Cheguei à sala de comando e já fui vendo o que aconteceu nas ultimas horas. Mas minha mãe chegou e segurou meu pulso me impedindo de fazer o que eu mais queria naquele momento.
– Me larga. – Falei frio e seco com ela.
– Isso não é maneira de falar com sua mãe, Jeon Jung-kook.
– Eu não ligo. Só me solta. Agora.
– Jeon, você não pode fazer tudo isso por apenas uma garota.
Encarei-a com um olhar assustador. Era o que eu estava sentindo, ódio.
– Por que não quer que eu veja? Hein? – Falei elevando meu tom de voz, soltando minha mão e segurando o rosto de minha mãe com raiva.
– Aja com mais respeito! Não foi isso que eu te ensi...
– POR QUÊ?! Foi você não foi? É a sua cara fazer isso, desprezar a minha vida como se eu não tivesse sentimentos, como se eu não fosse humano! Você sempre fez isso, mexe as cordinhas do seu brinquedinho. E sabe muito bem de que estou falando do papai. Você tem noção do que faz, mas mesmo assim continua! Isso! Parabéns, mama. Agora você sabe o quanto eu te odeio. E sabe que odeio o que você faz. Agora, me devolve a S/n.
Ela não falou nada, como eu esperava. Ela permaneceu calada apenas me encarando com aquela carinha de inocente, como sempre. Já até me acostumei com a péssima atuação.
– Para sua opinião, eu nem sabia que ela tinha sumido.
– É o que veremos.
Fui às grandes televisões que mostrava cada câmera da mansão e busquei achar o período desde quando eu saí da presença de S/n. E novamente, minha mãe estava interferindo.
– Filho, saí daí.
– Não. Por quê? Está nervosa? Por que estaria nervosa se não tivesse sido você? Eis a questão, não é mesmo? Xeque-Mate. A rainha nem sempre é a solução para vencer, deveria saber disso.
Achei e coloquei nas gravações desde o momento em que o guarda foi levá-la para a ala hospitalar.
Ele estava a levando, quando chegou à porta de um dos quartos, minha mãe o chama.
– Filho...
– Shh.
Ele vira para minha mãe com S/n em seus braços. Ela fala alguma coisa que as câmeras não foram capazes de captar e ele muda de direção. Mas a direção dele não era favorável. Ele vai em direção as ruas, e não tem mais câmera pra filmar, além disso.
– Eu sabia. – Falei saindo dali correndo.
Todo mundo estava me observando.
– Guardas! – Gritei em comando. – Preciso que encontrem “_____ _______ (nome e sobrenome)”, a candidata de Seul! Um soldado foi mandado para levá-la para algum lugar além da mansão! Por favor! Eu imploro a vocês que me levem junto e que a achem. Irei recompensar com o que desejarem. Só por favor, achem ela para mim.
Vários guardas começaram a correr em direção aos carros prontos para tal emergência.
– Jung-kook. – Chamou Jimin aparecendo. – Eu vou com você.
– Vamos.
Corremos junto aos guardas para um dos carros, o que tinha mais proteção. Não me importei em lembrar nem de me despedir de meus pais, até hesitei em despedir do meu pai, não acho que ele seja o culpado por tudo isso acontecer, minha mãe sempre puxou suas cordas, e agora espero que ela caia na real e pare com tudo isso.
Tinha profissionais para encontrar a S/n. Mesmo assim, demoramos bastante para achar um lugar suspeito.
Descemos do carro, todos estávamos armados, tudo para a proteção de S/n.
Sair daquela mansão, naquele exato momento, foi a decisão mais certa que eu já fiz em toda a minha vida.
– S/N! – Corri ao vê-la jogada ao chão.
Pelos sinais, ela andou bastante para chegar até ali. Deixaram ela muito longe, para ela se perder. Mas ela lutou para voltar.
– S/n... – Peguei-a em meu colo e senti uma miserável lágrima escorrer pelo meu rosto.
– Você me achou... – Ela falou. Sorrindo.
Ela estava sempre sorrindo. E sempre me fazendo chorar.
Jimin parou atrás de mim e deu uns tapinhas nas minhas costas.
– Cara... Você está apaixonado mesmo, hein? – Falou rindo.
– Idiota. – Falei rindo de mim mesmo também.
Levei-a ao carro, ainda chorando.
Cheguei em casa e já levei ela para a ala hospitalar. Por onde eu passava, todos olhavam para mim, confusos. Não duvido nada eles estarem confusos, eu simplesmente dei um “escândalo” e saí por aí com um bando de soldados para achar alguém que para eles, é uma pessoa qualquer.
Mas pra mim ela não é alguém qualquer. Ela, meus amigos, são a família que eu nunca tive e sempre quis ter. Eles sim, eu tenho certeza que eu os amo.
– Fico feliz por ter escolhido você para participar, S/n. – Falo observando-a na maca.
– Por mais que meu físico não agradeça sobre eu ter vindo para cá, eu estou feliz em ter te conhecido, seu metido filho de papai.
Essa, essa é a S/n que eu amo.
– Não fale assim! – Falei manhoso e ela riu. – Gosto do seu sorriso.
– Também gosto do seu! Essa é uma razão para você parar de chorar tanto por mim! Não gosto de te ver chorando sabia?
Permaneci calado. Ela me fez lembrar do que aconteceu. Não foi nada agradável a ver sofrendo como estava.
*x*
Passou um tempo e durante isso: minha mãe tentou falar comigo e eu recusei, meu pai falou que estava decepcionado comigo por eu ter começado a ser um filho diferente do que eles ensinaram, meus amigos foram lá e ficaram um tempo comigo, S/n me contou histórias sobre ela e a irmã (mudei meu conceito sobre ela ser um pouco normal depois dessa...), e agora eu estou acordado na minha cama, olhando para o teto, sem conseguir dormir.
Eu não podia visitar mais a S/n. Era proibido. Então, resolvi falar com a irmã dela.
Chequei umas pastas que estavam no meu armário e achei a pasta que tinha o número dela. Será que ela já dormiu? Adicionei o número dela e mandei uma mensagem, dizendo:
“E aí, Karin. Beleza? // Jeon Jung-kook.”
Não coloquei mais nada, eu só queria conversar, como da primeira vez que fiz com a S/n.
Mas ela não respondeu.
Decidi falar com outra selecionada, deve ter alguma interessante nisso. Impossível que: dentro trinta e cinco meninas, apenas uma é interessante. Assim não teria graça nenhuma.
Peguei o nome de uma: Solji. Ela era muito bonita, pra falar a verdade.
“Olá. // Anônimo.”
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.