1. Spirit Fanfics >
  2. The Therapist >
  3. Cap 12- Abra a porta

História The Therapist - Cap 12- Abra a porta


Escrita por: Cruccius

Notas do Autor


FINALMENTE OS REFRESCOS

Capítulo 13 - Cap 12- Abra a porta


 

Taeyeon sentou no sofá e passou as mãos nos cabelos.

-Estou falando sério, Taeyeon.-Jessica pressionou e sentou na poltrona, cruzando as pernas e os braços.- Por que não disse isso?

-Como Isso saiu?

-Essa não é a pergunta Taeyeon.

A psicóloga suspirou.-Isso não é importante Jessica.-Ela levantou do sofá.

-Como não é importante?-Jessica também levantou.-Você é a responsável legal da garota que está te acusando e isso não é importante?-Jessica estava indignada.-E o pior! Eu e nem ninguém, nem sequer sabíamos disso. Woojung sabia?

-Não!-Taeyeon respondeu rápido.-Eu fiz pra ajudar, okay? Era a única forma de ela entrar numa faculdade. 

Jessica suspirou.-Mas sabe o que estão falando sobre isso?-Taeyeon não disse nada e nem olhou para ela novamente. Continuou.-Que você fez isso pra ter ela sobre seu domínio. Que você colocou ela na faculdade em troca de favores sexuais. 

-Isso é mentira!

-Então o que é?!-Jessica também subiu o tom.

Taeyeon exalou novamente. Não havia como fugir disso.-Porque seu pai havia desistido dela e queria que ela trabalhasse pra levar dinheiro para casa. Consegui uma bolsa para ela, disse pra ela estudar e conseguir uma boa nota na prova de admissão da faculdade. Ela sempre quis ser psicóloga, me dizia isso e eu ajudei.

Yuri voltou para a sala, assustada com a gritaria das duas.-O que é isso?

Jessica passou a mão no rosto completamente frustrada. Virou para a namorada e colocou as mãos na cintura.-Cadê os meninos?

-Vendo desenho.-Yuri respondeu.-Estão esperando a pizza.-Ela moveu os olhos para a terapeuta e Taeyeon estava muito nervosa. Podia ver pela expressão e o enrijecimento dos ombros.-O que houve aqui?

Jessica bateu as mãos na calça jeans.-Taeyeon me escondeu coisas.

Taeyeon virou em súbito.-Eu não escondi nada. Eu só achei que isso não era importante.

-Ah, não é importante ser responsável legal da garota que te acusa de assédio sexual?-Jessica ironizou. 

Yuri arregalou os olhos.-O que? 

Taeyeon respirou fundo.-Como isso saiu?

-É a mídia, Taeyeon.-Jessica se mudou pra cozinha e encheu um copo com água.-Se eles sentem cheiro de merda, eles vão atrás até achar tudo.

-Moscas.-Yuri concluiu.

Jessica assentiu e virou o copo na garganta.-Eles devem ter procurado tudo sobre você e ela. E basta apenas um dinheiro aqui e ali, e informações chegam.

Taeyeon levou a mão a têmpora esquerda. Sua cabeça já doendo.-Preciso descobrir porque Wendy fez isso.

Jessica assentiu e bateu o copo na pia.-Precisamos.

A campainha tocou e as três se assustaram. Yuri foi atender, era o entregador de pizza e ela se moveu para sala pra pegar o dinheiro na carteira.

As crianças apareceram na sala muito animadas com as pizzas e Jessica os conteve, pedindo pra eles pararem de gritar e irem lavar as mãos pra comer.

Yuri voltou com as pizzas na mão e levou para mesa da cozinha. Jessica e Taeyeon traziam as coisas para a mesa, os pratos, talheres, refrigerante e copos. Os dois meninos voltaram e um pediu pra Taeyeon alimentá-lo.

-------------------

Taeyeon dirigiu para a casa da irmã e não tinha nenhuma cabeça para nada mais. Estava completamente exposta na mídia. 

Estacionou o carro em frente a casa da meia-irmã. Olhou brevemente para as outras casas do condomínio e pensou se seria melhor comprar outra casa; estava querendo sair daquele bairro.

Apertou a campainha e quem abriu a porta foi Hyoyeon. Ela ja estava esperando a irmã e apenas mandou Taeyeon entrar.

Taeyeon sentiu a falta de afeto. Podia ver que Hyoyeon estava chateada e magoada, até porque ela estava sabendo coisas sobre ela junto com o resto do mundo. 

-Eu sinto muito.-Taeyeon cortou o silêncio e não teve coragem nem de olhar a irmã.

Hyoyeon exalou.-Por quê?

-Depende. O que?

-Por que não me disse nada? Eu pensei que falamos as coisas mais importantes uma para outra.

Taeyeon suspirou.-Eu sinto muito. De verdade. Eu queria ajudar ela e eu não pensei em falar para as pessoas. Era apenas pra ela entrar na faculdade porque alguém precisava financiar e validar a bolsa, o seu pai havia sumido e não tinha condições dele fazer qualquer coisa quando voltou. 

Hyoyeon assentiu mas passou a mão no rosto.-Eu acredito em você. Sei que você não é capaz de fazer nada contra ninguém.

-Obrigada.

-Por favor, Taeng. Não esconda mais coisas de mim.

Taeyeon viu decepção nos olhos da irmã e respirou fundo. Estava prestes a chorar, odiava ver pessoas que ama chorando e é pior quando o motivo é ela.-Sinto muito hyo.

A Kim mais nova se moveu pra perto da irmã e a abraçou.-Vamos esquecer isso.Vamos falar sobre outra coisa.

Elas se sentaram no sofá. Hyoyeon tentou empurrar um jantar caseiro para ela mas Taeyeon falou das pizzas e que estava cheia.

-E você ja se decidiu?-Hyoyeon havia apagado de comer, colocou o prato na mesa de centro e permaneceu no sofá com a irmã.

Taeyeon suspirou.-Você sabe que eu sempre quis uma criança. Mas eu não vou poder fazer isso enquanto estiver envolvida nisso tudo. 

Hyoyeon assentiu.-Isso é uma pena.

Taeyeon exalou.-Será que eu seria uma boa mãe?

Hyoyeon não gostou do tom e se arrastou pra perto da irmã. Tocou-lhe o ombro e afagou.-Você vai ser uma boa mãe. Que pensamento é esse?

-Não sei. Só estive pensando sobre isso.-Uma pausa.-Lidei com tantas pessoas que tiveram pais ruins…

-Mas você não será como eles.-Hyoyeon disse com firmeza.-Você é uma psicóloga, seu filho será abençoado duas vezes.

Taeyeon riu.-Obrigada.

-Não me agradeça.-Hyoyeon levantou do sofá e recolheu o prato.-Assim que você sair disso tudo. Vamos começar a procurar uma clínica, um doador ou banco de esperma. 

-Eu prefiro que eu não conheça o pai.

Hyoyeon assentiu.-Então iremos a banca. E eu vou pagar pelo processo.

-O que? Você não precisa.

-Seu consultório está fechado e você foi demitida da universidade.-Hyoyeon pontuou.-Sei que você tem dinheiro guardado mas nunca se sabe.

-Eu tenho o aluguel dos dois apartamentos.-Taeyeon falou.-É um bom dinheiro. São apartamentos de luxo.

-Então prenda esse dinheiro.-Aconselhou.-Você vai gastar uma boa grana nesse processo todo.

Taeyeon suspirou. Hyoyeon não estava errada.

Ela resolveu por passar a noite ali. Recebeu mais mensagens de Tiffany a chamando para o bar mas não tinha cabeça nenhuma para nada. Apenas dormiu com a irmã durante toda a noite. 

----------------

Jessica disse que queria vê-la pela parte da manhã e por isso ela dirigiu para a casa de Yuri. Elas foram para uma cafeteria desde que as crianças  e Yuri estavam dormindo.

Taeyeon pediu um café com adoçante e Jessica escolheu um capuccino forte.

-Precisamos chegar a fonte disso.-Jessica quebrou o silêncio.

Taeyeon franziu o cenho e abaixou o café.

-Estou desconfiada de que as informações estão chegando pra mídia porque alguém está vazando tudo.-Jessica voltou a falar e Taeyeon suspirou.-E o delegado está muito empenhado em te desestabilizar.

-Então foi ele?

Jessica subiu os ombros.-Ele parece mais com alguém que está aproveitando a onda. 

-Então é Woojung.

Jessica encolheu os ombros. Ainda era o seu irmão, no final.-Pode ser. 

-Ele tem amigos na mídia.-Taeyeon pontuou. 

Jessica assentiu.-Eu sei. Esse amigo é meu ex marido, mas eu não posso chamar Tyler e tentar saber de alguma coisa.

Taeyeon assentiu.-Não se aproxime dele. Yuri ficaria uma fera.

Jessica assentiu.-Mas eu vou olhar pra isso.

Taeyeon voltou para o café.

-Onde Woojung está ficando?

Jessica subiu a cabeça.-Eu não sei.-Deu de ombros.-Casa da minha mãe? 
 
-E o que ele disse quando soube que você estava me defendendo?

Jessica exalou.-A gente brigou. 

Taeyeon assentiu.-Eu sinto muito. Eu não quero causar problemas entre você e ele.

Jessica deu de ombros.-Isso não é culpa sua. Meu irmão acha que eu tenho que fazer tudo que eles querem, mas eu não sou assim. 

Taeyeon assentiu.-Entendo. Obrigada.

-Me agradeça quando ganharmos esse caso.

Taeyeon voltou para o café.

-Como entramos em contato com a menina das fotos?

Taeyeon quase engasgou.-O que?

-Precisamos ir atrás. A polícia não vai te ajudar e nem quer.-Ela limpou a boca e se ajeitou na cadeira.-A mídia não te dar trégua. Não temos testemunhas, e o bom é que ela também não. Mas precisamos fazer o trabalho da polícia ou perdemos.

-Mas eu não posso me aproximar dela.

-Ninguém precisa saber. É isso ou a cadeia.

Taeyeon suspirou.-Eu não sei se ela mora no mesmo lugar. 

-Vamos ver.

-Tenho que ver nos arquivos. 

-Então vamos ver nos arquivos.

-Temos que ir no consultório.

-Termine o seu café e vamos.-Jessica sentenciou.

Taeyeon assentiu.

Elas entraram no carro de Taeyeon e dirigiram para o consultório. A psicóloga abriu o lugar para a ex-cunhada e sentaram no computador pra procurar sobre as informações, mas Taeyeon nunca fora boa com computadores e sequer sabia onde estavam as coisas. Por isso ela tinha Irene.

-Achou?-Jessica estava sentada na cadeira de espera, enquanto trocava mensagens com Yuri perguntando sobre os meninos. 

-Eu não sei mexer nisso. Eu não faço ideia onde Irene guardou tudo.

Jessica suspirou.-Ligue para essa tal de Irene.

-Você tem certeza?-Taeyeon apoiou um braço na mesa.-Ela é uma suspeita. 

-É melhor ainda. Se ela nos levar até a menina, podemos descartá-la disso tudo. 

Taeyeon assentiu e puxou o celular do bolso, procurou pelo telefone de Irene na agenda e fez a ligação.

-Irene.

-Doutora Kim. O que foi?-Irene perguntou. E ela parecia estar em termos melhores com a psicóloga. 

-Preciso da sua ajuda. Você é a única que entende esse computador do consultório. 

Irene riu. Uma risada fraca e rápida.-O que você quer?

-Achar coisas sobre Kang Seulgi. Seu endereço e tudo mais.

-Hum..Eu apaguei algumas informações antigos e passei para drives móveis. 

Taeyeon franziu o cenho.-O que é isso?

Irene riu novamente.-Pen drive mas não foi um pen drive. Foi um HD de memória externa.

Taeyeon suspirou.-E como eu vejo isso?

-Acredito que ele esteja na gaveta.

Taeyeon moveu as mãos para as duas gavetas na mesa e procurou por qualquer coisa. Mas se deu conta que não sabia como era a aparência dessa coisa.-Como ele é?

-Um Hd de memória externo.

-Não. Como ele é? Se ele é branco, preto, redondo, quadrado ou pequeno?

-Ah, sim. Ele é um quadrado cinza.

Taeyeon moveu as mãos empurrando papéis, grampeador e canetas. Achou um quadrado cinza meio pesado e sorriu.-Achei. Como eu ligo isso?

-Precisa de um cabo USB. Mas eu não acho que tenha aí. 

Taeyeon suspirou.-Certo. Obrigada por isso.

-Sem problemas. Boa sorte.

-Obrigada.

Ela desligou a ligação e Jessica levantou da cadeira.

-Ela te disse?

Taeyeon balançou a cabeça.-Ela me disse que passou fichas de pacientes antigos pra essa coisa cinza.-Taeyeon mostrou o HD.

-Um HD externo.

Taeyeon assentiu.-Mas a gente precisa de um cabo USB para usar.

Jessica remexeu na bolsa e puxou um cabo dali de dentro.-Vê se entra aí.

-Você leva um cabo na bolsa?-Taeyeon perguntou enquanto pegava o cabo da mão da ex-cunhada.

-É do meu carregador de celular.

Taeyeon não disse mais nada e encaixou o cabo.-Foi.

Jessica sorriu.-Ótimo. Agora encaixe no computador. 

Taeyeon assentiu e procurou uma entrada. Achou uma na ponta do gabinete e encaixou o USB ali. Cliques aqui e ali, e ela ja estava no HD de Irene.

-Oh, essa menina é bem organizada.-Jessica comentou enquanto estava atrás de Taeyeon olhando a tela. 

Taeyeon tinha que concordar. As pastas estavam divididas por anos, até mesmo anos em que Irene sequer trabalhava ali. Taeyeon exercia a profissão a mais de 10 anos e estava tudo ali. 

Taeyeon clicou na pasta de 2011 porque esse fora o tempo em que Seulgi foi sua paciente. Algumas pastas nomes foram jogadas na sua frente mas ela logo achou Kang Seulgi e clicou.

Jessica anotou o endereço de Seulgi no celular. Taeyeon desconectou o Hd do computador, devolveu o cabo a Jessica mas guardou o Hd no bolso. Alguma coisa dizia para ela que era mais seguro levá-lo para casa do que deixar ele ali. Eram informações de pessoas, afinal de contas. 

Elas saíram do consultório. Taeyeon trancou tudo e desceu os andares com a advogada.

-Nós vamos agora?

-O quanto antes melhor. E eu tenho que voltar para casa e ajudar Yuri com os meninos.

Taeyeon assentiu.

Elas entraram no carro. Jessica disse o endereço alto e Taeyeon digitou no GPS pra elas não se perderem no caminho.

As ruas foram ficando mais estreitas e as casas mais coladas. Prédios eram poucos e baixos. Ali era o subúrbio que Taeyeon nunca tinha ido e Jessica muito menos. As pessoas eram estranhas, encaravam o carro de luxo delas e Jessica verificou se a porta estava realmente trancada diversas vezes. Elas nem sequer abriram o vidro mas agradeceram que eles eram escuros.

O GPS disse que elas haviam chegado. Taeyeon parou o carro e as duas hesitaram antes de descer do veículo. Taeyeon verificou três vezes se o carro estava realmente trancado, antes de sair de perto dele pra tentar entrar na casa que mais parecia uma kitnet. 

Meio nervosas, as duas atravessaram a rua e pararam em frente a kitnet de dois andares. 

-Como ela pagou suas consultas?

Taeyeon olhou para a advogada.-Eu fiz uns trabalhos com o posto de saúde. Recebi pessoas sem que elas me pagassem.

Jessica assentiu.

Taeyeon foi quem tocou a campainha e seu coração estava batendo como um louco.

Um rapaz de cabelos espetados foi quem abriu a porta.

-Vocês são da polícia?

Jessica franziu o cenho.-Não. Nós só estamos procurando por Kang Seulgi.

-Kang Seulgi?-Ele se encostou no batente da porta e cruzou os braços.-Essa ingrata recebeu uma grana e partiu daqui.

Jessica e Taeyeon se entreolharam.

-Como assim?-Jessica perguntou.

O menino subiu uma sobrancelha.-Vocês são canas, ou não são? Estão parecendo. 

Jessica exalou.

-Garoto. Eu estou estampando todos os jornais acusada de um crime que eu não cometi. Você acha que eu sou da polícia?-Taeyeon perdeu a paciência. 

O garoto estreitou os olhos para Taeyeon e depois subiu as sobrancelhas.-Pode crer! Bem que eu te achei familiar.

Jessica estalou a língua, também perdendo a paciência com esse diálogo sem fundamento.-Sabe onde podemos encontrá-la?

Ele balançou a cabeça.-Não. Ela deixou a gente. Recebeu a grana e foi embora.

-A gente?-Taeyeon perguntou.-O que você é dela?

-Irmão.-Ele respondeu e desgrudou as costas do batente da porta.-E vocês, o que são dela?

Taeyeon cerrou os punhos. Esse era o menino que abusou de Seulgi, o meio-irmão que ela tanto falou no consultório. Taeyeon tentou falar com a mãe de Seulgi sobre isso, mas a mulher não deu ouvidos pois não queria perder o novo marido.

-Conhecidas.-Jessica respondeu.

Ele subiu a sobrancelha meio desconfiado.-Ela não mora mais aqui e eu não faço ideia de onde esteja.-Deu de ombros.

Jessica assentiu.-Tudo bem. Obrigada.-

Ela já estava puxando o braço de Taeyeon para voltar para o carro; até que Taeyeon interrompeu.

-Podemos ver o quarto dela?

Jessica parou no lugar.-Taeyeon..-Ela disse baixo a repreendendo.

Taeyeon saiu do aperto da advogada.-Por favor. Eu te dou ₩ 14.285,000.

O menino arregalou os olhos.-Claro!-Ele deu espaço para as duas entrarem.

Ele guiou as duas para o estreito corredor. A casa era até que bem arrumada e limpa. Ele abriu a porta do quarto de Seulgi e deixou as duas lá dentro.

-Por que você pediu para entrar?-Jessica perguntou em um tom baixo.

Taeyeon não disse nada. Ela se moveu para a escrivania da garota e começou a remexer nas coisas.

-O que você está procurando?-Jessica voltou a perguntar.

Taeyeon abriu a gaveta e puxou um folheto colorido.-Aqui.-Ela estendeu a Jessica.

Jessica pegou o folheto e leu.-Festival de fotografia amadora em Busan.-Jessica leu o folheto.-É amanhã.

Taeyeon assentiu.-E precisa de ₩228.570,00 pra participar.-Taeyeon pontuou.

Jessica assentiu e tirou uma foto do folheto com todas as informações.-Pegamos a garota. Vamos embora agora.-Ela devolveu o folheto a Taeyeon.

 A psicóloga enfiou o folheto de volta no lugar e saiu do quarto junto com Jessica.

-Ei! O meu dinheiro!-O garoto chamou a atenção.

Taeyeon suspirou exasperada e tirou a carteira do bolso. Ela pegou as notas e deu ao garoto.

-Querem deixar contato? Eu posso ligar se ela voltar ou entrar em contato. Claro que vai custar um preço.

Jessica olhou para Taeyeon, abriu a boca pra responder mas Taeyeon tocou seu ombro a parando.

-Não. Obrigada.-Taeyeon cortou.

Elas giraram nos calcanhares e saíram da casa. Praticamente correram para o carro e Taeyeon deu partida imediatamente.

-Por que você parece tão nervosa?-Jessica perguntou. Estava de cinto de segurança mas não se sentia totalmente segura. Até porque Taeyeon estava afundando o pé no acelerador.

-Aquele garoto.-Taeyeon parou num sinal vermelho e abaixou o vidro do seu lado, sentindo a corrente de ar e tentando se acalmar.-Ele abusou dela.

Jessica não disse mais nada. Apenas se ajeitou no banco do carona e encarou a estrada.

Elas voltaram para a casa de Yuri até porque Jessica precisava ajudar Yuri com as crianças e Taeyeon não tinha nada pra fazer. 

Elas entraram no apartamento e os dois meninos estavam no sofá assistindo desenho. O mais novo tomando mamadeira e o mais velho com um toddynho na mão. Eles tinham acabado de acordar porque os seus rostos inchados denunciavam isso e o cabelo desgrenhado também. 

Jessica deixou um beijo na cabeça dos dois e seguiu pra cozinha pra cumprimentar e ajudar a namorada com o almoço.

Taeyeon se sentou na sala com os meninos e as duas crianças estavam ainda tão sonolentas que nem sequer deram atenção para ela.

-Meninos.-Jessica chamou por eles e os dois olharam para mãe.-Acabaram o café?

Os dois assentiram e Taeyeon pegou a mamadeira vazia do pequenininho.

-Vamos tomar banho.-Jessica chamou com as mãos e Taeyeon aproveitou pra pegar a caixa de toddynho no estofado antes que sujasse alguma coisa.-Depois vocês assistem mais desenho.

Os dois seguiram para a mãe. Deram as mãos a Jessica e partiram para o corredor.

Taeyeon levantou do sofá e seguiu pra cozinha pra descartar a caixa de achocolatado e lavar a mamadeira do menor.

-Como que foi lá?-Yuri perguntou enquanto roubava uma salsicha.

-Ela não estava lá, mas eu e Jessica sabemos onde ela vai estar amanhã.

Yuri assentiu.-Boa sorte. Essa coisa toda vai passar.

Taeyeon suspirou.

Jeccia voltou com as crianças devidamente uniformizadas, exceto para a blusa que ela deixou pra colocar depois que eles almoçassem. 

-Hye Un disse que levaria eles pra escola hoje. Parece que o filho dela melhorou do resfriado.-Yuri comentou enquanto limpava a boca do menor.

-Santa HyeUn!-Jessica rogou e colocou a blusa no filho mais velho.-Peguem suas coisas e vamos para o apartamento de HyeUn.

Os meninos correram para o quarto e voltaram com a mochila nas costas e lancheiras. Eles deixaram beijos na bochecha de Yuri e Taeyeon antes de acompanhar a mãe pra fora do apartamento.

-Uma família hein.-Taeyeon comentou assim que a porta fechou.

Yuri sorriu enquanto levava os pratos sujos para a pia.-Nunca pensei que teria duas crianças tão cedo.

-É assustador?

Yuri encolheu os ombros enquanto limpava os pratos.-É um pouco estranho mas não é ruim. Eu gosto muito deles e eles de mim.

Taeyeon sorriu.-Isso é ótimo Yul.-Ela tocou o ombro da amiga.

Yuri sorriu de volta.

Jessica voltou sozinha e se escorou no balcão da cozinha pra participar da conversa.

-Nós vamos precisar de você, amor.-Jessica anunciou.

Tanto Taeyeon como Yuri subiram as sobrancelhas.

-Você vai precisar falar com aquela sua amiga fotógrafa. Nós precisamos entrar num evento de fotografia.

Yuri terminou de lavar os pratos e virou para a namorada.-Yoona?

Jessica assentiu.-Ela com certeza conseguiria nos colocar para dentro.

-Eu posso falar com ela. É para quando?

-Amanhã.

Yuri respirou fundo.-Eu acho melhor falar com ela agora.-Disse enquanto fazia caminho para o telefone na estante da sala. Pegou o aparelho e andou para o outro lado da sala.

Taeyeon tirou os olhos de Yuri e mudou para Jessica que agora roubava uma uva da fruteira.-Você acha que vamos conseguir?-Perguntou.

Jessica subiu o olhar.-Temos que tentar. Se Yoona aceitar em nos ajudar, vamos conseguir entrar porque ela é uma fotógrafa conhecida. Fez as fotos para o livro de Yuri, tem exposições e ja apareceu em revistas.

Taeyeon assentiu.-E o que vamos fazer lá?

-Falar com Kang Seulgi. Ela precisa dizer quem deu o dinheiro a ela. 

Taeyeon suspirou.

Yuri voltou para a cozinha e com o telefone ja preso no ganho.-Yoona aceitou. Ela disse que esse evento é de um amigo dela, que ela tinha sido convidada mas não quis ir. Mas vai conseguir colocar nós três lá dentro.

-Três?-Jessica perguntou.

Yuri sorriu.-Eu também vou. Vocês acham que vão me deixar de fora? 

-Eu acho que é melhor desse jeito.-Jessica falou.-Já que Yuri quer ir, vamos eu e ela. Taeyeon fica aqui.

Taeyeon subiu as sobrancelhas.-Como assim?

-Você está exposta na TV, alguém pode te perceber e fazer um escândalo. Sem contar que podemos fazer qualquer disfarce porque ninguém nos conhece.-Jessica explicou.

Taeyeon avaliou a ideia. Era realmente um ponto.

Yuri apoiou no balcão.-Essa menina já cometeu algum crime?

-Ela me perseguiu e eu consegui uma ordem de restrição contra ela.-Taeyeon respondeu.

Yuri sorriu sem mostrar os dentes.-Esse é o nosso disfarce.-Ela olhou para Jessica que olhou de volta.-Nós somos agentes do governo e fomos acionados porque ela burlou a ordem de restrição.

Jessica sorriu orgulhosa da namorada.-É uma boa.

-Vamos pressionar ela pra saber sobre seus últimos passos.

Jessica subiu as sobrancelhas surpresa.-Oh, minha namorada é uma verdadeira mestre dos disfarces.

Yuri riu.-Eu sou uma escritora querida. Eu posso fazer o que eu quiser. 

Até mesmo Taeyeon riu

-----------------

Taeyeon pensou que ela cuidaria das crianças enquanto Jessica e Yuri fossem pra Busan, para o festival de fotografia. Mas Jessica disse que os meninos iriam sair com Hye Un, a vizinha que tinha um garoto que era muito amigo dos dois. Ela iria levar eles para o parque aquático e eles iriam dormir na casa dela, porque é aniversário do filho de HyeUn.

Por causa disso, Taeyeon foi para casa pela parte da manhã e viu que o churrasco do vizinho era naquele dia. Lembrou-se que havia prometido levar o bolo de carne, que era uma das coisas mais fáceis da lista e começou a fazer. 

Ela não tinha os ingredientes, não ficava em casa a dias e ja tinha coisas estragadas na geladeira. Jogou todas as coisas fedorentos da geladeira no lixo e depois levou o mesmo para o latão da rua. Aproveitou que estava do lado de fora da casa e andou até a mercearia afim de comprar os ingredientes para o bolo de carne e mantimentos para passar a semana.

Voltou para a casa cheia de bolsas nas mãos e seguiu pra guardas as coisas que não eram para o bolo de carne em seus devidos lugares na cozinha. 

O churrasco era pela parte da noite, em torno das sete horas mas ela tinha um bolo de carne pra fazer e queria limpar a casa. Começou pelo bolo porque era algo com prazo, ela não queria ir no churrasco mas havia se comprometido e sabia que todas as comidas faziam a diferença para alimentar aquele condomínio. 

Ela aceitou ir naquele churrasco porque o homem a pegou num momento errado. Ela queria entrar em casa e despejar tudo na cara de Woojung, terminar tudo de uma vez e ela não teve saco pra dizer não e ainda se explicar. Pra acabar logo com aquela lenga-lenga do vizinho, ela aceitou levar o bolo de carne e findou a conversa de uma vez por todas.

E agora ela tinha tarefas para fazer e promessas pra cumprir. Diante de um verdadeiro pesadelo, ela estava dosando sal e pimenta pra fazer um maldito bolo de carne. 

Colocou o maldito bolo no forno e começou a faxina. Queria limpar todo o rastro de Woojung daquela casa.Demorou mais tempo no quarto e recolheu todas as roupas de cama para jogar fora. Não queria nada que Woojung tivesse tocado naquele quarto. Usou tanto os produtos de limpeza que tirou todo o resquício do cheiro de perfume Dolce & Gabanna que Woojung pulverizava demais no corpo. 

Tomou um banho pra limpar o suor da faxina e depois descer pra pelo menos entregar o bolo de carne. Não iria ficar muito seu plano era entregar a comida,  parabenizar o vizinho e sair. 

Vestiu uma roupa casual. Calça jeans claras, uma camisa de mangas com estampa de flores e um sapato sem salto nos pés. Resolveu prender o cabelo num coque porque não estava com paciência pra arrumá-lo pra deixá-lo solto. Pegou o bolo de carne que estava esfriando em cima da ilha na cozinha e seguiu para fora de casa. Da garagem da sua casa, ja podia ouvir a música e o falatório a duas casas ao lado da sua.

Fez o caminho lentamente querendo adiar o máximo que podia o encontro com a vizinhança. Chegou em frente ao portão de madeira escura aberto e respirou fundo, seu aperto no tabuleiro dobrou e ela moveu os pés pra passar o portão.

Assim que colocou os pés para dentro da casa; parecia que a festa toda tinha parado pra vê-la.

Taeyeon sentiu olhos por todos os lados. As pessoas estavam a encarando e cochichando. Foi como voltar para o colegial quando ela teve que se apresentar para turma e enrolou as palavras; suas mãos tremeram e ela quase deixou o maldito bolo de carne escorregar.

-Taeyeon.-O dono da casa veio para perto dela tentando afastar a tensão, tocou no seu ombro e sorriu.-Você trouxe o seu famoso bolo de carne.

Taeyeon respirou fundo e deixou que o vizinho tentasse ajudá-la.-Feliz aniversário Kwang Soo.

Ele sorriu agradecido.

-O que ela está fazendo aqui? Ela é uma pedófila. Ela não é bem vinda aqui!

Taeyeon virou para a pessoa e seus olhos faiscaram de raiva. 

A senhora Wang estava ali, com um pratinho de carne na mão e a fuzilando com o olhar.-Como você tem coragem de sair de casa?-A mulher continuou a falar.

Taeyeon percebeu que as pessoas continuavam falando entre si e torcendo o nariz para ela.

-Você nos envergonhou.-Uma outra mulher também se pronunciou.-Aquela viatura aqui, agora todos estão falando que aqui não é seguro.

-Você nos enganou!-Um homem tomou a voz.-Confiamos em você e te deixamos entrar na nossa casa.

Taeyeon respirou fundo.

-Você deveria apenas apodrecer na cadeia.-Senhora Wang sentenciou.

Taeyeon soltou o bolo de carne que foi direto pro gramado verde. As pessoas se assustaram e ela cerrou os punhos.-Então é isso que vocês pensam de mim?!-Ela passou o olhar pelos vizinhos e viu que era exatamente aquilo. Ela era uma pedófila agora mesmo que nem a justiça tivesse determinado isso ainda. Sorriu amargamente.-Ótimo. Vocês querem dar diagnósticos de comportamento mental? Eu posso fazer isso.

As pessoas ficaram paradas e chocadas com a cena. 

-Saia logo daqui!-Senhora Wang gritou.

Taeyeon olhou para a mulher sorrindo.-Vou começar com você, senhora Wang. Você que está viciada em remédios para dormir. Você que está se drogando pra se manter feliz com a sua família caindo aos pedaços. 

A senhor Wang arregalou os olhos.-Cale a sua boca! 

-Taeyeon. Só vai embora.-Um homem tentou apaziguar a situação.

Taeyeon virou para ele.-Olá, senhor Lee. Por que não falamos do mal hábito de mentir que o senhor criou na sua filha?-Ela viu a menina se encolhendo num canto mas pouco se importou.-Ela viu o senhor se agarrando com a amante, e o senhor a subornou pra não dizer nada. 

A mulher do homem virou o pescoço chocada e desferiu tapas nos seus ombros, enquanto a menina tentava parar a mãe.

-Vocês destruíram os seus filhos com tanta mentira e falta de atenção. Eles estão viciados em drogas, depressivos, ansiosos; uma verdadeira bomba relógio prestes a explodir.-Ela olhou para a cara de cada um daqueles hipócritas.-Vocês são hipócritas pra caralho.Querem me julgar enquanto escondem suas merdas pra debaixo do tapete. 

-Cale a boca!

Taeyeon riu.-Eu tive sessões com todas essas crianças, e fiz isso pra ajudar e ser uma boa vizinha.-Uma pausa.-E tá aqui o diagnóstico: Hyejin é viciada em drogas mas vocês não podem julgar senhor e senhora Wang, porque você é uma viciada em remédio senhora Wang.-Ela olhou para mulher que faiscava raiva.-Jooheon é um garoto ansioso porque não sabe quando o pai vai beber e se transformar num monstro em casa.-Ela encarou o homem robusto na churrasqueira.-Somin e Jihyo são depressivas porque seus pais não dão atenção. Estão tão focados na sua vida acadêmica que esquecem que elas são um ser humano e não um boletim.-Uma pausa e ela viu que seus vizinhos estavam borbulhando de raiva mas engolindo verdades.-Vocês enfiaram problemas nos seus filhos, foderam com a mente deles e vocês saberiam disso tudo se não fossem pais de merda!-Concluiu e saiu da festa.

Estava com o corpo quente da adrenalina de jogar tudo para o ar. Aquela vizinhança iria pra casa cheirando a merda que tanto tentou esconder no tapete. 

Estava cansada de tanta hipocrisia e entendeu todo a teoria de sociedade da ex-prostituta. Ja haviam dado para ela uma roupa de presidiária, um tempo de cela e o juiz não havia nem sequer batido o martelo ainda.

Foi direto para carro, ligou o mesmo e deu partida sem se importar que aquele lugar não autorizasse a alta velocidade. Enterrou o pé no acelerador, pulou sinais vermelhos mas chegou no prédio de sabe-se lá quantos andares mas sabia exatamente pra qual seguir.

Estacionou o carro no acostamento e entrou no prédio, não havia um porteiro e o sistema era de botões para interfone nas paredes. Seguiu direto para o elevador, apertou no andar e esperou o mesmo subir; seu pé direito bateu no chão incessantes vezes enquanto esperava o elevador subir.

Assim que ouviu a porta abrir, saiu da mesma e fez caminho para a porta no final do corredor. Bateu os pés no tapete de boas vindas que parecia novo e enterrou o dedo na campainha.

Não demorou muito pra mulher aparecer com o cabelo preso num coque frouxo e as roupas de verão.

-Doutora Kim!

A terapeuta sorriu. 


Notas Finais


Dependendo do número de comentários eu resolvo se vai ter orange ou não.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...