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História The Ripper - XI - Diário: Parte 01


Escrita por: GHyun

Notas do Autor


aaaaaaa desculpem a demora para atualizar. Confesso que enrolei porque estou empacada com o ultimo capitulo e mudei meus planos para ele... Anteriormente, eu havia dito que os três últimos capítulos seriam do diário do assassino, mas resolvi mudar o ultimo capitulo para o passado SuChen, mostrar como eles se conheceram e tals.... só que também estou um pouco empacada nele por alguns motivos, mas prometo que irei tentar escrevê-lo o mais rápido possível.
E, quanto a terceira parte do diário, que iria mostrar o ponto de vista do assassino durante toda a história, eu ainda não desisti dele.... SE eu conseguir escrevê-lo, ou terminá-lo, irei postar como um capitulo especial. (Quero muito escrevê-lo, mas a inspiração tá foda) Então, não me matem~ ❤

Bem, falando desse capitulo, ele não foi betado pela Nay (Nay, não me mate ❤), então pode ter alguma coisa que eu deixei passar despercebido (li esse diário trocentas vezes e não aguento mais olhar pra ele.).

Avisos sobre o capitulo: Terá palavras e frases que estarão com um risco embaixo, na verdade, era pra ser risco no meio, mas o SS não aceita eles, mas irei explicar o motivo. Esses riscos são rabiscos nas palavras/frases que o Minseok escreveu, e rabiscou por raiva. Vocês podem perceber que eles estão presentes em momentos em que ele está nem ai para a situação, ou em palavras mais amorosas que ele passou a odiar depois, como: "Jack", "amigo" ou "irmão", e assim por diante.

E, outro aviso: Peço para que prestem atenção nas datas porque terá um momento que haverá um salto de 2 anos e meio.


Fora tudo isso, perdão por algum erro e boa leitura~ ❤

Capítulo 11 - XI - Diário: Parte 01


Fanfic / Fanfiction The Ripper - XI - Diário: Parte 01

Diário de Kim Minseok

 Parte 01

 

"13 de Setembro de 1877.

Quando você é completamente apaixonado pela pessoa com quem é casado, você é capaz de fazer de tudo por ela.
Eu era tolo.

Desisti da vida pacata que tinha na vila com Lu Han apenas para poder ter uma vida com minha amada, pretendia construir uma bela família. Ser feliz.
Até que descobri que ela me traía com meu melhor amigo.



Confiança.
Nunca mais confiarei em ninguém.

21 de Março de 1878.

Eles acham que eu ainda não sei de nada e posso sentir que estão começando a ficar mais ousados.
Deixei que levassem a mentira até o máximo para ver do que eram capazes.
Enquanto isso, fico fingindo ser tolo.

18 de Agosto de 1878.

Eles acham que descobri a traição quando os encontrei transando em NOSSA cama.
Fiquei em silêncio enquanto os observava.
Quando ela me percebeu parado na porta, veio implorando por perdão. Ele apenas se desculpou e tentou se justificar.
Continuei em silencio e sai.

20 de Agosto de 1878.

Jack  Jackeline me encontrou em casa e pediu que eu a perdoasse, e me garantiu que não faria novamente.
"Eu te amo, Minseok! Por favor, me perdoe!", ela me disse chorando.
Ela não sabia, mas confiança se tem apenas uma vez e se quebra facilmente.
Fingi que a perdoei e deixei que morasse comigo novamente, mas com uma condição: Era proibida de sair de casa sozinha.
Ela cumpriu o combinado por alguns dias. 

21 de Setembro de 1878.

Apesar de mandar a empregada a acompanhar nas saídas ao mercado, ela ainda se encontrava com ele.
Quando voltavam para casa, fingiam que nada tinha acontecido... Mas elas não sabiam que eu sempre estava por perto.

22 de Setembro de 1878.

Despedi a empregada que a acompanhava nas saídas, mas não disse o motivo.
Deixei que Jack pensasse que eu confiava nela novamente.
Eu tinha um plano.

01 de Janeiro de 1879

Deixei que ela pensasse que me iludia até o ano novo.
Mandei um convite para o meu antigo amigo, amante dela, o convidando para um jantar em minha casa como uma forma de perdoá-lo.
Percebi os olhos de minha mulher brilharem ansiosos quando eu a avisei que ele viria jantar conosco.
Eu tinha um plano em mente e não me arrependeria das consequências.


 

Ele chegou.
Me abraçou como se ainda fôssemos amigos, cumprimentou Jackeline formalmente e entrou como se nada tivesse mudado.


Eu estava com raiva.

Durante o jantar, conversamos pouco.
Não tínhamos mais assuntos em comum para discutir.
Quando terminou de comer, às 21:17 horas, deu um pigarro e começou a falar.
" Minseok, eu vim aqui para pedir o seu perdão. Eu não devia...", pouco ouvi do que ele falava. Não era do meu interesse.
Minha mente não parava de pensar no que eu iria fazer.
Eu estava ansioso... apenas esperando o momento certo.
"Então, me perdoa?"
Levantei o olhar da mesa e olhei primeiro para Jack, em seguida, para ele, e fingi um sorriso amigável.
"Claro.", levantei-me da cadeira e demonstrei que queria abraçá-lo.

Ele se levantou. Idiota.

Aproximei-me dele e o abracei.

"Mentiroso."
Foi a ultima coisa que eu o disse antes de esfaqueá-lo no intestino.
Ele caiu na própria cadeira e ficou ali me olhando com pavor enquanto o sangue começava a escorrer.
Jackeline gritou e eu me senti incomodado pelo som.
Respirei fundo para não acabar com a diversão muito rápido.

Jackeline se levantou rapidamente e sentiu-se tonta.
Eu havia manipulado o vinho que ela bebeu.
Mesmo drogada, conseguiu chegar ao hall da mansão e caiu no carpete vermelho.
"Minseok... por favor..."
Parei na frente dela.
"O quê?", perguntei.
"Por que fez isso?"
Dei um risinho.
"Acha que eu não sei? Você continuava a se encontrar com ele... Eu estava sempre por perto, Jackeline."
"Por favor... não me mate!"
"Vocês que me obrigaram, Jack."
"Minseok! Por favor!"
Agachei-me atrás dela e segurei sua testa com minha mão esquerda e puxei sua cabeça para trás.
"Vocês me obrigaram...", coloquei a faca em seu pescoço. "Você nunca foi minha, Jackeline. Eu sempre fui seu, mas você nunca foi minha."
Ela tentava se debater, mas não conseguia por estar drogada.
Movi meu braço direito e fiz um corte fundo e preciso em seu pescoço.
Ela se engasgou no próprio sangue até morrer.
Fiquei com ela até a senhora Morte a levar e um pouco depois disso.
A larguei no chão com a faca que usei para matá-los e voltei para a sala de jantar.
Sentei-me em meu lugar e peguei o garfo para voltar a comer e só então reparei em minhas mãos sujas de sangue.
Sorri enquanto as observava.
Eu me sentia bem.
Livre.
E não me arrependia.

Às 22 horas, no exato momento em que larguei os talheres no prato ao terminar de comer, Kwang-seok apareceu na sala de jantar.
Ele estava pálido.
Havia visto Jack morta no hall.
Seus olhos se arregalaram ao ver meu amigo morto na cadeira.
"Minseok, o que houve aqui?"
Relaxei na cadeira.
"Eu os matei."
Meu irmão se apoiou na cadeira perto dele. Ele não estava querendo acreditar.
"Você... o quê?", me lembro claramente da voz dele falhar.
"Eu... os... matei.", sorri.
"Por quê?", sentou-se na cadeira.
Inclinei a cabeça para o lado.
"Por quê?", levantei-me. "Eles me traíram. Eles mentiram para mim!", aproximei-me dele e parei atrás da cadeira. Coloquei minhas mãos em seus ombros. "Eles achavam que eu era tolo. Achavam que podiam me enganar."
"Ainda assim..."
"Irá ficar contra mim, irmão?", movi minhas mãos para perto de seu pescoço.

Senti ele ficar tenso.
"Não. Eu entendo seus sentimentos... mas não acho que deveria ter chegado a tal ponto."
"Por quê?", apertei de leve o pescoço.
Ele entendeu o que iria acontecer se ficasse contra mim.
"Porque... você não é assim, Minseok! Você é amável! Se preocupa com as pessoas!"
Resposta errada.
Apertei seu pescoço com mais força.
Ele começou a arranhar meus braços.
Aproximei meu rosto de seu ouvido.
"Esse era o antigo Minseok. O “eu” de agora não confia em ninguém.", apertei mais forte. "Imagina o que passei, irmão. As pessoas cochichavam sobre mim na rua. Riam da minha cara. TODOS SABIAM!"
"Min...", ele tentou me chamar. "Pa...re".
Kwang-seok era a única família que eu tinha.
Eu não queria perdê-lo.
Quando ele parou de resistir, entendi que o fim dele estava chegando e soltei seu pescoço.
Ele respirou fundo e levantou-se rapidamente, me olhando como se eu fosse um monstro.
"Kwang, me desculpe. Eu não queria fazer isso.", ele passou a mão pelo pescoço. "Me desculpe.", comecei a chorar. "Me desculpe, eu surtei. Por favor, irmão, me desculpe."
Kwang respirou fundo.
"Você pensou nas consequências, Minseok?"
"Não..."
"O que irá fazer agora?"
Eu não soube responder imediatamente.
"Podemos escondê-los e dizer que viajaram."
"Acha que irão acreditar? Como você mesmo disse, todos sabiam do que acontecia. Podem desconfiar de você. Não, você será o primeiro suspeito, Minseok."
Sentei-me na cadeira e fiquei pensando no que deveria fazer.
Kwang me observava.
"O que devo fazer?", perguntei.
Ele demorou um pouco para responder.
"Venha comigo, Minseok."
"Para onde?"
"Para um lugar seguro."
Eu não questionei que lugar era esse.




08 de junho de 1881.

Finalmente consegui colocar as mãos nesse diário.
Surpreendo-me de tudo continuar no mesmo lugar nessa mansão.
Até mesmo o carpete vermelho do hall continuava com a mancha de sangue de Jackeline.
Esses dois últimos anos não foram fáceis.
Eu quero encontrar meu irmão e mostrar-lhe do que fui capaz.
Mas, antes, tenho que anotar o que houve nesse tempo em que não escrevi.



Em 01 de Janeiro de 1879, depois do jantar em que matei minha esposa e meu amigo, meu irmão apareceu na minha casa e viu o que eu tinha feito.

Ele prometeu que me levaria para um lugar seguro.

Fui tolo de não ter questionado que lugar era esse.
Eu deveria ter desconfiado.

Ele havia aceitado as coisas muito rápido.
Kwang é meu gêmeo, éramos próximos e eu deveria saber o que ele estava pensando em fazer.


Eu não conseguia ver para onde o cocheiro estava nos levando por causa da cortina que meu irmão insistiu em deixar fechada. Por fim, acabei aproveitando o momento para cochilar.
Quando acordei, percebi que estávamos parados e a porta da carruagem estava aberta do lado do meu irmão.
Estranhei e sai por ela.
Vi Kwang conversando com um homem vestido de branco e me aproximei devagar.
O homem notou que eu estava me aproximando e avisou meu irmão.
Kwang sorriu para mim e abriu os braços como se desejasse as boas-vindas minha no lugar.
Parei de me aproximar e, desconfiado, comecei a observar.
Um prédio grande cercado por muros altos e alguns seguranças.
Logo entendi onde eu estava.
"Kwang...", olhei para ele.
"Desculpe, Minseok.", ele aproximou-se. "Mas é para a sua própria segurança."
Neguei com a cabeça e comecei a correr.
Kwang conseguiu me segurar e comecei a me debater para tentar escapar dele.
Os seguranças vieram e me imobilizaram no chão.
"Kwang! Kwang, por quê? Está havendo algum engano!"
Ele agachou-se na minha frente.
"Não há engano algum, Minseok."
Ele fez sinal para que me levassem.
Quando passamos pelo portão e ele se fechou, consegui me agarrar em suas grades.
"KWANG!", gritei. Ele se aproximava. Os guardas tentavam me puxar, mas eu não soltava do portão. "Kwang, não me deixe aqui!"
Kwang parou de frente a mim e me olhava com um olhar triste.
"Minseok, não torne isso mais difícil do que já é."
"Então, não me deixe aqui!"
"Não tenho escolhas."
"Por que...?"
"Ainda não percebeu?", franzi o rosto. "Você enlouqueceu, Minseok."
Os guardas me puxaram e por um segundo senti a grade escapar de minhas mãos.
"NÃO! NÃO, KWANG!", segurei a grade com tanta força que meus dedos começaram a doer. "EU NÃO SOU LOUCO!"
"Você não matou apenas sua esposa e seu melhor amigo, Minseok.", eu não entendi o que ele quis dizer, e ele percebeu. "Você também matou um inocente. Você matou o seu próprio filho, Minseok."
Aquilo foi um choque para mim.
Parei de me debater e soltei do portão.
O homem com quem Kwangseok estava conversando anteriormente aproximou-se com um pano e colocou no meu nariz e boca.
Não demorou muito para eu perder a consciência enquanto era arrastado para dentro do prédio.
Só me lembro de ver Kwangseok permanecer parado ao portão enquanto eu era levado pelos guardas.


Uma semana depois, Kwangseok foi me visitar.
A visita foi breve, ele me deu a noticia de que Lu Han havia morrido em um acidente com a carruagem antes de tocar no assunto que tanto ansiávamos.
"Jackeline estava grávida."
"O filho não era meu."
"Sim, era."
"Como sabes?"
"Ela havia me contado."
"Ela mentiu."
"Não. Ela não mentiria sobre isso. A barriga estava começando a aparecer, não sei como não notou."
"Eu estava mais preocupado com outra coisa, irmão."
"Por que fez isso, Minseok?"
"Vingança.", levantei os ombros. "Queria que pagassem pelo o que fizeram."
"Esse não é você, Minseok."
O encarei nos olhos.
"Como eu disse antes, eu mudei."

"E valeu a pena? " Kwangseok levantou-se e, na mesmo hora, um homem entrou. "Você irá ficar aqui, irmão."
"Por quanto tempo?"
"Não sei. Quanto tempo você acha que precisas?". Fiquei em silêncio. "Esse é o doutor Zhang Yixing. Ele irá curar você, Minseok."

Zhang era o homem de branco com quem meu irmão conversava no dia que me trouxe.
"Eu não preciso ser curado."
Kwang não respondeu.
"Tenho que ir, irmão. Fique bem."
Ironia ou não, não tinha como eu ficar bem naquele lugar.
"Desculpe por não me apresentar antes, senhor Kim..."
Eu não me importo com o que ele disse naquele dia.

Eu só tinha uma coisa em mente: sair daquele lugar.

Enquanto eu não descobria o que tinha que fazer para sair daquele lugar, tinha que aguentar as torturas os "exames" que eles faziam.
Eu ficava isolado em um cômodo onde não tinha nada, nem mesmo uma esteira de palha para dormir.


No primeiro mês, eu recebia a comida e podia ir ao banheiro no máximo quatro vezes por dia. Se eu tivesse vontade e o limite estivesse esgotado, teria de aguentar ou fazer ali mesmo.
Depois do primeiro mês, Zhang deixou que eu fizesse as refeições na cantina com outros pacientes. Uma semana depois, aumentou o número de idas ao banheiro.
Vendo que eu não representava ameaça, dias depois me mudaram de lugar. Passei a dividir um cômodo com outro paciente, pelo menos nesse quarto tinha uma janela protegida por grades grossas de ferro e camas fixas nas paredes com finos colchões. As idas ao banheiro também eram limitadas.
Quando completou dois meses que eu estava naquele lugar, cometi um erro e conheci o Inferno.
Eu estava surtando por ficar naquele lugar, queria ir embora e daria um jeito.
Eu tinha planejado uma fuga.
Iria dar certo.
TINHA QUE DAR CERTO!
Usei meu colega de quarto cela como distração.
Eu havia pego a colher do almoço e usei o fato de nosso uniforme roupa terem as mangas compridas e a escondi. Em um momento de distração do paciente ao meu lado, peguei a sua colher pouco antes de nos levantarmos e sairmos da cantina, e coloquei no meu prato para que não suspeitassem de mim.
Eu e meu colega de cela éramos os últimos da fila.
Esperei que chegássemos até um corredor que seria útil na minha fuga e ataquei meu colega de cela.
Deixei a colher escorregar pela manga e o ataquei no ouvido com o cabo dela. A colher atingiu o tímpano e entortou, mas pelo menos fez seu trabalho.
O homem gritou e logo foi ao chão.
Ele não morreria... era o que eu achava.
Os poucos guardas vieram em nossa direção.
Eu corri pelo corredor que usaria na fuga.

Alguns guardas me perseguiam.
Consegui enxergar o portão que iria me libertar... e, então, aconteceu o que eu não tinha previsto.
Eu não me lembrava de ter um guarda do lado de fora que protegia o portão e ele me viu, e atirou.
Por pouco o disparo não me acertou, mas me atrasou consideravelmente.
Dois cães surgiram não sei de onde e me atacaram.
O guarda do portão havia chamado por reforço e eles chegaram.
Eu estava no chão, sendo mordido pelos cães até serem ordenados que parassem, algo que demorou.
Os guardas me pegaram e me levaram para a enfermaria.
Ainda me lembro do rosto da enfermeira.
Fui liberado da enfermaria dois dias depois.

Na noite em que fui levado de volta para o isolamento, Zhang veio me ver.
Ele não tinha medo de mim, talvez porque eu estava preso naquela roupa horrível, e sentou-se no chão na minha frente.
"Você foi ousado, senhor Kim.", ele percebeu que eu ficaria em silencio. "Planejar uma fuga e matar seu colega de quarto."
Dei um risinho.
"Quarto? E ele não morreu."
"Aqui gostamos de chamar de quarto, senhor Kim, já que não há grades. E seu colega morreu, sim."
"Isso não passa de celas!"
"Está mais interessado em como se chama esse lugar do que com o que fez com seu colega?"
"É você quem está dizendo."
"O senhor Choi morreu por perda de sangue, senhor Kim. Se ele tivesse sobrevivido, ficaria surdo. Para atacá-lo naquele local, você teria de ter conhecimento em medicina... você tem?"
"Achei que meu irmão tivesse contado tudo sobre mim.", ele ficou em silencio. "Fomos adotados por um médico quando criança e aprendi com ele tudo que sei.", dei um sorriso de lado.
"Qual é o nome dele?"
Cuspi em seu rosto.
"Vai se ferrar!"
Zhang calmamente limpou o rosto e respirou fundo.
"Eu realmente queria te ajudar, senhor Kim, mas você não me dá outra escolha."
Inclinei-me para frente e nos encaramos.
"Eu não preciso ser ajudado!"
Zhang fez sinal para os guardas do lado de fora e eles entraram para me pegar.
Quando percebi, já estava sendo amarrado em uma cadeira.
Eu não sabia o que ia acontecer.
E foi então que conheci o Inferno.
Por ter tentado fugir e ter matado meu colega de quarto, fui punido com a terapia de choque.

Eles acreditavam que a pessoa poderia mudar se recebesse boas doses de choques.
Até hoje não entendo essa lógica deles, eu não mudei... só fiquei com mais raiva.

 


Enquanto eu não descobria o modo de sair daquele lugar, me deixei levar pela raiva e fui punido incontáveis vezes.
Depois de algumas sessões de choque, acabei me acostumando com a dor e ria da cara de Zhang.
Me lembro de sua face tomado de pavor.
Eu poderia ter morrido naquelas sessões, ou até mesmo enquanto comia ou dormia, mas o que me mantinha vivo era pensar que um dia sairia dali e me vingaria de meu irmão e daquele maldito médico.

 


Quando completei um ano naquele lugar, entendi que havia sido esquecido pelo mundo. Meu irmão já não me visitava mais, na verdade, ele me visitou apenas duas vezes.
Mas não me importei com isso, eu tinha que ocupar minha mente com a ideia de permanecer vivo e me vingar.

Certo dia, não sei o que deu em um guarda que me escoltava até meu isolamento depois de comer, que ele me atacou.
Acredito que ele tenha tentado se aproveitar de minha vulnerabilidade e tentou abusar de mim.
O azar dele foi que eu não estava com a camisa de força.
Aproveitei um momento de distração dele enquanto me fodia e peguei o cinto de sua calça largada no chão.
Rapidamente enrolei o cinto em seu pescoço e apertei com força.
Ele tentou me enforcar com as mãos, mas como já estava ficando sem ar, tentou afrouxar o cinto e me arranhou na tentativa falha de me fazer soltar.
Os machucados que ele me fazia no braço e rosto não eram nada comparados aos choques que eu levava todo mês.
Um guarda apareceu minutos depois e me viu no canto e o colega morto no chão. Ele trancou o quarto para que eu não fugisse e, minutos depois, voltou com mais guardas e o doutor.
Zhang observou o lugar antes de sentar-se de frente pra mim.
"Por que você o matou?"
"Ele me atacou."
Ele segurou meu rosto e analisou os machucados, fez o mesmo com meus braços.
"Por quê?"
"Não sei. Talvez ele seja o louco."
Zhang me encarou por um momento.
"Por que devo acreditar em você?"
"Se eu o quisesse morto, já teria o matado em outra ocasião. Ele estava se aproveitando da minha vulnerabilidade e eu me defendi."
"Nós dois sabemos que você não está vulnerável, não é?", percebi que os guardas ficaram tensos. "Após matá-lo, você poderia ter fugido, mas não o fez. Irei acreditar em você, senhor Kim, até mesmo este lugar está a seu favor. Por favor, levante-se e vista a calça.", fiz o que ele mandou. Zhang também se levantou. "Venha, irei te levar para a enfermaria e você tomará um banho antes de voltar.", Yixing passou o braço pelos meus ombros e me levou para a enfermaria.
Fora o doutor Zhang quem cuidou dos meus ferimentos e me acompanhou no banho, e até a minha volta para o isolamento.



Foi em 05 de Junho de 1880 que descobri o que tinha que fazer para sair daquele lugar.
Ou eu morria, ou fingia ter sido curado.
Aos poucos, fui demonstrando que estava ficando mais calmo e até mesmo fui levado para um quarto compartilhado. Mas, no outro dia, a pessoa foi trocada de quarto e fiquei sozinho, pelo menos eu tinha uma janela.
Depois de alguns dias, pude ir passar a tarde do lado de fora do prédio, no extenso gramado da propriedade do manicômio. Apenas os bons pacientes podiam ir para lá.
Porém, para não levantar suspeitas do meu comportamento,  eu ainda me rebelava um pouco e fui duas vezes para a sessão de choque. Depois disso, demonstrei ter virado o antigo Minseok.

 


Em 06 de junho de 1881, o doutor Zhang me chamou para sua sala e fui escoltado para lá.
Ele me deu a noticia que eu apresentava as mudanças que ele queria e que com isso eu havia me curado da loucura.
Fingi ficar contente e ele me disse que eu poderia ir embora no dia seguinte.
Fingi estar ansioso.

No dia 07, realmente fui liberado.
Zhang queria que Kwang fosse me buscar, mas eu disse que não precisava.


 


E, agora, aqui nessa mansão, posso dizer que não fui curado.
Eu apenas entrei no jogo e atuei.

Irei deixar para fazer a visita para meu irmão em breve.
Quero planejar a minha vingança e descansar enquanto não coloco meu plano em prática.

 



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