Sophie dormia profundamente quando ouviu o conhecido toque de seu celular, ela franziu o cenho e olhou o visor do mesmo, era de madrugada e o nome “Stiles” brilhava na tela. Ela suspirou e esticou o braço por cima de Derek, que também dormia, e atendeu o mesmo.
-Ei, o que foi?–ela perguntou, bocejando, mas não obteve resposta –Stiles?
Um barulho parecido com um choro fazia a linha chiar, Derek despertou com o barulho e se sentou na cama, observando a namorada.
-Sophie? –Stiles sussurrou, a voz embargada.
Ela estranhou e se virou para Derek, o encarando.
-Eu estou aqui, o que aconteceu? Consegue me ouvir? –perguntou.
-Soph...eu não sei onde estou, não sei como cheguei aqui. Acho que estava sonâmbulo –ele falava baixo, e fungava por conta do choro.
-Ok, calma. Consegue ver algo? Me diga o que você vê.
-Está escuro –ele suspirou –Não consigo ver nada, e acho que tem algo errado com meu...
O telefone desligou e Sophie o encarou preocupada.
-Merda –ela resmungou, ligando novamente pro amigo.
As três ligações seguidas caíram na caixa postal, Sophie tremia com medo do que tivesse acontecido com o amigo. Derek tentou acalmá-la e abraçou de leve seus ombros, ela tentou novamente e a voz de Stiles se fez presente.
-Stiles! –ela exclamou.
-Soph, não sei se consigo sair daqui, não consigo me mexer.
-Onde você tá? –perguntou Derek, já que o celular se encontrava no viva voz.
-Não sei, está muito escuro, não vejo direito. Mas tem algo errado com a minha perna, está doendo e sangrando.
-Como está? Está muito feio? –perguntou Sophie, mas ele não respondeu –Stiles, consegue me ouvir?!
-Tem um cheiro terrível aqui, está fazendo meus olhos lacrimejarem.
-Ok, espere. Vou ligar para seu pai.
-Não, não, não! Não ligue para ele.
-Mas Stiles... –disse Derek
-Não ligue para ele, me prometa. Ele já se preocupa demais comigo, por favor.
-Mas e se não conseguir te achar? Não posso prometer isso Stiles.
-Não ligue, por favor...não...-ele começou a chorar –Só me ache, ele não precisa saber, me encontre Sophie, você consegue.
Sophie olhou Derek nervosa.
-Eu não sei se consigo –ela mordiscou os lábios.
-Eu te ligo depois, eu preciso desligar
-O quê? Não, Stiles...
-Eu te ligo de volta.
-STILES! –Sophie gritou, mas a linha já havia sido desligada.
A garota pulou da cama e correu até seu closet, começando a se vestir.
-O que vamos fazer? –perguntou Derek, a encarando.
-Ligue para o Scott, nós precisamos achá-lo.
Derek assentiu e agarrou suas roupas e seu celular, Sophie começou a descer as escadas em direção a garagem, mas parou ao ouvir seu celular tocar novamente.
-Stiles –ela exclamou, nervosa.
-Chamou ele? Chamou meu pai?
-Não, mas liguei para o Scott e Isaac, eles vão nos ajudar. Tente achar algo em volta, qualquer coisa que nos ajude a te encontrar.
-É um porão.
-Em uma casa? –ela voltou a correr até o carro.
-Não, é maior, parece ser industrial, acho que tem uma caldeira mas está frio, muito frio. Eu preciso desligar o telefone, a bateria vai acabar.
-Não, espere, Stiles. –Soph entrou em seu carro, Derek logo depois dela –O que mais consegue ver?
-A bateria está acabando, não consigo falar. Por favor...
Sophie suspirou e franziu o cenho.
-Stiles, por que está sussurrando?
A linha ficou muda por alguns segundos.
-Porque acho que tem alguém aqui comigo.
O conhecido bip indicou a finalização da ligação, Sophie encarou Derek assustada, o moreno deu partida no carro e ambos seguiram para a casa de Stiles
Sophie POV
Assim que chegamos na casa de Stiles, Scott e Isaac já estavam do lado de fora, nós quatro corremos até o quarto dele e quando abrimos a porta, Lydia observava as coisas em volta, acompanhada de Aiden.
-Ele te ligou também? –perguntei, a olhando.
-Não, ouvi vozes –ela disse, preocupada.
-Não pergunte, fica mais confuso quando você pergunta –disse Aiden.
Scott encarou a cama de Stiles e arregalou levemente os olhos.
-Não tão confuso quanto aquilo.
Todos nós olhamos em volta, presa na cama estava uma tesoura e vários barbantes vermelhos se ligavam da mesma até as paredes, onde se encontravam manchetes de jornais e outras anotações
-Talvez ele pense que é um caso sem solução, afinal ele usava o vermelho para estes casos em específico. -comentei
-Espere, ainda não acharam ele? Ele ainda está lá fora?
-Ele comentou sobre um porão industrial, existem dezenas na cidade –disse Isaac
-O que mais ele disse? –perguntou Lydia.
-Disse que tem algo errado com a perna dele, está sangrando. E que está muito frio lá.
-É a noite mais fria do ano –murmurou Aiden –Vai ficar abaixo dos -6°.
-O que o pai dele disse? –perguntou a ruiva.
Abaixei levemente a cabeça.
-Nós...não contamos pra ele –disse Derek.
-Stiles está sangrando e congelando e vocês não ligaram para o pai dele? –ela resmungou.
-Vamos acha-lo pelo odor –disse Scott –Se ele estava sonâmbulo naõ foi muito longe, podemos fazer isso.
-Vocês prometeram não ligar para o pai dele, eu não.
Ela pegou o celular mas eu segurei sua mão levemente, balançando a cabeça.
-Não precisa ligar, a delegacia é cinco minutos daqui, nós vamos até lá.
Todos começaram a sair do quarto, mas Lydia e Aiden ficaram, ela insistia que havia algo lá e decidiu checar.
O Xerife fechava e abria seus olhos enquanto tentava pensar um lugar para começarmos, ele estava nervoso e suava frio.
-Se o Jipe sumiu, começamos por aí. –ele disse finalmente, me olhando –Parrish, emita um alerta para um Jipe CJ-5, ano 1980. Você –ele apontou outro policial –Quero uma lista de todos os porões industriais ou nível inferior de qualquer edifício. É a noite mais fria do ano, se ele está descalço e apenas com uma camisa já deve estar com hipotermia. Vamos agir rápido e pensar rápido. Sophie, Scott, Isaac, venham comigo.
Os policiais saíram e o Xerife foi para a sala dele, o seguimos e ele encostou a porta, nos olhando.
-Tem algo que precisam me dizer, que não posso dizer para eles?
-Lydia sabe algo –comentei –Ela está ajudando como pode para descobrir.
-Algo mais? –ele perguntou.
-Derek também está nos ajudando, pedimos ajuda para Allison também.
-Podem sentir o odor dele?
-Eles podem, eu posso tentar senti-lo, mas preciso estar perto para isso.
Alguém bateu na porta, Parrish abriu a mesma e nos encarou.
-Conseguimos senhor, achamos o Jipe. Está no hospital.
Nós nos entreolhamos e corremos para nossos respectivos carros, paramos logo depois no hospital, o jipe de Stiles estava estacionado num canto.
-Está morto –disse o Xerife, olhando o automóvel –Os faróis deviam estar ligados, a bateria já era.
-Por que ele viria para cá? –perguntou Scott.
-Vamos descobrir –eu disse, correndo para dentro.
Melissa logo veio correndo nos encontrar, ela disse que a segurança estava olhando todos os andares, mas não haviam encontrado nada, ela nos guiou para o porão do hospital, senti algo no terraço, a presença de Stiles, sua essência. Corri para lá com Scott e Isaac, mas assim que pisei lá vi Derek olhando em volta.
-Ele não está mais aqui.
-Quer dizer no prédio? –perguntei, me aproximando.
-Sumiu –ele suspirou, e eu bati o pé no chão, nervosa.
-Vou avisar o Xerife –disse Isaac.
-E eu vou ver se encontro a Allison –comentou Scott.
Ambos se foram e eu permaneci ali, estava desesperada pensando inúmeros motivos de Stiles ter sumido e o que havia acontecido com ele.
-Sente que aqui é mais forte? –disse Derek.
-Sim, a essência –eu comentei, observando a cidade –Estresse e ansiedade, o que ele fazia aqui em cima?
-Não sei, mas com certeza teve uma luta –ele comentou.
-Com quem? –perguntei.
Derek suspirou e me olhou.
-Com ele mesmo.
Engoli em seco e passei a mão pelos cabelos, nervosa. Meu celular tocou e eu o atendi rapidamente.
-Lydia? Conseguiu algo?
-Eichen House –ela disse –É onde ele está Soph.
-Ok, estamos indo pra lá agora.
Desliguei o aparelho e observei Derek.
-Talvez Lydia saiba onde ele está, vou avisar o Xerife.
-Vou procurar na escola por precaução –ele comentou, me dando um selinho e saindo em seguida.
Assim que estacionamos na frente da Eichen House consegui ver o carro de Lydia, ela nos esperava do lado de fora, apreensiva.
-Tem certeza que ele está aqui? –perguntou o Xerife, e ela assentiu.
Todos entramos e corremos até o porão, o guarda abriu a porta e descemos a escada correndo, o Xerife iluminou tudo e chamou por Stiles, mas não havia nada lá.
-Onde ele está? –perguntou Stilinski, olhando Lydia –ONDE ELE ESTÁ?
A garota se encolheu e balançou a cabeça, assustada.
-Me desculpe –murmurou o homem, subindo as escadas novamente.
-Eu não entendo –ela me olhou –Eu senti que ele estava aqui.
Abracei os ombros de Lydia e comecei a subir as escadas, antes de sair vi um símbolo pintado na parede, o símbolo que os Oni deixaram em cada um de nós.
“Você mesmo”.
Mas qual era a ligação daquilo com Stiles? O que os Oni queriam com ele? Precisávamos encontrar Stiles urgentemente, e descobrir logo o que tudo aquilo significava.
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