The Story About Us
Capítulo Único
Written by Rocker
“- Não sei se me assusto com o modo que falou com os Criadores ou com minha blusa que ficou gigante em você. – disse Newt, rindo enquanto recebia um tapa de Frankie no braço.
O sorriso não saía de seu rosto enquanto olhava apaixonado para sua namorada.
- Bobo. – resmungou Frankie ao fazer um nó com a blusa na altura do quadril.
Newt riu, segurando a cintura dela e puxando-a contra si.
- Quanto tempo acha que ainda temos? – sussurrou Frankie, levando as mãos ao cabelo dele.
- Tempo suficiente. – ele disse antes de beijá-la.”
- CORTA! – a voz do diretor explodiu no set e eu abri os olhos como Alice Jones, deixando Frankie na cena gravada.
Minha visão de mundo deixa de ser a da minha personagem e quem agora abraçava era Thomas Sangster, sujo de terra em seu figurino de Newt. Tommy abriu um sorriso amarelo antes de me soltar e desencostar da árvore que fazia parte do cenário. Suspirei, emocionalmente cansada de tudo isso. Apesar de ser meu melhor amigo, Thomas sempre tinha a mesma reação depois de gravarmos alguma cena, digamos, mais romântica.
- Vamos precisar repeti-la? – perguntei, virando-me para Wes e vendo quase toda a produção do filme ali atrás dele.
Inclusive os atores. Kaya conversava baixinho com Will, Aml e Blake enquanto Dylan ria de algo que Ki Hong lhe falara.
- Essa cena não. – respondeu Wes, fazendo-me voltar minha atenção para ele. – Então fica faltando só a cena da chegada da Frankie e do Thomas.
- Fechamos por hoje? – perguntou Thomas, já começando a se afastar e seguir até Dylan.
- Sim, estão liberados. – Wes disse, e Kaya correu até mim.
- MEU DEUS, GAROTA! – ela berrou, pulando em cima de mim e me abraçando forte. – A química de vocês podia ser sentida de longe!
Arregalei os olhos e tapei a boca de Kaya enquanto a arrastava para longe dali. Todos nos encaravam – alguns poucos achando-nos loucas, mas a maioria já estava acostumada com coisas assim, afinal, eu quase sempre estava arrastando Kaya para algum lugar. Puxei-a para dentro do trailer que tinha meu nome na porta e fechei rapidamente. Meus batimentos cardíacos estavam acelerados e meu coração parecia querer perfurar meu peito.
- Você tá doida?! – exclamei, tentando não demonstrar todo o meu nervosismo naquele momento.
- Oras, por que eu estaria? – ela perguntou cinicamente, jogando-se no sofá pequeno e fingindo mexer nas unhas.
- Não se fala uma coisa dessas na frente de Thomas. – resmunguei, jogando-me no sofá ao lado dela e cruzando os braços.
Kaya soltou uma gargalhada.
- Aposto que você gostou. – caçoou ela, dando uma cotovelada em minha costela.
- Ai, isso doi! – resmunguei novamente, enquanto ela revirava os olhos. – E não, não gostei.
- Duvido muito, apaixonadinha. Seus olhos brilharam quando tiveram que se beijar. – Kaya comentou e, por mais que eu quisesse bater nela, um sorriso bobo e sonhador se formou em meus lábios, dispersando toda a raiva e desconforto. – Eu te disse! – ela exclamou, como se tivesse me pego no flagra.
- Tá, chega de sonhar, Kaya. – joguei um travesseiro em seu rosto enquanto ela ria. – Ele é meu melhor amigo, então sei que não sente o mesmo.
Kaya deu de ombros para minha crise. – Você que pensa!
- Chega, amiga, preciso tirar esse figurino e tomar um banho.
- Okay, fique bem bonita para o Sangster. – brincou ela, já indo até a porta.
- Traíra! – exclamei, jogando uma almofada contra ela, mas ela já tinha ido.
~*~
Depois que eu tomei um banho rápido, a roupa que eu coloquei era tão simples quanto os figurinos que eu usava em frente às câmeras – uma calça jeans, coturnos e uma camisa do Nirvana. Meu cabelereiro e minha maquiadora já tinham ido, então peguei minha bolsa e fechei meu trailer. Quando me virei para ir embora, quase tive um ataque cardíaco.
- Não faça isso, Dylan! – adverti quando ele e Ki Hong pularam em cima de mim, com a mão no coração e esperando que meus batimentos diminuíssem o ritmo.
Eles riram de mim.
- Foi divertido! – Dylan tentou se defender.
- Não foi, não! – exclamei, dando um tapa em seu braço.
- E sua mão é pesada! – resmungou ele, acariciando o lado batido.
- Ei, sobe aí! – disse Ki Hong, virando-se de costas para mim e dobrando um pouco o joelho.
Arregalei os olhos. – Vai me carregar até onde?
- Até o hotel! – ele disse, como se estivesse dizendo que comeu pizza hoje.
- Ele é, tipo, a algumas quadras daqui. – disse Dylan, em tom de aviso.
- Não tem problema nenhum. – afirmou Ki Hong. – Vai subir ou não vai?
Não perdi tempo e pulei em suas costas, encaixando as pernas ao redor de sua cintura.
Ele arfou.
- Não ouse dizer que estou pesada, senão te abandono e vou com Dylan! – exclamei antes que ele falasse em qualquer coisa, e Dylan riu.
Então fomos os três juntos, e que nem consegui contar quantas pessoas nos olharam como fossemos doidos por culpa dos gritos e das risadas.
~*~
Meus planos para a noite eram apenas ficar no quarto de hotel e assistir uma maratona de Game of Thrones, mas percebi que deveria cancelá-los assim que ouvi uma batida na porta. Gemi em contradição, irritada por ter que levantar de debaixo das cobertas. Mas eu tinha que fazê-lo, então chutei elas para longe depois de colocar o notebook de lado e me arrastei como zumbi até a porta do quarto de hotel.
- Tommy? – exclamei, assustada ao vê-lo ali.
- Oi, Lice. – ele sorriu sem graça, mas meu sorriso foi largo ao ver meu melhor amigo parado diante da minha porta e me chamando pelo apelido que só ele podia me chamar.
- Entra! – chamei, e ele entrou no quarto, ainda parecendo extremamente desconfortável. E ele, apesar de ser por quem eu era apaixonada, era meu melhor amigo. Eu sentia-me magoada ao vê-lo assim perto de mim. – A que devo a honra de sua visita? – perguntei, tentando não deixar minha voz tão quebrada quanto meu coração.
- Wes pediu que avisasse para chegar mais cedo amanhã. – ele disse cautelosamente, exatamente como vim agindo comigo desde que começamos a gravar cenas de Newt e Frankie juntos. – Ele disse que teremos que regravar a cena de hoje.
Franzi o cenho, confusa.
- E por que não me mandou mensagem? – perguntei e ele deu de ombros.
Eu não tive coragem para falar nada, começando a ficar também desconfortável. Foi quando ele começou a ir em direção à porta.
- Espera, Thomas, não vai. – pedi, segurando-o pela mão. – Por que está agindo estranho comigo?
- Não estou. – ele negou, ainda de costas para mim.
- Claro que está, desde a cena da anestesia! – bati o pé, começando a me irritar.
Thomas finalmente se virou para mim, suspirando. – Lice, você não entende...
- É claro, você não me explica! – eu já estava a ponto de explodir. – Ciúmes de namorada não é, você e Isabella terminaram há mais de um mês!
- Alice, não é isso... – ele tentou dizer, mas eu já estava fora de mim.
Larguei a mão dele com força e comecei a andar de um lado ao outro, como se isso pudesse segurar e amenizar minha raiva; enquanto meu corpo fervia e eu me sentia inquieta, toda palavra que surgia em minha mente saía diretamente pela minha boca.
- Olha aqui, Sangster, você pode fazer o que quiser, menos me tratar assim! Que drama que você faz! Sou sua melhor amiga, seu imbecil! Tem ideia de como dói?! O cara que eu amo me ignora porque teve que me dar um beijo técnico! Tem ideia de como isso...
Eu teria continuado a reclamar, se eu não tivesse sido interrompida.
Por seus lábios.
Minha primeira reação foi o choque, mas logo percebi ele poderia se afastar em questão de um piscar de olhos. Então reuni toda a minha coragem – e admito, um pouco de loucura também – e entrelacei meus braços atrás de seu pescoço, impedindo-o de se afastar de mim. Contrariando todas as minhas expectativas, Thomas não se afastou – pelo contrário, ele circundou minha cintura com seus braços e me puxou contra seu corpo como se sua intenção fosse fundir nossas peles e nos transformarmos numa só pessoa. O beijo foi quente, nossas línguas lutando por território e, mesmo que eu me visse perdendo tal batalha, eu me sentia completamente rendida à ele e às emoções que ele me proporcionava. Quando nos afastamos, ainda de olhos fechados, eu sentia sua respiração quente e ofegante contra meu nariz. O beijo havia sido feroz, e foi com certeza o melhor que já tive em toda a minha vida.
- Lice. – chamou Tommy baixinho, sua respiração mal chegando até meu nariz pela diferença de altura, mas mesmo assim que a sentia por ainda tê-lo tão perto de mim. Dei graças por ele estar me segurando ainda, pois sua voz rouca e baixa abalou todas as minhas estruturas. – Olha para mim.
Mesmo hesitante e receosa, eu abri meus olhos – apenas para me perder nos seus, tão carinhosos.
- O que você disse era verdade? – ele perguntou, e um brilho único surgiu em seu olhar.
- O que eu disse? – perguntei, fazendo-me de inocente mesmo que eu tivesse uma ligeira ideia do que se tratava. Mas eu não tinha culpa. Aquele beijo me deixou completamente fora de mim.
- A parte a que se refere sobre “o cara que eu amo”. – Thomas repetiu, abrindo um sorriso irônico para mim.
- Então né... – afastei-me de seus braços, coçando a nuca de vergonha enquanto procurava por algum jeito de escapar da encrenca que eu mesma havia me metido. – Sobre isso...
É, eu estava completamente perdida. E ferrada. Muito, muito ferrada.
- Ei! – Thomas me puxou pela mão novamente contra si. Meu coração acelerou ainda mais e eu esperava que ele não o ouvisse. Tommy então abriu um sorriso torto, aquele que pode não ter trago paz ao mundo, mas que trouxe uma quietude plena a meu coração. – E se eu disser que, tudo isso que você chamou de drama foi porque o tal beijo técnico me trouxe sentimentos que eu não pensei que sentiria por minha melhor amiga e que eu queria que não fosse tão técnico assim?!
Meu sorriso se alargou, sendo acompanhada pelo dele. Não perdi antes de segurar sua nuca e puxá-lo novamente contra mim para tomar seus lábios. Apesar da ansiedade que eu sentia em querer beijá-lo cada vez mais, o beijo dessa vez foi calmo, apenas explorando e conhecendo melhor o outro. Foi intenso, e poderia durar a eternidade.
- Que bom então que eu não fui a única a pensar e querer o mesmo. – murmurei entre o beijo, e senti-o sorrir sobre meus lábios antes de puxá-lo novamente para mais um beijo.
- Hm. – ele resmungou durante o beijo, e quase gemi em frustração. Agora que eu podia, não queria mais parar de beijar aqueles lábios finos. – Você estava vendo Game Of Thrones?
Eu ri, desde das pontas dos pés e parando na minha mísera altura de quase quinze centímetros menor do que Thomas. Olhei para a tela do notebook, que nem percebi que coloquei voltada para a porta, e vi que deixei a tela na abertura do episódio.
- Talvez... – respondi, mordendo o lábio inferior.
- Qual temporada? – Thomas perguntou, e parecia querer antecipar o riso.
Revirei os olhos, mas o sorriso em meus lábios não condizia com tal ato.
- Terceira.
- Podemos deitar na cama e fingir que somos um casal romântico normal enquanto vemos minha belíssima atuação numa das maiores séries de todos os tempos? – ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.
A gargalhada foi inevitável.
- Não posso fazer nada senão aceitar. – respondi-lhe.
Thomas entrelaçou nossos dedos e me puxou em direção à cama. Costumávamos assistir GOT juntos, como melhores amigos, enquanto todos diziam que parecíamos um casal ali, abraçados e juntos. A diferença para aquela situação não era grande – só que agora realmente estávamos como um casal.
~*~
“- Não sei se me assusto com o modo que falou com os Criadores ou com minha blusa que ficou gigante em você. – disse Newt, rindo enquanto recebia um tapa de Frankie no braço.
O sorriso não saía de seu rosto enquanto olhava apaixonado para sua namorada.
- Bobo. – resmungou Frankie ao fazer um nó com a blusa na altura do quadril.
Newt riu, segurando a cintura dela e puxando-a contra si.
- Quanto tempo acha que ainda temos? – sussurrou Frankie, levando as mãos ao cabelo dele.
- Tempo suficiente. – ele disse antes de beijá-la.”
- CORTA! – a voz de Wes cortou o ar na manhã seguinte, mas, diferentemente do dia anterior, eu não me afastei de Thomas.
E nem ele se afastou de mim.
Eu não havia saído da personagem, e continuava a beijar Thomas – num beijo não tão técnico.
- EU DISSE CORTA, GALERA! – Wes berrou de novo, mas tudo o que fizemos foi rir durante o beijo antes de retomá-lo.
Thomas apertou-me contra seu corpo, como se tentasse aproveitar ao máximo aquele momento antes que as zoações e provocações começassem. E não demorou muito para isso acontecer.
- Finalmente, hein, passou de hora! – berrou Kaya.
- Quero ser padrinho! – adiantou-se Dylan.
- MEU DEUS, O LOIRO TOMOU ATITUDE! – Ki Hong me fez rir durante o beijo.
Enquanto os outros apenas gritavam coisas aleatórias e assobiavam, eu mandei o dedo do meio para todos, querendo apenas aproveitar o fato de que estava nos braços de Thomas Sangster.
E foi o que fiz.
Voltei a beijar aquele que estava fazendo um bom papel de namorado – quase tão bom quanto fazia o de melhor amigo.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.