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História The Ripper - IX


Escrita por: GHyun

Notas do Autor


E, aqui estamos no penúltimo capitulo da história, sos.

Juro que tentei deixar mais sentimental, mas não consegui -q /sinto que irão me matar, mas de boas.

Boa leitura, peguem os lencinhos.......e não me matem. <3

Capítulo 9 - IX


Fanfic / Fanfiction The Ripper - IX

Uma semana havia se passado desde a morte de Kim Minseok.

Junmyeon estava uma pilha de nervos por causa do que tinha acontecido com o amigo e, para piorar, alguém havia matado o médico – que também considerava um amigo – e sumiu com o corpo de Minseok.

Por outro lado, as suspeitas em cima de Jongdae acabaram quando descobriram o que havia acontecido com Jongin.

Junmyeon temia que houvesse um novo assassino na cidade, já que notou que a forma de matar era completamente diferente do assassino que estavam procurando há meses.

A equipe estava apreensiva, sabiam que a próxima vitima seria uma mulher, porém, até aquele momento, não descobriram quem poderia ser.

"Pode ser qualquer uma. Ele pode mudar de ideia e matar qualquer um. Uma mulher, um homem... até mesmo uma criança.", pensava Junmyeon.

 

Jongdae fechou o livro que estava lendo e olhou para o parceiro deitado no sofá, que se virava de um lado pro outro. Junmyeon havia deitado para tentar tirar um cochilo, mas sua mente não parava um segundo de trabalhar e o impedia de relaxar.

— Não consegue dormir?

Junmyeon suspirou e olhou para ele.

— Não, minha mente está uma bagunça.

— Quer conversar?

O mais velho sentou-se e respirou fundo.

— Eu estava pensando: por que todos de quem eu gosto, me deixam? Minseok e Jongin eram meus amigos e... já não estão mais aqui.

— Não diga besteira, Jun. Você ainda tem amigos em Siheung. Você tem a mim aqui.

— Eu sei, mas... eles estão longe e... você não irá me deixar, não é?

Jongdae deu um risinho e levantou-se da poltrona para sentar ao seu lado, e abraçou seus ombros.

— Não, Jun, não irei lhe deixar.

— Promete?

— Prometo. Por acaso já lhe deixei alguma vez, até mesmo depois do que fez?

Junmyeon segurou uma das mãos do mais novo.

— Eu te amo, Dae. — ficou em silêncio por um momento e ouviu a resposta dele. — Eu... eu não sei porque fiquei abalado com o que houve semana passada.

— Minseok era seu amigo... e... chegaram a ser mais íntimos que isso, então... seria natural você estar abalado. E Jongin nos ajudou bastante.

— Você deve me odiar.

Jongdae suspirou e apoiou o queixo em seu ombro.

— Jun, eu não o odeio. — virou o rosto do detetive para si e deu-lhe um selinho. — Eu escolhi te amar, e não te odiar.

Antes que Junmyeon pudesse responder, ouviram uma batida na porta. Ouviram a voz de Sehun e outra batida.

Jongdae levantou-se e abriu a porta, deu espaço para o policial entrar, mas Sehun permaneceu do lado de fora.

— Ainda bem que estão aqui! — Sehun disparou, desesperado. — Sei que é dia de folga de vocês, mas precisamos desesperadamente de vocês na praça! Agora!

— O que houve? — Jongdae perguntou, vendo o desespero e a palidez do colega.

— O assassino... está com uma refém e está chamando por vocês.

Junmyeon rapidamente levantou-se do sofá e pegou seu casaco e o de Jongdae.

— Vamos. — disse, entregando o casaco para Jongdae.

Jongdae pegou o casaco e o vestiu, e trancou a porta após sair.

 

 

Quando chegaram na praça, viram as pessoas sendo contidas pelos policiais e não viram nada suspeito por perto.

Ao chegarem onde os policiais estavam concentrados, Junmyeon logo perguntou onde estava o assassino e olhou para onde apontaram.

— Você é o único que ele deixa aproximar do prédio. Ele ameaçou jogá-la caso alguém tentasse algo. — Sehun informou e entregou uma arma para cada um.

O detetive saiu do limite da praça e ficou no meio da rua, em frente ao prédio. A construção tinha três andares, não seria difícil de ouvi-lo ou capturá-lo.

— Estou aqui! — falou alto.

Não demorou muito para que o assassino aparecesse na beirada do prédio com a mulher sendo segurada do seu lado.

— Você chegou mais rápido do que eu esperava. Fico feliz em lhe ver novamente, detetive.

Junmyeon planejava descobrir a identidade do assassino, mas sentiu-se decepcionado ao ver que ele usava máscara.

— O que quer?

O assassino deu um risinho que não pôde ser ouvido pelo mais novo, mas fez a vítima soltar um baixo gemido de medo.

— O que quero? Não é assim que se começa uma boa conversa, detetive. Se quiser salvar essa moça, terá de ser bonzinho. — olhou para a multidão e viu Jongdae. — Oh! Jongdae! Aproxime-se, aproxime-se! — viu o citado se aproximar e parar ao lado do detetive. — Sabe, desculpe pelo dedo, mas... você meio que mereceu. — percebeu que havia irritado Junmyeon. Já Jongdae parecia tranquilo. — Então... sou uma pessoa que lê o jornal toda manhã... sinto muito pelo seu amigo... qual é mesmo o nome dele? Kim... Kim Jongin? Não, não, esse era o médico. Kim...

— Minseok! — Junmyeon respondeu, irritado. — Kim Minseok!

— Isso! Kim Minseok! Uma pena. Mas foi prazeroso matá-lo. Entre ele e Zhang, Minseok foi o mais prazeroso. Ah, como foi.

Junmyeon avançou, completamente irritado com as provocações, e foi impedido por Jongdae, que sabia que era isso que o assassino queria.

— Jun, não! Você está jogando o jogo dele!

— Isso, Jun! Vai continuar sendo o cachorrinho dele até quando? Não achou estranho dessa mulher estar quieta? Bem, ela entendeu as minhas regras e sabe que se não me obedecer, irá morrer. Então... quais são suas regras? Prometeram que iriam amar um ao outro pelo resto da vida? — deu uma gargalhada. — Nada é eterno, detetive! Acho que você deve concordar comigo, não? Claro que concorda, caso contrário, não teria feito sexo com Minseok!

— CALE A BOCA!

Junmyeon não sabia como ele tinha essas informações, mas sabia que queria se vingar de tudo o que ele havia feito. Se soltou de Jongdae e avançou para dentro do prédio apesar dos avisos do mais novo. Iria descobrir um meio de chegar ao telhado para capturá-lo.

Porém, quando atravessou a porta de entrada, ouviu um grito da multidão e, logo em seguida, um barulho de algo atingido o chão.

Rapidamente deduziu o que seria e respirou fundo antes de se virar para ver o corpo da mulher estirado ao chão.

— É ISSO O QUE ACONTECE QUANDO NÃO SEGUE AS MINHAS REGRAS, DETETIVE!

Junmyeon deu as costas para a vítima e correu para as escadas.

Ao chegar no último andar, aproximou-se de uma das janelas e viu, no prédio ao lado, a sombra do assassino se mover para o fundo do prédio. Seguiu a sombra até ela parar quando chegou na ultima janela do andar.

Vendo que a sombra não se mexia muito, se questionou como ele fugiria e debruçou-se na janela para tentar vê-lo, ou como subiria. Porém, não precisou se esforçar muito, já que deparou-se com o assassino descendo pela calha ao lado da janela.

— Olá, detetive.

Junmyeon tentou agarrá-lo, mas o facínora escorregou pela calha a tempo de não ser pego.

Irritado, Junmyeon correu de volta para a rua e fez sinal para que Sehun fosse pelo outro beco estreito do lado do prédio, e ele iria pelo beco onde o assassino havia descido. Olhou em volta para ver se via Jongdae, mas não o encontrou.

O prédio que o assassino estava era cercado por três becos: dois laterais e um atrás. E Sehun foi pelo beco da esquerda para cercar o assassino por trás. Atrás dos prédios, havia uma rua não muito movimentada e, para separar a rua e o beco, tinha uma cerca de madeira com várias falhas.

Junmyeon correu para o beco da direita, que o assassino havia descido pela calha, e sentiu o coração querer sair pela boca ao ver Jongdae de refém.

— Solte ele. — Junmyeon pediu sem levantar a voz.

— Solte a arma. — o assassino pediu no mesmo tom. Junmyeon deixou a arma no chão. — Chute para cá. — viu o detetive fazer o que mandou. — Ótimo, mas não irei soltá-lo.

— Quem é você?

O assassino deu um risinho.

— Logo saberá. — esperou ansioso pela próxima pergunta.

— Eu o conheço?

— Sim.

— Foi você quem matou o doutor Kim?

— Não.

— Por que eu iria acreditar em você?

— Esperto. Não fui eu quem matou o doutor Kim. Eu queria brincar com ele antes de matá-lo, mas quem o matou foi bondoso.

— Bondoso? Ele teve o pescoço quebrado!

— E tem forma mais rápida de morrer? Eu preciso brincar com minhas vítimas, gosto de fazê-las sofrer.

— Aquela lista na última carta... agora eu a entendo. Primeiro Minseok, agora a mulher...

— Oh. Então sabe que fim isso terá. O seu amado é o próximo.

— Não o machuque, por favor. Deixe-o ir e me leve.

O assassino fez um estalido com a língua.

— Desculpe, não posso. Não achas estranho dele não estar reagindo? — viu o detetive se mexer desconfortado. — Ele sabe das minhas regras. As aprendeu no dia que arranquei seu dedo.

Junmyeon percebeu que Sehun estava por perto e fez "não" com o dedo, sem que o assassino percebesse, para que ele não fizesse nada. Jongdae era acostumado com os sinais do parceiro e disse "não" movendo os lábios, silencioso.

— Ei, por favor! Por favor, não faça nada com ele. — Junmyeon pediu para chamar a atenção do assassino para si ao vê-lo querer olhar para o lado.

— Não planejo fazer nada. — ouviu o barulho do passo de Sehun e continuou falando como se nada tivesse acontecido. — Mas, se você tentar algo, irei matá-lo.

O assassino começou a mover calmamente um dos braços para baixo.

— Não pretendo fazer nada. Só quero que você solte o Jongdae. — sabia que o assassino não acreditava em si. Viu-o mover o braço para a cintura de Jongdae e percebeu o que ele faria. — SEHUN, NÃO! FUJA!

O assassino pegou a arma de Jongdae e, com perfeição, acertou uma bala na testa de Sehun. Percebendo que o detetive avançava, apontou a arma para ele e, em seguida, para Jongdae.

— Você sabe o que farei se aproximar mais. Lembre-se, ele é o próximo da lista.

O assassino começou a recuar com Jongdae e passou por uma falha grande o bastante para que eles pudessem passar sem problemas pela cerca.

Quando sumiram de vista, Junmyeon correu atrás deles e, quando chegou na rua, viu o assassino terminar de subir na carruagem e jogar a máscara para fora da janela.

Junmyeon sabia que não podia fazer nada e só observou a carruagem se distanciar rapidamente. Pegou a máscara do chão e voltou para onde o corpo de Sehun estava.

 

 

Ao ir para o departamento no mesmo dia, Junmyeon percebeu os olhares dos colegas para si. Sabia que estavam julgando-o por ter se relacionado de maneira imprópria com Minseok, e alguns ainda não sabiam de seu relacionamento com Jongdae.

Porém, o que lhe deixava com a consciência pesada era o fato de ter perdido um colega de trabalho diante de seus olhos sem poder fazer nada.

Assim que terminou o relatório para o chefe, Junmyeon pegou seu casaco e voltou para casa.

Procurou pela chave da porta nos bolsos e percebeu que não estava com ela. Jongdae havia trancado a porta, então ele estava com a chave.

Conseguiu arrombar a porta depois de algumas tentativas e entrou, fechando-a atrás de si, e deslizou para chão. Começou a chorar ao pensar que Jongdae estava com o assassino e que não podia nem imaginar o que poderia estar acontecendo com ele naquele momento.

Junmyeon realmente amava Jongdae, e tinha medo de que ele fosse machucado novamente.

 

 

No dia seguinte, o chefe da polícia bateu na porta da casa de Junmyeon e a empurrou ao ver que estava aberta. A porta bateu em algo e a empurrou com mais força até que pudesse passar a cabeça para ver o que a estava impedindo de abrir.

— Junmyeon! Junmyeon, acorde!

Junmyeon resmungou e, preguiçosamente, sentou-se.

— Senhor? O que faz aqui?

— Vim lhe entregar algo que chegou para você no departamento.

Junmyeon levantou-se e terminou de abrir a porta para que seu chefe entrasse. Quando ele entrou, deu-lhe as costas e foi até o decantador pegar uma taça de vinho.

— O que é? Quer? — ofereceu o vinho.

— Não, obrigado. Chegou uma carta para você.

— De quem?

— Sem nome.

Junmyeon logo soube de quem era. Pegou a carta com certa pressa, e sentou-se no sofá para ler.



"Olá, detetive.

Serei rápido.
Amanhã, ao anoitecer, estarei a sua espera na casa onde nos encontramos ontem.
Vá sozinho.

Estarei lhe esperando."

 

 

— Que horas são? — Junmyeon perguntou.

— Meio-dia. A carta era do assassino?

— Não. — mentiu. — É de um amigo, não sei porque ele mandou no trabalho.

— Hum. Bem, irei almoçar, quer me acompanhar?

— Não, obrigado.

— Descanse por hoje, você está com a aparência horrível.

— Obrigado.

Junmyeon arrumou seu almoço após o chefe ir embora.

Passou o resto do dia ansioso com o que estava escrito na carta, queria que a noite seguinte chegasse logo para que pudesse se vingar do assassino por ter feito mal à Jongdae e as outras vítimas.

 

 

No dia seguinte, acordou cedo para o trabalho, na verdade, mal conseguira dormir.

Passou o dia todo calado, não falou com ninguém e ninguém foi falar com ele. Junmyeon sabia que estava sendo evitado pelo o que acontecera com Minseok, Sehun e Jongdae, mas não se importava com isso, só queria chegar no trabalho, no dia seguinte, com a cabeça do assassino.

 

Em casa, Junmyeon contava os minutos para o sol dar lugar a lua para poder ir encontrar seu inimigo. Trocara de roupa e arrumou a arma que tinha.

Quando a lua tomou conta do céu e os postes começaram a ser acesos, Junmyeon saiu de casa e caminhou até a praça.
Olhou em volta para ver se não tinha ninguém ou algo estranho e, quando o número de pessoas diminuiu ali, caminhou até a casa e entrou.

O lugar estava um breu e só dava para ouvir sua respiração. Por um momento, se perguntou se realmente havia alguém na casa.

Junmyeon tateou o ar em busca de uma mesa ou algo sólido. Encontrou uma mesa e achou uma lamparina, do qual demorou um pouco para conseguir acender.

Ao andar alguns passos para o interior do hall de entrada, o local se iluminou por completo.

— Aqui tem iluminação a gás. Interessante, não?

Junmyeon olhou em volta para ver de onde vinha a voz e viu a silhueta parada na escada.

— Quem é você?

— Por que quer tanto saber?

— Se chegamos até aqui, tenho direito de saber.

— Ainda não. Ainda tem algumas surpresas por vir.

Junmyeon sabia que conhecia aquela voz de algum lugar, mas a máscara a abafava e dificultava sua percepção.

— Posso deduzir que não irá se entregar facilmente, hum?

O assassino levantou as mãos.

— Desculpe. Tenho ordens.

Junmyeon achou estranho o que ele havia dito, mas não se importou. Pegou a arma e apontou para ele.

— Onde está Jongdae? — não houve resposta. — Eu perguntei: onde está o Jongdae? — repetiu, pausadamente.

— Mais perto do que imagina. — respondeu depois de um tempo.

— Se você fez alguma coisa com ele...

— Não. Não fiz. Se o quer, venha pegar.

Junmyeon atirou quando o assassino subiu correndo o resto da escada, e o seguiu.

No andar de cima, agradeceu aos céus por não ter deixado a lamparina para trás, o lugar estava escuro.

Sabia que seria alvo fácil enquanto estivesse com a fonte de luz, mas sem ela não enxergaria nada.

Cuidadosamente — da melhor maneira que conseguia —, procurou pelo assassino e o encontrou em uma sala que parecia ser uma biblioteca.

— Se você se mexer, irei atirar.

O assassino virou-se com as mãos para cima.

— Não pretendo sair daqui.

— Onde... está... Jongdae?

— Ainda não entendeu?

— O quê?

— Ok. Irei lhe dar uma chance. Prometo que irei ficar aqui, me comportar como um bom garoto, e você vai procurar por ele.

— Por que eu deveria confiar em você?

— Porque você me conhece. E eu não tenho planos de sair vivo daqui.

— Não...

— Pense: Se Jongdae estiver aqui e você não procurou por ele, irá perdê-lo para sempre. Estou lhe dando uma chance de encontrá-lo e ficar com ele pelo resto de suas vidas.

— Onde ele está?

— Vá procurar!

Junmyeon sabia que não deveria confiar em um assassino, mas não tinha opções melhores. Relutante, recuou aos poucos sem tirá-lo da mira até chegar na porta.

Durante os próximos minutos, procurou por Jongdae pela casa inteira e não o encontrou. Voltou irritado para a biblioteca e encontrou o assassino no mesmo lugar.

— ONDE... ELE... ESTÁ?

— Pense.

— PENSAR? — o assassino percebeu que Junmyeon havia perdido a paciência e poderia atirar a qualquer momento, e sabia que devia sair dali. — VOCÊ... VAI PENSAR... NO INFERNO!

Junmyeon atirou e acertou a estante de livros atrás de onde o homem estava. Por sorte, o mascarado conseguiu correr a tempo de ser atingido.

— Escute! Você não vai querer isso! Você NÃO QUER me matar!

O assassino corria em círculos na sala tentando escapar da mira da arma.

— NÃO QUERO TE MATAR? ORA, VOCÊ MATOU DEZENAS! É CLARO QUE EU QUERO TE MATAR!

— NÃO! VOCÊ NÃO ESTÁ ENTENDENDO! ME ESCUTE, JUNMYEON!

— NUNCA!

— VOCÊ SEMPRE ME ESCUTOU! EU SOU... — Junmyeon atirou e acertou a perna direita dele. — QUEM... — virou-se de frente ao detetive e foi atingido no peito por outra bala. — está... — caiu de joelhos. — procurando.

Junmyeon observou o corpo alheio desabar no chão e só então percebeu o que estava acontecendo.

O assassino não estava tentando fugir dele, estava dando pistas de onde estava Jongdae. Ele o conhecia e falava como se fossem próximos... e o que ele dizia enquanto era ferido, fez Junmyeon perceber quem realmente ele era.

O detetive aproximou-se e agachou-se ao seu lado, e, receoso, retirou a máscara.

Sem que pudesse controlar, as lágrimas começaram a escorrer por seu rosto.

— Jongdae... por quê?

Colocou a lamparina e a arma no chão.

— Desculpe. — sentiu seu rosto ser acariciado. Sentia-se aliviado por não estar mais usando aquela máscara sufocante. — Ele estava olhando... eu não podia... — puxou o ar para os pulmões.

— Não fale. Eu... se eu soubesse... eu... me desculpe... me desculpe... vamos sair daqui, procurar um médico...

Jongdae segurou-lhe a mão e a acariciou com o dedo.

— Não. Você tem que me ouvir... meu fim é aqui, Jun.

— Não diga besteira! Iremos achar um médico...

— Calado! Eu sabia quem ele... eles eram desde o dia que arrancaram meu dedo. Eu menti para você. Eu não podia contar senão você iria correr perigo. — fez uma breve pausa para respirar. — Eu tentei te proteger, mas não consegui. Ele ficou tão obcecado por você... mas você... nós somos apenas peões no jogo dele. Não descobri o que ele quer... — começou a respirar com dificuldade. — Jun... você ainda tem uma chance. Jogue o jogo dele, mas tenha cuidado... ele é louco!

— Quem é ele?

Jongdae balançou a cabeça em negativo.

— Não posso dizer. Ele está olhando... está próximo. Posso pedir uma coisa?

— O que quiser.

— Me dê um último beijo.

Junmyeon deu um soluço por causa do choro e sorriu.

— Claro.

Delicadamente, selou seus lábios ao do amado e desejou que aquele momento parasse ali, que nada mais acontecesse.

Jongdae segurou e observou o rosto do detetive, desejava ter mais forças para dizer-lhe que o amava, mas sabia que conseguiria dizer apenas uma coisa. Deu-lhe um beijo na testa e aproximou os lábios de seu ouvido.

— Fuja. — sussurrou para que o assassino não ouvisse.

Junmyeon sentiu as mãos de Jongdae deslizarem por seu rosto e o viu fechar os olhos lentamente, uma dor tomou conta de seu peito.

 

O silêncio tomou conta do lugar e, vez ou outra, podia-se ouvir os soluços do choro do detetive que insistiam em escapar.

No momento em que estava chorando contra o peito de Jongdae, Junmyeon ouviu o barulho de algo rolar pelo chão, mas não deu atenção até sentir alguma coisa bater em sua perna.

Estranhando, pegou a lamparina ao seu lado e iluminou o que tinha batido em si. Ao ver um órgão preservado em um pote de vidro, sentiu algo entalar em sua garganta.

Ouviu outro barulho semelhante ao do pote de vidro rolando no chão e iluminou mais adiante. Outro pote de vidro com algo dentro parou de rolar ao bater em Jongdae. Em seguida, outro pote e outro e outro...

O detetive pôde contar pelo menos dez potes de vidros com órgãos humanos dentro.

— Lindo, não? — o verdadeiro assassino perguntou ao ver a cara de pânico do detetive. — Queria que você visse a sua cara agora. Está surpreso pelos presentes ou por eu estar aqui esse tempo todo?

— Onde você está?

O assassino suspirou e deixou a taça de vinho na mesinha ao lado da poltrona em que estava sentado. Levantou-se e aproximou-se do detetive, ainda ficando nas sombras.

— Eu sempre estive por perto... e ao mesmo tempo longe. É incrível como as pessoas podem ser enganadas facilmente. Os humanos costumam confiar rapidamente em seus colegas de trabalho, amigos, familiares... — aproximou-se mais um passo. — Ainda não reconheceu a minha voz, Junmyeon?

— E eu deveria? — Levantou a lamparina para que iluminasse melhor, e viu a figura parada em sua frente.

— Oh! E como deveria! A máscara deve estar atrapalhando, não? — suspirou. — Bem, deixe-me lhe ajudar. — levou a mão até a base da máscara e a puxou para cima. Balançou a cabeça para que a franja saísse de frente dos olhos e olhou para o detetive. — Olá, Jun. — sorriu, docemente, vendo o homem empalidecer.

                                        

....


"O sorriso era ácido e sarcástico
O olhar malicioso
A expressão maleficente
A luz fulminava como o inferno.
Era macabra
Era uma obra de arte abstrata."

— 1919: O gato de Neville.
 



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