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História The True Story Of Nat - O pedido de Lobão.


Escrita por: flowerstarks

Notas do Autor


Espero que gostem.

Capítulo 19 - O pedido de Lobão.


Acordei sentindo a respiração de Lobão no meu pescoço. Levantei apavorada e para o meu alívio eu estava vestida e ele também.

Lobão dormia tranquilamente. Vendo ele assim, senti uma dor terrível no peito. Uma mistura de ódio e tristeza que estrassalhava a minha alma.

Só podia ser armação! Ele não estava doente e não iria morrer. Era só uma teia para me prender.

Saí da cama determinada. Corri e peguei meu celular. Havia mil mensagens e ligações mas nenhum sinal.

— Aqui não têmsinal meu anjo. Por isso te trouxe pra cá.

— Você armou esse circo todo pra que? — disse friamente. — Me convencer da sua morte? Porque se foi por isso, perdeu seu tempo.

— Não foi só por isso, Nat. Você se lembra quando a gente se conheceu?

Um rápida lembrança veio na minha mente. Eu estava em Macaé, servindo aqueles bêbados nojentos, quando Lobão apareceu me pedindo informações em seu carro de luxo.

— Um dia que eu nem deveria ter saído pra fora de casa. O que têm?

— Se lembra o que eu te prometi quando te trouxe para o Rio? — Lobão veio até a mim de maneira calma. Talvez com medo de me assustar.

— Lembro. Você me prometeu muitas coisas, inclusive isso. Mas porque está falando disso agora? — disse já o empurrando.

— Por que eu achei. — ele disse como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— O quê!? - disse incrédula. — Que palhaçada é essa?

— Bom eu não achei exatamente mas tenho quase certeza.

— Como assim!? Como você conseguiu isso?

— Você sabe que eu faço qualquer coisa por você.

Lobão me beijou sem me dar um sinal de aviso. Empurrei com todas as forças e lhe dei um belo soco na cara.

—Nunca mais faz...

Ele me beijara novamente. Tentei empurrar mas dessa vez não obtive sucesso, então mordi com muita força a sua boca.

Lobão me largara segurando os lábios, falando algo que não pude ouvir.

—Não toca em mim! Não é porque vai morrer que eu vou ficar com você de novo.

— É por isso que eu te chamei aqui. —disse estancando o sangue. — Quero que você volte pra mim.

—Você está louco!? Eu jamais vou voltar a viver aquele inferno do seu lado de novo.

— Eu nunca mais vou te magoar Nat. Eu juro! Nem vou ter tempo pra isso. É só por quatro meses. Eu não vou passar disso!

— Quatro meses!? —repeti aquelas palavras como se cuspisse alfinetes. — Você só tem esse tempo?

Lobão se aproximou mas dessa vez mantendo uma certa distância.

— Na verdade eu tenho seis. Mas eu já perguntei ao médico e ele falou que vou começar a definhar no quinto mês e eu não quero que você me veja...

A sua voz falhou. Ele me deu as costas, talvez para eu não ver medo em seus olhos.

Pensei em me aproximar mas desisti. Precisava confirmar tudo aquilo.

— Quem mais sabe disso?-—perguntei tentando aparentar frieza.

— Só a Cléo e o Luís. O Luís foi o primeiro a saber e eu pedi pra ele não contar nada pra Cléo antes de mim.

Fiquei ainda pior ao pensar na Cléo. Ninguém no mundo o amava mais que ela.

— Você aceita? — Lobão finalmente se virou pra mim, secando algumas lágrimas. — Não vou te deixar desamparada.

— Não quero seu dinheiro! No momento só quero ir embora.

— Você só sai daqui se aceitar.

— Vai me obrigar a ficar com você? É isso? Como fazia antes?

— Desculpa. Eu prometi que não te faria infeliz de novo.

— Para com isso! — gritei. — Não vou ficar com você. Quero que você morra sozinho!

— Lembra que você disse que seria grata pra sempre por eu ter salvado a sua vida? - ele disse com olhar de súplica.— É sua chance de provar sua gratidão. Você não pode salvar a minha vida mas pode aliviar o meu sofrimento.

Ele tocara na ferida. Aquele era o nosso segredo. Algo que ele levaria para o túmulo e eu também. O verdadeiro motivo de não conseguir odia-lo de verdade.

— Isso é golpe baixo. — disse já me sentindo rendida.

— Só quatro meses e você não me verá nunca mais. Você sabe que não.

Nem ao menos percebi quando balancei a cabeça positivamente.

Ele se aproximou mas eu o impedi.

— Nem pensa nisso. Eu volto pra você mas nem pensa em me tocar.

— Meu anjo, eu quero ficar com você pelo resto dos meus dias. Eu não tenho muito tempo. Ou eu vivo hoje ou não vivo mais.O medico disse que eu tenho quatro meses mas essa doença é progressiva. Pode ser que eu bata as botas hoje, amanhã ou semana que vem, eu não sei, entende? Mas mesmo assim eu te espero o tempo que der.

Lobão saiu do quarto me deixando sozinha. Desabei e comecei a chorar.

Novamente estava unida a ele. Iria reviver aquilo tudo. As brigas, o ciume possessivo, a doença que ele insistia em chamar de amor. Mas dessa vez era diferente. Ele estava morrendo.

Eu poderia negar mas jamais conseguiria. Ele me salvara. Se tivesse ficado em Macaé teria acontecido o pior.

Resolvi explorar o quarto em que eu estava. A cama de casal era bem confortável. Os móveis limpos e muito bonitos decoravam o local. Ao abrir o guarda- roupa, vi belos vestidos de festa e algumas roupas mais simples mas muito bem costuradas. Um porta- retrato me chamou a atenção. Era uma mulher de seus trinta e seis anos com um adolescente ao seu lado. Eles sorriam alegremente. Ela era muito bonita mas ele era mais. Possuía cabelos negros e olhos bem azuis, estava sem camisa e pude observar uma marca a altura dos ombros, que eu imediatamente identifiquei: Aquele era o Lobão. E aquela deveria ser a sua mãe, já falecida.

Escutei um barulho na porta. Soltei o porta-retrato o mais rápido que pude.

— Senhorita Natália? — era o tal de Rubens, o senhor que me aplicara o calmante. — O senhor Jorge pediu que se aprontasse para o almoço. Irão partir em breve.

Rubens trazia um vestido e um tênis  para mim. Colocou em cima da cama e saiu sem escutar a minha resposta. Ele provavelmente só recebia ordens do Lobão.

Me vesti e desci as escadas, prendendo o cabelo em um coque. O tênis me ajudaria a sair correndo se necessário. Lobão estava sentado na mesa bebendo alguns comprimidos e ele não me vira entrar. Esperei que ele tomasse os remédios para observar aonde ele guardava. Iria pega-los para levar a um laboratório. Queria descobrir se tudo aquilo era verdade.

— A senhorita Natália, seu Jorge. — era Rubens novamente.

Ele afastou a cadeira para que eu me sentasse. Ele não me olhava. Apenas me servia.

— Você não vai comer meu anjo?

— Não. O que me garante que você não vai me dopar de novo?

— E vai ser necessário? — ele sorriu.

— Regra número um: Não me toca sem eu deixar; Regra número dois: Nem pensa em se meter na minha vida; Regra número três: Se você pensa que eu vou te obedecer igual antes, você está redondamente enganado.

— Mais alguma coisa? — ele abriu um sorriso irônico.

— Sim. Você não coloca os pés no meu apartamento.

— Ué!? Mas você nunca gostou de transar na minha casa.

Percebi o constrangimento do Rubens ao ouvir Lobão falar daquela maneira.

— E quem te disse que a gente vai transar? — disse irritada
.
— Nat, desculpa mas eu não vou morrer sem transar.

— Problema é seu e não meu! Não vai rolar.

— A gente vai namorar. Nada nais justo...
— A vida não é justa e eu não vou dormir com você e nem te abraçar, entendeu?

— Poxa, meu anjo. Isso é jeito de tratar um moribundo?

Lobão se aproximou de mim enquanto Rubens levava uma travessa já cheia para a cozinha no intuito de nos deixar a sós.

— A gente têm que entrar em um acordo. Desse jeito não vai dar.

— Mas não é pra dar.

— Nossa! Nem um pouquinho?

— Olha aqui seu filho de uma... —disse me levantando.

— Ta bom! Mas facilita aí meu anjo. Eu ainda vou te fazer feliz. Quem sabe a gente até não se casa?

Não pude segurar a gargalhada. Ri tanto a ponto das costas doerem. Lobão me observava de um jeito intenso. Omesmo jeito doentio de antes. Me assustei.

— Eu não quero tocar em você, imagina casar.

— Não precisa tocar em mim, Nat. Pode deixar que eu faço tudo por nós dois.

Saí sem responder.

Fui até o carro e fiquei esperando.
Vi ele dar ordens a algumas pessoas e apertar a mão de outras antes de partirmos para o Rio de Janeiro, onde chegaríamos juntos, como da primeira vez.
 

 


Notas Finais


O que será que aguarda a nossa marrenta?


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