o garoto chamar, e então a arma de Shawn range bem baixinho enquanto ele a aperta. — Vamos lá, cara, achou que só você podia brincar? — ele ri. — O Ethan também brincou bastante com a sua irmãzinha, sabia? Ele me contou sobre como ela gemia feito uma putinha…

Shawn vai pra frente no mesmo instante, a arma já apontada para quem quer que ele fosse encontrar. Tento segurá-lo, mas a camiseta dele escapa por entre os meus dedos e, mesmo inclinado, ele consegue se adiantar e sair das sombras das prateleiras, a arma já pronta.

E então os tiros começam.

Me encolho contra a parede, tampando os ouvidos com as mãos, mas não a tempo de ouvir os passos apressados na escada. Ouço alguém cair mas ainda há duas armas disparando, o que me leva a crer que minha mãe e Shawn ainda estão de pé.

— Não precisa se preocupar com o teu irmão. — Shawn sorri. — Ele vai te encontrar no inferno em breve.

Ele atira e então o estoque é invadido pelos dois restantes, e um novo tiroteio se instala. Me sinto inútil e vulnerável, mas continuo onde estou, implorando para que acabe logo. Queria ter uma arma, queria fazer algo mais produtivo do que apenas me manter contra uma parede, mas não tenho armas, sequer tenho o controle do meu próprio corpo.

Os tiros da minha mãe cessam, me tirando da minha bolha de lamúrias.

— Hey mamãe. — reconheço a voz do líder da TV. — Agora é a sua vez.

Não!

Mas o tiro ecoa, me ensurdecendo por alguns instantes. Shawn atira logo após, mas já estou tomada pelo pânico para crer que não a atingiu. As lágrimas banham meu rosto, estou pronta para gritar e espernear, e então me lanço para a frente, mal me importando se eles tinham armas ou se eu seguiria o mesmo caminho da minha mãe.

Aquele Expurgo tinha que acabar.

Shawn atira uma ultima vez antes de se voltar para mim, desviando por pouco de um tiro enquanto vinha na minha direção. Sua mão tapa a minha boca assim que a abro, pronta para gritar a plenos pulmões.

— Tem mais uma. — os passos do outro lado da prateleira apenas confirmam os seus sussurros. — Vou te dar mais alguns minutos para fugir, então, fique alerta!

A imagem da garota do lado externo surge em minha mente, seguida da possível imagem da minha mãe estirada em algum lugar do estoque. Obrigo minha cabeça a acenar e então Shawn solta minha boca, e em um movimento brusco, ele se atira contra a prateleira.

Há uma espécie de efeito dominó. As prateleiras da frente caem quando a nossa se choca contra elas, e por um momento, não consigo ver a garota restante. Também não consigo encontrar o corpo da minha mãe, o que me desnorteia.

— Vai, Kayla! — a voz de Shawn ecoa, e então vejo a mão da menina surgir por entre os pacotes.

Sinto como se estivesse correndo na água. Contorno a montanha de prateleiras e tento pisar onde há menos pacotes, mas sou obrigada a desviar quando me aproximo da mão da garota. Minhas mãos estão cheias de suor e mal consigo sentir meu próprio coração, mas me obrigo a correr, me obrigo a não olhar para trás. Isso precisa acabar, eu preciso sair daqui.

Ouço um novo disparo, seguido de uma dor lancinante na perna.

A adrenalina não me permite parar, e continuo a descer as escadas. Toco minha perna na altura das coxas e minha visão fica turva assim que visualizo o sangue nas pontas dos dedos, mas seguro o corrimão e mantenho meu caminho. Há um grito reprimido na minha garganta, e ouço outra troca de tiros no andar superior. Meu coração aperta por Shawn, e caminho mancando na direção dos armários enquanto me encondo atrás de um deles.

Desabo sentada, e mordo o lábio conforme as lágrimas escorrem ao encarar o ferimento na perna. A bala está alojada atrás da minha coxa, e meu estômago embrulha ao pensar no metal cravado na minha carne.

Ouço gritos e coisas sendo arremessadas do lado de fora, seguido de passos nas escadas. Me encolho novamente, rezando para que seja Shawn, para que a ultima garota esteja morta e para que o Expurgo esteja chegando ao fim. Eu só preciso voltar para casa, ou simplesmente preciso acordar desse pesadelo e encontrar minha mãe sorrindo para mim novamente.

Aperto a boca para reprimir um soluço ao lembrar dela.

Duas silhuetas ressurgem lado a lado. Uma é Shawn, inclinado para o lado por conta do machucado e com a arma em uma das mãos. A outra é a garota mascarada, e ela o abraça pelo lado livre de ferimentos enquanto ambos caminham até mim.

— Poxa Kayla, eu disse para você fugir. — diz ele, com um sorrisinho brotando em seus lábios.

— Hm, ela nunca foi lá muito inteligente.

E então a menina tira a máscara, revelando o rosto de Zoey por baixo.

Minha perna lateja, e a aperto enquanto tento conter as lágrimas que ressurgem e tomam meus olhos como se eu não tivesse vontade própria.

Zoey, minha melhor amiga Zoey!

É demais para mim!

— Você… — passei as mãos pelo rosto. — Como você pôde?! — falho na tarefa de me pôr de pé, e então meu olhar se volta para Shawn. — E você! Eu confiei em você!

Sou pega de surpresa quando Zoey se adianta e me dá um pontapé, atingindo em cheio o meu rosto. Sinto o choque contra a minha mandíbula e instantaneamente caio para trás, apoiando a mão no queixo enquanto tento me recuperar do desnorteio.

— Nossa, sempre tão dramática! — o sarcasmo em sua voz é quase palpável. — Não sei como você pode ser a preferida de todo mundo!

— Como você aguentou ela por tanto tempo? — sinto a raiva irradiar ao ouvir a voz de Shawn.

— Nem eu sei, amor. — ela ri. — Mas agora chega.

— Vai logo, temos pouco tempo.

Me viro a tempo de vê-los se beijarem, e Zoey sorri para ele. Shawn se vira na minha direção e abre um sorriso desdenhoso antes de sair da ala, seguindo para a loja.

Meus olhos se viram na direção de Zoey, e ela apoia o pé sobre a minha barriga enquanto mira a arma na minha cabeça.

— Me avise se conseguir encontrar a mamãe. — vejo a arma ser destravada. — Você sabe que eu estou muito preocupada.

Fecho os olhos.

O Vigésimo Expurgo foi um sucesso… — ouço a TV anunciar.

E então o Expurgo chega ao fim.


Notas Finais


Pode ter sido um final um tanto confuso (ou uma fanfic um tanto confusa), mas... A única explicação que vocês terão sobre a fanfic é o que está postado nela haha se alguém tiver alguma dúvida quanto a algum ponto, ficarei mais do que feliz em deixar suas respectivas imaginações férteis resolvê-los hu3
Como eu disse, The Purge foi parte baseada em um sonho, então... Sonhem um pouco pra entender haha
Espero que tenham gostado, e não esqueçam de me dizer o que acharam ^^

Grupo do face: https://www.facebook.com/groups/546395568895604/
E onde mais me achar haha: http://ask.fm/AtriaGrey ou https://twitter.com/sickeningmendes

Nos vemos nas outras fanfics!
Xx


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