História The Smell - Chapter Four: The Meeting

“O funcionário atendeu o desconhecido, e logo outro rapaz veio para o balcão e o ômega pediu os lenços a ele. Ele agradeceu o rapaz e quando virou ainda limpando o chocolate do rosto, ficou paralisado.

 -Minseok?”

O ômega não conseguiu responder, estava totalmente pasmo. Nenhuma palavra saia da sua boca e muito menos movia um músculo sequer. O homem que tomava seus pensamentos há alguns minutos atrás, o dono da fragrância que o enebriava por completo, parado alí, bem na sua frente, e ainda por cima falando consigo.

 -Minseok? Você está bem?

 -E-está tudo bem sim, não se preocupe.

 -Que bom. Mas, você não estava indo pra casa com seu irmão e seu sobrinho?

 -Ah sim, mas vi a cafeteria e tive muita vontade de tomar um café.

 -Posso me sentar com você? Se não for encômodo é claro.

 -Não não, estou sentado ali - o ômega apontou para a mesa onde estavam seus pertences - vamos

Luhan disse ao rapaz que estava no caixa, onde deixar o seu pedido, e seguiu o Kim até a mesa. E se sentaram um de frente para o outro.

 -Então quer dizer que o sr. Kim gosta de café?

 -Sim, meu irmão diz que isso é um vício pra mim, mesmo eu achando exagero da parte dele

 -E qual seu tipo preferido?

 -Hum, acho que americano, porque é o que eu tomo com mais frequência, e você?

 -Eu já viajei bastante, e em cada lugar tem um café diferente, mas dentre tantos, o expresso acabou sendo meu favorito

 -Nossa, eu passei muito tempo tomando expresso, por causa dos trabalhos de faculdade que eu tinha que entregar, mas quando conheci o americano, parece que um novo sabor maravilhoso que entra na sua vida

 -E você faz faculdade de quê?

 -Fazia, eu terminei e me formei em arquitetura - ômega fala com um sorriso reprimido.

 -E você gosta do que faz?

 -Muito, escolhi esse curso quando era criança, sempre fui encantado pelas construções

O alfa achou lindo o jeito que mais novo falava sobre coisas tão triviais como café e faculdade, de uma maneira encantadora, e antes que percebesse, já estava fascinado pelo ômega das bochechas fartas. A conversa foi se desenrolando até chegarem em um assunto: futebol, assunto esse que era uma paixão em comum deles. Criando coragem, Minseok resolveu perguntar.

  -Posso fazer uma pergunta?

  -Você já fez - ele deu risada do bico que o mais baixo havia feito - brincadeira, pode sim

 -Bobo, eu só queria saber o porquê de você ter largardo o futebol e pra virar diretor de escola infantil

 -Não sei, acho que depois de um tempo, eu vi que aquilo não era pra mim, eles jogam por dinheiro, quero dizer, a maioria, e quando se joga por dinheiro, deixa de ser prazeroso jogar, mas sobre a escola, eu sempre gostei de crianças, é agradável trabalhar com elas

Nesse momento, o Kim recebeu uma mensagem do irmão dizendo que já estava tarde, e quando ele olhou pela janela, viu que a lua já despontava no céu,então decidiu ir embora

 -Parece tarde, eu realmente preciso ir Luhan

 -Parece mesmo, acho que eu também, mas antes pode me passar o seu número?

 -Claro

Os dois trocaram os números, se despediram e foram embora com sorrisos radiantes, e olhos brilhantes por parte do ômega.

Os encontros começaram a ficar mais frequentes entres os dois, e em pouco tempo Minseok ia buscar o sobrinho, aproveitando para ver e conversar com o alfa, nascendo assim uma amizade entre eles.

E num período de seis meses, foram muitos jantares na casa de ambos ou em restaurantes populares na cidade, idas ao cinema, parques de diversão, teatro e jogos de futebol, sendo o último mais frequente por ser um hobby amado por eles.

E passando tanto tempo juntos, algo foi crescendo dentro de ambos, porém a falta de coragem os impediu de expressar seus sentimentos, ocasionando uma deterioração na amizade dos dois. E Luhan já está de saco cheio daquela situação, por isso resolveu tomar uma atitude. Naquele sábado, enquanto pensava no seu pequeno esquilo, decidiu expor seus sentimentos, então ligou para Minseok e marcou de encontrá-lo na cafeteria onde sempre iam. Chegando lá, Luhan estava visivelmente ansioso,porém seu nervosismo aumentou quando viu Minseok passar pela porta do local. O Kim estava radiante, com aquele cachecol azul escondendo parte do seu rosto e salientando suas bochechas que ficaram rosadas devido ao frio.

O ômega não estava diferente, tentava ao máximo manter seu auto-controle e não sair correndo dali. Reparou no alfa, sentado numa mesa perto da janela, vestido com um sobretudo preto e bebericando um café, poderia chutar um expresso. E chegando perto dele o sorriso no rosto de ambos era amplamente visível.

 -D-desculpa pela demora, esperou muito?

 -Não, acabei de chegar

 -O-ok, só e-espera um minuto que eu vou fazer o meu pedido - Minseok se punia mentalmente por gaguejar na frente de Luhan

Era nítido que os dois não sabiam como agir, até porque nenhum dos dois sabia no que aquele encontro ia dar.

Após fazer seu pedido e receber seu café com os mesmos bolinhos de sempre, o ômega volta para a mesa.

 -Então, qual o motivo do convite?

 -Queria apenas conversar, já que faz semanas desde a última vez que nos vimos

 -É verdade, eu tenho andado meio ocupado com algumas plantas e quase não saio do escritório

 -Deu pra perceber, nem buscar o pequeno Tae você foi mais

 -Já falei com ele, e quando terminar o projeto, vou dar uma recompensa pra ele

Nesse momento, um silêncio se instala, porém a conexão visual e forte e nenhum consegue desviar os olhos do outro. Segundo alguns cientistas, é necessário três segundos para ter coragem de agir, e três minutos era tudo que Luhan precisava.

  -Escute Minseok, eu chamei você aqui por não nos vermos com frequência ultimamente, mas existe uma coisa que eu quero lhe falar faz muito tempo - o alfa fez uma pausa, já sentindo as mãos suarem

 -Diga logo Luhan, está me deixando preocupado

 -É complicado

 -Sou só eu, seu amigo Seok

E Luhan respirou fundo, buscando seus três segundos de coragem e pôs-se a falar.

 -Vou ser direto. Kim Minseok eu te amo. Você alegrou minha vida como nenhum outro fez, não se aproximou de mim com interesse, ou seja, foi diferente, pois a única coisa que você quis foi um amigo. Confesso que senti algo no dia em que nos vimos no vestiário, mas ignorei, achando que era apenas cheiro de ômega, porém isso cresceu cada vez mais, e hoje posso dizer com convicção, que você tomou conta de mim, dos meus pensamentos, dos meus sorrisos involuntários, de tudo. Mas se não me corresponder, por favor não se afaste de mim, sua companhia deixa a minha vida mais bonita, e formam sorrisos que são apenas seus.

Minseok nem em um milhão de anos esperava que aquilo sairia da boca de Luhan, parecia um sonho, nem sabia como reagir, pois aquilo, segundo ele, era apenas algo idealizado, que nunca iria se concretizar, então era bizarro saber que suas fantasias estavam se concluindo bem na sua frente. Ele não se movia, o que deixou o outro rapaz apreensivo.

 -T-t-tudo bem, S-seok?

 -Tudo sim, só fiquei impressionado

 -Impressionado?

 -Sim, eu nunca pensei que isso poderia acontecer comigo

 -Como assim?

 -É que desde quando eu te vi aqui e nós começamos a conversar, eu me senti diferente, e agora eu sei o porquê. - o rapaz fez uma pausa tentando organizar suas ideias - porque eu amo você, é incrível como em apenas uma pessoa tenha dominado todos os meus pensamentos, não quero me afastar de você nunca, pois você é o tema dos meus sonhos, e o motivo de eu acordar feliz.

A vergonha tomou conta de Minseok e suas bochechas ficaram vermelhas, o que na opinião de Luhan, deixava o mais novo muito fofo. E depois de admirar o ômega, o alfa se aproximou dele e o beijou. O ato pegou o Kim de surpresa, mas as borboletas em seu estômago o fizeram esquecer e apenas aproveitar o momento.

Depois daquilo, os rapazes ainda aproveitaram mais da companhia um do outro com beijos, risadas e abraços, em seguida, Luhan fez questão de deixar Minseok em casa com direito a beijo de despedida na porta.

Naquela noite, o alfa se sentia muito bem, pois havia tirado um peso de si e achou alguém que lhe amasse. O ômega estava numa situação semelhante, foi dormir com um sorriso que mal cabia no rosto.

A felicidade era clara e o amor também, não necessitavam de mordidas, porque no coração deles, um já sabia que pertencia ao outro.