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História The Red Thread G!P - A Praia


Escrita por: FifthzeyCabeyo

Capítulo 7 - A Praia


Minha cabeça descansava sobre o peito da morena. Nossas mãos entrelaçadas e os nossos polegares fazendo um carinho em nossas peles. Eu olhava para a porta a minha frente com um pequeno sorriso nos lábios. Camila estava comigo e me fazia sentir coisas que nunca senti antes.

Ela entrelaçou nossos pés e eu soltei uma risada nasal. Acho que alguém aqui está com frio.

— Por que a risada?

— Você entrelaçando nossos pés, está com frio? - Ela parou a carícia em minha pele.

— Estou. - Me sentei na cama e puxei o pano que estava em nossos pés e nos cobri me deitando novamente.

— Eu deveria ir embora. Sua família pode chegar e eu aqui.

— Relaxa minha mãe vai adorar ver outra pessoa aqui. - Me aconcheguei mais sobre seu corpo. - Ela reclama muito pois segundo ela, só tenho Vero, Ally e Charlie como amigos, nunca trouxe outras pessoas.

— Então né, eles são seus amigos e a gente é... O que a gente é?

— Não somos namoradas, você não me pediu em namoro - Ela ia falar algo mas interrompi - E nem quero, ainda.

— Ficantes? - Abraçou minha cintura e nos olhamos.

— Ficantes? Sério! - Perguntei indignada.

— Então não vamos colocar rótulos, entre nós duas, somos uma da outra, apenas.

— Uma da outra. Gostei - Camila sorriu com a língua entre os dentes e meu coração bateu mais forte. - Por que você faltou?

— Digamos que não aceitei muito bem o fora que levei. - Disse divertida.

— Você é uma babaca! - Ela gargalhou - Sério!

— Me desculpe - Me deu um selinho mas acabamos aprofundando o beijo. Sua língua dançava com a minha dentro de nossas bocas. O ar começou a faltar e então desgrudei nossos lábios.

— Desculpada. - Sorrimos em sincronia.

— Você quer sair comigo amanhã?

— Pra onde?

— Pensei em irmos até a praia.

— No frio? - Fiz careta e ela riu.

— Sim, não precisamos necessariamente entrar no mar. Vamos à noite acendemos uma fogueira e ficamos lá.

— Poxa meu primeiro encontro com você sempre achei que fosse em um restaurante como os outros.

— Mas eu não sou como os outros, você já deveria saber. - Enfiou sua cabeça em meu pescoço e quando sua respiração bateu contra minha pele me arrepiei.

— Eu sei. - Acariciei seus cabelos. - Que horas?

— Seis e meia passo pra te pegar.

— Acho melhor nos encontrarmos lá.

Ser vista com Camila não seria nada bom. Eu sabia que não podia esconder o que nós tínhamos por muito tempo, mas eu precisava primeiro criar coragem pra contar para Vero. Eu não gostava de mentiras, mas se pra fazer isso entre mim e Camila durar eu teria que mentir, eu mentiria.

[...]

— Pensei que não iria vir mais - A morena disse me abraçando.

Liguei pra Vero e ela disse que estava na casa do tio que morava na cidade vizinha e voltaria tarde para casa. Então eu falei para minha mãe que ia dormir na casa dela e como era de se imaginar ela não disse nada. Dona Clara confiava muito em mim e me doía mentir para ela, mas era preciso.

Tínhamos combinado de se encontrar atrás da escola para irmos direto pra praia. Camila reclamou o dia inteiro falando que podia me pegar na minha casa e não ligava que alguém visse. Mas eu ligava e depois de muito tentar eu consegui fazer ela aceitar.

— Vir a pé não é muito rápido até aqui - Ela fechou a cara e eu sorri. Ela ficava linda assim.

— Eu poderia ir pegar você na sua casa!

— Não, não pode. Agora vamos! - Deixei um beijo casto em seus lábios.

Camila abriu a porta para mim e fechou assim que entrei em seu carro, um Jeep sport 4x4 preto. Era incrível como tinha a cara dela aquele carro. Até o cheiro de amêndoas misturado com algo doce lembrava ela. Camila deu a volta no mesmo e entrou ligando-o e partindo pra praia.

— O que você disse para sua mãe? - Depois de um tempo em silêncio ela perguntou.

— Que iria dormir na Vero - Mordi meu lábio olhando pra estrada e ouvi ela suspirar.

— Você sabe que eu não vou levar esse nosso relacionamento em segredo por muito tempo.

— Eu sei Camz - Apertei seu joelho e ela me olhou. A estrada pra praia estava vazia.

— Eu quero sair com você. - Voltou a se concentrar na estrada - Ir no shopping, no cinema, num restaurante, num barzinho, na cidade pra passear. Quero falar com sua mãe, dizer quais são meus planos para gente, saber se ela apoia. - Voltou a me olhar - Quero pegar sua mão na escola - Pegou minha mão e entrelaçou - Na rua e não somente quando estivermos só nós duas. Quero te beijar em público.

— É o que eu mais desejo. Mas eu preciso falar com a Vero primeiro.

— Não tem o que falar com ela! Nunca tive nada e nunca terei. Eu não estou traindo ninguém muito menos você e...

— A gente é melhores amigas e eu estou sim traindo ela.

— Se você acha - Deu de ombros - Agora só não demore muito pra conversar. Não sou nenhuma criminosa pra viver algo escondido com você - Disse fria.

Engoli em seco.

— Camz - Apertei sua mão - Olha pra mim? - Ela me olhou - Eu prometo que não vai demorar muito.

—Espero - Sorri de lado e dei um pequeno selinho em seus lábios e ela voltou a atenção na estrada. Nossas mãos ficaram entrelaçadas o caminho todo, o silêncio não era incômodo era até um silêncio bom.

Eram só vinte e cinco quilômetros de Forks à La Push, e o caminho todo a gente só via as florestas verdes e densas na beira da maioria das estradas no caminho ao grande Rio Quillayute. A beleza daquela cidade ainda era surreal para mim.

Camila estacionou o carro na fina faixa de areia perto da água.

— Vou pegar um pouco de madeira já volto. - Me deu um beijo na bochecha e saiu do carro.

Camila tinha trazido bastante cobertas e todas estavam bem dobradas nos bancos de trás junto de alguns travesseiros e uma caixa térmica, os bancos estavam todos baixados e um colchão estava em cima deles. Saí do carro e o sol estava quase se pondo. Abri a porta do bagageiro entrando no carro e me sentando ali.

Logo vi Camila se aproximar com alguns galhos de árvores e um bico nos lábios.

— Você poderia me ajudar aqui! - Disse jogando os galhos no chão.

— Não sei acender fogueira. - Fiz careta e me aproximei dela.

— Eu te ensino!

— Não, obrigada. Pode fazer porque sei que faz melhor e não quero atrapalhar. - Voltei para onde eu estava.

Ela reclamou um pouco mas acendeu rápido a fogueira. Limpou suas mãos na blusa e se aproximou pegando minha mão.

— Você é ainda mais linda nessa luz do pôr do sol. - Seu sorriso iluminava seu rosto.

— Você é uma galanteadora de mão cheia! - Ela gargalhou e selou nossos lábios.

— Obrigado por me fazer sentir essas coisas que nunca senti antes - Sussurrou.

— Obrigado também. - Falei baixinho em seu ouvido.

Ela arrumou os cobertores em cima do colchão e puxou minha mão para deitarmos. Ela tinha parado num ponto onde dava para ver bem o horizonte atrás das águas onde apareciam milhares de pedras grandes e com aparência suave que pareciam uniformemente cinza de longe. O sol já tinha dado lugar a linda lua cheia.

A fogueira a nossa frente queimava aquecendo nossos corpos. Estávamos ali, observando o luar e o queimar das brasas, o quebrar das ondas cinza-escuro e o vento fresco vindo das ondas em silêncio na mesma posição que estávamos em meu quarto. O carinho de nossos polegares presentes.

— Eu sempre fazia isso. - Camila quebrou o silêncio.

— O que? - Perguntei confusa.

— Vim aqui na praia e ficar olhando o luar pensando na minha vida até eu adormecer. Mas parei de vim.

— por que?

— Não tinha graça vir sozinha, fazer a mesma coisa sempre, é bom ficar sozinha mas eu sentia que faltava algo. Agora não sinto mais. Você está aqui. É como se preenche-se todo o vazio que estava em minha vida.

— Eu também me sinto assim.

— E é tão novo tudo isso, eu nunca fui de ter algo com alguém, era sempre ficadas e nada mais. A gente chegou uma na vida da outra mudando tudo completamente.

— Sim, e espero que nunca haja uma saída para essa chegada. - Levantei meu rosto encarando os castanhos da latina.

— Sempre há uma saída em uma chegada. Mas podemos não fazer isso acontecer. - Ela levou sua mão até minha bochecha e acariciou. - Eu nunca deixaria você ir sem nem ao menos lutar.

— Muito menos eu - Sussurrei logo depois beijando seus lábios com carinho.

Ficamos ali. Aproveitando uma a outra e o que a natureza tinha para oferecer. Estava começando a esfriar e o sono chegar. Camila me apertou mais contra seu corpo e senti seu sorriso em meu pescoço.

— Por que o sorriso? - Perguntei divertida.

— Você.

— Eu?

— Você me faz querer sorri pra tudo e nada ao mesmo tempo.

— É o efeito Lauren Jauregui nas pessoas - Rimos.

— Eu gosto de você, não, não o melhor, estou apaixonada por você.

— Eu gosto de você também - Confessei. - Gosto dos seus olhos castanhos, do seu cheiro de amêndoas com algo doce, do seus piercings, dos seus lábios, das suas palavras, do seu jeito. De tudo que à em você.

— Eu gosto dos seus olhos verdes que parecem dois planetas verdes prontos para atacar, das sardinhas que tem nas maçãs do seu rosto e nariz, da sua risada e cheiro de bebê, dos seu beijos e do seu corpo colado ao meu.

— A gente se conhece a tão pouco tempo mas posso sentir que estamos juntas a anos.

— Quem sabe você já foi minha em outra vida. - Ela acariciou meus cabelos.

— Você não é do tipo que acredita nisso. - Falei divertida.

— Você não é do tipo que se relaciona com pessoas com o meu estilo e eu não falei nada! - Disse emburrada.

— E você acha que me relaciono com que tipo de estilo?

— Sei lá! - Deu de ombros e eu ri do seu jeito.

— Você é muito engraçada! - Falei juntando nossos lábios.

— E você é muito linda!

Nos beijamos e Camila sorriu durante o beijo e não tinha nada melhor e mais gostoso do que tê-la sorrindo durante o beijo em meus lábios. 



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