Madrid, Espanha. - Capítulo 26.
Infelizmente nossa viagem acabou e cá estamos nós entrando no meu apartamento, os paparazzis saíram da frente do prédio e agora eu posso transitar com liberdade para dentro de casa. Assim que abri a porta os dois machões estavam no sofá assistindo algum jogo de futebol aleatório e de mãos dadas com a Vale eu vi o olhar deles pairar sobre nós.
- Boa noite pessoal! - sorri.
- Boa noite! - Morata sorriu também.
- Pelo que eu estou vendo, meu plano deu certo né? - Asensio perguntou esquecendo sua educação.
- Sim. - eu disse e Vale estava envergonhada.
- Ela tá vermelhinha, meu Deus! - Morata disse abraçando ela.
- Não se preocupa Vale, não vou perguntar se vocês transaram ou não. - Asensio disse e eu gargalhei alto.
- Cala essa boca, moleque! - eu pedi ainda rindo.
- Depois disso você vai contar pra ele? - ela perguntou rindo enquanto olhava pra mim.
- Talvez. - sorri.
- Do que estão falando? - Asensio perguntou confuso.
- Estamos namorando. - eu disse e vi o sorriso de Morata crescer nos lábios.
- Sério? - perguntou.
- Sim. - Vale confirmou.
- FINALMENTE! - Asensio gritou ficando de pé no sofá.
- Cara, vocês podem me adotar como filho? - ele perguntou.
- Primeiro você tenta roubar a minha garota e agora quer ser um Isco Júnior parte 2? - perguntei rindo.
- Eu não sabia que se gostavam, acho que nem você sabia. - ele sentou novamente. Sua voz estava doce.
- Mas quando eu te perguntei aquele dia o que você sentia por ela, eu vi nos seus olhos uma coisa diferente; eu te conheço e sei que você é todo sentimental e pra te deixar bobo como você não era a muito tempo...eu percebi que não era qualquer coisa. - ele disse sorrindo de leve.
- Eu só desejo felicidades pra vocês, acho que não poderia ficar mais feliz com essa notícia. - ele disse por fim.
- Você acertou na viagem, obrigada de verdade. - Vale disse sorrindo pra ele.
- Eu também quero desejar felicidades pra vocês dois, cuidem um do outro porque vocês merecem todo o amor. - Morata disse e Vale abraçou dele de lado.
- Acho que agora eu entendo a aflição de vocês quando me perguntavam como eu conseguia resistir a ela. - eu disse e Asensio riu.
- Obrigada amigos, sem vocês dois eu não teria percebido o quanto eu gosto dessa mulher. - eu disse e foi a vez dela me abraçar.
- Ahhhhh, que bonitinhos! - Morata gritou.
- Nós vamos sair daqui a pouco, querem ir conosco? - Asensio perguntou.
- Acho melhor não, estamos cansados da viagem...acho melhor ficarmos pra descansar. - eu disse e Vale concordou comigo.
Enquanto a Vale tomava banho eu preparei uma comidinha pra nós dois e quando voltei a sala os meninos já haviam saído e eu imagino que só vão chegar bem tarde, quando ela entrou na cozinha eu não pude deixar de sorrir ao vê-la usando uma camisa minha. Ela estava distraída mexendo em seu celular e eu parei o que estava fazendo para observá-la, os cabelos molhados, o olhar focado na tela, o lábio inferior preso entre os dentes despretensiosamente...
- Eu sou um homem de sorte. - eu disse e ela olhou pra mim largando o celular.
- Porque? - perguntou vindo em minha direção.
- Eu não sei explicar, mas só de olhar pra você eu sinto um milhão de coisas boas. - eu disse e ela envolveu seus braços no meu pescoço.
- Você diz que o Asensio é romântico, mas você também é. É doce em todas as suas palavras. - ela disse e eu sorri.
- Posso te dizer uma coisa? - perguntei e ela assentiu.
- Você acredita em anjos? - perguntei.
- Acredito. Porque? - ela perguntou.
- Eu acho que a gente tem um anjo da guarda. - eu disse e seu sorriso surgiu enquanto ela acariciava meu rosto.
- Porque acha isso? - perguntou.
- Porque a gente se conheceu de uma forma diferente, eu odiava fazer amizades mas no primeiro problema eu já estava na sua casa te pedindo pra ser babá do meu filho. E desde então eu tinha todas as intimidades com você sem perceber, eu te fiz dormir grudada em mim porque eu estava com ciumes de você com o Asensio. - relembrei e ela riu.
- E eu ali toda apaixonada. - ela riu.
- Por isso que eu acredito que a gente tem um anjo da guarda, tudo parece ter sido planejado pra nós dois acontecer. - eu disse e ela sorriu.
- Se for mesmo um anjo da guarda, eu sou muito agradecida. - ela disse.
- Eu também. - sorri e ela me abraçou.
Olhei por cima do seu ombro e lá estava a Laurinha piscando e sorrindo pra mim mesmo que por alguns segundos — já que logo depois ela sumiu —. Nós jantamos e conversamos e como já estava tarde resolvemos ir deitar, ela estava no banheiro secando os cabelos enquanto eu estava deitado na cama mexendo no celular.
- Isco. - ouvi a voz de Laura.
- Oi. - sorri me colocando sentado na cama.
- Vim me despedir. - ela disse com uma expressão triste.
- Como assim? - perguntei confuso.
- Cumpri a minha missão, é hora de ir embora. - ela disse e eu vi seus olhos marejados.
- Não, você não pode ir embora. É meu anjo da guarda, esqueceu? - perguntei nervoso.
- Isco, amor, eu vim com a missão de juntar você e a Vale e eu consegui. Agora eu preciso ir, não me deixam mais ficar. - ela disse e eu senti meu coração apertar.
- Isso significa que eu nunca mais vou te ver? - perguntei.
- Só quando a gente se encontrar no céu. - ela sorriu de leve.
- Não, não, não. Isso não pode acontecer. - me desesperei.
Ela se aproximou de mim e me deu um beijo na testa e em seguida se afastou me olhando com carinho enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto, sua mão acariciou minha bochecha alguns segundos e logo depois ela foi dando passos para trás até sua imagem se dissolver por completo.
- Laura, volta, por favor. - pedi já chorando.
- Laura...- sussurrei seu nome em desespero.
- Estava falando sozinho amor? Ou com o seu anjo da guarda? - Vale saiu do banheiro vindo em minha direção.
- Me deixa! - gritei por impulso.
- O que foi? - perguntou sem entender nada.
- Para! Você não é a Laura, por favor, não tente ser. - gritei. Eu já nem sabia mais o que estava falando.
- Isco, eu não estou tentando ser ninguém além de mim. - ela disse, percebi que minhas palavras a afetaram.
- Acho melhor você ir embora. - eu disse. Eu não queria ter dito aquilo.
- É quase uma da manhã, Isco. - ela disse parecendo não me reconhecer.
- Então dorme na sala. - sugeri. Eu não conseguia controlar minhas palavras raivosas.
- O que eu te fiz? - perguntou com a voz embargada.
- Por sua culpa eu não tenho mais a Laura. - gritei.
Me arrependi no mesmo segundo que vi as lágrimas escorrendo pelo rosto dela e o semblante triste tomar conta do rosto tão bonito, ela vestiu sua roupa e pegou sua mochila saindo do quarto em passos rápidos. Me xinguei mentalmente de todos os palavrões existentes e corri em sua direção a prendendo na parede da sala, ela não me olhava e eu me toquei de que eu sou um grande idiota.
- Desculpa, eu não queria dizer nada disso. - pedi.
- Você queria sim Isco, olha só pelo que me culpou. - ela disse, sua voz estava entrecortada pelo choro.
- Eu estava nervoso, preciso te contar uma coisa. - eu disse desesperado.
- Eu vou embora. - ela disse.
- Não, fica por favor. - eu quase implorei.
Ela se soltou dos meus braços correu em direção a porta abrindo-a rapidamente antes de sair, eu estava com tanta raiva de mim mesmo que ainda fui capaz de hesitar correr atrás dela. Desci as escadas o mais rápido que pude e quando cheguei na frente do prédio ela estava entrando em um táxi, gritei seu nome inúmeras vezes mas ela sequer olhou para trás.
- Ótimo, acabei de magoar minha namorada. Seu estúpido! - eu dizia para mim mesmo.
- O que eu faço agora, Laura? Ahn? Aparece! Fala comigo! Isso na verdade é culpa sua, porque tinha que ir embora? - comecei a gritar na rua até que vi Asensio e Morata descendo do carro e os dois me encaravam de forma estranha.
- Com quem você está falando? - Morata perguntou.
- Com a Laura, por causa dela eu e a Vale brigamos. Aparece Laura, fala pra eles o que você fez! - gritei olhando pro céu.
- Isco, do que você está falando? - Asensio perguntou.
- A Laura me ajudou a descobrir que gostava da Vale porque ela virou um anjo que apareceu no meu quarto e depois ela simplesmente me disse que iria embora porque o trabalho dela já tinha sido feito. Missão cumprida, e depois tchau Isco. - eu expliquei atordoado, aparentemente eu ainda estava gritando.
- Isco, você não está bem. - Morata disse.
- Vem, vamos subir. - Asensio me puxou pela mão.
- Você precisa de ajuda, Isco. - ele disse quando entramos no elevador.
- Vocês já me ajudam muito. - eu disse.
- Não estou falando de nós dois. - ele disse e eu o encarei.
- De que tipo de ajuda vocês estão falando? - perguntei confuso.
- Ajuda psicológica Isco, você não está legal. - Morata finalizou.
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