História The State - A Missão - Capítulo Um

Presa. Isso que eu me sinto. Me sinto presa a uma sociedade onde vivemos separados por míseros grupos. Injustiça. Como era o mundo antigamente? Penso nisso a cada dia que passa, tentando imaginar o mundo antigamente como um lugar livre e calmo, que se poderia dar opiniões aos respeitos de qualquer coisa. Difícil acreditar que a sociedade está vivendo sendo manipulada pelos Gold, o grupo na qual domina Hanzel, o nosso estado. Gold o grupo do poder, da riqueza e da força na política, que no caso está um caos.

Abro meus olhos, finalmente posso ver o mínimo de claridade entrando pela janela do meu quarto. O trabalho começa logo cedo, me disseram que antigamente meninas na minha idade à está hora estavam estudando, acho um absurdo, só quem estuda no estado são as crianças de quatro à onze anos, a partir das desta idade é o trabalho na qual seu grupo pertence.

Pertenço ao grupo Gray, somos ligados a independência, não precisamos do estado para nos fornecer algumas coisas. Isso atrai cobiça deles. Fazemos carros, produzimos alimentos através de pequenos portes alimentícios, mas que é responsável mesmo pela comida de todo o estado são os Green, o grupo da natureza e da alimentação, e também produzimos televisores. Entre outras coisas que necessitamos para viver neste lugar.

Me levanto me sentando na cama e me olho diretamente no espelho, viro minha cabeça para o lado direito e observo atrás da minha orelha a tatuagem, o símbolo do meu grupo, são dois pássaros pequenos e todos pretos voando. Livres. A Independência. Nosso símbolo. Todos os outros grupos também tem a sua, só que em diferentes lugares do corpo e com diferentes símbolos.

Saio do quarto, passo pela sala até chegar ao banheiro, verifico se há alguém dentro, e não, não tem, entro e tomo um banho breve, pois temos pouca água para hoje. Esqueci minhas roupas no quarto e me enrolo na toalha para ir pegar. Volto pela sala e entro no meu quarto, pego minha blusa branca, uma casaco cinza para botar por cima e uma saia não muito curta da mesma cor, como vou trabalhar sou obrigada a vestir a cor da minha tribo ou grupo, amarro meu cabelo e calço minhas sapatilhas.

- Vida complicada, lá vou eu! - Falo para mim mesma enquanto me olho no espelho.

Saio do meu quarto, a sala está até que arrumada, minha mãe deve ter dado um trato nela antes de sair. Vou para a cozinha, sobre a mesa está o café da manhã, mamãe deixou tudo arrumado para quando eu acordar.

Vou até a mesa me sirvo e vou comendo calmamente, sozinha, como sempre. Sempre me sento na cadeira perto da janela e observo a movimentação da vila onde moro, a vila da minha tribo, vejo algumas crianças indo pegar o ônibus escolar e vários adultos saindo para o trabalho, porém vejo de longe um garoto ou um homem observando minha casa, eu aceno querendo chamar a atenção dele, ele vira as costas e sai caminhando um pouco rápido.

Estranho isso! Um rapaz ao longe observando os movimentos da casa. Oque será que está acontecendo?

Desvio dos meus pensamentos. Tomo o último gole da bebida. Tenho que ir trabalhar logo, está ficando tarde e para quem trabalha nas máquinas, como eu, o certo é chegar no horário. Diferente dos meus pais eu trabalho com isso, eles trabalham na indústria automobilística, regras diferentes, porém respeitada por qualquer funcionário.

Fico nas máquinas por conta da minha idade, dezessete anos, dos doze aos dezesseis são leves, dos dezessete aos vinte e um são medianos e daí por diante é pesado.

Me levanto da cadeira, arrumo tudo que está em cima da mesa botando em seus devidos lugares. Volto para o meu quarto, pego um bolsa grande de trabalho e saio de casa. Chego no carro que está estacionado na frente da casa, entro e como sempre está o meu cheiro, de chocolate. Boto minha bolsa no lado do carona e ligo o carro... Uma, não foi... Duas, não foi novamente... Três e nada.

- Vamos carro, me ajuda! Por favor! - Choramingo sozinha.

Tento novamente e nada! Simplesmente nada!

Desisto.

                      ‡‡‡