5 Anos Depois
DANIEL
Já se passaram 5 longos anos desde que eu perdi aquele quem eu mais amei, depois de sair daquele velório, eu fui para o Japão, depois comecei a trabalhar na Europa e em cerca de 1 ano eu me tornei o melhor fotografo, o pai de Marcus se demonstrava sempre orgulho de meu trabalho, e agora eu voltei para essa cidade em busca de alguém que sirva de modelo para um comercial de produtos para pele, o dono da agencia que vendia os produtos, não gostara de nenhum de nossos modelos.
Assim que cheguei a essa cidade, o peso da morte de Luiz recaiu novamente sobre meus ombros, eu chorei a noite toda, porem hoje eu de manha eu decidi, ir a uma floricultura comprar um buque de rosas vermelhas, e depois de todo esse tempo, conhecer o tumulo onde o "corpo" dele esta enterrado.
Na floricultura eu não demorei muito para achar o buque perfeito, e então segui caminho com minha moto, para o cemitério, assim que desci e entrei, um arrepio doce subiu pela minha espinha, era uma sensação boa, de alguma forma. Procurei entre as lapides presa na grama verde, o local certo, não demorei a achar, depositei com cuidado as flores ali, e rezei, para que onde quer que ele esteja, que fique bem. Minhas preces foi interrompida por um choro agudo e sofrido, vindo de algum canto mais afrente de onde eu estava, e por curiosidade, segui o som.
Me deparei com algo que vou demorar tempo para esquecer. Um pessoa, estava se auto enterrando, na para ser mais assertivo, um menino de cabelos loiros, quase brancos, e pele bem clara e suja de terra e grama, estava cavando um dos túmulos do local, o buraco já era grande suficiente para que, de joelhos, somente seus ombros, pescoço e cabeça ficassem para fora, me pergunto como ninguém o viu ainda.
Segui ate ele, notando seu choro desesperado, ele parecia machucado, suas roupas estavam rasgadas, e estava sujo de grama e terra, ele estava de costas então não me viu chegar, ele parecia em transe com a própria dor e a sua própria loucura.
- Ei!- chamei sua atenção, ele parou o que fazia, mas não me olhou.- Você não pode fazer isso, saia dai!
- M-Me deixa em pa-az!- sua voz era fraca e doía.
- Vamos, saia dai!- me aproximei.
Toquei seu ombro e o mesmo se afastou e pela primeira vez, ele me olhou no rosto, seus olhos estavam vermelhos e inchados, eram azuis, seus lábios estavam cortados e sujos de terra, seu rosto esta sujo de terra.
- Saia de perto de mim!!!- Ele gritou. - Eu quero morrer, e ficar com a minha mae! me deixa em paz!.
Assim que ele parou de gritar, caiu em um choro intenso e profundo, me aproximei mais do buraco, e me abaixei, com algum esforço, segurei seus braços e com força o tirei do local onde estava, ele era pequeno, magro, muito magro, suas roupas rasgadas, revelavam as marcas de agressão, ele tremia e eu tive medo de solta-lo e o mesmo cair no chão. Ele começou a socar meu peito, porem sua força era, quase, nenhuma, então não machucava.
-S-Saia daqui! P-Porque não me deixa morrer?- ele tentava falar enquanto chorava e se debatia.
-Venhas, Vamos sair daqui!- Falei calmo.
Isso pareceu desperta-lo, ele começou a gritar e a tentar se soltar, ele falava coisas como, " Eu quero ficar com a minha mãe!", "me deixa morrer!", e se debatia cada vez mais. Eu sei que eu poderia de feito varias coisas para acalma-lo, mas nenhuma me pareceu mais eficiente do que beija-lo.
Segurei seu rosto, e tomei seus lábios, era um beijo com gosto de lagrimas e terra, aos pouco eu senti a crise em que ele estava ir se dissolvendo, e ele aceitando ao toque, uma de minhas mãos estava em seus cabelos, e a outra abraçava sua cintura, a suas mãos, que notei serem bem pequenas, uma segurou meu braço e outra segurou a barra da minha blusa.
Quando me afastei, ele apenas abaixou a cabeça a encostando em meu peito, chorando bem baixinho desta vez, suas mãozinhas seguravam a minha camisa, ele parecia frágil, e por um momento, ele quase despencou para o chão, e antes que isso de fato ocorresse, eu o peguei no colo.
-Só não deixe ele me pegar por favor.- o menino me olhou, de forma machucada. - Eu estou com medo!
_Não se preocupe. - falei. - Vou te levar para um lugar seguro, so me diz, qual é seu nome?
- Luka.
O levei ate a casa que seria, minha e de Luiz, era o local mais perto, e eu precisava ser rápido, já que o menino chamado Luka, havia desmaiado em meu colo e eu não podia por ele na moto. Sorte que eu sempre andava com as chaves daquela casa no bolso.
Assim que entrei, impedi que a tristeza me assolasse , e depositei com cuidado o garoto na cama, naquela casa, havia algumas roupas de Luiz, que eu tinha trazido para a casa, subi e peguei uma blusa e uma calça qualquer, ver aquelas roupas me fez derramar algumas lagrimas, mas logo as segurei.
Peguei um pano úmido, e retirei a blusa rasgada e a calça de Luka, e comecei a retirar a terra que estava grudada em sua pele. pouco a pouco, hematomas e mais hematomas foram aparecendo, aquele garoto deveria sofrer algum tipo de abuso intemso, seu corpo, em poucos lugares era possível ver a pele branca, que estava em vermelho queimado, provavelmente pelas horas que ele passou embaixo do sol cavando aquele buraco, depois de limpa-lo, vesti aquelas roupas nele, notando que mesmo sendo as roupas de Luiz, que já era magro, ficavam largas em Luka.
O deixei no sofá mesmo, e fui comprar coisas para comer, quando voltei, ele estava na mesma posição, fui para a cozinha e comecei a preparar uma macarronada. quando estava quase tudo pronto, tentei acorda-lo, sacudindo-o de leve. Luka abriu os olhos de leve, assustado, e se senou no sofá, olhando as coisas ao redor.
-Quem é você? e porque me tirou de la?- ele perguntou.
-Meu nome é Daniel, e eu não sei por que estou te ajudando.- fui sincero.- Eu fiz comida, venha comer.
O ajudei a levantar, e o levei para a cozinha, ele parecia hipnotizado pelo cheiro da comida.
- Eu realmente posso comer?
- É claro que pode!
Ele começou a comer de forma afobada, o observei comendo, ele era uma graça.
- Porque me observa tanto? - ele perguntou.
Apenas sorri, e comecei a comer.
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