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História The Twin Sister- Norminah - (Cap. 28) Rostos Estranhos


Escrita por: wtfuckDaddy

Notas do Autor


Vocês ainda me amam?

Capítulo 28 - (Cap. 28) Rostos Estranhos


 

Um feixe de luz do sol vindo da fresta da janela atravessa o chão do quarto e encontra as mãos de Dinah. Seus dedos estavam nervosos batucando contra o braço do sofá. Ela bufa, olha para a porta do banheiro e levanta-se indo em direção a ela.

–- Normani…- – Bate três vezes na porta.

-– Hum?- – Um som abafado, talvez ela estivesse escovando os dentes.

– -É sério, eu preciso entrar! Estou muito apertada.- – Morde o lábio. Ouve uma risada baixa de Normani e, logo após, a porta sendo aberta. A loira espera, mas Normani não sai então ela coloca a cabeça para dentro. -– Normani, por favor.- – Balança suas pernas e sente a dor na coxa.

-– Por Deus... Eu posso terminar de escovar meus dentes?- – Olha para ela pelo reflexo do vidro. Dinah até iria sorrir com aquela cena da boca da morena discretamente tomada pela espuma levemente esverdeada do creme dental de menta, mas ela estava realmente com medo de sorrir e não conseguir se segurar, pois estava muito apertada.

-– Por Deus... Eu estou quase fazendo xixi na calcinha! -– Fala desesperadamente balançando suas mãos e em seguida cruzando as pernas. Vê a morena apontar com a cabeça para o vaso sanitário.- – Não, eu não vou fazer xixi com você dentro do banheiro. –- Normani olha para ela e franze o cenho. -– Eu não consigo fazer com alguém me olhando, ok? -– Normani bufa e faz sinal para a loira esperar. Enxagua sua boca e lava seu rosto com uma Dinah inquieta atrás de si.

– -Pronto, pronto. -– Guarda sua escova em sua nécessaire. Dinah puxa o seu braço colocando-a para fora enquanto ela enxugava o seu rosto com uma toalha. -– Você esteve no banheiro antes de mim para escovar os seus dentes e não fez.

–- Sai, sai, sai... -– A loira ignora o que Normani está falando e fecha a porta nas costas da morena que está sorrindo levantando as mãos em rendição.

-– E meu lábio está mais inchado por sua culpa! -– Passa o dedo leve pelo seu próprio lábio.

-– A culpa não é só minha! -– Ouve a loira falar de dentro do banheiro.

Então ela vai até a sua mala guardar o que precisava, senta-se na poltrona ao lado de sua mala e olha para a sua irmã. O coração de Normani quase para quando a vê mover a mão direita.

–- Ashlee? –- Normani diz levantando. Põe sua bolsinha em cima da mala e vai até ela. – -Maps, você acordou? -– Fala sorrindo. Chega mais perto e vê que ela está de olho aberto. Normani levantou a mão para tocá-la mas logo viu que a sua irmã cortou sua respiração e arregalou mais um pouco o olho que estava descoberto. Então ela parou seus movimentos. – -Ei, está tudo bem? Eu ia tocar seu rosto. -– Normani fala franzindo o cenho. -– Não quer que eu te toque? -– Aslhee abre a boca para responder, mas sua voz não sai. Tenta mais uma vez e em seguida limpa a garganta. Normani observa tudo atenciosamente. Sua irmã está olhando-a de forma estranha, mas ela havia tido essa mesma reação quando acordou e olhou para Normani no dia anterior.

–- Ufa, que alívio. –- Dinah diz ao abrir a porta do banheiro. – Olha, eu... -– Paralisa quando vê a morena na beira da cama da irmã. -– Ela acordou? –- Caminha até elas. – A morena não tirou os olhos de sua irmã um minuto e ficou observando quando Ashlee franziu o cenho quando ouviu a voz da loira. Dinah chegou perto e a viu de olhos abertos.- – Oh, meu Deus. Você acordou!- – Abriu um grande sorriso. Porém, assim como Normani, a loira logo passou de feliz para preocupada quando viu a morena deitada fazendo cara de assustada para elas.- – Porque ela está nos olhando assim?- – A loira fala para Normani ainda olhando para Ashlee.

-– Eu não sei.- – Respira alto. -– O que está acontecendo? Qual o problema? Está sentindo dores fortes? Me diz!- – Normani começa a disparar perguntas nervosamente.

-– Calma! -Dinah segura o braço de Normani. -– Não a bombardeie com perguntas. – Ashlee, minha querida... -– Fez menção em tocar o braço dela que mexeu sua mão encolhendo-a. -– O que foi? –- Perguntou vendo a reação negativa sobre ela. Ashlee novamente limpou a garganta e engoliu saliva.

-– Quem são vocês?- – A voz de Ashlee saiu fraca e baixa, mas foi alta o suficiente para as duas ouvirem. As duas mulheres de pé se entre olharam durante alguns segundos. Normani volta o seu olhar para a sua irmã.

-– Isso é sério? -– A morena pergunta com um olhar preocupado e Ashlee somente acena devagar com a cabeça confirmando. Ela ainda estava com o olhar de assustada. – -Ashlee, como assim? Você não lembra da gente?- – A morena que está deitada engole saliva mais uma vez. – -Não lembra de mim? Olhe para mim! -– Normani está com a respiração ofegante. -– Você tem que lembrar! Isso não é verdade...

-– Ei, calma... -–Dinah tenta acalmá-la interrompendo-a . -– Não faça pressão.- – Puxa o rosto de Normani para olhar para ela. –- Se ela realmente não lembra, não é na pressão que ela vai lembrar, Normani.- – A morena está olhando-a com cara de desesperada, mas os olhos das duas se voltam para Ashlee quando ela fala novamente.

-– Na verdade... -– Aperta os olhos e abre-os. -– O seu rosto não é desconhecido. – -Diz olhando para Normani.

-– O meu? -–Normani pergunta mais calma. Ashlee acena positivamente de novo. Normani respira fundo e abaixa a cabeça.- – Maps, me diz, por favor, que você está zoando com minha cara. -– Olha para a sua irmã deitada, ela abaixa o olhar franzindo o cenho. Ela parece um pouco envergonhada.

-– E de mim? -– A loira fala atraindo a atenção de Ashlee. –- De mim você lembra?- – Era uma pergunta um pouco estúpida, porque se ela não estava reconhecendo sua própria irmã, imagina a sua chefe? Mas não custou nada tentar. Ashlee a olha durante alguns segundos e respira fundo.

-– Não. Me desculpe... – -Ela diz abaixando o olhar de novo. Normani passa as mãos sobre os cabelos e olha para o rosto de Ashlee ainda tentando identificar algum resquício de piada.

Não encontrou nenhum.

-– Talvez seja porque você está sem óculos, não é? –-Normani tenta diagnosticar. – -Ouça a minha voz, ouça a voz dela... Vamos lá, você nos conhece. -– Normani dá uma pausa e Ashlee a encara tentando identificar aquelas duas desconhecidas à sua frente. – -Cacete! Eu sou sua irmã! Como você não pode lembrar-se de mim? – -Fala um pouco mais desesperada, conseqüentemente um pouco mais alto. Sente a loira tentar afastá-la.

-– Pelo amor de Deus, acalme-se!- Dinah continua tentando puxar a morena para longe.- – Não force nada com ela. Ela bateu com a cabeça, esqueceu? Vou chamar o médico, a enfermeira... Quem seja.- – Aperta um interruptor em cima da cabeceira da cama de Ashlee

– -Eu vejo…- – Ashlee começa e atrai os olhares das duas.- – Eu vejo as coisas um pouco embaçadas, mas eu consigo identificar ainda. -– Explica. -– Se eu me lembrasse de vocês, eu iria reconhecê-las pela imagem. Dá para ver alguma coisa ainda, mesmo que não seja cem por cento. -– A voz dela estava fraca.- – Você é minha irmã mesmo? -– Franziu o cenho para Normani.

-– Sim, claro.- – Sorri fraco. -– Eu…- – A morena é interrompida por batidas na porta. A enfermeira e o médico que estão acompanhando Ashlee entram. –- Oh, gracias! –- Normani exclama. -– Tem algo errado com a memória dela. -– Fala aproximando-se dos dois.

-– Acalme-se, ok?- – O médico fala levantando uma mão para a morena. –- O que está acontecendo exatamente?

-– Deixa que eu explico. -– A loira toma a frente da latina. -– Ela acordou e disse que não lembra de quem somos. Ela deve ter perdido a memória por causa da pancada na cabeça ou algo do tipo. -– A loira fala esfregando os seus próprios braços um pouco aflita.

–- Ok, vamos falar com ela. - O médico fala tentando acalmar as duas. Olha para a enfermeira e eles se aproximam. -– Olá. Eu sou o seu médico e esta é a minha enfermeira assistente. Estamos cuidando de observar você desde que chegou.- – Ele explica a Ashlee que só confirma com a cabeça. -– Soube por elas que você conversou um pouco ainda agora e isso é bom porque você está conseguindo conversar. Mas eu preciso te examinar um pouco e fazer algumas perguntas a você, ok? –- Ela confirma novamente com a cabeça. As duas aproximam-se da cama, mas a enfermeira põe-se na frente delas.

- É melhor não ficar tão perto. Sentem-se ali.- – A enfermeira fala para as duas com delicadeza. –- Ela pode encarar isso como pressão psicológica. – Fiquem um pouco longe do campo de visão dela, deixem-na relaxar um pouco. Certo?- – As duas acenam com a cabeça e Dinah puxa Normani. Enquanto isso o médico olhava AlAshlee e tocava nela perguntando onde doía.

 

-Bem... Vamos às perguntas.- – O médico começou. Normani e Dinah estavam atentas sentadas rigidamente no sofá.- – Você lembra o seu nome?

– Ashlee…- – Ela mesma responde. – Ashlee Kordei-. – O médico sorri.

-– Isso é bom, Ashlee. E onde você mora? -– Pergunta olhando para ela. Ela pára um pouco franzindo o cenho.

-– Eu não lembro.- – Ela responde sem olhar para o médico. O médico olha para a enfermeira que anota algo, Normani respira fundo e Dinah toca seu joelho para tentar acalmá-la.- – Mas eu lembro que é um apartamento.- – O médico acena com a cabeça.

-– Você mora com quem?- – Ele continua perguntando.

– -Sozinha, eu acho.- – Ela responde em dúvida e o médico olha para as duas sentadas no sofá, elas confirmam com a cabeça a resposta dela.

-– Você tem namorado? Noivo?

– -Eu não me lembro ao certo, mas acho que não.- – Ela está bem confusa.

– -Você trabalha?- – O médico pergunta tocando a cabeça dela.

-– Sim.- – Ela responde com cara de dor.

– -Onde trabalha?- – O médico vê a expressão de dor e para. -– Está doendo onde toco?

– -Sim, um pouco.- – Ela responde e ele retira a mão e começa a anotar algo. –- Eu trabalho em um escritório.

–- Trabalha com o que? –- Ele pergunta lembrando que Dinah é a chefe dela.

-– Não sei. Não lembro.- – Ela responde já ficando aborrecida por não estar lembrando das coisas. Enquanto isso Normani havia chamado a enfermeira onde ela estava e a enfermeira foi até ela.

-– Ela disse que o meu rosto não era estranho para ela, mas que não me conhecia. -–Normani avisa para a enfermeira. -– Ela não lembra dela, que é a chefe e uma das amigas dela.- – A enfermeira balança a cabeça dizendo que entendeu e volta até o médico e fala perto do ouvido dele o que acabara de ouvir.

-– Bem... Ashlee, você lembra para quem trabalha?- – Ashlee franze o cenho por alguns segundos. -– Por exemplo: Chefe, colegas de trabalho... Essas coisas.- – Ela acena negativamente com a cabeça.- – Pode ser nomes ou só rostos.- – Ela acena novamente negando. -– Certo..-. – Ele olha para Normani e olha para Ashlee novamente. -– Lembra de alguém de sua família? -– Ela tenta virar a cabeça para ver aquela mulher que diz ser sua irmã, mas seu pescoço dói um pouco, então ela para.

-– Não me lembro. Mas ela disse que é a minha irmã.- – Falou com dúvidas.

–- Ela quem?- – O médico tenta estimular a memória de Ashlee.

-– A morena que está sentada ali. –- Move o dedo apontando para o lado onde Normani está. Ela não consegue vê-la exatamente, pois o seu olho está tapado com um curativo e o seu pescoço não a deixa virar a cabeça.

– -Você lembra o nome dela? Ou da outra mulher que está ao lado dela?

– -Não.- – Respira fundo. -– A loira disse o nome dela, eu acho. Mas eu não me lembro. – Normani coloca a cabeça entre as mãos respirando fundo, Dinah passa as mãos nas costas dela de cima para baixo.

– -Mas você disse a elas que lembrou do rosto dessa mulher que diz ser sua irmã, certo? –- É a vez da enfermeira perguntar. Ashlee olha para ela.

-– mais ou menos. -– Ela responde.- – É só que o rosto dela não parece ser tão estranho assim.

-– Hum... -– O médico pára e pensa um pouco. -– Ashlee, você lembra do seu rosto?- – As duas mulheres ficaram um pouco tensas agora, Normani levanta a cabeça e espera a resposta. Ashlee hesita um pouco em responder.

– -Acho que sim. Me lembro um pouco, eu acho. –- Fecha forte os olhos. –- Não sei. Tenho alguns rostos em mente, mas não sei de quem são ou qual o meu. -– O médico expressa um pouco de preocupação quando levanta as sobrancelhas e olha para a enfermeira que também não está com uma expressão tão confortável. -– Mas eu lembro que eu tenho olhos e cabelos escuros, lábios grossos…- – Aperta mais uma vez tentando lembrar.

-– Não force, deixe vir naturalmente.- – A enfermeira alerta.

-– Acho que tenho a pele negra também, como a dela (refere-se à Normani). Lembro de óculos de grau com armação retangular…- – Fica um pouco em silêncio.- – Não me lembro de mais nada.- – Respira fundo se dando por vencida.

-– Não se pressione.- – O médico diz calmamente. –- Vou te fazer uma última pergunta, está bem? Acha que pode me responder? -– Ashlee acena com a cabeça.

-– Vou tentar.- – Diz tentando sorrir. O médico sorri de volta.

– -Ok. Então diga-me... Qual a última coisa que você lembra ter acontecido com você?- – Ashlee para no tempo e franze o cenho olhando para o nada. Fica assim durante quase um minuto inteiro, a enfermeira iria falar, mas o médico levantou o seu dedo indicador pedindo silêncio.

–- Eu lembro de uma rua agitada, muita gente... -– Falava de olhos fechados. Normani e Dinah levantaram-se devagarzinho.- – Lembro de uma mãe com um bebê no braço que estava sorrindo, moedas em minha mão eu acho, um borrão amarelo vindo em minha direção... E... E uma árvore. Essa árvore tinha uma folha que estava para se soltar.- – Normani cobre a boca com uma mão e uma lágrima escapa de seus olhos. O que sua irmã acabara de falar a fez lembrar instantaneamente do que a avó delas disse a elas anos atrás. Dinah observou a reação de Normani, mas voltou o seu olhar para Ashlee que voltara a falar. –- Lembro de uma voz de um homem com um inglês forçado... E... Eu acho que não lembro mais nada.- – Abriu os olhos e viu que todos a encaravam. – -Desculpem-me, só lembro disso.

-–Ashlee, não pense que está mal. Você está lembrando de bastante coisa. Ainda disse que lembra de rostos. Estes rostos são pessoas que conhece, mas não consegue ligá-las ainda. Vamos fazer alguns exames com você, não fique nervosa ou algo do tipo. Não se pressione também, não é bom para a sua recuperação. Deixe as coisas virem naturalmente. Combinado? -– Piscou um olho para Ashlee. Ela tenta sorrir um pouco e acena com a cabeça.- – Então, eu vou sair e conversar com elas agora. Qualquer coisa é só chamar. Com licença. –- Vira-se de costas.

-– Por favor... –- Ashlee começa a falar. -– O que tem para falar para elas, fale aqui. –- O médico olha para Ashlee e olha para as duas em pé ao seu lado.- – Me deixe ficar sabendo de tudo. Já é péssimo não lembrar das coisas, não me deixe de fora disso também.- – Normani engole seco, mas concede autorização ao médico que olha para ela esperando alguma resposta.

-– Está certo então. –-Ele começa.- – Não é nada confirmado, mas pelo que concluí agora…- – Olha suas anotações-. – Ela está com um tipo de amnésia causada pela pancada que levou na cabeça. -– Olha para Dinah e Normani.- – O fato de que ela lembra de algumas coisas fundamentais na vida dela, como o nome completo, lembra parcialmente o local onde mora, onde trabalha... Rostos lhe vem à mente, ela só não os reconhece... Essas coisas me dizem que pode ser algo passageiro. Mas eu também posso estar enganado. Para ter certeza, temos de fazer alguns exames e verificar como o cérebro dela está funcionando agora, como ele está trabalhando na parte responsável pela memória, que provavelmente foi atingida com o acidente.

– -Mas doutor... -– Ashlee diz interrompendo-o.

–- Sim?- – Ele responde.

– -Mas eu não lembro do meu próprio rosto. -– Ela diz com a sobrancelha franzida.- – Isso deveria ser uma informação fundamental que eu teria de lembrar, não acha?- – O médico sorri.

–- Calma, Senhorita... -– O médico levanta uma mão.- – Não é bem assim. Não podemos exagerar nas conclusões e, como eu disse antes, posso estar enganado em alguma coisa. Mas explicando o que você acabou de dizer... -– Limpa a garganta e olha para Normani, mas volta o seu olhar para a paciente. -– Eu disse que existem coisas importantes que você lembra parcialmente. Você me deu características certas de seu rosto, como os seus olhos, cabelos, lábios...Lembra? -– Sorri. -– Mas existe outra coisa a ser observada aí. Você também disse que o rosto de sua irmã não é totalmente estranho à você. Certo? -– Ele aponta paraNormani e Ashlee confirma com a cabeça. -– Então isso quer também confirma que você não esqueceu totalmente de seu rosto, não só porque disse que lembra de algumas partes dele…- – Chama Normani(que estava um pouco confusa com a conversa) para mais perto de si e a morena caminha até ele. -– Mas também porque esse daqui é o seu rosto. –- Aponta para o rosto de Normani. Agora sim a morena entendeu o que ele estava querendo dizer. Mas Ashlee não.

-– Como assim? Esse é o rosto dela e não o meu.- – Ashlee diz confusa.

– -Sim... Este é o meu rosto, Ashlee.- – Normani aproxima-se colocando os cabelos atrás da orelha para que sua irmã visualize melhor o seu rosto por completo.- – Só que ele quis dizer que você lembrou do meu rosto, porque meu rosto é igual ao seu.- – Ashlee parece bem mais confusa agora.- – Nós somos gêmeas, Ashlee. Gêmeas idênticas.- – Diz sorrindo. Ashlee força a visão para ver melhor o rosto de Normani, mas logo aperta os olhos.

–- E isso quer dizer que você não esqueceu por completo o seu rosto. Você lembrou dele logo quando reparou melhor nela, mas não conseguiu identificá-lo como seu.- – Dinah conclui o pensamento.- – É confuso, mas acho que você não precisa entender tudo direitinho agora.- – A loira olha para o médico que confirma.

–- Meus olhos doem. Minha cabeça dói. Minhas costas doem. Tudo dói.- – Ashlee diz ainda com os olhos apertados.

–- Não force para olhar alguma coisa, você está sem óculos, por isso os seus olhos doem.

– -Falando nisso... Porque eu tenho um olho tapado? – -Ela pergunta curiosa.

–- Seu óculos quebrou com a pancada e um caco do vidro entrou um pouco abaixo de sua sobrancelha.- – A enfermeira responde. O médico está conferindo o soro que ela está recebendo. Ele olha para a enfermeira e faz sinal para avisar que o soro está acabando. -– Acredito que não está com fome ou sede, não é? -– Ashlee balança a cabeça de um lado para o outro.- – É por causa do soro que esta recebendo. Mas vou colocar só mais esse. Quando esse acabar, se você não tiver de ficar de jejum para algum exame, esperaremos algumas horas e você sentirá fome e sede normalmente, assim lhe daremos água e comida.- –Ashlee acena com a cabeça.

– -Está precisando de algo agora? –- O médico pergunta a ela. -– Algo que esteja lhe incomodando muito?

-– Bem... Estou bastante dolorida, principalmente cabeça e tórax. -– Ela responde com cara de dor.

-– Certo. No seu soro estão adicionados alguns analgésicos justamente para que não sinta tanta dor, mas conseqüentemente, você fica mais sonolenta. Estes são um pouco mais fracos do que os que colocamos antes, porque a dor já é menor e precisamos que você acorde um pouco mais rápido para fazermos a radiografia do seu cérebro para descobrir o tipo de amnésia. -– A enfermeira injeta algumas injeções de analgésico no soro que colocará em Ashlee. -– Então, enquanto isso, você pode começar a conversar com elas, tirar algumas dúvidas e aos poucos estimular a sua memória. Certo? –- Ashlee confirma com a cabeça. -– Ótimo. Qualquer coisa nos chame. -– A enfermeira havia acabado de trocar o soro. Ela sorriu para Ashlee e para as duas de pé. –- Com licença.

–- Com licença. -– A enfermeira repetiu seguindo o médico para fora do quarto.

Ashlee olhou para as duas ali e frisou os lábios. Elas duas estavam um pouco receosas de começar um conversa. Elas não sabiam muito bem o que conversar. Ashlee, de repente, parou seu olhar em Dinah.

– -Você não me disse quem é você. -– Ela disse curiosa. Dinah sorriu sutilmente e se aproximou.

-– Eu sou Dinah Jane Hansen.- Ashlee ouve com atenção.

–- Senhora Hansen... – -Ashlee sussurra. Dinah abre um sorriso maior e Normani se aproxima.

– -Isso mesmo. É assim que você me chama. Lembra de mim agora?

-– Não... Só lembrei disso, pois você me disse o seu nome agora.- – Ashlee abaixa os olhos.

–- Tudo bem.- – Dinah diz. –- Já é alguma coisa.

–- Porque eu te chamo de “Senhora” se você é tão nova?- – Ashlee franze o cenho e olha para a loira.

-– Também me pergunto isso. -– A loira fala brincalhona colocando as mãos na cintura e Ashlee esboça um sorriso de lado com a cena.- – A verdade é que nós trabalhamos juntas. Eu sou a sua chefe, por isso me chama desse jeito. -– Ashlee levanta as sobrancelhas.

-– Ah…- – Ela diz-. – Mas ainda acho que “Senhora” é um termo para pessoas bem mais velhas. E julgando pelo rosto dela... -– Aponta discretamente para Normani. –…- que, no caso, é igual ao meu... Nós não temos uma grande diferença de idade.

-– Sempre me chamou assim, quando nos conhecemos eu era casada, então você me chama de “Senhora” até hoje.- – A loira explica com um sorriso no rosto.

–- Ah, claro... -– Ashlee ri pelo nariz. Ela franze o cenho e limpa a garganta. – -Como eu vim para aqui? -–  Normani e Dinah se olham.

-– Você quer saber sobre o acidente? –- Normani pergunta receosa. Ashlee confirma com a cabeça. -– Ok... Vamos te contar. Espera.- – Ela vai até a poltrona e tenta levantá-la. Olha para Dinah e pede ajuda com os olhos. A loira ri e vai até ela balançando a cabeça de um lado para o outro.- – O que? A poltrona é pesada.- – Ela fala para a loira que ri novamente. Elas levantam a poltrona e levam até perto da cama de Ashlee.

-– Levanta um pouco para que eu fique mais sentada, por favor? -– Ashlee pede. Normani vai até a cama, aperta um interruptor que também está acima da cabeça de Ashlee e a parte de perto da cabeça da Ashlee começa a subir lentamente. Quando chegou a um ângulo de 30º acima, Ashlee faz cara de dor. – -Tá bom aí. Se não dói. Acho que machuquei algo pelo tórax, não foi?- – Dinah confirma com a cabeça com os lábios presos entre os dentes.

Normani volta e se senta, Dinah senta no braço esquerdo da poltrona e elas se acomodam para começar a contar para Ashlee tudo o que aconteceu com ela. Pouco mais de 10min depois, Ashlee começa a ficar sonolenta pelo efeito dos remédios e as duas param de conversar com ela para ela descansar. Mesmo assim elas ficam ali, observando-a. A loira estava sentada no braço do sofá com as pernas dobradas, o cotovelo apoiado na parte de cima das costas da poltrona, com a cabeça apoiada nas mãos enquanto Normani estava sentada no estilo indiano encostada nas costas da poltrona e de braços cruzados.

Em total silêncio.

Mais uma vez só o monitor cardíaco emitia algum som ali.

–x-

Quase uma hora depois, elas resolveram ir até o restaurante do hospital para comer, deixando a enfermeira em alerta para sempre indo vigiar Ashlee, caso ela acordasse.

– -Qual é a do apelido? –-Dinah pergunta tomando o seu suco de laranja. Normani que ia comer o seu pão parou e franziu o cenho.

– -Que apelido? -– Perguntou curiosa.

-– O que você chama a Ashlee. – -Olhou de lado tentando lembrar, mas não conseguiu. -– Eu não lembro como é. Mas você disse quando perguntou se ela estava zoando com você.

– -Ah... Maps?- – Bebe um gole de seu café preto.

–- Sim... Esse estranho aí mesmo. -– Dinah sorri e morde o seu sanduíche natural.

-– É um apelido que eu inventei quando éramos crianças.- – Sorri de lado.- – Quer dizer: Mejores Amigas Para Siempre. -– Morde o seu pão e se atrapalha com o queijo derretido que insiste em não se partir fazendo-a começar a brigar tendo que parti-lo com o dedo pois já não tinha mais braço para esticar. Dinah ri com a cena deixando Normani um pouco desconcertada.

– -Queijos sempre regam peças na gente.- – Diz divertida e Normani concorda com a cabeça. -– Mas... O que significa o apelido? -– A loira pergunta de novo. Normani franze o cenho, pois ela já havia respondido.- – Você me disse em espanhol, então, por favor, traduza já que você sabe que não sou muito familiarizada com sua língua-mãe. – -Normani sorri e beberica um pouco mais de seu café.

–- Quer dizer “Melhores Amigas Para Sempre”. Pode rir, sei que é infantil, mas eu me acostumei a usar. Ela também usa de vez em quando. –-Dinah  sorri, mas volta a comer em seguida.

* N/A: A tradução de “Maps” acima do espanhol para o português é quase que idêntica, porém vale lembrar que a língua verdadeira em que a estória se passa é o inglês. Então, na verdade, Normani traduziu de “Mejores Amigas Para Siempre” para “Best Friends Forever”. *

–- Eu vi também que você sentiu alguma ciosa quando ela falou que lembrou de uma árvore com uma folha caindo... –- Dinah comenta e Normani para de comer e olha para o nada, mas ainda continua ouvindo a loira. -– O que é bem estranho, pois onde ela sofreu o acidente não havia árvore alguma. Só carros, prédios... Essas coisas. No máximo um vaso de plantas. –- Normani ri pelo nariz e olha para a loira.

-– É porque isso é meio que uma metáfora.- – Dinah ttany franze o cenho. – -Algo que nossa abuela nos disse um dia quando éramos pequenas. Numa época ruim de nossa vida essa metáfora acabou nos consolando. Desde então tomamos isso para a nossa vida. – -A morena morde o lábio olhando em direção a loira, pois ela já não olhava mais para a loira, ou talvez sim, mas seus pensamentos estavam longe.- – É só... Difícil de explicar.- – Volta a atenção para seu café da manhã.

-– Tudo bem, não precisa explicar profundamente. Foi só uma curiosidade boba mesmo.- – A loira sorri compreensiva.- – Mas... – Limpa a garganta. – “Abuela” seria...? – - Normani solta uma risada um pouco mais alta e Dinah dá de ombros sorrindo também.

– -Quer dizer “Avó”.- – Normani explica.

–- Ah, sim, sim. Lembrarei disso. E lembrarei também de começar a estudar espanhol. Acabo de me dar conta que sou péssima! –- Elas sorriem e voltam a comer.

–x-

O celular de Dinah toca quando elas estão voltando para o quarto e a loira tende rápido, por causa do barulho que o celular fez dentro do hospital, sem ao menos reparar na tela quem está ligando.

-– Alô. -– Ela diz.

–- Oi, Dinah! -– Um homem fala alegremente. -– Aqui é o Allan. Como vai?

-– Ah, olá! Bem e você?- – Fala simpática.

-– Muito bem. Está ocupada agora para falar?

-– Não estou, não. Pode falar.

– -Bem... Serei bem direto, ok? -– Ele fala um pouco inseguro, mas com a voz firme.

-– Está certo. -– A loira fala sorrindo.

-– Eu estava pensando em sairmos hoje. Algum lugar mais calmo do que aquele show.O que acha? -– A loira diminuiu seus passos fazendo Normanidiminuir os seus também. A Morena ficou olhando-a preocupada, mas a loira parecia estar bem, pois ela tinha um sorriso de surpresa no rosto. Então ela voltou a olhar para frente. – -Dinah? Está aí?- – Ele pergunta.

-– Eu estou sim, só fiquei surpresa com o convite. -– Deu uma risada baixa.

-– Sério? -– Ele também ri do outro lado da linha. –- Espero que tenha sido uma surpresa boa. Mas então... Vamos?

–- Bem…- – A loira estava pensativa, Allan era um cara legal afinal, não era? Pelo menos ele havia se mostrado assim. E ela precisava sair para se distrair, divertir-se um pouco. Lembrou da noite passada onde houve o seu conflito interno onde, no fim, ela concluiu que não é gay, era só que Normani havia se transformado em algum tipo de fantasia erótica para ela. Mas então, ao fim da noite, Normani acabara fazendo-a gozar, mesmo sem tocá-la direito. Isso era conflitante, confuso. Muito confuso. Ela tinha de provar para si mesma que ela conseguia se realizar em qualquer tipo de relacionamento, sem ter a Normani inclusa. Claro que consegue, afinal, ela não é gay, só atraída sexualmente pela personalidade mais safada latina. Ponto. –- Eu acho que seria legal, Allan.- – Logo após ela pára em frente a porta do quarto de Ashleee lembra de que ela deveria ficar ali com ela.- – Mas...

-– Ah não…- – Ele resmunga. –- Esse “Mas...”.

–- É que a minha amiga está hospitalizada, lembra?- – Ela diz. –- Não sei se seria legal eu sair com você assim. –- Normani que já estava dentro do quarto dá três passos para trás franzindo o cenho para Dinah.

–- O que?!- – A morena sussurra espantada.- Dinah levanta uma sobrancelha.

– -Só um segundo Allan. -– Retira o telefone do ouvido e o esconde nas costas. –- “O que?” O que? -– Ela pergunta confusa.

-– Não, Dinah. –-Normani continua sussurrando para quem estivesse do outro lado da linha não ouvisse. – -Não acredito. –-Dinah engoliu seco, provavelmente Normani iria dar outro chilique (parecido aquele da quinta- feira passada) onde ela iria dizer que era um absurdo dizer que Ashlee é sua amiga e simplesmente sair para se divertir enquanto ela estava sofrendo no hospital.- –Eu não acredito que você vai recusar um encontro com alguém por causa da Ashlee. Não faça isso! Você vai sair sim! -– Ok, não era isso que a loira esperava. Ela realmente esperava um chilique. -– É sério.

-– Mas Normani... –- Ela tenta argumentar.

– -Não. Nem venha com seus argumentos. Isso não vai acontecer.- – Levantou o dedo. –- Você vai sim.- – A loira abriu a boca para protestar, mas Normani a interrompeu de novo. –- Não tente! Você vai se divertir, já disse que a única pessoa que tem a plena obrigação de estar aqui o tempo todo sou eu. E ponto final. Agora volte o celular para o ouvido e confirme esse encontro. -– Elas se olham dentro dos olhos. Normani não estava brincando. – -Vai, mulher.- – Dinah respirou fundo, olhou para Ashlee dormindo, para Normanide novo e depois colocou o celular no ouvido de volta.

– -Allan?- – Confere se ele ainda está na linha.

-– Oi. E então? Pense com carinho, vá... Eu sou um cara legal, eu juro. -– A loira sorri.

-– Está bem, eu vou. -– Fala rendida.

-– Yeah!- – Ele comemora do outro lado da linha. -– Bem... Então eu te pego em casa e...

– -Não precisa.- – A loira interrompe. -– Marcamos em um lugar e eu vou até lá.

– -Não, eu insisto. Vou te buscar em casa. – -Dinah realmente não estava muito à vontade de informar a ele onde ela morava. Talvez ela não esteja confortável para fazer isso ainda. – -Vamos lá, me diga o seu endereço.

–- Não... Eu quem insisto. Nos encontraremos lá. – -Falou educadamente, porém firme.

– -Ok então. Se você insiste…- – Allan percebeu que não ganharia essa. – -Bem. Eu pensei de início um restaurante e depois a gente decidia aonde ir. O que acha?

–- Eu acho muito bom. –- Percebeu que continuava do lado de fora do quarto.- – Faz o seguinte, me manda por mensagem de texto o endereço do restaurante e o horário em que vamos nos encontrar, pois agora vou entrar no quarto da minha amiga, está certo?

– -Ah, claro. Mando sim, sem problemas. –- Fala animado.- – Melhoras para a sua amiga.

-– Obrigada, Allan. – Sorri.

– -Vejo você pela noite.

– -Ok. Até mais.- – Desliga o celular e entra no quarto ainda olhando o aparelho.

–- E aí? Marcou? – - Normani pergunta curiosa lendo uma revista.

-– Sim. – -Sorri e vai até a morena que está sentada no sofá. – -Acha que ela vai demorar a acordar? – -Refere-se a Ashlee.

–- Acredito que não. O médico disse que a dosagem é mais fraca, porque eles têm de fazer exames, lembra?

– -Ah, verdade. – Passam um tempo em silêncio. Dinah olhando para o nada e pensando em como seria esse tal encontro pela noite e Normani lendo uma matéria em uma revista.

-– Olha que interessante: Os cachorros tem pensamentos como criança em relação à diversão, reclamações e paternidade. -– Normani lê interessada, a loira volta à atenção para a revista. – -Eles meio que consideram seus donos os seus próprios pais. – -Sorri pelo nariz. – -Que legal. -– Continua a ler a matéria.

– -Normani….- Dinah fala olhando para frente.

– -Hum?- – Continua dando atenção à revista.

– -Você acha que pode ser temporário?- – Morde o lábio.

-– Não. Tem dizendo que eles são assim durante toda a vida deles.- – Aponta para a revista. -– Olha aqui...

–- Não, Normani.- Ri pelo nariz olhando para a morena. – -Não estou falando disso.- – A morena olha para a loira.

-– O que então?

– -Ashlee.- – Olha para a frente de novo. Normani segue o olhar da loira. –- Acha que essa perca de memória é temporária?- – Normani suspira e fecha a revista olhando a sua irmã dormir.

– -Eu espero que sim.- – Abraça o próprio corpo.- – Eu realmente espero que seja.

-Não ser reconhecida por sua própria irmã foi um belo choque para ela. Mesmo que ela tenha lembrado um pouco de seu rosto, era só porque aquele rosto também era o rosto dela, não necessariamente porque ela havia se lembrado do rosto da irmã. Estava tudo confuso, mas ao mesmo tempo estava claro. Aquela era um seqüela, uma conseqüência do acidente.

-– Ela vai ficar bem, não vai?- – Dinah pergunta olhando para Normani.

–- É claro que sim. -– Normani responde após olhar para a loira. – -Tudo isso vai passar e ela vai ficar bem logo. –-Dinah balança a cabeça para cima e para baixo.

Elas acreditavam naquilo.

Elas tinham de acreditar.

 

 


Notas Finais


1 pronto, faltam 2


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