Simplesmente mandei, esperando que ela esteja online. E estava. Ela mandou uma mensagem dizendo:
“Não estou conseguindo dormir...”
E eu respondi:
“Quem disse que eu me importo com você? Estou aqui por mim, não por ti.”
E era verdade, eu queria me satisfazer, não queria saber da vida dela. Ela respondeu:
“Nossa, você nem deve saber quem eu sou e está falando isso. Aliás, quem é você e onde conseguiu meu número?”
Eu respondi:
“Sou alguém com muito poder, capaz de saber até o endereço da sua casa. Posso provar se quiser.”
Ela demorou para responder dessa vez.
“Prove.”
Peguei a ficha de inscrição dela e falei o endereço da casa dela, seu tipo sanguíneo, data de nascimento, nome completo e o signo de seus pais. Acho que exagerei.
“Quem é você?” Respondeu ela rapidamente.
“Já te disse, alguém com poder. Mas esquece. Também sei que você deveria estar dormindo. E não conte para ninguém desta conversa, saiba que também sou capaz de te matar.”
E bloqueei-a. Para não falar mais nada nem questionar.
Alguém bate à minha porta.
– Jung-kook, deixe-me entrar. – Era meu pai.
A porta estava trancada, peguei meu fone que estava em minha mesa e deitei-me na cama. Minha música me define, eu sempre coloco uma música bem animadinha quando estou triste. Estranho, não? Todo mundo escuta “aquela música da bad” quando está triste, mas eu escuto a mais animada que tem na playlist. É uma ótima maneira de esquecer tudo de ruim que está acontecendo.
*x*
Essa noite eu sonhei um sonho bem estranho. Foi praticamente um filme de ação que ao invés de Vin Diesel ser o personagem principal, era a S/n! Além de que no fundo do sonho, estava tocando as músicas da minha playlist, foi extremamente estranho. Dizem que nossos sonhos são frutos de como está o seu psicológico e que contém tudo que se passa em sua cabeça, depois desse sonho, eu tive certeza que eu não era lá muito normal.
Esse será o pior café-da-manhã da história, então eu nem vou. Fiz minha higiene matinal e peguei meu celular, ele estava me mantendo vivo nestes momentos de tédio.
Meus pais, como eu não estava dando bola pra eles, resolveram me mandar mensagem. Aish, que ódio. Mas não era apenas uma mensagem. Eles eram a Karin que é com S/n, só que comigo! Sabe de uma coisa? Vou respondê-los, já que não preciso olhar em seus rostos.
Todas as mensagens da minha mãe se baseavam em: Vou te expulsar de casa se não falar comigo. E do meu pai: Filho, por favor, me responde! Eu estou preocupado! Acham que vou responder minha mãe? Há!
“Pai, quer mesmo que eu desça para vê-los? Depois do que a mama fez?”
Ele me respondeu no mesmo instante:
“Eu te entendo, filho. Não precisa fazer o que não quer, pode ficar aí. Só me responda se você está bem.”
“Eu estou bem. Uma coisa está me incomodando pai, então me responda: minha mãe tem poder de me tirar de casa?”
“Se ela opinar em te tirar de casa, eu peço divórcio. Não quero ficar sem você Jung-kook.”
Eu não respondi mais. Fui ver como a S/n estava.
Cheguei lá e ela não estava lá, de novo. Apressei-me em perguntar para a enfermeira onde ela estava e ela disse que ela tinha ido para o café. Ela é louca?!
Corri para o salão, onde todos estavam comendo e corri meus olhos pelas cadeiras.
– Você ficou louca? – Digo aos meus olhos se encontrarem com os dela. Ela se levantou e me encarou. – Você não pode fazer esforços assim! Volta pra lá, S/n.
– Jeon Jung-kook! Eu só me machuquei um pouco, não tive um filho nem fiz uma cirurgia! Você age como se eu estivesse morrendo!
Aproximei-me mais.
– É porque eu me preocupo, sabia?! Agora é proibido me preocupar com você, S/n?
Ela se aproximou.
– Não proíbo ninguém de se preocupar comigo. Mas! Você, Sr. Jeon Jung-kook, está exagerando! Olha pra mim! EU ESTOU BEM!
– TÁ LEGAL! FICA ONDE E COMO VOCÊ QUISER S/N! SE EU ESTOU EXAGERANDO EM ME PREOCUPAR CONTIGO, É MELHOR EU FICAR LONGE!
E saí correndo em passos fortes. Eu realmente fiquei com raiva, ela que se ferre, já que ela não quer compreender o quanto eu a amo.
Passei no meu quarto para pegar um livro, meu celular e meu fone, lá vamos nós. Decidi passar meu tempo fora do quarto. Fui à piscina e sentei-me em uma das cadeiras próximas dela, quando estou estressado, sempre vou ali escutar minhas músicas eletrônicas.
Meus amigos me seguiram.
– Nunca vi o Jung-kook com raiva de uma garota. – Se intrometeu Min Yoongi puxando um dos lados do meu fone, machucando meu ouvido.
– Sai daqui seu velho intrometido... – Falei desviando o olhar. Escutei todos eles falando “Turn Down For What” e fingindo colocar óculos, eu ri bastante.
– Aí, já está bem de novo! – Falou Taehyung dando tapinhas nas minhas costas. – Vamos dançar um pouco?
– Vamos! – Falou Namjoon empolgado. Ele estava de pijama, o tradicional dele com ursinhos.
– Aí, nós podemos parar pra comer depois! O que vamos comer? – Seokjin sempre pensando em comida.
– Pizza! – Taehyung pulou animado.
– Todos apóiam a pizza?
– Sim!
– Então... VAMOS ANIMAR O KOOKIE!!! – Gritou Namjoon, enquanto Jimin me puxava e eles me carregavam para nossa sala preparada para dança.
Sempre fomos muito próximos, desde bebezinhos mesmo! Por isso, quando achamos algo que todos nós gostamos de fazer, vamos a fundo. Nós cantamos, dançamos, organizamos até quem faz rap e quem é vocal. Isso já há sete anos, fazemos essas coisas como se fossemos uma banda famosa. Eu já falei pra eles que deveríamos mostrar pra alguém nosso talento, mas a única coisa que já mostrei foi a música “Butterfly” pra S/n. E eles nem sabem disso.
Chegamos lá na sala de dança e, Suga foi para o piano, J-Hope foi dançar no meio da pista, Jimin foi com ele, Jin foi ligar pra pizzaria (sempre apressado para comer), V estava ao meu lado esperando Namjoon ligar alguma música para a gente dançar.
– Coloca “Blood Sweat And Tears”. – Foi a única coisa que falei desde quando eu tinha entrado ali, e deu para ver que eles ficaram assustados um pouco, por eu ter falado.
– Então vamos lá.
Dançamos, comemos, rimos, me diverti bastante até o momento em que Seokjin aparece falando que “Alguém ameaçou matar uma das selecionadas por mensagem”. Aí eu me estressei mesmo.
Corri para dentro da mansão e perguntei para uma criada que passava:
– Onde está a Solji? Uma das selecionadas? – Falei rapidamente.
– Eu acabei de vê-la no salão das mulheres, Jeon.
– Pode chamá-la pra mim? Fale para ela ir ao meu quarto. Imediatamente.
– Ok, Jeon.
Eu corri para meu quarto e esperei-a andando em círculos, nervoso. Logo, ela apareceu na minha porta.
– Entra logo criatura. – Falei empurrando-a para dentro e fechando a porta atrás de nós.
– O-O que está acontecendo?
– O que está acontecendo?! Que história é essa de “alguém ameaçou matar uma das selecionadas por mensagem”?
– Mas é verdade! Ontem um cara me chamou por mensagem e falou que sabia tudo sobre mim, eu tenho certeza de que é alguém querendo fazer coisas obscenas comigo e...
– Não brinque comigo! – Falei empurrando-a com um pouco de força contra a parede. – Me diga apenas uma coisa. Qual foi a condição desse cara? Para que ele não te matasse.
– Ele disse para eu não contar para ninguém...
– Então Solji! Acorda!
Ela apenas me encarou e eu saí de perto dela. Mexi no meu cabelo andando em círculos.
– Desculpe-me por tudo isso, eu estou um pouco estressado...
– Eu te entendo. Ter uma mãe que nem aquela deve ser péssimo.
– Não finja de quem sabe da minha vida. – Falei sentando-me na cama e desviando os olhos dela.
– Eu já te observei, Jeon Jung-kook. Já vi como sua mãe é como você e já vi vários casos como o seu – disse e começou a andar pelo quarto gesticulando com a mão. – O filhinho de papai que não liga pra nada. Isso é bem comum Kookie.
– Não fale comigo como se fossemos amigos.
– Awnt, o bebezinho está judiado, é? Vou apenas te avisar uma coisa, meu amor... – Ela se aproximou e levantou meu rosto com seu dedo indicador. – Se não parar de só ligar para essa menina, sua mamãezinha não vai melhorar não, amor. Eu sempre estarei aqui se precisar de mim.
Ela me deitou na cama e subiu em cima de mim, eu fiquei tão assustado e sem reação como um bebe inocente.
– SAI! – Gritei jogando-a no chão.
Mas ela persistiu. Rindo, ela se aproximou novamente e desta vez, rápido o suficiente para roubar um beijo meu. Afastei-me rápido o suficiente para sair do quarto enquanto limpava minha boca de baba de puta.
– SOLJI! VOCÊ ESTÁ EXPULSA DA SELEÇÃO POR GESTOS OBSCENOS COM UM JEON! SAIA DA MINHA CASA SUA IMUNDA!
– Não fuja de mim, gatinho. – Ela começou a vir atrás de mim.
– SAI DE PERTO! – Gritei e empurrei-a com tanta força que rachou uma das paredes da mansão. – SAI DA MINHA CASA!
Todo mundo já estava ali assistindo, inclusive a S/n. Eu comecei a chorar. E foi aí que eu percebi o quanto sou frágil e preciso de alguém, esse alguém é a S/n.
Eu preciso dela.
Num momento rápido, eu abracei a S/n como se fosse o último momento que eu teria com ela. E comecei a chorar.
– Me desculpa por brigar com você! – Soltei de uma vez, todos ouviram.
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