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História The Right Error - Want you Back


Escrita por: AnnaWrou

Notas do Autor


💠💠Título do capítulo: Quero você de volta.💠💠

Boa leitura <3

Capítulo 20 - Want you Back


Fanfic / Fanfiction The Right Error - Want you Back


 

Preparei tudo bonitinho e enfeitei a mesa. Eu queria ficar sempre fazendo alguma coisa para não parar e voltar a pensar besteira. A todo momento eu ficava olhando para o relógio. Acho que nunca tinha ficado tão ansiosa para Marcel chegar como naquele dia. Apesar de eu me envergonhar em dizer que não estava esperando-o por saudades ou coisa do tipo, mas para ele vir e me distrair. Podia não amar Marcel ainda, mas com toda certeza ele era uma excelente companhia. Ele sabia me fazer rir, me deixava segura e conversava sobre tudo. Tudo mesmo. Ele é um homem muito inteligente. Não entendo mesmo porque meu coração não consegue amá-lo...

Saltei onde estava quando escutei a porta da sala abrindo e Marcel chamando pelo meu nome. Soltei o ar de meus pulmões com um alívio. Vesti minha fantasia de namorada apaixonada e feliz, e fui até ele para chegar primeiro antes que ele visse a mesa. Como sempre, ele abriu um sorriso para mim e me abraçou me dando um beijo carinhoso que eu podia sentir toda a sua saudade. Era bom. Depois disso eu perguntei como ele estava e o levei até a mesa de jantar. Ele ficou surpreso, pude ver a felicidade cintilante em seus olhos quando viu que eu preparei um jantar para ele. Mas logo em seguida ele me olhou como se dissesse sabe que não pode fazer isso. Mas eu ignorei de imediato e ele também, ele estava feliz demais para brigar. Apesar que ele nunca brigava, era sempre doce. Aquela noite foi especial. Por mais que Harry não saísse da minha cabeça, Marcel e eu comemos, e nos distraímos do mundo lá fora...




 

Ashley

 

Um mês inteiro tinha se passado.

Eu estava animada, estava cada vez mais perto do nascimento do meu filho! Mas, em contrapartida, também, a cada dia passado era como se um pedaço meu morresse. Eu pensava que era apenas ansiedade, afinal de contas, só se tem o primeiro filho uma vez! Mas não era apenas isso. O bebê me fazia feliz, era a minha única razão de amanhecer e sorrir. Cada chutinho, cada movimento que ele fazia me alegrava como chocolate quente… mas os meus dias não estavam coloridos. Aos poucos, tudo ia escurecendo. E cá estava eu, vendo meu mundo completamente cinza após todos esses meses.

- Querida, estou indo trabalhar, tá? – Disse Marcel saindo como sempre.

Eu já sabia, e ninguém precisava me dizer que eu não o amava, mas eu andava tão triste esses dias, que me sentia mal quando ele saía, e até sentia saudades dele.

- Tudo bem, querido. Bom trabalho. – Lhe dei um selinho e assim ele foi trabalhar.

Havia dias em que uma senhora vinha para arrumar a casa. Envergonho-me de não saber nem seu nome e nem me lembrar de como ela era. Eu só vivia trancada no quarto.

O que estava acontecendo comigo? Os dias passavam por mim como água passa por dedos abertos. E logo eu que fui tão presa em controlar a minha vida, mesmo que antes tivesse sido apenas para os estudos… sinto minha vida descontrolada.

Caminhei até a sacada do andar de cima da casa para olhar a paisagem. Lembro-me de que quando cheguei aqui, a imagem era lindíssima. Se eu fechar os olhos, eu consigo ver o verde das árvores, as aves brancas e azuis que voavam sobre elas, os prédios ao longe e outra bela mansão cor de salmão que fica do outro lado da rua. Mas com os olhos abertos tudo parecia ter a mesma cor: cinza.

Foi então que algo me chamou a atenção. Ao olhar para baixo, vi, perto do parque, algo que realmente tinha cor. Mas era a cor que eu evitava mesmo em meus sonhos. Mas que mesmo que eu evitasse, ela insistia em aparecer... seja os com meus olhos fechados ou abertos. E eram as duas cores mais lindas do mundo desde então: o verde dos olhos de Harry e o castanho de seu cabelo. Porém, não podia ser ele, claro que não. O que ele estaria fazendo perto daquele parque?

Comecei a me tremer como uma vara verde. Ia para dentro de casa e voltava à sacada, nervosa. Inquieta. A minha mão já estava quase toda dentro da minha boca, roendo as unhas. E cada vez que eu entrava e voltava para fora imaginando que ele sumiria, não acontecia. Lá estava ele, andando vagarosamente com uma senhora na cadeira de rodas. Foi então que, de tanto observá-lo, eu entendi que aquela senhora na cadeira de rodas tratava-se de sua mãe, Anne.

Minhas mãos estavam tremendo tanto, que eu não confiava nelas para me segurar na sacada. Afastei-me dela, mas continuei a observá-lo de longe. Harry estava tão lindo. Ele sorria ao caminhar com a mãe. Mesmo de longe, muito longe, eu podia ver aquele sorriso. Não era o sorriso de gaiato que ele tinha quando queria algo, era o sorriso… eu nunca vi Harry dá aquele sorriso... mas no fundo, eu sentia que sim… eu sentia que minha memória falhava, mas em algum momento eu vi aquele sorriso... aquela expressão doce de felicidade. Talvez em uma outra vida, não sei.

Fiquei totalmente surpresa quando senti uma lágrima quente descer em meu rosto. Enxuguei-a rapidamente, assustada. Por que Harry ainda tinha esse efeito sobre mim? E que efeito é esse que só parece aumentar cada vez mais? Era incrível, depois de quase um mês vendo apenas cinzas, ele era a única cor que voltara para mim. Não precisava ser inteligente para saber que o meu mundo estava ficando cinza por causa de sua ausência. Mas vê-lo assim, feliz, me pareceu que o seu mundo não esteja tão cinza sem mim…

Talvez fosse melhor ficar tudo do jeito que estava… talvez.

Eu queria acreditar nisso, como sempre me forcei a acreditar no que eu queria acreditar. E durante a minha vida toda, isso deu certo. Sempre chamei de objetividade. Orgulhava-me de ter uma personalidade forte e saber o que quero e o que não quero. Mas isso não era verdade quando o assunto era Harry. Ele era a única coisa na qual eu poderia morrer de lutar, mas nunca venceria. Aquele garoto de olhos verdes era o meu maior rival, e sempre vencia dentro de mim. E como aquelas lutas que não se pode ganhar, por mais que tente, eu resolvi me render a ela. E como aquela vontade insaciável de tomar mais um gole do seu vício, resolvi ir em seu encontro, mesmo sabendo que não era certo, mesmo sabendo que não devia, mesmo com todo o meu medo.

Outros tempos eu passaria horas escolhendo a melhor roupa, afinal era com ela que Harry me veria. Mas agora não, eu desci do jeito que estava. Não estava preocupada com o que ele ia pensar de mim ou com qual a impressão que daria após meses sem nos ver. Eu só queria vê-lo, só queria chegar perto o suficiente, só queria me sentir viva de novo como estava me sentindo agora. E então desci as escadas de forma decidida, estava surpresa comigo mesma da forma como estava encarando isso. Sempre achei que quando visse Harry de novo eu ficaria tão nervosa a ponto de não conseguir nem sair do lugar. Porém, não era assim que eu estava me sentindo. Sentia-me como uma drogada louca para saciar seu vício, uma fome incontrolável, uma sede avassaladora. Eu queria correr se pudesse, arrombaria a porta e voaria até perto dele só para olhá-lo.

 

 


 

Harry

 

- Mãe, eu não entendi porque a senhora quis vir até esse parque. – Perguntei em um tom curioso e não em tom de reclamação.

- Porque sempre gostei desse parque. Ele fica um pouco longe, mas não é lindo? – O olhei melhor e apenas sorri para ela.

De fato, era um parque lindo. Haviam árvores enormes e verdes, pássaros e até um laguinho improvisado. Mas, há algum tempo, sentia dificuldade em ver a beleza das coisas. Sabe quando você compreende que alguma coisa é bonita, só por que todos confirmam que é, mas você mesmo não consegue ver?

É assim que eu estava.

Por mais que quisesse, por mais que desejasse, não conseguia tocar as coisas mais. Não conseguia sentir o cheiro dos perfumes, a cor das coisas, o macio do meu travesseiro. Tudo era preto e branco, tudo era áspero e indolor. Mas eu não me queixava mas. Aprendi que a vida vai nos ensinando que nós devemos mudar para buscar algo dentro de nós mesmos que não tem explicação. Perdemos muito tempo buscando a explicação das coisas e o tempo gasto poderia ser apenas sentindo. E eu que aprendi isso da pior forma: sentindo muita dor e perdendo a minha única felicidade. E agora eu me agarrava nos pequenos momentos de felicidade. Momentos esses que eram como caminhar com a minha mãe, passeando em um parque…

- Você anda tão tristinho, meu querido… – Disse ela.

- Ah, só estou preocupado com as matérias da faculdade. – Menti.

- Às vezes eu demoro a acreditar que você tenha mudado tanto. – Ela levantou seu lindo rosto para me olhar, em meio a um sorriso. Em outros tempos eu nem ligaria, mas agora eu conseguia até ler os detalhes. E aquele sorriso queria dizer eu estou orgulhosa de você. É interessante como há universos em pequenos detalhes do mundo.

- Às vezes até eu também, mãe. – Devolvi o sorriso.

- E você ainda pensa nela… – Eu sabia do quem ela estava falando.

- De quem está falando? Não entendi. – Mas me fiz de desentendido.

- Você sabe.

- Não penso mais nela.

- Mas ela está esperando um filho seu.

- Só que eu a fiz muito mal. Talvez seja melhor assim.

- Você ainda a ama?

- Não. – Menti para ela.

- Você ainda a ama? – A pergunta se repetiu, mas não era a voz da minha mãe.

Não havia dúvidas, aquela voz ecoava dentro de minha cabeça sempre, todos os dias, não tinha como confundi-la. Era a voz da Ash!

Meu corpo parou completamente. Fechei os olhos com medo de ser apenas uma alucinação, de ser minha mente me pregando mais uma peça. Isso sempre acontecia. Ou talvez tenha fechado com medo de ser verdade, dela estar bem ali e eu não saber o que fazer. Um arrepio gelado subiu por minha espinha a ponto de me arrepiar por completo. Minhas mãos seguravam na cadeira de rodas, mas tremiam tanto que eu sabia que se alguém me empurrasse, não me seguraria em pé. Meus joelhos pareciam querer dobrar-se a todo momento. Esqueci até de respirar.

Mas, enfim, virei-me.

- Ashley… – Disse juntando todas as minhas forças apenas para dizer seu nome.

- Você ainda a ama? – Sim, tinha sido ela mesma que tinha perguntado.

Claro que a amo, claro que a quero, claro que penso nela todas as malditas noites, claro que minhas lágrimas são dela, claro que todo o amor que eu tenho na droga desse coração pertence a ela, mas não sabia se era isso o certo a se dizer, não sabia se ela queria realmente ouvir aquilo.

- Com todo o meu coração... – Não sei porque, mas não consegui dizer isso sem lacrimejar.

Ela não disse mais nenhuma palavra... no segundo seguinte eu apenas a vi correr em minha direção. E cada vez que eu via a sua imagem se aproximando de mim, mesmo com a vista embaçada por conta das lágrimas, era a visão mais linda do mundo. Finalmente a beleza tinha voltado para a minha vida.

Eu a abracei com tanta força, que sentia meus membros tremerem. Ela me abraçava forte, também.  Enquanto minha cabeça ficava perto da sua eu pude sentir o cheiro e era exatamente o cheiro que eu me lembrava. E seus cabelos loiros emaranhavam-se no meu rosto. Nunca reclamaria disso, nunca! Suas mãos apertavam-me com força, era a mesma sensação de medo que eu sentia, a mesma sensação de nunca mais querer soltar para não ir embora. E então teve-se espaços para os soluços de choro. Pude sentir o úmido de suas lágrimas descendo por meu ombro e peito.

- Eu senti tanto a sua falta… – Ela disse se distanciando um pouco.

- Também senti a sua. Muito… muito... – Respondi chorando. Deus, e como senti.

- Por que nós fizemos isso? – A pergunta foi para mim, mas sabia que ela também se perguntava isso, pois eu também me perguntava todos os dias.

- Nunca saberei te dizer... – Foi só o que eu consegui responder.

- Nossas vidas mudaram tanto. – Sim, faziam meses!

- Não o suficiente. – Eu quis dizer que mudaram, mas nada fez com que meu amor por ela diminuísse. E ela entendeu, pois sorriu envergonhada.

- Eu estou com o Marcel agora... – E ali ela fincou uma pedra de gelo no meu coração.

- Sei. – Respondi buscando respirar profundamente.

- Mas não é com ele que eu quero estar...

- Não estou entendendo. – Não sabia se eu não estava realmente entendendo ou se queria que ela esclarecesse melhor, para ouvir de sua própria boca, explicitamente, sem falsas interpretações, que ela também me amava.

- Você deve estar achando estranho eu vir aqui de uma vez e falar essas coisas. – Ela ajeitou o cabelo. Nossa, como eu estava com saudade de seus detalhes. – Mas todos os dias, todos os dias eu me encontrava sufocada, sem cores, sem um motivo de viver além do nosso filho. E bastou eu te ver, no momento seguinte eu já voltei a me sentir viva de novo. Não é rápido demais ou confuso, já é tarde demais para admitir isso. Eu… eu amo você, Harry. – Aquilo foi tão bom, que eu custei a acreditar.

- Sabe… – Funguei limpando o rosto com o braço – Desde que me entendo por gente eu achei que o mundo nada mais era além de uma curtição. E eu estava certo, a vida é curta demais para se desperdiçar. O problema é que eu só conseguia achar essa alegria em coisa erradas… – Eu me referia a drogas, bebidas e sexo – Mas… desde que te conheci, a única maneira de ser feliz parece ser você, Ashley. Sem te olhar, sem te tocar – Passei meus dedos levemente em sua bochecha – Sem teu cheiro, sem tua risada… sem você a vida parece tão seca. E eu sei que eu te fiz mal, sei que não sou um exemplo de homem, mas não vá embora da minha vida de novo, por favor. Agora que eu te vi aqui não consigo imaginar fechar os olhos e você ir embora. Preferiria fechar os olhos e nunca mais abri-los.

Ela também acariciou meu rosto me fazendo soltar um suspiro de amor.

- Olhe como ele está ficando grande... – Ela sorriu olhando para sua barriga.

- Meu Deus… – Eu não arrumei palavras para descrever como fiquei alegre em ver a barriga dela daquele tamanho!

Aproximei-me dela e passei a mão levemente em sua barriga. Era possível sentir ele se movendo lentamente dentro dela. Nós estávamos em perfeito silêncio, quase a ponto de eu poder ouvir o coração do bebê bater. Eu fechei meus olhos me entregando por completo aquele momento. Mesmo que eu acordasse e fosse um sonho, mesmo que ela fosse embora, eu queria sentir e me lembrar de cada sentimento, de cada sentido, de cada emoção. E foi tão mágico tocá-la e sentir meu filho. Era como, finalmente, achar sentido no mundo. Na vida.

Todos os sentidos anteriores pareciam apenas metros em uma estrada. Esse não, esse era a linha de chegada…


 

 

Ashley

 

Meu corpo todo parecia vibrar em alegria. Não era apenas os meus lábios que sorria, mas toda a minha alma. E eu fechei os olhos quando ele me tocou e eu me senti completa ali. Era como se eu não fosse mais apenas um ser. E eu sabia disso, há algum tempo eu me dividi em três. O problema era que eu insistia em acreditar que só dois de nós seria o suficiente para viver, mas estava enganada. Nós precisamos de Harry, e eu não conseguia mais juntar forças para me manter longe dele, eu mas…

- Ele vai ser um lindo menino se puxar o pai. – Cortei o silêncio.

Ele sorriu quase em lágrimas e eu novamente acariciei seu rosto. Como era bom tocá-lo. Como era macio.

- Pelo menos ele não vai nascer com cara de churros com maionese – Ele soltou e em seguida caímos em uma gargalhada.

- Como pode isso? – Me perguntei em voz alta ao olhar para ele.

Seus olhos estavam tão vivos! Nunca tinha os vistos tão verdes e cristalinos. E seu sorriso estava muito mais lindo do que em minha melhor lembrança. Era engraçado como, aos poucos, tudo em volta ia ganhando cor a partir dele. Seu cheiro me fazia sorrir boba, como um alucinógeno. Só o fato de estar ali, perto dele, me fazia parecer estar mais perto do céu. Eu esquecia de tudo, esquecia os meus problemas, esquecia todos esses dias sem ele, esquecia até os dias que ainda viriam. Só o que eu sabia era admirá-lo enquanto o meu coração parecia bater cada vez mais rápido.

- Como pode o quê? – Ele perguntou sem entender.

- Algo tão certo nascer de um erro? – Me referia a nós termos nos relacionados a partir de uma noite, drogados por acidente.

- Foi o melhor erro da minha vida – Disse ele.

- O erro certo.

Naquele momento nós ficamos apenas nos olhando. Eu revesava entre a boca e os olhos dele. Eu podia ver que ele também me olhava intensamente. Não era como o olhar de Marcel. Eu sabia que ele me amava, mas os de Harry… era como se pudesse se conectar com a minha alma. E isso era uma coisa que nem Marcel poderia me dar e eu muito menos a ele...

E foi então que ele veio se aproximando lentamente de mim. Ele pegou minhas mãos levemente, acariciando-as. Nossos rostos ficaram tão próximos que eu podia sentir sua respiração misturando-se com a minha. Elas estavam rápidas, tais quais nossos corações. Minhas mãos tremiam sendo seguradas pelas dele. Esforçava-me para manter-me em pé. E foi então que nossos olhos fecharam-se, mas juro que ainda era como se estivessem abertos. Eu podia vê-lo ainda, podia senti-lo, podia enxergar até o que estava em volta. Não que isso interessasse, mas tudo parecia belo e conectado. Então eu senti seus lábios tocando os meus.

Foi como ouvir a sua música preferida. Foi como comer o que estava com tanta vontade. Foi como beber água com sede. Era como experimentar o indescritível. E por alguns instantes eu poderia jurar que não estava mais tocando no chão, que a única coisa que me impedia de sair voando dali era as mãos de Harry me segurando...

Suas mãos soltaram as minhas e acariciaram meu rosto lentamente. Com os olhos fechados eu imaginava como se fossem asas de um anjo me tocando. E, de fato, eram mesmo. Harry nunca foi um anjo na minha vida, nós tínhamos um histórico de brigas e uma relação nada boa, mas ele me salvou. É estranho dizer isso agora, é estranho pensar isso enquanto eu o beijo, mas é verdade. Passei todo o tempo que estávamos juntos brigando e o culpando por tudo que aconteceu. E, de fato, é. Mas esse grande acontecimento, por mais que tenha mudado toda a minha vida, me deu uma razão ainda mais forte para viver. O amor e uma família.

Meus lábios acariciavam os dele com toda delicadeza, com toda doçura, com todo o meu amor...

- Você é como o paraíso... – Ele disse ao parar o beijo.

Seus olhos estavam marejados, e seus lábios tremiam tentando segurar o choro.

- Meu amor… – Ali foi a minha vez de passar a mão delicadamente em seu rosto, limpando a lágrima que ousava manchar o seu lindo rosto.

- Eu quero isso para o resto da minha vida, por favor. – Ele me pediu. Pode parecer aquelas frases manjadas de filmes, mas era o pedido mais sincero que eu escutei em vida.

Ele segurou minha mão sobre seu rosto.

- Eu também quero. Do que seria uma vida sem isso? – Sorri ao dizer.

- Seria uma vida triste. – Ele respondeu.

- E como você está? – Parece tão estranho só conseguir dizer isso só agora, geralmente é uma das primeiras coisas que perguntamos quando cumprimentamos alguém, e eu, de fato, queria saber como ele estava, mas só consegui perguntar agora, eu precisava beijá-lo, tocá-lo, senti-lo.

- Acho que morto, só posso estar no céu – Rimos.

- Seu bobo. Falo sério – Lhe dei um pequeno soco.

- Eu também – Rimos de novo.

- Ele não estava nada bem, Ash – Disse Anne.

Deus! Nós tínhamos nos esquecido dela. Esse tempo todo ela estava ali, próximo de nós. Que vergonha!

- É verdade, mãe! – Harry concordou.

- Senhora Styles! Me desculpe! – Fui até ela para lhe dar um abraço.

- Não se preocupe, querida – Ela dizia limpando as lágrimas. Também estava em choro. – Você está tão linda com essa barriga! – Ela me elogiou.

- Ah, obrigada. – Agradeci envergonhada.

- Já pensaram no nome da criança? – Essa era uma pergunta que eu não tinha me feito ainda.

Harry me olhou franzindo o cenho. Nunca nem tínhamos tempo para conversar sobre a gravidez, imagina falar sobre o nome da criança.

- Não. – Respondemos ao mesmo tempo.

- Bom, acho que vocês ainda terão uns meses para decidir.

- O nome é o de menos, desde que eu esteja com a mãe dele. – Sorri em meio a isso.

- O nome é o de menos, desde que eu esteja com o pai dele. – Repeti a frase.




 

Harry

 

Eu não podia explicar em palavras como era a sensação de ter Ash ali perto de mim. Cada vez que eu a olhava, mesmo que fosse há um segundo atrás, ela parecia mais linda. Meu corpo tremia-se todo perto dela, e escutar suas palavras dizendo que queria estar comigo, que me amava, foram as coisas mais especiais que eu já escutei em vida. Todo esse tempo me esforçando para ficar longe dela parecia ter sumido da minha memória. Era como se a vida sem ela não tivesse sentido mesmo, fosse deletada. Mas o medo de perdê-la de novo ainda estava aqui, eu podia sentir. Só que eu não deixaria, não cometerei os mesmos erros. Eu mudei, e fiz isso por causa dela, ela me transformou. E por esse amor sei que faria tudo. Ash e nosso filho eram as minhas razões mais fortes.

Eu queria pegar em sua mão e sair correndo dali o mais rápido possível, mas sabia que as coisas não seriam assim. Precisava consertar coisas na vida dela, afinal, ela estava com outro cara. Só em pensar nisso, eu ficava inquieto, apreensivo e com medo. Mas não, ela não teria vindo até aqui se não tivesse decidida. Mas eu tinha medo, algo dentro de mim insistia em acreditar nisso.

- O que foi, meu filho? – Perguntou a minha mãe.

- Não foi nada, mãe – Ela notara a minha inquietude.

- Algum problema…? – Ash sussurrou em meu ouvido. Mesmo sendo delicada, eu pude sentir o seu desespero.

- Não, não é nada. Só estou nervoso. É só isso. – Menti.

- Eu entendo... – Ela pode soltar o ar, aliviada, ao acariciar a minha nuca, mas sei que, no fundo, ela sabia o que eu estava sentindo.

 


Notas Finais


MEU DEUS!!
É a vez de vocês, me digam o que acharam do capítulo e até o próximo ❤️


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