História The Spies - Dinah Jane

Point of view's Dinah Jane

 — Acorde Tenente Hansen — o Capitão Richard chegou batendo na porta do meu quarto.

 — Já vou, Capitão. 

 Jogo água em meu rosto em abundância, me preparando para voltar para casa. Finalmente casa, finalmente vou poder ver minha família, meus irmãos, meus pais. Eu estou tão feliz, meu Deus. Ajeito meus cílios, penteio meus cabelos loiros que estavam cacheados hoje, arrumo-o em meus ombros e passo o rímel uma última vez. Abro a porta do que tinha sido meu banheiro nesses dias fora do meu país e fito o sorriso que meus pais e irmãos retratavam na foto em cima do criado-mudo que habitava a parte sul do meu "quarto". Pego-a e com todo o cuidado possível coloco-a na mala. 

 — Qual é, Jane? Anda logo com isso — a voz grossa e ao mesmo tempo suave entra pela porta e percorre todo o quarto.

 — Oh, vamos lá, Marie, espere mais um pouco! — Okay, Dinah Jane. — Não parece que faz mais de 3 anos que estamos fora do país. 

— Não mesmo, Jane. Lembra como nos conhecemos? — Fito o rosto da morena que estava olhando para os pés com ar de choro.

 — Ah não, Marie, sem choro, por favor. E respondendo sua pergunta, sim, como se fosse ontem.

 — Quem diria que a menina tímida, medrosa e insegura poderia se tornar Tenente. — observo Keana limpar uma lágrima que insistia em cair.

 — Qual é?! Levanta, vem cá — estendo meus longos braços chamando-a para um abraço. 

 Não me repreendi por chorar dizendo um breve "adeus" a Keana, pois, ela que me ajudou a chegar onde eu estou, sem ela eu não seria a Tenente Hansen. Agora Keana está olhando em meus olhos com feição de orgulho. Ela tira seu celular do bolso e seus olhos vagam em direção ao horário. 

 — Chega disso, está na hora de nos despedirmos desse nav... — seu celular toca — vou atender ali no corredor e já volto, Jane. Termine suas malas. 

 — Okay, Marie.

 Apenas jogo algumas roupas que estavam fora da mala e fecho-a. Saio de meu quarto e o tranco. Fito o corredor vazio, onde Keana deveria estar. Saio andando em direção à saída do grande Navio da Marinha.

 — Terra firme, Jane — Richard se aproximava. — Bom, sentirei sua falta, Tenente. 

 — Oh, Capitão pode parando! Não quero chorar até ficar desidratada.

 — Chegamos. Eu sei o quanto você estava ansiosa para isso, ver sua família. Pode ir, Tenente Hansen, está liberada — seus olhos estavam transbordando.

 — Adeus, capitão. Até.... Ano que vem? 

Abraço ele e caminho em direção ao porto quando ouço a voz de Keana me gritar, ela tinha ido atender o celular e desapareceu. 

 — Jane, espere, preciso falar com você! — ela caminhava elegantemente e ofegante em minha direção. 

 Ela me puxa para um lado do porto, para que ninguém nos ouça.

 — Escuta... Demi me ligou e parece que nosso trabalho não acabou ainda — olho em seus olhos que estavam deixando claro a preocupação de Keana. 

 — Me diga que você está me tirando e que isso é uma brincadeira de mau gosto! — Chacoalho a cabeça pensando na possibilidade de ter que deixar minha família novamente. 

 — Não, Jane, é verdade. Sinto muito. Olha... 

 — Não precisa mais falar nada, Keana. O que ela disse mais? 

 — Nada. Eu provavelmente estou incluída nisso tudo. Eu te entendo... — Keana estava realmente triste. 

 — Tudo bem. Eu não quero falar sobre isso, okay? — Ela balança a cabeça, mas não olha para mim — poderia me dar uma carona na sua moto? 

 — Eu adoraria! — seu sorriso branco aparece novamente.

 O porto ficava longe de minha casa, mas Keana estava dirigindo freneticamente rápido e chegamos em minha casa em uma hora e alguns minutos. 

 — Obrigada, Marie, por tudo. 

 — Awn, minha tímida preferida, venha cá. 

 Nos abraçamos e ela liga a moto sem parar de me olhar e vai embora. Okay. Finalmente em casa.

 — Seth! Regina! Sua irmãzona está de volta! Cadê vocês?! — falo aos berros me segurando para não chorar mais do que havia chorado hoje. 

 — DJ? É você? 

 — Oh, Regina! Olhe para você!

 — Mamãe, papai, Dinah está de volta! — ouço Regina gritar esperando eles saírem de casa para me ver. 

 Vejo Kamila, Daniel, Ammontonio e Funaki vindo me correndo me dar as boas vindas, logo atrás Milika estava observando. 

— Com cuidado! — Milika grita para que Seth e Regina não caíssem.

 — Oh, olhe para vocês! Estão enormes! — os braços deles entrelaçavam meu corpo com o pequeno corpinho deles. — Funaki! Olhe esse corpo! O Vôlei te fez muito bem.

 — Cale a boca! — ela disse me envolvendo em seus braços — Estava com saudades. 

 — Oh, Dinah... — Os olhos de Milika estavam transbordando. 

 — Não é a hora para chorar, Mãe. Guarde para mais tarde... — Não repreendi minha vontade de chorar e deixei uma lágrima solitária cair. 

 — O que você quer dizer? Dinah...

 — Vamos entrar, Dinah. — Funaki disse desviando o foco da conversa. 

— Sim, vamos. Mãe venha aqui — Envolvo-a em meus braços e caminho até a entrada da casa. 

 — Gordon está fazendo o Jantar! Vamos comer. 

 Eu apenas entrei e matei a saudade dos meus pais e meus irmãos. Direcionei meu corpo para o banheiro, faço minha higiene noturna. Tiro minhas poucas vestes, prendo meu cabelo em coque e adentro a banheira que estava transbordando. Passo hidratante em meus peitos molhados. Ouço meu celular vibrar. Era mensagem da Keana. 

 "Dinah... Eu... Tenho más notícias. Passarei amanhã ai para... Você sabe, te levar ao QG. Não temos escolha, Babe. Me desculpe." 

 Levanto-me imediatamente, me seco, ponho uma blusa que cobre meus seios e minha calcinha boxer. Abro a porta do banheiro e corro até a cama onde dividia ela com Seth, Regina e Ammontonio. Abraço os pequenos corpinhos e adormeço.

 (...) 

 — Dinah, Keana está ai — Funaki me desperta.

 — Okay, Bae. Vou descer já. — Vou ao banheiro, faço minha higiene matinal e desço.— Cuidado Seth! — grito vendo o pequeno corpo correndo quase me derrubando. 

 — Oh, Bom dia, Bae. Temos que esclarecer as coisas com Milika. — Milika parou o que estava fazendo e sentou-se ao lado de Keana. 

— Sim... Mãe... — Milika olhava fixadamente em meus olhos procurando uma explicação para aquilo tudo — e-eu não consigo... Keana prossiga.

 — Okay. Vou ser direta, não posso prolongar as coisas aqui... 

 — O que você quer dizer com isso?! — Milika interrompe Keana o mais rápido que sua boca conseguia falar.

 — Dinah foi recrutada para uma missão pro governo. Eu tentei de tudo pra ser outra pessoa, mas eles insistiram em você, Dinah. — Keana fez uma pequena pausa, pegando fôlego — Temos que ir agora.

 — Assim? Tão... — Milika estava pálida e abatida — Tão cedo... eles vão tirar meu bebê de mim..

 — Mãe, para. Eu já estou com a mala pronta. Demi me quer lá, agora! Não podemos nos atrasar. Venha aqui. — Estico meus braços e envolvo-a contra meus seios.

 Keana se levanta, pega as malas e se dirige ao carro. Sinto pequenos corpinhos se juntando ao abraço. 

 — Okay, pessoal. Temos que ir, Dinah. 

Dou breves beijinhos em cada rosto ali presente e saio pela porta em direção ao carro. 

 — Próxima parada, QG — ouço Keana vomitar as palavras. 

 — Anime-se. Parece ser divertido. — falo dando um último tchau à Milika e meus irmãos — Diga ao pai que volto logo. Eu amo vocês! 

 Fecho a porta da BMW vermelha e Keana acelera.

 — Vamos demorar para chegar. Pode dormir, te acordei cedo. 

 Me deito no estofado confortável e caio no sono.