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História The Stairway (Cancelada) - III - Nos perdoe - Part.1


Escrita por: AsleepHylian

Notas do Autor


Pra hoje, toquem Come As You Are (Achei que ficaria tão fofinho para descrever esses dois, mesmo se é uma letra crítica à "amizade") ;u;.
Aqui começa a "mocidade" de Murdoc...eu queria muito escrever essa parte *u*, então é um momento feliz.Eu achei meus erros, e é aí que já um pouco tarde eu tento consertá-los.

Capítulo 7 - III - Nos perdoe - Part.1


– Porra, Hannibal, você sabe que eu não quero fazer isso! –  Murdoc disse entredentes se desvencilhando do irmão.

– Você prometeu para o velho, nós precisamos de dinheiro.

– Acha mesmo que eu gosto de um genitor inútil? 

– Pensei que cumprisse com a sua palavra. – Hannibal franziu o senho, olhando para o outro com um desgosto que perfurou a sua alma, o fazendo se espichar.

– Eu cumpro...eu...eu tento.Eu não toco tão bem assim, como eu gostaria!Mas eu estou sozinho todos os dias sentindo o cheiro do álcool aqui dentro.

– O bar é o que temos, sei que não gosta do pai, mas ainda precisamos dele, da sua guia.

– Um ânus.

–  Acha que ser um estelionatário tem funcionado para nós? – O moreno mais escuro ponderou durante alguns momentos – Você é como uma maçã podre, Murdoc.Você apenas pensa que está maduro.

– Sou mesmo uma maçã podre, eu quero cair.– E inclinou o rosto em negação.

– Nos perdoe.Mesmo se fui infantil esse tempo, vamos tocar alguma coisa.

– Não vou a lugar nenhum– Resistiu, de queixo travado –.

– Cê lembra?Quando você era mais novo você caminharia cego por todas os caminhos que eu cruzasse, apenas para que tivesse um porto-seguro.

– Talvez eu estivesse com síndrome de Estocolmo.

– Eu concordo em parte com você...como poderia se deixar guiar por alguém como eu?Eu não tenho ideia, Murd, mas deveríamos dar as mãos, quatro mãos se guiam melhor na escuridão.

– E quanto aos meus pés?– Falou levantando uma das sobrancelhas e sorrindo de lado.

– Puta que pariu...continua no ramo musical, senão você vai passar fome.

E seguiu em sua frente através da portinhola de latão.O chão do palco parecia querer ruir.De uma luz fraca posta ali, eles se sentaram nas banquetas.O mais velho puxou o microfone para próximo de seus lábios e disse:

– Bom, oi.– Gargalhou abobado – Nós viemos. Murdoc, gosta de Nirvana?

– Acho meio bom.– Falou escondendo a boca com as duas mãos, pensando que dependendo das pessoas ali presentes era uma troça arriscada –Eu desafino pra você.– Lhe tomou a SG pelo cabo, rindo um bocado, enquanto conectava a guitarra a um amplificador pequeno e barato, provavelmente comprado em uma loja de bugigangas, coberto por adesivos.–.

A platéia era um grupo de senhores cabeludos, com pelancas caídas e roupas vulgares, junto de garçons indiferentes e jovens solitários olhando pelas janelas do cômodo escuro.Nas profundezas de seu peito Murdoc sentia uma excitação nervosa, como o bater de asas de uma borboleta, nunca antes experimentada ao tocar no maldito pub de seu pai.Seu nariz estava sangrando um pouco, um sangue fino cor de salmão, como uma corredeira punitiva na sua própria cara, adquirida numa típica briga matinal da família Niccals.Os aros de suas narinas, rebatidos em diversas direções eram quebradiços e doloridos.

– A-Aham...– Suspirou, serrando os olhos ao meio, como bem gostava de fazer ao cantar, mantendo sua visão reservada e diversificada como um caleidoscópio – Come as you are, as you were, as I want you to be, as a friend, as a friend, as an old enemy, take your time, hurry up, the choice is yours, don't be late, take a rest, as a friend, as an old memory, memory, memory, memory...

Os semblantes que os assistiam eram quase catatônicos, porém seu silêncio delatava uma percepção aguçada e silenciosa da música.Hannibal era um cantor mediano, mas arrancava das pessoas que o ouviam admiração.

Come doused in mud, soaked in bleach​, as I want you to be, as a trend, as a friend, as an old memory.– Sua respiração iniciava a tornar-se ofegante, e sua testa suava como se fosse um boneco de cera, intensificou os acordes, perdendo sua palheta – Memory, memory, memory​...

Murdoc tocava sem sequer fitar os quatro cadáveres estendidos no seu baixo, tudo que observava era o trincar nos cubos de gelo reluzentes no fundo dos copos de conhaque, cheiro doce, ele pensou.Avistou uma moça formosa no meio da espelunca,os cabelos curtos loiros eram bagunçados e despojados, naturalmente tingidos de um tom castanho. Sardentinha e dançando para si, trancada numa cúpula.Foi incapaz de projetar o olhar galanteador pra ela, porque tinha a face anestesiada, então tratou de terminar a música e ir embora dali, para que tudo continuasse impessoal e imaculado em sua mente.É claro que todos estavam ávidos por mais algumas melodias cantadas, então estiveram de prontidão durante horas, até mesmo ao ponto que se reconheciam só algumas das pessoas presentes.

Sentados na calçada rebocada olhando para o meio-fio, acenderam um cigarro:

– Hannibal...quando foi que você começou?

– A quê?Fumar?– Perguntou-lhe enquanto soprava pra longe as argolas alucinógenas.

– Sim.– Assentiu com a cabeça.

– Um dia eu roubei um maço do pai.Acendi a fósforo no armário de casa.–Explicou rindo– O quarto ficou cheio de fumaça e eu tossi como nunca.E você?

– Acho que eu não sei.

– Hmm...ok.

– Por que tudo nosso sempre diz respeito a Jacob?– Indagou num surto.

– As coisas são como são...estamos todos amarrados aos nossos genitores por tempo indefinido, e você também foi programado geneticamente pra amá-lo, então mesmo depois de tudo, vai se lembrar dele.

– Estou quase certo de que não.Não consigo gostar de ninguém.

– Viril.

Ambos se divertiram.Os olhos heterocromos excêntricos do irmão mais novo capitavam todo o brilho lunar naquele momento, e junto da debilitação de seus pensamentos perpetuava a calmaria.
 

 


Notas Finais


Obrigada :v.


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