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História The True Story Of Nat - Lágrimas.


Escrita por: flowerstarks

Notas do Autor


Espero que gostem.

Capítulo 25 - Lágrimas.


Escutei muito barulho vindo da cozinha. Decidi levantar e sair do quarto já que estava muito melhor.

— Todo dia é a mesma coisa! — Gael gritava. — Quantas vezes vou ter que dizer? A torrada com geléia é minha!

— Não vi seu nome escrito nela. — disse João sorrindo.

— João, meu filho para de provocar o Gael por favor? O Miguel já está agitado. Se ele chorar é você que vai ficar com ele.

— É bem capaz dele matar o menino. — Karina sorriu.

— Bom dia! — disse timidamente.

Todos na mesa me olharam. Até mesmo o Miguelzinho, que sorriu pra mim.

— Filha! Como você está? Tomou os remédios? Está com fome? Senta aqui.

— Gael, fica calmo! Desse jeito a Nat não vai acompanhar metade do que você diz.

Me sentei me controlando para não rir. Definitivamente Gael era muito exagerado.

— Estou melhor. Ainda sinto enjôos mas está melhor que antes.

— Toma café. Hoje eu vou ficar o dia com você. - Gael me sorriu.

— Pai, o senhor têm mais o que fazer na academia e eu não vou segurar as pontas não. Esqueceu que estou ensaiando o dobro pra próxima peça?

Bianca lhe lançou um olhar de fúria. Ela não queria que ele me desse atenção.

— O seu pai não precisa ficar comigo, até porque eu vou precisar sair.

— Aonde você vai? Sair assim sem se recuperar?

— Preciso resolver umas coisas que não diz respeito a ninguém.

— Eu te levo. Não pode sair assim do nada por aí. E se você passar mal?

— Ela liga. Telefone você tem não é, Nat?

Karina me olhou com desdém. Aquilo me doeu na alma.

— Tenho sim. Qualquer coisa eu ligo.

Tomamos café em silêncio. Depois que Karina me destratou e eu vi o sorriso de glória no rosto de Bianca não tive forças pra mais nada.

Me dirigi até o quarto. Me arrumei o mais rápido possível e estava pedindo um táxi quando escutei um barulho na porta. Era Karina.

— Porque você me odeia tanto Karina? — não resisti em perguntar.

—Eu não te odeio! Só não quero você por perto mas como não tem jeito.

— Mas o que eu te fiz? Nunca te destratei e te recebi bem na minha casa.

— Transou com o Duca, traiu o Lobão e fingiu que estava do nosso lado enquanto ajudava ele a ferrar o meu pai. Esqueci alguma coisa? — a ironia dela era palpável.

— Só uma coisinha... Que se não fosse por mim vocês estariam confiando no Heideguer até hoje.

Karina não me disse nada!Talvez pensando em uma boa resposta.

— Nat faz assim: Fica no seu quadrado que eu fico no meu que vai dá tudo certo. A Bianca já vai te encher o suficiente e eu não vou ficar no meio da briguinha de vocês. Só não cola em mim. Não sou obrigada a te tratar como irmã.

— Não precisa me tratar como irmã por obrigação e eu nem quero isso. Me trata bem se você quiser e não se preocupar. Eu não vou esquentar lugar aqui.

Peguei a bolsa e saí da casa destruída. O taxi já me esperava. Vi Cobra de longe mas não queria falar com ele.

Dei o endereço de Lobão para o motorista. Enquanto ele dirigia não resisti em chorar. Queria tanto que a Karina gostasse de mim e que me tratasse bem para termos uma relação de irmãs. Eu gostava dela desde que Lobão a levou para a minha casa. Achei que nos tornariamos amigas e mais uma vez eu estava errada.

Apertei a campainha com força. Precisava focar no que eu iria fazer. Descobrir realmente se Lobão tinha câncer.

—— Nat? Você está chorando!? O quê fizeram com você? Foi o Gael?

Ao ver meu estado, Lobão prontamente me abraçou me conduzindo para dentro.

—Não foi o Gael. Estou chorando por causa da Karina mas deixa pra lá. Eu só quero saber que palhaçada foi aquela no hospital? Desde quando você apoia o Gael?

— Ela está te destratando? Se for isso eu dou um chega pra lá nela já que o frouxo do seu pai não faz nada.

— Não muda de assunto e me responde. Porque você insistiu pra eu ficar com o Gael?

— Estou morrendo, meu anjo. Não posso cuidar de você porque estou fazendo quimioterapia e chego em casa só o pó. Quem cuidaria de você?

Lobão segurou minha cintura. De repente eu tive uma idéia. Ele era louco por mim e eu usaria isso a meu favor. Se ele estivesse enganando todo mundo com esse papo de doença eu descobriria.

— Quando é sua quimioterapia? — fiz uma voz mansa enquanto fingia preocupação.

— Daqui a uma hora, porquê? Quer ficar aqui no apartamento até eu voltar?

— Não. Eu vou com você.Assim você me apresenta o médico que está te tratando.

— Nem pensar,você fica. A última coisa que eu quero é você me vendo nesse estado. Eu viro outro homem depois da quimioterapia. Aliás sem querer ser grosso mas acho melhor você nem me esperar.

Bingo! Ele não queria que eu fosse pra não ver a farsa mas ele não iria me dobrar.

— Eu vou com você ou te espero aqui. Não vim pra cá a troco de nada.

— Tudo isso é preocupação comigo, meu anjo?

Lobão se aproximou ainda mais e eu senti um arrepio acompanhado daquela velha sensação de posse que ele achava que tinha sobre mim.
Decidi recuar não suportaria se ele me tocasse além do necessário.

— Não é preocupação. — disse me desvencilhando dele. - É que eu não quero ir casa agora. Gael fica no meu pé achando que eu vou cair dura a qualquer momento.

— Sua relação com ele não me diz respeito. Só não quero você chorando por causa daquela gente. Vai embora? Não quero você aqui.

Ele foi até a porta abrindo eu ao invés de sair, simplesmente fui até o sofá e me deitei. Não iria me dar por vencida.

— A quimioterapia pode esperar. Tenho certeza que você ficaria mais confortável deitando na minha cama.— Lobão sorriu maliciosamente.

—Nada pior do que homem sem dignidade. Eu odeio você, tenho nojo de você e só te suporto por obrigação.

— Meu anjo, apesar de está com pressa porque eu vou morrer, quero perder todo o tempo que me resta contigo. Eu não vou desistir e eu só vou sossegar quando você for minha.

— Hahaha! - ri com deboche. — Você só vai perder seu tempo. Eu amo o Duca e não você. Pra eu ser sua só se for a força.

— Eu não teria coragem e você sabe muito bem porquê. Fala da minha dignidade mas cadê a sua? Ama um homem que te arrastou pra cama, te fez de trouxa, fez você me enfrentar e quase morrer pra no final ele te dar um passa fora? Acha que ele vai ficar com você? Que ele vai te amar? Para o seu amado Duca você é só mais uma na cama.

—Pelo menos eu não fico atrás dele. Aceitei que ele não me ama.Não fico mendigando amor.

— Você é covarde e eu não! Eu te amo e faço o que for pra te ter comigo nem que seja por alguns segundos.

Lobão se aproximou de mim me agarrando com força. Me debati achando que ele tentaria me beijar mas não. Ele apenas me abraçou e ficou ali por alguns minutos apenas sentindo meu perfume.

— Esse é o cheiro que eu quero levar comigo quando me eu for. - sussurrou no meu ouvido.

Sem dizer palavra ele me soltou, pegou as chaves e saiu do apartamento.

Prontamente comecei a minha busca. Vasculhei cada centímetro daquele apartamento procurando os medicamentos para levar até o laboratório. Encontrei na cômoda ao lado da cabeceira. Peguei um de cada e guardei na bolsa. Levaria no laboratório mais próximo.

Olhei no relógio: onze e quarenta. Já estava perto da hora do almoço e eu estava uivando. Verifiquei a geladeira, não havia muita coisa mas não ficaria com fome. Cozinhei comida o suficiente para dois. O meu coração mole me irritava, odiava Lobão mas também não ia deixá-lo sem comer.

Vendo o meu celular, tinha umas vinte chamadas de Gael e mensagens de por favor me liga.

— Alô? - disse sem ânimo.

— Filha? Graças a Deus você atendeu. Aonde você está? Se alimentou? — a voz de Gael saía rouca de preocupação.

— Estou na casa do Lobão. Já almocei e já tomei os medicamentos, ok?

— Bom, não estou exatamente tranquilo por você está aí, já que o Lobão não é o genro que pedi a Deus mas pelo menos você não está sozinha, não é?

Se eu falasse para Gael que estava sozinha com certeza ele iria se deslocar até ali e brigaria com Lobão por ele me deixar só.

—Não estou sozinha. Lobão está no banho. - menti.

— Banho!? Hã! Está bem. Eu te espero em casa. Se sentir qualquer coisa me avisa. Um beijo.

Não havia percebido o erro até desligar o celular. Analisei a situação: Eu fui a casa do meu suposto namorado, sumi a manhã inteira e não atendi as ligações do Gael e pra acabar de completar disse que ele estava no banho.Merda! Ele ia pensar que eu estava enfiada na cama daquele maldito.

Fiquei com ódio o dia inteiro de mim. Acabei cochilando e acordei com o barulho na porta. Olhei novamente no relógio, já passava das quatro da tarde.

Lobão adentrou o apartamento se arrastando, como se estivesse brigado com um bando de rinocerontes. Estava exausto, tonto, com olhos fundos e aquilo me deu medo.

Ajudei ele a se sentar, peguei um copo d'água e tentei fazer com que bebesse mas em vão.

— Não, Nat. Não aguento beber nada. Só de ver essa água já me dar vontade de...

Lobão saiu o mais rápido que pôde para o banheiro. Luvi barulho de quem faz ânsia de vômito. Ele ficou uns vinte minutos no banheiro.

Quando saiu estava pior do que entrou. Segurava nas paredes indo para o quarto. Comecei a segui-lo sem saber o que fazer.

— Lobão, o que eu faço ? Você tá tonto e... - verifiquei sua testa que estava em brasa. - Está queimando de febre.

— É normal! Só deita aqui comigo. Não vou fazer nada é só até passar, por favor?

Fui até a cozinha, peguei um pano limpo e uma bacia com água. Voltei para o quarto e coloquei o pano molhado em sua testa.

Meu coração apertou. Tentei pensar que era fingimento mas não adiantava, meu lado mais humano dizia que ele estava realmente muito doente.

Sentindo uma pena terrível, deitei ao seu lado fazendo compressas. Lobão se arrastou na cama colocando a cabeça no meu colo e quando ele fechou os olhos lágrimas incontroláveis invadiram a minha face.


Notas Finais


Não sei se senti mais pena do Lobão ou da Nat.


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