História The Sound Of Silence (Inacabada) - Boyd

Sophie POV
Depois que voltei do loft de Derek meu celular tocou, ainda estava na estrada e o atendi suspirando.
-Scott?
-Sophie, eu queria saber se pode me dar uma carona pro hospital, preciso levar o jantar da minha mãe e tá chovendo...
-Tudo bem, passo aí em um minuto.
Estacionei na frente da casa e Scott correu até meu carro, se jogou no banco e suspirou.
-Que chuva.
-Realmente –eu suspirei.
-Como está Derek?
Eu o olhei sorrindo.
-Está muito bem, ele ficou descansando.
Scott assentiu e eu fui para o hospital, assim que chegamos vários carros ocupavam o estacionamento, tive dificuldades em achar uma vaga. Descemos do carro e a chuva havia diminuído, fomos até a entrada e assim que abri a porta me assustei com o tanto de pessoas que ocupavam os lugares, muitas sangrando ou chorando com a dor. Eu e Scott nos aproximamos de sua mãe que acompanhava uma maca, assim que ela nos viu sorriu aliviada.
-Graças a Deus! –ela pegou a marmita da mão de Scott e me olhou –Estou faminta!
-Imagino –olhei em volta –O quê houve?
-Metade das vítimas de um engarrafamento estão sendo transferidas para cá –Melissa suspirou cansada –E para ajudar o médico plantonista não responde o telefone.
-Como assim não responde? –Scott perguntou.
-Ninguém o encontra e agora temos que esperar a outra médica chegar aqui.
Uma mulher se aproximou de nós, ela sangrava e chorava baixo.
-Moça? –ela se virou para Melissa –Pode me dar algo para aliviar esta dor?
-Olha, eu sinto muito, mas se eu te der algo as coisas pioram então...
Ela levou a mulher para uma das cadeiras e eu suspirei olhando Scott.
-Acha que eu consigo? –o olhei –Fazer como você faz?
Ele sorriu e assentiu.
-Claro que sim, vai lá. Como eu te mostrei.
Eu caminhei até a mulher e sentei ao seu lado.
-Sabe, eu li online que às vezes contado humano pode amenizar a dor –ela me olhou e eu segurei sua mão.
Minhas veias ficaram negras e eu arfei baixo, ela realmente estava com dor, aos poucos ela parou de grunhir e suspirou me olhando.
-Obrigada...
Eu sorri e me levantei novamente indo até Scott.
-Bom trabalho –ele sorriu.
-ALGUÉM....ALGUÉM ME AJUDE!
Olhei assustada para a porta e vi Ethan, em seus braços com uma expressão de dor estava Danny. Me levantei e o segurei pelo outro braço o levando para uma cadeira.
-Cuidado, cuidado! –eu disse.
-O que fez com ele! –disse Scott encarando Ethan.
-Nada! Ele disse que estava com dificuldades para respirar e que seu peito doía.
-Ah, droga –eu encarei Danny –Isso não é bom.
-O que foi? –disse Ethan.
-A laringe deslocou-se para o lado, acho que é pneumotórax hipertensivo. Scott chame sua mãe, VAI AGORA!
Danny se inclinou para frente e vomitou um líquido totalmente branco, em meio à gosma observei pequenas bolinhas brancas.
-Mistletoe –comentou Ethan.
Scott voltou segundos depois com sua mãe.
-Temos que leva-lo para um quarto –comentou Melissa.
Ethan e Scott o levaram até uma das salas mais próxima, o deitaram fazendo com que ele arfasse e se revirasse na maca.
-Onde estão as outras enfermeiras, os médicos? –perguntou Ethan.
-Estamos lotados, e os médicos de plantão ainda não chegaram.
-Ok, como podemos ajudar? –eu a olhei.
-Não podem querida –suspirou Melissa –O pulmão está em colapso, o coração está sendo empurrado contra o peito.
-Ele vai morrer não vai? –comentou Scott assustado.
-Não, ele não vai.
Melissa olhou em volta.
-Sophie pega os esparadrapos, você –ela apontou Ethan –pega uma tesoura e corta a camisa.
Ela se virou para uma gaveta e pegou uma agulha gigante, engoli em seco e segurei Danny junto com Ethan para que ficasse parado. Ele começou a tentar se levantar espantado.
-Sra. McCall, ele não está respirando.
-Eu sei –ela suspirou nervosa.
Com os dedos ela apalpou o peito dele, marcou um local e posicionou a agulha, com força ela a empurrou para baixo e Danny suspirou desesperado.
-Obrigado... –ele sussurrou para Melissa e eu sorri abaixando a cabeça.
-De nada –comentou Melissa.
Todos nós à olhamos sorrindo.
-O que foi? –ela perguntou.
-Foi fantástico –comentou Scott
Eu e Scott saímos mais aliviados do quarto, fomos até meu carro e antes de entrarmos ouvimos alguém caminhar até nós. Scott revirou os olhos e Ethan levantou as mãos.
-Sei que não vão acreditar em mim, mas eu não fiz nada.
-Só sabemos que desde que chegaram aqui, seu irmão foi atrás da Lydia e você atrás de Danny –comentei.
-Não vamos machuca-los –comentou o Alpha.
-Por que acreditaríamos em você? –comentou Scott
-Porque sabíamos que um deles era importante para você –ele olhou Scott –E agora sabemos que é a Lydia.
Olhei distraída para o final do estacionamento e franzi a testa ao ver um carro vindo em nossa direção, ele fazia movimentos estranhos.
-Sophie? –disse Scott.
Continuei observando o carro até o mesmo bater em outro, corri até ele e abri a porta, mas não havia ninguém lá dentro.
-Está vazio –eu disse olhando os dois.
Em cima do banco, morta, estava uma borboleta. Eu a peguei e analisei curiosa
-O que é isso? –disse Ethan.
-Não faço a mínima ideia –suspirei –Ligue para Stiles –olhei Scott.

Minutos depois a polícia estava no local, à nossa frente estava o Xerife.
-Ok, dois desaparecidos... –eu comentei.
-Espera, os dois no mesmo carro? –indagou o Xerife.
-Não pai, disseram que teve dois sequestros ok? Dois médicos desaparecidos. –disse Stiles.
-E de quem é o carro? –O xerife me olhou confuso.
-Da Dra. Hilyard, a que atende emergências –comentou Melissa –O plantonista é o que não apareceu.
-Ok, vou focar na sua história, e vocês esperem um minuto.
O xerife saiu com Melissa e eu suspirei.
-Ok, são sacrifícios –comentou Scott.
-É, pelo que Deaton disse. Curandeiros. –eu comentei
-Mas e o Danny? –comentou Scott –Ele vomitou Mistletoe, não deve ser coincidência, se ele não estivesse com Ethan, teria morrido.
-E Danny não é curandeiro. –eu comentei.
-Ahn, eu... –Stiles olhou o pai curioso –Consegue ouvir? –ele apontou o xerife.
Scott assentiu e se virou, concentrando-se.
-Encontraram um corpo –ele comentou. -O do doutor do plantão.

No dia seguinte acordei sonolenta ao extremo, toda aquela confusão do dia anterior tinha me deixado cansada. Me troquei rapidamente e fui para escola.
A primeira aula era do Sr. Harris, e como não havia outro professor para substituí-lo, a Srta. Blake assumiu seu lugar.
-Ok, -sussurrou Stiles –Meu pai disse que o plantonista não foi estrangulado, mas morreu asfixiado também, só não sabem como.
O celular de Scott tocou e ele o atendeu.
-Doutor, eu estou no meio da aula, pode me ligar daqui a pouco?
Ele ficou mudou e logo em seguida desligou o celular.
-Temos um problemão –ele nos olhou assustado –Deaton foi levado.
Eu arregalei os olhos.
-Vá, eu cuido da Srta. Blake.
Ele assentiu e saiu da sala, a professora tentou impedi-lo, sem sucesso.
-Problemas com a mãe –eu disse para ela –Ele volta logo.
Ela suspirou e assentiu, voltando a escrever no quadro.
Quando a aula acabou Stiles foi atrás de Scott, minutos depois ele me ligou e disse para que eu procurasse Lydia. O alarme de incêndio foi disparado e eu me assustei, suspirando em seguida. Ao longe vi Aiden saindo de uma sala, e logo depois Cora entrar na mesma, caminhei devagar até lá e assim que abri a porta Cora segurava com firmeza os pulsos de Lydia.
-Solta ela Cora.
A Beta me olhou.
-Solta ela agora.
Ela bufou e soltou a ruiva que massageou os braços.
-Stiles está nos esperando na sala de Literatura.
-Para? –perguntou Lydia.
-Não sei, mas ele nos quer lá.
Cora nos acompanhou, Stiles estava na porta nos olhando.
-Depressa!
Ele nos puxou para dentro e observei várias coisas em cima da mesa, no meio delas, um tabuleiro Ouija.
-Mas que porra? –eu olhei Stiles.
-Talvez algo disso faça Lydia achar Deaton.
O tabuleiro foi a primeira tentativa, totalmente falha. A segunda, o contato.
-Aqui, as chaves de Deaton –disse Stiles as entregando à Lydia.
Ela se retraiu e Stiles a olhou curioso.
-O quê foi? Viu algo?
-Não, estão geladas ela comentou.
Bufei e me ajeitei na cadeira, nada deu certo, nenhuma das tentativas de Stiles.
-Desisto –eu me levantei –Estamos perdendo tempo quando devíamos falar com Danny. –comentei.
-Danny? –disse Stiles –Por que?
-Porque ele foi um alvo mas não um sacrifício –comentou Scott, que havia acabado de adentrar a sala.
-Eu vou atrás de Danny com Stiles, vocês façam algo!
Fomos para o hospital, Stiles entrou no mesmo e eu o esperei do lado de fora. Enquanto esperava ouvi um barulho atrás do carro, desci para verificar, mas não havia nada.
Algo me agarrou por trás e me prendeu, tentei me soltar mais foi em vão, nem mesmo as facas em meu shorts eu consegui alcançar.
-Precisamos de você –disse Aiden, sorrindo para mim.
Eu bati em seu ombro me soltando e tentei correr, mas algo perfurou minha pele e eu gritei, bem nas minhas costelas havia uma agulha.
-Deve ter percebido que, mesmo que pouco, Wolfsbane te atinge também –comentou Kali, saindo de trás do carro.
Senti meu corpo ficar fraco e tombei para o lado, Aiden me segurou pelo braço e me arrastou para longe.

Derek POV
Estava deitado em meu sofá, acabei cochilando em algum momento e acordei com um som alto, pulei do sofá e fui até o alarme o desligando, Cora me olhou e depois mirou a janela.
-O que significa? –ela apontou a mesma.
Olhei o vidro e nele estava pintado o Trinskele* dos Alphas.
-Significa que estão vindo –eu suspirei –Hoje à noite.
Cora franziu a testa e subiu as escadas, sabia que ela ia avisar os outros, mas eles não podiam se meter nisso. Algum tempo depois o portão de ferro se abriu, Isaac e Boyd entraram.
-Voltem para a escola –eu disse.
-Não podemos, eu e Boyd estamos extremamente doentes –disse Isaac.
-Problemas cerebrais? –eu os olhei sério.
-Na verdade eu estou com enxaqueca e Boyd com diarréia –disse Isaac sorrindo, fazendo Boyd revirar os olhos.
-Estamos aqui para protegê-lo –disse Boyd.
-Estão aqui para me proteger? –eu desci das escadas onde estava sentado e cruzei os braços –Então estou ferrado.
-Na verdade, Boyd tem um plano –comentou Isaac.
-Estava pensando na vez que Gerald prendeu eu e Erica usando fios elétricos para passar corrente por nós. Pensei em fazer algo do tipo.
Ele abriu sua mochila e tirou de lá um rolo de cabos vermelhos. O pegamos e espalhamos eles pelo loft, depois pegamos uma mangueira e começamos a jogar água pelo chão.
-Segundo Sophie em uma piscina eletrificada são precisos 50 miliamperes para matar um humano, menos energia que uma lâmpada –disse Boyd.
-Isso é reconfortante, e nem quero saber porque minha namorada sabe sobre piscinas eletrificadas. -eu disse.
-Se desativarmos o interruptor do prédio na sala de eletricidade, a corrente continuará. E quem pisar aqui terá uma surpresa chocante –sorriu Boyd.
–Principalmente alguém descalço. –disse Isaac sorrindo.
Os olhei e assenti.
-Ótima ideia –bati de leve nos ombros de Boyd.
Jogamos os cabos na água, eles soltaram faíscas azuis e eu suspirei.
-Isso vai matar eles? –perguntou Isaac.
-Espero que sim –comentei.

Ficamos em cima das madeiras que colocamos no local por alguns minutos até Isaac se virar para mim.
-Aquela luz não deveria estar ligada?
Ele apontou o alarme e eu ergui a sobrancelha.
-Sim.
-E se não estiver? –ele me olhou novamente.
-Significa que cortaram a energia extra.
-Então a principal...
A luz se foi, impedindo Boyd de continuar a falar, nos levantamos rapidamente olhando em volta atentos. Fui até a beirada e pisei na água, ela não me causou dano algum, continuei andando e parei olhando em volta
-Derek, o que fazemos agora? –disse Isaac.
Levantei meu olhar para o portão.
-Nós lutamos.
Me transformei e os dois vieram até mim ficando um de cada lado, várias pancadas no portão foram ouvidas e ele se abriu, Kali caminhou para dentro com suas garras à mostra.
-Vou ser sincera Derek, quando Ennis morreu achei que poderia pular de cabeça. Achar você e te matar, não importando onde estivesse. Mas me lembrei que você é cercado por estes adolescentes, se escondendo atrás deles. Então pensei “como uma garota faz para ficar sozinha com ele?” –ela sorriu –Então resolvi perguntar pessoalmente para a sua garota.
Meu coração palpitou, os gêmeos entraram pela porta segurando Sophie, ela parecia cansada.
-Nós dois Derek, ou eles vão despedaça-la. Você quem escolhe. Acha que consegue me vencer sozinho?
Joguei a cabeça para o lado e os dois se afastaram de mim.
-Vou arrancar sua garganta –eu resmunguei a olhando –Com meus dentes.
Ela rugiu e eu também, pulando em sua direção, rasgando sua pele perto do braço. Ela também tentou me acertar, mas eu desviei, e desviei novamente de seu segundo golpe. Fui ataca-la de novo mas ouvi um grunhido de dor, um dos gêmeos havia feito um corte fino na garganta de Sophie. Eu a olhei e senti algo rasgar minhas costas, rugi e me virei novamente para Kali, ela pulou na parede e com a força dos braços se empurrou na minha direção, me chutando no rosto, eu caí no chão e levantei a cabeça olhando em volta, Sophie continuava me olhando, e por mais que estivesse fraca e ferida, seus olhos continuavam com aquele brilho que eu adorava. Eu rugi e me levantei, indo para cima de Kali novamente, mas ela me chutou e eu voei para longe.
-Derek! –Sophie foi interrompida pelas garras apertando sua garganta.
Isaac tentou correr na minha direção.
-Não!
Ele me olhou assustado e voltou para onde estava.
Eu me levantei e corri até Kali, ela me atacou na região das costelas, mas segurei seu braço, a impedindo de continuar. Com o joelho esquerdo ela chutou meu estômago, fazendo eu me curvar automaticamente, ela me chutou no mesmo local e eu caí há alguns metros dela, rugindo baixo de dor.

Sophie POV
Meu corpo não estava mais tão fraco, mas meus poderes não davam nem sinal de vida, e sem minhas facas ainda não podia lutar. Kali levantou Derek caído no chão e o segurou pelos braços, ele tentou se soltar de qualquer jeito mas não conseguiu.
Em poucos segundos Isaac gritou, ele correu na minha direção enquanto Boyd corria até Derek, os gêmeos foram ajudar Kali e Isaac me segurou, me abraçando forte.
-Tá tudo bem –ele sussurrou.
A energia voltou e todos que estavam na água foram eletrocutados, inclusive Derek e Boyd, assim que os choques cessaram Kali olhou em volta.
-Peguem ele!
Os gêmeos pisaram na água e foram até Derek, Kali agarrou Boyd e o levantou no ar enquanto os dois seguravam as garras de Derek para cima, Kali sorriu e antes que eu conseguisse gritar algo, ela jogou Boyd nas garras de Derek. Me encolhi no colo de Isaac o abraçando forte e chorando, o loiro olhava tudo assustado e horrorizado. Boyd grunhiu e os gêmeos soltaram Derek, o Alpha segurou Boyd em seus braços, Kali observou a cena.
-Lhe darei até a próxima lua cheia Derek, faça a escolha certa.
Ela e os gêmeos saíram pela porta e eu segurei Isaac me levantando devagar, caminhei cambaleando até Derek e Boyd, o Alpha chorava e observava seu Beta.
-Está tudo bem –disse Boyd sorrindo de leve.
-Não, não está. Não está.
-Está tudo bem, Derek.
Derek o olhou em choque, as lágrimas ainda escorrendo de seus olhos.
-Eu sinto muito –ele comentou.
Boyd fechou seus olhos e caiu de lado, Derek tremia e olhava suas mão chorando, eu me abaixei ao seu lado também chorando. Ele me olhou e aquele verde de seus olhos pareciam ter se apago por completo, ele me abraçou e se escondeu em meu pescoço, chorando até soluçar. Isaac veio até Boyd e se abaixou, também chorando. Stiles e Cora entraram pela porta, a Beta olhou o corpo e correu em desespero, se abaixou e deitou no peito de Boyd, chorando igualmente à Derek.
Tudo que podia fazer era abracá-lo, não diria que ia ficar tudo bem, porque não ficaria, nem que podíamos superar isso, porque não superaríamos, e nem dizer que íamos cuidar disso juntos, porque não podíamos cuidar daquilo, e todos à nossa volta estavam morrendo, um por um.