História The Sound Of Silence (Inacabada) - Pacto de Alphas

Derek POV
Voltei para o loft depois de deixar Sophie em casa, ela sabia que precisava de um tempo para cuidar de Cora.
Quando entrei, Isaac e Peter me observaram, Peter se levantou e suspirou, saindo de perto de onde estava e subindo as escadas. Eu me sentei ao lado de Cora e observei seu rosto, agora pálido e suado, descansando. Ela tossia e sua boca estava manchada com o sangue negro que ela havia vomitado mais cedo.
-Ela está morrendo, não está? –indagou Isaac.
-Eu não sei –respondi.
-E o quê vai fazer? –o loiro a olhou.
-Eu não sei –suspirei novamente.
-Sabe, devia arranjar um jeito de concertar tudo isso –disse Isaac –Enquanto Scott, Sophie e Stiles tentavam fazer algo você estava ocupado demais se escondendo em algum canto, ou escondendo coisas de nós! Sabe quantas pessoas morreram por isso? Erica e Boyd foram alguns. –Isaac elevava o tom de voz –Por que fez isso conosco Derek? –eu o olhei com os olhos marejados –Pelo poder?-eu neguei –Estava solitário?
-Talvez –respondi.
Isaac bufou e passou as mãos pelos cabelos, nervoso.
-Eu vou ajudar Cora, e depois ajudo eles.
-NÃO TEMOS TEMPO! –gritou Isaac. –A lua cheia está chegando, o Xerife e Melissa vão morrer. Eu vou ajudá-los enquanto você aperfeiçoa a arte de não fazer nada.
O Beta bateu a porta fortemente e eu bufei, abaixando a cabeça
-Não leve para o lado pessoal –murmurou Peter, sentado na escada –A raiva é só um ferramenta, ele a usa como pretexto para mudar de um Alpha para outro. De você para Scott.
-Scott ainda não é um Alpha –comentei.
-Mas está quase lá, não está? –eu olhei meu tio com certa raiva.

Sophie POV
Eu, Stiles e Allison estávamos agora na casa da caçadora, seu pai adentrou o local suspirando.
-A palavra é “guardião” Allison, e eu não tenho sido um nestes últimos tempos.
-Ele levou o pai de Stiles e a mãe de Scott, não é coincidência –murmurou a morena.
-Considerando o fato que escreveram seu nome em letras maiúsculas vermelhas nas portas do elevador, para mim parece um aviso. -comentei
-Acho que foi a Morell –indagou Allison –Ela aparenta saber mais do que parece e quer nos ajudar.
-Ela tem que ser mais rápida então –comentou Stiles –Porque faltam apenas dois dias para o eclipse lunar.
Ele se sentou em uma poltrona e eu sentei ao seu lado, colocando a mão sobre seus ombros.
-Stiles, não perca as esperanças.
-Já podem estar mortos –comentou ele.
-Acho que não –comentou o Chris –Jennifer age de um jeito diferente, como se tivesse encaixando as peças no lugar certo
-E você é uma delas –disse Allison olhando o pai.
-Então não vamos deixa-la fazer a próxima jogada –comentei, olhando os Argent
Chris abriu um mapa e o estendeu numa mesa.
-Tudo o que ela faz passa pela corrente telúrica, então, Melissa e o xerife devem estar em uma delas. –disse o Sr. Argent. –Stiles, se vamos seguir em frente com isso, precisamos da sua ajuda.
Ele nos observou e franziu a testa.
-Quer mesmo ir atrás dela? E se ela te levar também? –indagou Stiles –Sem querer ofender mais qual a diferença entre você e eles?
Chris tirou uma arma da gaveta e a carregou.
-Eu tenho uma calibre 45. –ele murmurou –Ela pode se curar de alguns cortes, um tiro na perna, mas quero ver como vai se curar quando eu estourar sua cabeça. Temos uma prioridade agora, achar Melissa e seu pai, eu tenho as pistas necessárias para isso, o que não temos é tempo, por isso vamos precisar de vocês três.
Nós nos olhamos e Stiles bufou.
-Por onde começamos? –ele comentou.
O Sr. Argent virou o mapa para nós e pegou sua luz negra, passando a mesma pelo papel.
-Os lugares onde sacrifícios foram feitos são diferentes de onde seus corpos foram deixados, acho que o local tem conexão com a energia da corrente, então temos a escola, a clínica veterinária e o banco.
-Espera, ela não usaria o mesmo lugar duas vezes, usaria? –perguntei.
-Só se falhasse da primeira vez –comentou o Argent.
-O chefe de Scott –comentou Stiles.
-Deaton, foi onde ela falhou, pode significar algo –comentei.
-Mas é só um lugar, vamos precisar de mais ajuda. –disse Stiles
-Que tal Lydia? –perguntou Allison
-Lydia? –indagou Chris –O que ela pode fazer para nos ajudar?
-Ela tem algum talento –comentou Stiles –De alguma maneira ela encontrou alguns dos corpos dos sacrifícios e nem estava procurando por eles.
-Ela é o quê? Uma vidente?
-Ela é alguma coisa –comentei.
-Certo, então temos que nos apressar.
Allison e o pai começaram a tirar caixas e mais caixas de armários e afins. Armas pequenas, pistolas, automáticas, submetralhadoras, todo tipo de arma possível estava em cima daquela mesa.
-Pensei que tinham se aposentado –comentei.
-Aposentados, sim. Indefesos, não. –Chris nos encarou –Deixem os celulares ligados, se tiver notícias do Scott nos avise imediatamente -ele disse à Stiles
Alguém parou à porta e eu olhei para trás.
-Posso não ser bom com arco e flecha ou armas –comentou Isaac –Mas estou ficando muito bom nisto –ele levantou sua mão deixando suas garras á mostra, me fazendo sorrir de canto.

Derek POV
Cora arfava e eu segurei seu braço, drenando a dor de seu corpo, minhas veias ficaram negras e eu bufei, mas não soltei seu braço.
-Devagar –disse Peter.
Soltei Cora e segurei meu pulso.
-Eu sei que se não me controlar posso morrer.
-Não foi isso que quis dizer –comentou Peter.
Eu o olhei curioso e ele caminhou em minha direção.
-Ouvi que é algo que só um Alpha pode fazer, por um bom motivo.
-Qual? –eu o olhei.
Ele se apoiou em uma mesa.
-Sabe que lobos comuns nunca abandonam um membro ferido da pack –ele disse – Eles cuidam dele, trazem comida de uma caçada e regurgitam na boca do lobo ferido, dão conforto físico e emocional com esse cuidado intenso. De certa forma, eles fazem mais do que aliviar a dor, podem ser um instrumento para curar seus semelhantes.
Eu me apoiei na mesma mesa de frente para ele.
-Se está tentando me dizer que posso salvá-la, apenas diga.
-Estou dizendo, que ouvi ser possível.
-Como? –eu encarei seus olhos apreensivo.
-É a faísca de poder que te torna um Alpha, quando tira a dor dela, ela absorve o poder vindo de você com esses dons especiais, o poder que aumenta a força e os sentidos, o poder que transforma seu corpo. Como um Alpha você tem um pouco a mais, uma faísca que muda a cor de seus olhos de um amarelo brilhante para um vermelho fogo.
Eu encarei Cora e depois Peter.
-Se eu puder salvá-la...
-Se. –ele comentou fazendo uma careta –Se. Não disse que sempre funciona.
Eu franzi a testa cansado e pensativo.
-Poderia matá-lo também. -comentou Peter
Eu olhei o chão, depois Cora, trinquei o maxilar com força.
-Como eu faço? –perguntei –Aliviando sua dor?
-E um pouco mais –disse Peter –Porque há um preço.
Eu o olhei e bufei, indo até Cora novamente.

Sophie POV
Eu e os Argent estávamos prontos para sair quando meu telefone tocou, o atendi no meio da correria.
-Alô?
-Sophie? –era Derek.
Eu franzi a testa.
-O que foi amor? Aconteceu alguma coisa?
Ouvi ele suspirar do outro lado da linha.
-Não, eu só...onde está?
Eu olhei os outros que guardavam suas coisas no carro.
-Ajudando Allison, o quê é Derek? Diga logo.
Ele bufou e ouvi ele sentar em algo, provavelmente uma cama.
-Nada, eu juro. Só queria saber se está bem, e dizer que...eu te amo muito.
Eu sorri de canto e me encostei na picape.
-Eu também te amo meu amor. Mas eu sei que tem algo errado, mesmo que não me conte.
-Não está usando seus novos poderes sobrenaturais bizarros pra cima de mim está?
Eu ri e balancei a cabeça.
-Não, meu coração diz isso, e eu acredito nele.
-Devia acreditar mesmo.
Ficamos em silêncio por alguns segundos.
-Ainda tá aí? –ele perguntou.
-Claro –eu respondi.
-Eu tenho que desligar –ele suspirou –Sinto muito por atrapalhar...
-Você nunca atrapalha meu amor –eu suspirei –Eu te amo.
-Também te amo.
Ouvi Chris me chamar e desliguei o celular, indo até o carro.
Assim que chegamos no cofre olhamos em volta curiosos.
-Não há nada aqui –comentei.
-De qualquer forma, tenham cuidado. –disse Chris.
Ele ligou uma arma de choque e Isaac levantou uma sobrancelha.
-Achei que só usava isso em lobisomens.
-Eu uso.
Chris atacou Isaac com o choque, que fez o loiro cair estático no chão, eu e Allison nos jogamos assustadas para trás, mas ele foi mais rápido e nos agarrou, prendendo Allison na parede.
-O que está fazendo?! –disse Allison.
-Sinto muito, mas vocês tem que confiar em mim.
Ele se virou para mim e atirou um dardo em meu pescoço, eu segurei o local e tirei a seringa, ficando tonta em seguida e caindo sentada no chão. Era Wolfsbane.
-Eu sei há muito tempo que ela não age sobre as correntes telúricas –comentou Chris –Ela estava em sincronia com elas.
Ouvimos um barulho vindo do lado de fora do cofre, o Sr. Argent soltou sua arma e observou a porta, Jennifer adentrou o local olhando em volta, com um sorriso nos lábios.
-Ah, isto sim é um sacrifício –ela comentou.
As vozes conhecidas começaram a ressoar em meus ouvidos, Jennifer se transformou e seu rosto destruído ficou à mostra, em poucos segundos Chris foi agarrado e sumiu bem na nossa frente. Allison tentou se soltar, chorando e encarando a porta, mas foi em vão. Meu corpo não correspondia aos movimentos e eu estava exausta. Com dificuldade Isaac foi até Allison e puxou suas algemas, ela massageou seus pulsos nervosa e saiu pela porta. O loiro veio até mim e me ajudou a levantar, eu me segurei nele nervosa.
-Ela tem os três –eu comentei –Os três sacrifícios.
Nós saímos rapidamente do local, Allison me levou para sua casa, lá tinha um antídoto comum contra Wolfsbane, ela injetou o mesmo em minha pele e a fraqueza sumiu na hora.
-Ótimo, precisamos fazer algo.
-Sim, mas o quê? –Indagou Isaac.
-Avise Stiles –eu o olhei –Vou falar com uma pessoa.
Peguei as chaves de meu carro e saí na direção da clínica veterinária, se tinha alguém que podia nos ajudar nisso, era Deaton.
Assim que estacionei o médico apontou na porta, se dirigiu ao meu carro e entrou no local do passageiro.
-Ahn, doutor? –eu o olhei curiosa.
-Eu sei porque está aqui Sophie, mas neste momento precisamos ir até a escola, se não se importa em me dar uma carona.
-Claro, vamos.
Eu acelerei à caminho da escola, quando chegamos no local, descemos e fomos atrás de Stiles, Deaton de um lado, e eu do outro. Logo após alguns minutos o veterinário voltou com o garoto.
-Sabemos onde eles estão –comentou Stiles.
-Sabem? –o encarei curiosa.
-O Nemeton.
-Ah, claro. –eu revirei os olhos –Clássico.
-Precisamos achar os outros –comentou Deaton –e Rápido.
-Lydia está trabalhando nisso. –comentou Stiles.
-Precisamos levar todos para a clínica –comentou Deaton.
Olhei Stiles curiosa mas assenti.
-Eu aviso Lydia.
-Eu aviso Isaac e Allison –comentou Stiles.

Depois dos telefonemas nos dirigimos para a clínica, me sentei na mesa de metal nervosa, aquilo estava me deixando louca. Lydia adentrou o local junto de Allison e Isaac.
-Meu pai e Gerald já estiveram lá, mas ele disse que não se lembra –comentou Allison.
-E como achamos este lugar?
Todos olhamos Deaton que suspirou.
-Há um jeito, mas é perigoso, e vamos precisar do Scott.
Tempo depois os três voltaram, Scott nos encarou cabisbaixo e adentrou o local.
-Muito bem –disse Deaton –Além de ser perigoso por terem que ficar alguns segundos mortos, precisam levar em conta uma segunda coisa. Irão dar poder ao Nemeton, uma coisa dessa magnitude, depois de adormecida por tanto tempo, pode se transformar em um imã. Ele atrai o sobrenatural, coisas que dariam há uma família como os Argent assunto para montar um segundo bestiário, vai traze-las para cá, como um farol.
-Não parece pior do que tudo que já vimos –comentou Stiles.
-Se surpreenderia com as coisas que ainda não viu –comentou Deaton.
-Não é só isso, é? –eu olhei Deaton.
-Não, também terá um efeito sobre vocês três –ele olhou Allison, Scott e Stiles –Não poderão vê-lo, mas irão senti-lo, todo dia pelo resto de suas vidas, será uma espécie de escuridão em seus corações, permanente como uma cicatriz.
-Como uma tatuagem –disse Scott.


Os três adentraram lentamente as banheiras, seus colegas os olhavam nervosos, cada um segurava algo de valor para eles.
Stiles levava a estrela um pouco amassada de seu pai, que indicava o posto de xerife do mesmo.
Allison levava a bala de prata de seu pai, que simbolizada para os Argent a ingressão na caçada.
Por último, Scott, que levava o relógio de sua mãe. “A única coisa que funcionou no casamento”, ela dizia.
Os três se sentaram lentamente nas banheiras, atrás de cada um estava uma pessoa.
Deaton com Scott.
Sophie com Stiles.
Lydia com Allison.
Aos poucos eles foram afundando, o nervosismo impedindo que eles gritassem de desespero quando os pulmões começaram a queimar, todos encaravam o trio em desespero, e se não voltassem? E se não adiantasse nada?
Enquanto esse dilema se passava na clínica, Derek sofria em seu loft, ele segurava a mão de sua irmã, impaciente.
“Tem que ser agora!” –ele disse para seu tio.
O maior não respondeu, apenas se aproximou do sobrinho, e por mais que não demonstrasse, estava um pouco nervoso.
O Alpha segurou o braço de Cora e suas veias começaram a ficar negras, ele rugiu e seus olhos vermelhos brilharam em meio a pouca luz do local.
A única coisa que se passava igualmente nos dois lugares, eram as lágrimas que escorriam dos olhos de todos. De Sophie, por medo e angústia, o mesmo com Lydia, com medo de perder aqueles que amava, de Isaac, que temia pela vida de seus amigos, e de Derek, temendo abandonar sua amada para sempre sem antes ter lhe dito que a amava pessoalmente.
Todos sofriam em silêncio, pelas vidas que temiam perder, pela batalha que temiam não vencer, pelo amor que os cercava e pela amizade inquebrável que aquecia seus corações.