História The Sound Of Silence (Inacabada) - Deucalion

Sophie POV
Depois de levarmos Boyd e Cora para o apartamento de Derek, eu voltei para casa, estava dolorida e um tanto assustada, meus poderes estavam estranhos, eu nunca havia sentido minha pele queimar daquele jeito, os ossos, os músculos, tudo. Me deitei em minha cama e encarei o teto suspirando, essa noite tinha sido longa, e para ajudar tinha aula no dia seguinte, como iria olhar a Srta. Blake depois de quase termos causado sua morte? Resolvi não pensar nisso e me virei na cama, mas acabei trombando em algo, eu pulei e me sentei olhando em volta.
-DEREK! –eu peguei meu travesseiro e joguei nele, que desviou –Nunca mais faça isso! Existem portas nesta casa!
Ele me olhou sorrindo e veio até mim me dando um beijo.
-Me desculpe –ele suspirou – eu só...estava preocupado com você.
Eu me deitei em seu colo.
-Eu estou bem, eu só não sei muito bem o quê aconteceu lá.
Ele passou as mãos por meus cabelos, me deixando com mais sono ainda.
-Eu queria poder te dizer, mas eu também não sei.
-Meu corpo queimava igual fogo Derek. Eu não sei se isso é bom...
Ele se deitou ao meu lado e eu me deitei em seu peito.
-Isso pode não ser bom, mas o que fez ontem? Aquilo foi maravilhoso. Sophie...eu sinto muito ok? Eu vivo tentando te proteger, te privar das coisas, mas a realidade é que você não precisa mais disso. Agora você pode tomar conta de você mesma.
Eu me levantei e passei minhas pernas por cima dele, sorrindo.
-Eu sempre vou querer você me protegendo, só quero poder te proteger em troca.
Ele sorriu também e segurou meu rosto, me beijando.
-Sua avó tinha razão –ele suspirou –Nós fazemos uma boa dupla.
-Batman e Robin –eu dei mais um selinho nele antes de me deitar novamente –Mas eu sou o Batman.
-Por que eu tenho que ser o Robin? –ele me olhou.
-Porque sim, meu amor.
Ele riu e me abraçou, ficamos lá deitados, um completando o outro num abraço forte, até ambos pegarmos no sono.

Acordei no dia seguinte totalmente cansada, revirei os olhos ao ouvir o despertador e o desliguei, me jogando novamente no travesseiro. Ouvi alguém abrir a porta do quarto.
-Soph, você tem aula –disse Derek –Acorde.
-Ah, não! –eu me cobri até a cabeça e fechei os olhos com força.
-Sophie, levanta, antes que eu te puxe daí.
-Você não faria isso –eu resmunguei em meio as cobertas.
-Ah é? –ele veio até a cama e agarrou meus tornozelos, me puxando para fora dos cobertores.
-AH, não, me deixa, mais cinco minutinhos!
Ele me puxou pela cintura e sorriu para mim me beijando.
-Eu nem escovei os dentes –sorri.
-Eu não me importo –ele me deu mais um selinho –Agora pra escola.
Eu fiz um bico e saí, indo para o banheiro.
Derek me deixou na aula e voltou para seu loft, ele precisava conversar com sua irmã, afinal, ele pensava que ela estava morta. Entrei e caminhei calmamente pelos corredores até avistar Stiles em seu armário.
-Bom dia –eu sorri.
-Soph! Ei, como você está? Scott me contou sobre ontem.
Eu suspirei.
-Estou bem.
-Ótimo, porque tenho algo para contar pra você.
Eu ergui a sobrancelha o olhando curiosa.
-O quê?
-Ontem, enquanto vocês salvavam o mundo, eu...eu fui pro hospital, Melissa me chamou. O corpo na piscina não foi ataque de lobisomem, alguém fez aquilo.
-Mas, o que isso tem a ver? Não foi só um assassinato comum?
-Poderia ser, se não tivessem mais dois corpos com os mesmos ferimentos. O cara da piscina, Emily, a namorada da campista que você salvou e... –ele me olhou um pouco chateado – Heather.
Eu abri a boca surpresa, fui até Stiles e o abracei.
-Sinto muito.
Ele assentiu e me abraçou de volta, voltei a me encostar no armário e o observei.
-E o que você acha? Eles tem algo em comum?
-Sim –ele suspirou –Todos eram virgens. E tinham os mesmos ferimentos, estrangulados, garganta cortada e golpes na cabeça.
Eu o olhei um tanto assustada.
-Morte tríplice –eu o encarei.
-Exatamente.
-Mas se não são assassinatos comuns, são o quê?
Ele me olhou e mordiscou os lábios.
-Sacrifícios. Sacrifícios humanos.
Eu o encarei perplexa, isso poderia ser possível, claramente, afinal estamos vivendo em um mundo sobrenatural.
-Acredita em mim não é? –ele me olhou.
-Acredito, tudo é possível nessa droga de cidade, pode contar com a minha ajuda.
Ele assentiu sorrindo de leve.
-Obrigado.

Após a segunda aula o treinador decidiu montar um grupo de corrida, eu, claramente, não queria correr pela floresta no meio da manhã, mas Stiles me obrigou a colocar meu nome na maldita lista.
Depois de me trocar esperei Scott e Stiles, que saíram minutos depois de seus vestiários.
-Estou falando, ele sumiu, e deixou o cachorro lá, assim como o carro.
-Do que estão falando? –Olhei o Beta.
-Um dos clientes da clínica, assim que saiu eu ouvi barulhos, fui conferir e ele tinha sumido, deixando tudo para trás.
Eu olhei os dois curiosa.
-Isso é bem estranho –eu suspirei.
-Será que ele era meio, meio virgem? Tinha cara de virgem? Ele era virginal? –perguntou Stiles.
-Com certeza não, Deaton me obriga a transar com todos os clientes. –disse Scott, segurei a risada me virando para o outro lado, Stiles apenas revirou os olhos –Ok, eu não sei se ele era virgem.
-E por que falar dele no passado? Ele não morreu. –eu disse.
-Mas possivelmente está morto, porque ele era virgem. E sabe quem mais é virgem, eu Sophie, eu sou virgem. Nós corremos grande perigo.
-Nós? –eu o olhei.
-É, quer dizer...você também é, não é?
-Eu nunca disse que era virgem Stiles.
-Então quer dizer que você e o Derek...ah isso é nojento –comentou Stiles.
-Não! A gente não...eu tive outros namorados ok?
-Voltando ao meu grande problema virginal –disse Stiles me ignorando – Sabe o que significa? Que minha falta de experiência sexual agora é uma ameaça! Eu preciso transar com alguém agora, alguém precisa transar comigo hoje, alguém tem que me desvirginar agora!
-Tudo bem, eu topo –comentou Danny, fechando seu armário e nos olhando.
Stiles gritou e olhou para o moreno, que sorria de canto, eu cutuquei Scott e segurei a risada.
-O quê? –disse Stiles.
-Venha a minha casa às nove, planeje passar a noite –comentou Danny –Eu gosto de carinho.
-Isso é muito fofo, você está brincando? -disse Stiles.
-Sim, estou brincando! –disse Danny saindo pelo corredor.
-Não se brinca com os sentimentos de um homem assim Danny! Isso foi cruel!
Stiles nos olhou e eu gargalhei, seguida de Scott.
-Vocês são insuportáveis. –ele bufou.

Descemos todos para a trilha de caminhada, eu me abaixei ao lado de Isaac e ajeitei meus tênis.
-Está melhor? –ele me perguntou.
-Sim, bem melhor.
-É com certeza, eu percebi que Derek não dormiu no loft esta noite.
Eu olhei Isaac vermelha e ele riu, mas logo parou. Senti algo se aproximando, uma energia estranha. Olhei devagar para trás e vi os gêmeos, Ethan e Aiden. Eles nos encararam com um sorriso tosco no rosto e continuaram a caminhar. Isaac os olhou com raiva.
-São eles -disse o loiro.
-Ei, não faça besteira –o treinador apitou e ele começou a correr o mais rápido que pode –Isaac!
Já era tarde, ele havia sumido entre as árvores, olhei a trilha e suspirei, talvez se eu corresse muito, eu conseguisse chegar até ele. E foi isso que fiz, comecei a correr, no começo minhas pernas doíam, mas depois minha velocidade foi aumentando e a dor desapareceu, um sorriso se abriu em meu rosto, era praticamente a mesma velocidade que os lobisomens alcançavam. Parei rapidamente ao ver Isaac caído no chão e os gêmeos o segurando com suas presas a mostra.
-Ei, grandões! –eles me olharam e eu sorri –Querem levar uma surra? Deixem ele em paz.
Os dois sorriram debochados e eu fechei os punhos, odiava que me olhassem daquele jeito. Antes que dissessem algo um deles foi atingido por Scott, ele caiu no chão e segurou o maxilar, que havia sido deslocado do lugar. O outro gêmeo nos olhou com os olhos brilhando em vermelho e rugiu, os quatro estavam transformados pela metade, eu tirei as facas de meu shorts, agora não ficava mais sem elas. Antes que pudéssemos atacar ouvimos um grito agudo, encarei Scott e corri para a direção do barulho. Quando chegamos lá havia um corpo preso em uma árvore, Stiles nos olhou com certa tristeza nos olhos, ele parecia ter os mesmos ferimentos que os outros, mas era difícil saber com tanto sangue me volta.
-É ele –sussurrou Scott –O cliente de ontem.
Logo o pai de Stiles fechou a área espantando os curiosos que se aproximavam, nós quatro saímos andando nervosos.
-Viu o jeito como os gêmeos o olharam? –perguntou Isaac.
-Como se não tivessem ideia do que houve? –olhei o loiro.
-Não, não. Eles sabiam –disse Isaac.
-O garoto foi estrangulado com um garrote ok? Só eu não vejo estes assassinatos como coisas de lobisomem? –disse Stiles.
-Então é coincidência eles aparecerem e pessoas começarem a morrer? -Isaac parou, cruzando os braços.
-Não, não é, mas ainda não acho que eles sejam os culpados por isso –suspirou Stiles.
-Olha, eu não me importo –disse Isaac –eles mataram o garoto, mataram a garota que me salvou, e eu vou matá-los.
Ele continuou o caminho dele e eu suspirei olhando o céu.
-Isso pode ficar pior? –olhei Stiles e Scott.
-Tenho medo de responder –disse o Beta –Afinal, como alcançou Isaac?
Eu o olhei e abri a boca, mas na realidade, eu não sabia o que tinha sido aquilo.
-Não sei, eu só corri, e quando vi já estava lá.
-Correu como nós –comentou Scott –Como isso?
-Gostaria de saber –suspirei, continuando a caminhar.
Andamos até estarmos bem próximos da escola e nos vestimos novamente, para voltarmos para as aulas.

Derek POV
Observava Cora, que fazia exercícios em uma barra na parede.
-Para, você não está completamente curada.
-Cansei de ficar deitada –ela se jogou no chão, fazendo flexões.
-Então fique sentada –eu suspirei.
-Vai me ajudar a ir atrás deles? –ela continuou as flexões e eu caminhei até ela, chutando seu braço e a fazendo cair no chão.
Ela se levantou e tentou me atacar com socos, mas eu defendi todos segurando seus braços.
-Vamos! Dê o troco! –ela me olhava com raiva –Eu voltei por isso? Não acredito que fiquei trancada em um cofre três meses por você. Tudo aquilo que ouvi, um poderoso Alpha da família Hale, criando uma pack, sabe quanto tempo eu esperei para ouvir isso?! Tem ideia de como fiquei quando descobri que você estava vivo?!
Eu abaixei a cabeça suspirando.
-Sinto muito desapontá-la.
O alarme disparou e eu encarei a luz vermelha com receio.
-O quê é isso? –perguntou Cora.
-Problemas –suspirei.
A porta do loft foi aberta e um dos Alphas, Ennis, entrou por ela. Ele nos olhou sorrindo e rugiu, Cora fez o mesmo e foi para cima dele.
-Espera, Cora!
Ela tentou o atacar, mas ele foi mais rápido, agarrando seu pescoço e a prendendo no chão.
-Pronto para uma revanche? –disse Ennis.
Uma segunda pessoa entrou pela porta, era Kali. Ela rosnou e eu corri em sua direção, a atacando, ela era rápida, eu só conseguia me defender, até que agarrei sua perna e a joguei para longe. A Alpha caiu de pé e me olhou sorrindo, pegou um dos canos de ventilação do teto e o quebrou, tentando me acertar com o objeto, desviei do primeiro golpe, mas o segundo acertou meu rosto, e depois minhas costelas. Caí agachado no chão e antes que pudesse me levantar, senti algo atravessar meu abdômen. Rugi com a dor e arfei. O gosto da bile era intenso em minha boca, cuspi o líquido vermelho no chão, mal conseguindo respirar. Ouvi passos e algo batendo contra o chão, virei um pouco a cabeça até ver o homem parado nas escadas.
-Já acabaram? –ele perguntou –Porque só de ouvir já fiquei cansado. –Ele veio na minha direção e se abaixou na minha frente –Bom, vamos conversar.
Ele pegou uma cadeira e se sentou suspirando.
-Sinto muito Derek, pedi para Kali ser gentil, mas...
-Isso sou eu sendo gentil –ela rodou o ferro em minhas costas e eu grunhi de dor.
-Deixe-a ir –eu disse, quase inaudível.
Deucalion olhou Ennis, que soltou Cora, ela correu até mim mas eu neguei com a cabeça.
-Não... –ela me olhou assustada.
-Viu, não somos irracionais –disse Deucalion.
-O que você quer –eu arfei –Me matar?
-Me acha tão sem graça assim? –disse o Alpha –Não me julgue um Sociopata igual ao seu tio. Sou um homem de muito mais visão para cometer um simples assassinato. Na verdade, eu vim te mostrar quanta visão um cego pode ter.
Ele tirou seus óculos e me encarou, fazendo com que seus olhos brilhassem em vermelho, eu abaixei a cabeça por conta da dor, isso seria pior do que tinha imaginado, seria mais fácil se ele somente me matasse.