* Cailee Alexander Rae *
Acordo com uma enorme dor no colo do útero, sinto minha coxa úmida e começo a me desesperar. A bolsa estorou!
Cai: Cameron. - chamo por Cam porém o mesmo nem se mexe, chacoalho o mesmo e nada. - CAMERON, SEU INÚTIL. - grito e dou um soco em sua barriga, fazendo ele levantar assustado.
Cam:VOCÊ TÁ LOUCA, CAILEE? - pergunta gritando.
Cai: CAM, A BOLSA ESTOROU. - digo alto respirando descompassadamente, ele arregala os olhos e se levanta rapidamente. O mesmo me pega no colo e antes de descer, eu digo:
Cai: Pega a mala da Blue. - digo respirando rápido. Ele assente e corre comigo em seus braços para o quarto de Blue. Assim que o medmo pega, ele desce comigo e corre até o carro. - A PORTA, CAMERON. - grito após ver que ele deixou a casa destrancada. Ele me põe deitada no banco traseiro e volta para a casa, fechando a porta.
Cam: Respira fundo, igual o médico nos ensinou. Vamos lá, expira, inspira, expira, inspira. - Cameron diz um pouco desesperado enquanto corre com o carro para o hospital. Tento fazer o que ele diz porém a dor me impede.
Cai: CAMERON, SEU DESGRAÇADO. VOCÊ FEZ ISSO COMIGO. - grito enquanto sinto a dor aumentar. Cameron começa a rir. - DO QUE VOCÊ TÁ RINDO, SEU IDIOTA? - pergunto sentindo uma dor descomunal.
Cam: Eu tô rindo de nervoso. - ele diz rindo. Gemo alto assim sinto uma pontada forte em minha barriga. O carro para e Cameron logo me pega no colo, me levando para dentro do hospital após trancar o carro. - A BOLSA ESTOROU, A BOLSA ESTOROU, ALGUÉM ME AJUDA. - Cameron grita no meio da recepção, fazendo todos nos olharem assustados.
Cai:PARA DE GRITAR, CAMERON. - grito com dor.
Cam: VOCÊ TAMBÉM TÁ GRITANDO. - ele grita. Logo um enfermeiro com uma maca vem ao meu encontro com o meu médico e ginecologista. Sou levada para a sala de cirurgia enquanto Cameron segura minha mão fortemente.
* Cameron Alexander Dallas *
Seguro a mão de Cailee fortemente enquanto corremos em direção à sala de cirurgia. Uma enfermeira me puxa da sala e quando eu vou questionar ela me dá uma vestimenta higienizada e me manda passar álcool mas mãos. Faço tudo rapidamente e volto para o lado de Cailee.
Ginecologista: Não dá para fazer cesariana, o bebê já está na entrada. - o ginecologista diz.
Cam: Amor, você vai conseguir, okay? - digo olhando dentro dos olhos de Cailee, ela assente minimamente.
Médico: Vamos lá, Cailee. Você vai conseguir! - o médico diz. Cailee começa a forçar enquanto segura fortemente a minha mão e urra.
Ginecologista: Vamos lá, Cailee. Só mais um pouco. - o ginecologista diz. Cailee força ainda mais enquanto eu dou apoio moral. Do silêncio da tensão dos médicos escutamos um choro de bebê. Blue nasceu! Me inclino e beijo Cailee chorando, ela chora ainda mais que eu.
Cai: C-cam, eu não fui totalmente honesta contigo. - ela sussurra após eu beija-la
Cam: Como assim amor? - pergunto passando a mão em seu rosto coberto de suor.
Cai: Eu estava piorando. - ela diz e eu escuto um dos médicos gritarem que está saindo muito sangue de Cailee.
Cam: P-por que não me disse? - pergunto tentando ignorar as vozes alheias.
Cailee: Eu queria te ver feliz antes de partir. - ela diz, passando uma de suas mãos trêmulas em meu rosto coberto de lágrimas.
Cam: C-como assim partir? - pergunto temendo a resposta.
Cai: Eu vou morrer Cam. O médico disse que se eu continuasse com a gravidez eu teria mais chance de morrer. Ele me deu uma escolha. Eu escolhi a Blue. - ela diz. Coloco minha testa na sua porém tiro assim que o médico vem até nós com a pequena Blue.
Médico: Quero que conheçam uma pessoa. - ele diz com a pequena nos braços com algumas partes ensaguentadas.
Cam:Não vai fazer mal a ela? Estamos no meio de uma cirurgia. - digo com um pouco de medo.
Medico: A Cailee me pediu para ver a filha antes de... - ele diz. Suspiro e assinto. O médico coloca a bebê no colo de Cai e eu posso ver ela sorrindo no vol de Cai.
Cai: Ela é tão linda... - Cailee diz sorrindo do os olhos marejados.
Cam: Ela é loira... igual ao meu pai. - comento. Cailee e eu beijamos a testa e Blue. A pequena solta um sorrisinho enquanto seus olhos permanecem fechados e eu solto o choro. O médico leva ela para a incubadora e eu percebo que os médicos estão desesperados.
Cai: Cam. - ouço Cailee dizer fraca.
Cam: O que foi, meu amor? - pergunto preocupado enquanto sua mão.
Cai: Eu não sinto mais dor. - ela diz fraca.
Cam: Isso é bom, não? - pergunto confuso ao vê-la com os olhos marejados.
Cai: Eles não me deram morfina. O medico disse que quando eu não estivesse com mais dor era porque o pior aconteceria. - ela diz, sinto meu peito ser esmagado.
Cam: Não fala isso, Cailee. V-você não pode nos deixar. - digo deixando um soluço sair. Ela passa um dos dedos em meus lábios.
Cai: Cam, presta atenção. - ela diz. Olho dentro de seus olhos.
Cam: Eu estou prestando. - digo contendo um pouco o choro.
Cai: Ensina a Blue a andar de Skate, ensina ela a falar francês, ela pode até aprender a lutar mas vai fazer balé. Deixa ela namorar e deixa ela escolher o que quer ser. E lembre-se: Eu te amo e vou continuar te amando entre as estrelas. Vou continuar amando vocês dois. - ela diz. Me inclino rapidamente e a beijo enquanto choro.
Cam: Eu te amo muito. - digo enquanto choro e encho seu rosto de beijos. Não sei quanto tempo eu fiquei a beijando, apenas sei que foi tempo o suficiente para ser despertado pelo monitor cardíaco, indicando que os batimentos de Cailee estavam diminuindo. Entro em desespero e começo a gritar pelos médicos, pedindo para eles fazerem algo. Sou levado à força para fora da sala de cirurgia por um enfermeiro.
Cam: E-EU PRECISO FICAR COM A MINHA MULHER ENQUANTO EU TENHO TEMPO. - grito, suplicando para o enfermeiro deixar eu entrar novamente.
Enfermeiro: Senhor, se acalme. Se o senhor ficar lá é provável que o estado de sua esposa piore. - ele diz, me fazendo parar de tentar passa-lo e assentir, derrotado. Sento no banco e vejo o mesmo entrar para dentro da sala novamente.
"Senhor, eu nunca te pedi nada tão importante mas agora venho Lhe pedir para não levar a minha Cailee, não ela. Tantas pessoas ruins no mundo e Você quer tirar uma boa... Ela nunca fez nada à ninguém, ela sempre foi bondosa com os outros, sempre conversava Contigo. A minha Cailee não, por favor"
Oro em silêncio com o olhos fechados e o rosto entre meus joelhos. E pela primeira vez, eu choro como nunca chorei, sinto meu peito se rasgar, causando uma dor descomunal. Um par de hora depois o médico, o mesmo médico que vem atendendo Cailee desde a descoberta do câncer, abre a porta da sala e cirurgia com a cabeça baixa. Suplico por uma resposta positiva em olhares porém não a tenho. Apenas um "Sinto muito". Sinto meu corpo cair mole com a notícia.
Cailee morreu.
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Vão até as notas finais para eu poder explicar o motivo de eu ter feito a Cailee morrer. Espero que entendam
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