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História The Rotten Joke - Face to Face with the Devil


Escrita por: sralgersea

Capítulo 3 - Face to Face with the Devil


Fanfic / Fanfiction The Rotten Joke - Face to Face with the Devil

A ansiedade e o medo tomavam conta do corpo de Harleen, a possibilidade de ter feito algo errado e ser demitida ou rebaixada novamente para seu antigo cargo atormentava sua mente. Ela havia evoluído tanto em tão pouco tempo, havia trabalhado e se dedicado muito para isso, não queria perder suas tão desejadas conquistas.

Depois de ficar alguns segundos em silêncio, Sr. Arkham suspira e finalmente se vira para a doutora em pé ao seu lado, que alternava seu peso de uma perna para outra, em uma tentativa falha de controlar seu nervosismo.

- Doutora Quinzel, vou tentar ser direto. Como você provavelmente deve saber, o homem mais procurado de Gotham, Joker, foi capturado pelo morcego e está sob supervisão e "cuidados" de Arkham - o diretor diz e se senta em sua enorme cadeira, apontando para Harleen se sentar à sua frente - Sabemos que é um homem complicado, duvidamos muito de que ele tenha salvação, mas é nossa função tentarmos ao máximo que conseguirmos. Até lobotomia já pensamos em fazer, mas ele conseguiu se safar, de uma maneira horrível, é claro - Sr. Arkham dá um longo e profundo suspiro ao se lembrar do inferno causado pelo palhaço ao descobrir o plano doloroso que o diretor tinha para seu futuro, Harleen ouvia tudo com muita atenção, não entendendo o que ela tinha a ver com isso - Sem muitas opções, o que nos resta é oferecermos a ele medicamentos, punições e terapia três vezes por semana com um psiquiatra. Hoje mesmo, um pouco antes de avisar a senhorita de sua nova paciente, Dr. Thompson foi informado que teria sido convocado para a missão de cuidar do maníaco de cabelos verdes, e ambicioso do jeito que é, aceitou sem pensar duas vezes, com muito medo e receio, mas aceitou. Logo em sua primeira consulta, Luke e Coringa não se deram bem, eles ficaram 20 minutos juntos pacificamente, porém, enquanto Thompson tentava manter um diálogo sério com o criminoso, o mesmo o respondia com respostas sarcásticas e sem sentido do qual o doutor não conseguiu reagir de uma maneira que agradou ao paciente, o fazendo, não sabemos como, atacar o doutor enfiando sua caneta no olho direito do mesmo - a doutora não conseguiu conter a feição espantada ao ouvir tais palavras do diretor. Perfurar o olho do doutor? Logo na primeira seção?  - Ao ouvir os gritos de Luke e a risada macabra e escandalosa do prisioneiro, os guardas invadiram a sala, encontrando Dr. Thompson jogado ao chão, enquanto Joker continuava algemado em sua cadeira, imóvel.

- Céus! Como isso é possível? Dr.Thompson está bem? - pergunta Harleen, se esquecendo de sua ansiedade, enquanto se mostrava visivelmente espantada.

- Ainda não sabemos, Dra. Quinzel. Provavelmente Luke irá perder sua visão e duvido muito que volte para Arkham. Mas te chamei aqui por um outro motivo, precisamos de outra psiquiatra para Joker, e a senhorita, como eu já havia lhe dito mais cedo, tem se mostrado muito competente em seu trabalho, sua primeira seção com Hera Venenosa foi um sucesso, creio que tenha total capacidade para tratar da mente mais insana de Gotham - Harleen fica quieta, completamente em choque com a notícia. Cuidar do Coringa? Era muita responsabilidade para ela - Vou entender perfeitamente se você não aceitar, afinal, estamos falando do Coringa, e vou ser sincero com você, não posso te dizer que estará segura durante as consultas, você certamente sabe que não estará, ninguém nunca esta seguro ao lado de Joker. É uma grande oportunidade, porém é extremamente arriscada, por isso doutora, não vou pedir que me responda agora, seria um ato muito impensado, você tem até amanhã para dar a sua resposta, assim que chegar pela manhã, compareça rapidamente a minha sala, vou estar esperando pela senhorita.

 Harleen não sabia o que responder, ela queria muito trabalhar com Joker, imagina quantas portas se abririam para ela se ela conseguisse cura-lo, ou ao menos, controla-lo. Mas não é uma mulher boba, sabia do perigo que estaria correndo, afinal, ele havia cegado um homem sem ao menos sair de sua cadeira, e o mais chocante, algemado. Com certeza não será uma tarefa fácil, mas Harleen está disposta a pensar no caso.

- Sr. Arkham, fico lisonjeada com a sua confiança, sei muito bem o quão astuto e perigoso é o Joker, ele já teve vários  psiquiatras, muitos deles eram minhas inspirações na faculdade e nenhum conseguiu entender e nem mudar a mente dele. Sei que será difícil, mas por outro lado, também sei o quanto será interessante, portanto, prometo pensar muito bem na minha resposta. - diz a loira esbanjando confiança, que ela não faz ideia da onde saiu, a poucos minutos atrás ela estava roendo as unhas de medo e nervosismo.

- Fico feliz em ouvir isso da senhorita, Dra. Quinzel. Peço que pense bem a respeito deste assunto. Nos vemos amanhã, está dispensada.

(...)

Assim que o horário de Harleen no asilo termina, ela se dirige até a saída de Arkham, passando por uma região aberta onde avista vários seguranças juntos, aglomerados, eles gritam e xingam enquanto alguns batem com um cassetete em algo do qual a doutora, do lugar onde está, não consegue identificar. Ela se aproxima um pouco e conforme a movimentação dos homens, uma parte da "roda" fica vazia, mostrando um homem preso em uma cadeira, com o rosto todo ensanguentado. Isso era uma cena comum em Arkham, portanto, a psiquiatra não deu importância, seguindo de volta seu caminho para a saída. Ela não gostava nem um pouco da maneira que os criminosos eram tratados no asilo, mas infelizmente, não podia fazer nada para mudar, eles tinham escolhido essa vida, eles teriam que pagar.

(...)

De madrugada, Harleen se encontrava sentada na sacada de seu apartamento , observando a noite da grande e perigosa cidade na qual morava. Ela sente o vento bagunçando seu cabelos loiros e fecha os olhos, respirando fundo, dentro de algumas horas ela teria que dar uma resposta a proposta feita por seu chefe, porém, ela ainda não havia se decidido quanto a isso. Aceitar ou não aceitar? É sem sombra de dúvidas uma grande oportunidade mas ela não se sentia preparada o suficiente, se Dr. Thompson que é muito mais experiente do que ela foi atacado logo na primeira seção, o que o palhaço faria com ela? Uma jovem psiquiatra recém formada com um rosto de boneca, aparência frágil, poderia ser facilmente quebrada se alguém a apertasse um pouco forte. E ele, o Joker, o ser que faz as pessoas tremerem, que retira milhões de vidas da forma mais sádica e cruel possível, que não sente remorso, não sente pena, um maníaco praticamente indestrutível.

 Por causa desses pensamentos, Dra. Quinzel estava tendo dificuldades para dormir está noite, sua cabeça estava muito cheia para simplesmente fechar os olhos e só o abri-los horas depois. Cansada de ficar parada, Harleen se levanta da cadeira e retorna para dentro de seu apartamento, onde vai até seu quarto pegando seu notebook e se sentando na cama com ele em seu colo, ela decide fazer uma breve pesquisa a respeito de Coringa. A doutora abre vários posts de noticiários contando das façanhas do assassino, porém, não era nada de que ela não soubesse. Depois de muito procurar, e já frustrada por não encontrar nada que a auxiliase, Harleen encontra um blog de um ex psiquiatra de Arkham, no qual em uma das postagens, o mesmo conta como foi sua curta experiência com Joker.

  " Entrei apreensivo na sala, estar cara a cara com o diabo não é uma coisa que se acontece todo dia em nossas vida, assim que me sento, olho para o homem de cabelos verdes sentado a minha frente, ele era repleto de tatuagens, assim que me viu, abriu um enorme sorriso macabro, me dando a visão de seus dentes metálicos, sim, o príncipe palhaço do crime tem dentes cobertos por metal. Tivemos 50 minutos de seção terapêutica, na qual boa parte, o criminoso passou soltando piadas, eu sentia que ele não falava sério, fiz a mesma pergunta para ele diversas vezes e ele sempre me respondia com uma história diferente, me lembro perfeitamente de uma delas, na qual Joker afirmava ter sido casado com uma linda mulher, passando por dificuldades financeiras e ela grávida, ele tentava ganhar a vida como um honesto comediante, fazendo pequenos shows em bares, mas ninguém ria de suas piadas, com uma mulher grávida e o aluguel atrasado, ele não viu outra opção além de se juntar a uma gangue e realizar um assalto na fábrica de baralhos, enquanto acertava os últimos detalhes com os outros membros que o ajudariam no assalto, recebeu a notícia da morte de sua esposa e seu filho, devastado, pediu para sair do esquema o que foi negado pelos mafiosos, sendo então obrigado a continuar com o plano. Para chegar a fábrica sem que ninguém os visse, os ladrões decidiram passar pela indústria química de Gotham, mas foram surpreendidos pelo morcego que enquanto lutava com o recém viúvo, acabou o deixando cair em um tanque de ácido, assim o tornando o Coringa. Particularmente, desconfio muito que exista verdade nessa história contada por Joker, porém, com esses poucos minutos ao seu lado, pude perceber que ele não tem um passado triste que o levou a cometer tais atos, ele é simplesmente um maníaco, que adora brincar e se divertir as custas da dor alheia, adora ver o circo pegar fogo, não consegui ver nenhum sentimento positivo nele, com exceção dos sentimentos bons que tem por ele mesmo, narcisista, com toda a certeza, posso afirmar que o Coringa não tem salvação"

Por um momento, Harleen se viu irritada com a postagem que o psiquiatra havia feito sobre Coringa. Ele não era um monstro, era um ser humano com a mente danificada, não podiam trata-lo desse jeito, é claro que ele tem salvação, todos nós temos. E nesse momento, a doutora se viu decidida a curar o maior psicopata de Gotham.

(...)

A bela Dra. Quinzel saiu alegre e orgulhosa de si mesma da sala do Sr. Arkham, ela havia acabado de informa-lo que aceitava tratar de Joker e agora, andava confiante em direção a sala onde seria sua consulta com o palhaço. Ela chega até a porta da sala, onde diferente de Charada e Hera que eram no máximo quatro, se encontravam oito seguranças esperando do lado de fora.

- Bom dia, rapazes, sou a nova psiquiatra do Coringa - ela mostra seu crachá recebendo a permissão do segurança chefe para prosseguir  e abre a porta com seu cartão, antes que possa entrar na sala, é surpreendida por um segurança a puxando pelo braço.

- Muito cuidado doutora, esse homem é um monstro.

Harleen não gostou do comentário do segurança, apenas assentiu e o respondeu com um seco "eu sei me cuidar". Adentrou a sala e olhou em volta, vendo que era diferente da outras salas de terapia do asilo, era toda cinza, tinha uma janela relativamente grande, com grades, a única coisa que iluminava a sala, no centro havia uma mesa com duas cadeiras e nos cantos da sala haviam estantes e armários metálicos, cheios de livros e pastas.

A psiquiatra se sentou na cadeira e colocou sua pasta em cima da mesa, aguardando por seu paciente. Enquanto esperava, ela se lembrou das palavras escritas pelo ex psiquiatra do blog que ela lera na noite passada, em poucos segundos ela estaria cara a cara com o diabo. A doutora batia sua caneta na mesa até que ouve o barulho da porta sendo aberta, indicando que alguém entrara na sala, ela levanta seu rosto e vê Coringa sendo arrastado por quatro seguranças até a cadeira a frente de Harleen. Ouve-se o barulho da porta novamente, indicando dessa vez que os dois estavam sozinhos, ela olha novamente para seu paciente, olhos azuis, pele pálida, cabelos verdes, tatuagens espalhadas pelo corpo, inclusive rosto e pescoço, a doutora se assustou por não acha-lo assustador e sim, bonito. Harleen despertou de seus devaneios quando o viu sorrindo diabolicamente em sua direção.

- Bom dia, Coringa, eu me ... - ela começa a falar mas é interrompida pelo palhaço.

- Oh não, Doc. Só meus inimigos me chamam de Coringa, me chame de Mr. J, é menos formal.

- Muito bem, Mr. J. Me chamo Harleen Quinzel, serei sua psiquiatra.

- Hum, Harleen Quinzel. Se mudarmos algumas letras temos Harley Quinn. Um nome, devo-lhe dizer, que me chama muito a atenção, me dá até vontade de sorrir. - ele diz dando um grande sorriso, fazendo a doutora sorrir também.

- Harley Quinn? Como o palhaço Arlequim? - Harleen dá uma risada alta - Gostei. Não esperava que você fosse tão criativo com nomes, Mr. J.

- Ah, Doc. Ainda tenho muito pra te surpreender. Espere até ouvir minhas piadas.

- Então você gosta de piadas? Poderia me contar sua piada favorita? A que mais te faz rir? A que mais te deixa feliz? 

- Minha piada favorita, com certeza é o Batman. O morceguinho é a principal atração do meu show - solta uma risada teatral fazendo a doutora se segurar para não rir junto - Você precisa ver quando ele perde a cabeça, é tão hilário. Se fazendo de justiceiro, esperando o mundo o amar. Assim como no dia que ele quebrou meus dentes, oh sim, foi um dos dias que eu mais gargalhei - o sorriso de Harleen some na hora, como assim o Batman quebrou os dentes de Mr.J?

- Ele quebrou seus dentes? É por causa disso que usa esse revestimento de metal?

- É uma longa história, Doc. Deixe isso para uma próxima consulta, não me deixe entediado. Seja diferente dos outros, Harley. Tente entender a piada.

- Certo. Mr. J, você poderia me dizer por que acha que pessoas o consideram um monstro? Você se considera um monstro? 

- As pessoas consideram tudo o que elas não concordam como algo horrível. Não as culpo por isso, sou um nojo de pessoa, não penso antes de fazer, não me importo com o que vai acontecer depois ou quem isso vai machucar, não me importo com o tamanho do estrago que vou fazer... espere, me importo sim, quero que seja grande.

- Por que? Por que gosta tanto de fazer o mal?

- Não vejo isso como mal, vejo isso como divertimento, vai me dizer que nunca deu risada do gordinho que caiu na frente da escola inteira? Você sabe Harley, esse mundo é muito cansativo e entediante se vive-lo seguindo as regras, então eu só transformo um dia ruim em algo grande e que me faça rir. Me diga, Doc, você já teve um dia ruim?

- Um dia ruim? Bem, creio que já tive vários dias ruins - Harleen responde se lembrando de sua infância, seus dias no ensino médio e dos comentários maldosos que ouvia diariamente na faculdade.

- Basta um dia ruim, para tornar o mais são dos homens em um lunático. Eu tive um dia ruim, e tem como você se vingar do mal sem se tornar parte dele?  Mas agora, eu tenho que ficar aqui para pagar por meus crimes, eu tinha certeza que seria um inferno, até você aparecer - diz Joker fazendo a Dra. Quinzel corar e dar um sorriso boba. - Sempre esperei por uma psiquiatra como você, bonita e que não me deixa entediado. Talvez a gente possa dar boas risadas juntos, talvez eu possa te contar meus segredos.

- Mr. J, é nossa primeira consulta. Temos muito ainda para nos conhecer e eu estou muito ansiosa para conhecer os seus segredos.

- Eu sei, docinho. Estou ansioso para momentos ao seu lado.

Harleen olhou no fundo de seus olhos azuis e sentiu seu coração bater mais forte. Como alguém podia dizer que ele era um monstro? Ele era tão lindo e gentil, em poucos minutos de consulta disse coisas a ela que outro homem jamais disse. Então, a sessão acabou, ela saiu da sala e se viu ansiosa para a próxima vez que estaria ao lado do palhaço, não que ela estivesse apaixonada. Não! Ela nunca se apaixonaria por um psicopata, mas se sentiu a vontade ao lado do homem insano.







   


Notas Finais


Até o próximo.

Beijos,

Moana 🌼


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