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História O Guia Turístico - Degustação - O início de uma amizade


Escrita por: focusnavy

Notas do Autor


|DEGUSTAÇÃO|

Capítulo 2 - O início de uma amizade


KIERAN ROSS


— A pizza estava ótima — falei, colocando os talheres sobre a mesa, tentando ficar confortável — Obrigada – apanhei o dinheiro na bolsa, mas Liam me impediu no mesmo instante.  

— Hey! – fui repreendida, recebendo um olhar de reprovação — o que pensa que está fazendo?

— Pagando a conta? – por mais que eu estivesse sem graça, era o óbvio.

— Não mesmo! —  Liam retirou um cartão da carteira — eu te trouxe e eu pago.

— Ah... eu... Vamos dividir a conta? ­

— Nem pensar – após chamar o garçom e pagar, ele prosseguiu com as palavras — quer ir direto para casa ou quer conhecer a cidade?

— Se importa se nós formos para sua casa? Quero dizer, o apartamento. Eu estou cansada da viagem, sabe?

— Sei sim – com um sorriso, ele se levantou – vamos?

Nós saímos da pizzaria e caminhamos até o carro e, no caminho, Liam me mostrou alguns lugares que ele gosta de ir para passar o tempo livre, e os pontos de acessos mais fáceis para ir ao shopping, hospital e faculdade. Nós entramos em um consenso muito rápido sobre uma playlist de Rock Clássico dos anos 80, e felizmente em todo o percurso, o meu guia me fez ficar muito mais confortável e despreocupada.

—  O condomínio é esse aqui – assim que ele anunciou, nós passamos pela portaria e eu fiquei um tanto surpresa pelo luxo do local. Tudo bem que a minha família bancou esse intercâmbio, mas me preocupa que daqui um mês será eu e eu, minhas economias e o dinheiro do estágio que a faculdade oferece, mas talvez não dê para bancar um aluguel em um local com prédios lindos, pracinhas e área de lazer.  Talvez seja muito para mim.

— Senhor Brooker – entre um suspiro meio desesperado, eu o encarei — acho que vou ter que ficar em outro lugar, com certeza eu não vou conseguir pagar a metade do aluguel e…

— Kirah – ele riu do meu desespero — olha, se acalma. Aqui em Toronto é outra vida, se você acha que não vai conseguir pagar, está enganada. E eu já disse que a empresa vai custear parte da estadia. Está no seu contrato.

— Mas…

— Calma – após estacionar, ambos descemos do carro — vamos, nossa Torre é a C, no segundo andar.

É diferente ouvir ele falar “nossa”, mas enfim… Aguarde e verá, Kieran.

Com a ajuda do Liam, levei as malas para o elevador, que não demorou nada em nos deixar em frente a porta de madeira. E nesse andar temos apenas um vizinho.

Liam apanhou a chave e me mostrou.

— Bem-vinda ao lar – Liam abriu a porta e eu entrei, olhando o local. É, ele tem um bom gosto. Sofás enormes, uma TV de cinema, janela grande e de vidro e um balcão de mármore cinza demarcando o espaço da sala com a cozinha. E tudo muito limpo. Uau.

— Gostou?

— É lindo e aconchegante – afirmei, vendo que ele estava aliviado e satisfeito.

— Por aqui é seu quarto — caminhamos pelo corredor — é bem grande e tem banheiro e closet – explicou,  abrindo a porta e eu me impressionei — está mobiliado, seu pai mandou móveis na semana passada.

— Nossa – arqueei as sobrancelhas, admirada — gostei. Preciso lembrar de agradecê-lo por isso.

— Bom, eu vou deixar suas coisas aqui – suspirou, colocando as malas no canto do quarto — preciso de um banho e suponho que você também precise. Qualquer coisa é só me chamar.

— Tudo bem. Obrigada.

Ele jogou um sorriso e saiu do quarto, e ali eu pude analisar cada cantinho e me sentir em casa pela escolha dos móveis. Está cheio de prateleiras, nichos, e até algumas plantas. Isso elevou o meu humor, estava sorrindo sem nem perceber, papai me conhece bem.

Com o celular em mãos, digitei  o número da minha mãe e logo no segundo toque ela atendeu.

— Oi, mamãe – foi impossível segurar a voz de choro, então eu me sentei, ouvindo a voz dela.

— Oi querida, como está?

— Com saudades, mas estou bem, e você?

— Também estou com saudades, a casa fica apagada sem você.

— Certo… — suspirei — Meu pai não me contou que tinha mobiliado meu quarto. E que eu ia dividir um apartamento com o rapaz da Brooker Intercâmbios.

— Ele queria fazer uma surpresa, Joe achou que você iria gostar.

— Eu amei – meu sorriso aumentou — vou começar a arrumar o quarto, ok?

— Não — ela diz — não vai dormir?

— Aqui está de tarde — dou risada, ouvindo—a rir – esqueceu do fuso? Até mais.

— Beijos, te amo.

— Eu também.

Desliguei o celular e encarei a minha mala com tédio, suspirei e fui até as elas, abrindo—as em cima da cama.

Após retirar todas as roupas, eu me assustei com a quantidade de coisas, mas comecei a levá-las para o closet e vi que seria uma batalha possivelmente interminável.

— É… isso vai demorar – pensando alto, voltei a ajeitar as roupas.

(...)

Depois de arrumar metade das minhas quatro malas eu tomei um longo banho, em um chuveiro impecável, diga-se de passagem, e descansei um pouco, acabei dormindo às oito e acordei meia noite, o fuso horário acabou comigo. Foi aí que eu finalmente resolvi sair do meu quarto e ir comer algo. A pizza encheu, mas a fome é minha fiel escudeira.

Na cozinha eu tive certeza de que esse homem só pode ter alguma empregada, ou ele é a pessoa mais organizada que eu já vi. Estava junto minimamente separado na bancada do armário: temperos e talheres, uma fruteira e alguns snacks. Quando eu ia pegar uma fruta, o fui atraída pelo barulho da televisão.

Em um primeiro momento, a minha voz não saiu. Constrangimento e talvez um pouco de... Ah, não sei. Liam estava deitado no sofá apenas com uma calça de moletom. E eu não posso negar, eu me embaracei bastante e não expressei palavra alguma por uns segundos. Ele só tem um físico legal. Isso aí! Um físico legal.

— Liam? — chamei baixo, ele se inclinou para me enxergar e abaixou o volume — é… eu posso abrir o seu armário?

— Claro, Kieran, que pergunta boba! – rindo, ele apontou para uma das portas do armário e eu agradeci,  pegando um pacote de biscoitos indo até a sala. Fiz questão de sentar em um banquinho bem longe do sofá.  Não me sinto totalmente confortável para chegar e me sentar ao lado dele, é meu primeiro dia aqui e eu não quero ser ridícula.

— Hey —  ele indicou o sofá — sente—se aqui, é mais confortável.

Eu fiz isso, mas mantive uma boa distância e quase entrei no acolchoado, de tão encolhida que fiquei.

— Você gosta de terror? – Liam parecia entretido com a televisão.

— Gosto – Menti, na verdade eu odeio. Eu não vou dormir de noite.

— É meu favorito — ele sorri e eu assinto sem graça.

Na sala só se ouvia a minha mastigação e os gritos do filme, eu evitei olhar para a TV, mas a maioria das vezes que eu fazia isso meu olhar parava na tatuagem de corvo no meio do peito dele. Muito bem feita. E eu me repreendia a cada instante que eu me pegava olhando, ou que eu pensava em olhar. Eu tenho namorado e ele vai pirar se souber com quem eu moro... Pensando nisso, eu nem sequer liguei para ele, Dean deve estar uma fera!

Voltei a encarar a TV e suspirei. Merda, o filme é terrível. Sangue, susto, demônios.

Socorro.

— Kieran? – ele me cutucou e eu  praticamente berrei de susto o encarando com os olhos arregalados — você está pálida, está passando mal? – Liam fingiu preocupação, o maldito estava se segurando para cair na gargalhada.

— Não! – apresentei a ele um sorriso nervoso — está tudo bem!

— Você curte filme assim?

— Bom... Não é algo que eu assisto sempre.

— Certo – felizmente, Liam entendeu o recado e trocou o canal. Eu logo reconheci qual filme era, e estava nas partes mais intensas e quentes. Na verdade, é tão erótico, mas não tanto quanto o livro. O livro tem mais detalhes.

— Você gosta de Cinquenta Tons De Cinza? — ele perguntou, ainda olhando a televisão e eu fiquei totalmente envergonhada.

— Ah… eu já assisti com minha amiga algumas partes...— abaixei a cabeça e ele riu — Você gosta?

— Não muito — ele se esticou ainda mais no sofá, e eu notei mais tatuagens na parte inferior do braço — mas se quiser assistir…

— Não, pode tirar – eu lutei para não gaguejar, e eu tenho certeza de que a minha voz estava tremendo.

Enquanto na tela aparecia uma sala de jogos, chicotes, algemas, gemidos.

Maldita seja a Anastácia e bendito seja Christian Gray. Olha esse homem, Jesus!

— Bom eu vou deixar aqui, você gosta né?

— Não! — falei rápido em voz alta, tudo que eu não preciso é que ele ache que eu sou uma tarada sadomasoquista — Vou agradecer se tirar.

— Eu também — ele trocou para uma comédia, policiais idiotas desenhando pênis em um vidro, é, acho que essa hora não tem nada muito legal para assistir — esse filme é muito bom.

Oh, pênis são lindos desenhados em vidros, eu detesto esse filme.

— Tudo bem – estranhei toda a empolgação dele com o filme e peguei meu celular de dentro do bolso da minha blusa.

Deixar no silencioso resultou em três chamadas perdidas do Dean.

Agora em Liverpool deve ser tarde da madrugada, ligarei amanhã. Então, resolvi ficar nas redes sociais, e foi assim por dois minutos até que fui surpreendida quando Liam gargalhou alto, uma risada extravagante e animada.

Estranhamente contagiante.

— Você viu? — ele ainda estava rindo e eu concordei, sem entender nada — espera, você não usa óculos?

— São para leitura – expliquei reticente por ele ter reparado nisso.

— Também uso para leitura – felizmente, Liam quer ser receptivo, e a simpatia dele ajuda muito com isso. Ele tem uma risada contagiante, se esforça para que eu esteja tranquila e à vontade. Isso é muito bom. — Se você não se importa eu preciso mesmo dormir – antes de se levantar ele me deu o controle e eu ergui o olhar.

— Sem problemas.

 — A casa é sua, fique à vontade e me chame se precisar – então, eu recebi um beijo na bochecha e fiquei sem entender nada. Ele só é gentil — boa noite, Kirah, vamos aproveitar que amanhã é sábado e nós podemos sair pela cidade.

— Certo – eu sorri e Liam caminhou para o corredor. 

Pelo menos ele é divertido e engraçado, isso é bom, muito mesmo.

(...)
 

— Hey? – Haviam dedos me cutucando, e uma voz calma me chamando, e até eu criar coragem de abrir os olhos por conta da claridade, foram mais duas vezes ouvindo meu nome ser chamado. — Kieran? — A voz de Liam ecoou na minha cabeça, me obrigando a me sentar e a abrir os olhos.

— Hum? – foi tudo o que eu consegui dizer, ou resmungar no caso.

— Acho que a sua primeira noite em um país novo foi em um sofá.

— Oh… nossa — olhei para o horário no meu celular, fui dormir muito tarde –  E o sofá... Ele é ótimo.

— Percebi – Liam riu — quer comer? Estou fazendo café.

— Ah… pode ser — me levantei  suspirando e fui para o quarto me olhar no espelho — Uau, durmo num sofá de uns cinco mil dólares e acordo parecendo que passei a noite embaixo da ponte.

Fui até o banheiro, e após espantar parte da minha preguiça, eu me vesti com o conjunto de moletom mais quente que eu tinha. Normalmente eu colocaria um short, mas depois de ficar naquela situação ao lado de Liam no sofá, eu iria morrer de constrangimento. Ainda mais porque eu ainda não sei a índole desse cara... Vai saber se eu devo confiar.

Eu fui até a cozinha, Liam estava vestido apenas com uma bermuda e mais uma vez, sem nada cobrindo o peitoral. Será que ele não sente frio?

Não é que eu não goste de ver ele sem camisa, por Deus! Os braços dele são incríveis, as tatuagens e… ele é muito bonito, mas eu preferia ver ele com uma blusa de esquimó.

— Está com fome? – questionou e eu afirmei sinalizando um “positivo” com o meu polegar.

— Si-sim – eu gaguejei, e me xinguei no mesmo instante. Mas ia ajudar se ele colocasse uma camisa, eu ia babar menos e poupar minha vergonha alheia.

— Eu sou bom na cozinha. Fiz ovos e bacon, aqui tem queijo e suco de abacaxi – Após me servir ele apontou para o próprio corpo – Eu saio para correr toda manhã, por isso estou acabado desse jeito, mas cheguei a tempo de fazer um bom café. Juro que lavei as mãos.

— Tudo bem – evitei olhá-lo — poderia ter me chamado para correr contigo.

— Você chegou de viagem, pensei que não deveria te incomodar.

— Ah, tudo bem – eu comecei a comer — e… para onde vamos hoje?

— Pensei em irmos na Torre CN, tem uma paisagem bonita.

— Me parece ótimo – concordei e sorri, e ele me lançou um sorriso maior.

— Eu já tomei café, vou para o banho – Liam saiu da cozinha, e eu soltei o ar que eu ao menos percebi estar prendendo.

Deus, ele me deixou mole de vergonha, não sou acostumada com um cara tão exposto assim há essa hora da manhã. Só o Dean, mas eu namoro o Dean.

Ouvi meu celular tocar e me levantei em um pulo indo até o quarto tropeçando em meus pés, uma sorte eu ter caído na cama e, ao ver o nome destacado na tela com vários corações e a foto do meu namorado, eu sorri imediatamente atendendo sem delongas.

— Kieran? – ele disse  assim que eu atendi, me fazendo rir boba.

— Dean! — pulei na cama — que saudade!

— Eu também estou, e você? Como está?

— Oh, eu estou bem! – apesar da minha empolgação, eu ouvi a respiração pesada dele. Ele não estava contente — qual o problema?

— Você tem certeza que está bem?

— Dean — eu ri — estou sim — eu sabia o que ele diria depois.

— Estou falando daquilo…

— Eu não quero falar sobre aquilo, é passado. Nós estamos bem.

— Eu… eu acho que quando você pediu pra eu parar eu deveria ter…

— Kirah? — fomos interrompidos pela voz de Liam no corredor, a chuveirada foi rápida. — Vamos?

Eu mal estava vestida e percebi que tinha que me apressar.

— Ah… já vou senhor Brooker — eu usei o “senhor” propositalmente para fazer com que Dean acredite que Liam é um velho caquético. — Amor?

— Sim?

— Eu vou indo, vou até a Torre CN.

— Certo.

— Eu te amo, Dean.

— Vá com cuidado — ele desligou e eu encarei o celular por um tempo, desapontada.

Tentei ignorar aquilo, o que foi falho, e me troquei rapidamente. Eu não sou uma pessoa que fica luxuosa no inverno, então eu coloquei uma calça com um par de botas e um casaco bem felpudo. Deixei meu cabelo solto para que não batesse vento na minha nuca e fiz a maquiagem mais rápida do mundo. A conversa com Dean não me animou, então eu só decidi estampar um sorriso forçado e falso. E quando saí do quarto, Liam estava finalmente vestido e fechando as janelas.

Com as mãos nos bolsos, ele indicou a porta.

— Podemos ir caminhando. É perto e você conhece mais a cidade.

— Pode ser — eu apenas passei por ele, sem muita empolgação.

“Vá com cuidado”, parece que ele não me ama, bom, eu não sei. Dean já disse isso duas ou três vezes desde que estamos juntos, mas… eu só queria ouvir isso dele de novo. E eu também demorei para falar com ele desde que cheguei em Toronto, isso pode tê-lo aborrecido.

Descemos em silêncio e passamos pela portaria saindo na rua, Liam parecia confuso comigo, ele segurou no meu pulso calmamente e me olhou no fundo dos olhos, me fez tremer tal ato, ele tem olhos bonitos e astutos.

— Qual é o problema, está chateada? – Ele foi direto. Eu não diria que estava magoada por causa do meu namorado.

— Saudades de casa – foi a desculpa perfeita.

— Isso acontece muitas vezes, mas pense que aqui você terá novas oportunidades e vai fazer amizades novas.

— Você tem toda razão – Liam está certo, mas essa não é a solução para o meu problema.

— Bom dia! — uma moça cumprimentou Liam enquanto andava por ali de mãos dadas com um rapaz.

— Olá Meredith... Como está, Reece? – meu guia cumprimentou ambos.

Eu dei os cumprimentos e Liam conversou rapidamente com o casal, mas pelo jeito que a Meredith olhou para Liam, pobre cabeça cheia de chifres do Reece.

Nós voltamos a andar por ali e eu fixei meu olhar em um estabelecimento grande e enfeitado.

— Ali é o museu da cidade. Ele está em reforma, te levarei quando estiver pronto.

— Me parece ótimo – Eu logo pensei no Dean, ele gosta demais desse tipo de coisa.

— A  Torre não está tão longe. Toronto encanta, quando vim para cá, eu me apaixonei por tudo.

— É uma cidade linda – admiro tudo em volta, as construções, lojinhas, a neve — Fico feliz por você ser tão simpático, é bom que tenhamos uma relação assim – eu comentei, sendo franca.

— Eu também sei ser divertido – eu não tive como discordar, o humor dele é algo lindo e contagiante — É só uma questão de tempo para nós dois deixarmos de ser colegas e nos tornarmos amigos.

Sorri para ele e nós fomos até a Torre, é linda. Ele advertiu me trazer pela noite para ver as luzes, de dia é lindo para se ver o lago. Nós ficamos lá falando sobre minha faculdade e sobre o trabalho como guia turístico. Ele fez faculdade de turismo, mas não chegou a concluir e o pai dele é dono da agência de turismo. A Brooker Intercâmbios é muito famosa. Liam também falou que passou temporadas na Austrália. E ele é muito novo, me contou que tem vinte e três e tem dois irmãos mais novos. É por isso que é bom ser filho do dono.

Nós passeamos muito. Liam tirou várias fotos minhas em cada cantinho de uma praça que tinha esculturas de neve,  tomamos café em uma barraquinha em frente a uma banca e depois do meu coração quase sair pela boca em uma corrida que fizemos em dois quarteirões apostando dois dólares, fomos parar em um restaurante. Já passava de uma da tarde e comer era o que eu mais queria no momento. E como a segunda língua oficial do Canadá é francês, estávamos em um restaurante de uma família da França, então tive ajuda para ler o cardápio.  E em toda a conversa, Liam debochou do meu sotaque.

— Repita – entre gargalhadas, ele pediu — “ Harry Potter”

—  “Harry Potter” – eu repeti, e Liam estava vermelho — Qual é? Você que fala estranho, não eu.

— É Harry Potter não Haree Pottah. — ele me imitou.

— Eu sou britânica, desculpe!

— Calma. Só é muito hilário.

— Não é.

Nossos pratos chegaram e eu agradeci, parecia estar fabuloso.

— Isso é bom, Haree Pottah – o deboche continuou, então eu joguei nele um guardanapo — Você é divertida. – com a boca um pouco suja de molho, Liam foi se limpar e eu bati a mão propositalmente em seu rosto, o fazendo espalhar ainda mais – vigarista!

— Você não faria nada de mal com sua cliente. – afirmei e ele lançou uma almôndega no meu rosto — Você é um perverso! Isso é uma bolinha de carne indefesa esperando para ser degustada.

— Você disse isso mesmo? —  Liam parecia uma panela de pressão, pronta para explodir de tanto rir — tudo no seu sotaque fica muito bom.

Nós rimos e voltamos a comer.

— Acho que subimos um nível. Pode considerar que você era meu colega, e agora é meu amigo – fizemos um toque.

— Vai ser um prazer, Haree Pottah.

Foi bom passar esse tempo com Liam, ele se mostrou legal e gentil e depois nós fomos para casa. As horas fora do apartamento me fizeram esquecer a situação com Dean. 


Notas Finais




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