História The Twin Sister- Norminah - (Cap. 33) Propositalmente Discreto

Dinah chegara ao Pub há quase 10min, mas Allan ainda não havia chegado ao local então ela sentou-se numa mesa do canto da parede acomodando-se. Certificou-se novamente que estava no lugar certo e pegou o cardápio em cima da mesa. Se distraiu por poucos minutos lendo o que havia escrito ali sobre a história do local e não viu quando seu amigo chegou.

– -Boa noite, senhorita-. – Dinah levanta o olhar e encontra Allan sorridente.

-– Ah, boa noite.- – Devolve sorrindo e levantando-se para cumprimentá-lo. – -Como vai?- – Ela pergunta desfazendo o abraço apertado dele.

-– Feliz. Pois finalmente você teve tempo para se divertir.- – Ele diz em tom de brincadeira fazendo a loira revirar os olhos. -– E você?

-– Estou bem e precisando me divertir.- – Sorri de lado colocando uma mecha de seu cabelo para trás da orelha.

-– Ah, deixe-me fazer as apresentações. -– Ele aponta para seus três amigos que estavam um pouco mais atrás observando o diálogo. -– Este aqui é Michael Clinton. -– Apontou para um loiro baixinho de olhos pequenos.- – Este é Tom McLane.- – Apontou para o homem negro de Black Power.- – E esta é Lisa Jackson, namorada do Tom. -– Aponta para a morena de cabelos na altura dos ombros. A loira cumprimentou-os, cada um, com um aperto de mão e um sorriso amigável.

– -Dinah Jane , muito prazer.- – Ela diz ao terminar de cumprimentar a garota.

–- Você está esperando há muito tempo?- – Allan pergunta preocupado sentando-se ao lado da loira.

-– Não se preocupe com isso. Eu acabei me distraindo observando o local e nem vi o tempo passar. -– Ela responde educadamente sorrindo.

-– Mesmo assim desculpe-nos por te fazer esperar.- – A morena diz simpática. –- É que o Michael parece uma noiva indo casar quando vai sair para algum lugar. -– Todos riem e o loiro olha para Dinah sorrindo e balança a cabeça de um lado para o outro negando o que a sua amiga acabara de dizer.

-– Mentira dela. Exagero. -– Ele se defende de braços cruzados. Todos o encaram. – -Ok. Talvez só um pouco. Mas não vejo nada demais em se certificar que você está bem vestido ao sair de casa.- – Ele se defende mais uma vez.

-– Está certíssimo, Michael. -– Dinah diz sorrindo. – -Homens têm que se cuidar tanto quanto mulheres. -– Ele prontamente levanta-se e estica a sua mão pegando a da loira e dando um beijo fazendo todos rirem.

–-Estão vendo?- – Olha para seus amigos. – -Ela me entende mais do que vocês que me conhecem há tanto tempo. – -Senta novamente em sua cadeira. – -Ah... Obrigada, Dinah. -– Põe a mão em seu coração.

-– De nada. –- Ela responde sorrindo.

–-Dinah... – -Allan olha para a loira. -– Você não iria trazer uma amiga também?- – Pergunta curioso.

-– Sim. Mas ela está atrasada. –- Olha para o relógio no braço de Allan. –- Isso é estranho, porque ela é sempre bem pontual.- – Franze o cenho. –- Vou ligar para ela. –- Procura seu celular na bolsa.

-– Pode ser o trânsito. – -Tom fala. – -Está um pouco engarrafado para quem vem da avenida principal.

-– É... Pode ser. -– Dinah diz colocando o celular no ouvido. Alguns segundos depois ela ouve a chamada ser atendida e a voz da morena falando com outra pessoa ao fundo. – -Alô?- – Ela fala.

-– Oi, Dinah. -– Normani responde.

-– Onde você está? – -Pergunta levantando-se. Levantou o dedo indicador direito sinalizando para os outros que iria se retirar da mesa.

-– Bem... -– A morena começa a falar, mas pára.

-– Não desistiu de vir, não é? -– Anda por entre as mesas tentando driblar o som da música ambiente ali.

-– Eu prometi que iria, não prometi? -– Responde rápido e fala alguma coisa com outra pessoa. -– Pronto. Segundo o taxista, eu acabei de chegar.- – Diz e a loira ouve a voz do homem do outro lado da linha.

-– Ótimo. Estou indo para a porta agora que está ficando cheio e estamos no canto da parede.- – Explica desviando das pessoas e das mesas.

–- Ok.- – A morena diz. - Já vi você. -– Desliga o telefone quando vê a loira acenando para ela há poucos metros do outro lado da vidraça.- – Desculpa o atraso, parece que houve um acidente e engarrafou tudo nessa direção.- – Explica-se cumprimentando a loira com um beijo no rosto.

-– Fiquei sabendo. Tudo bem. -– Sorri e olha a morena da cabeça aos pés. -– Está muito bonita. –- Toca o braço da morena guiando-a até a direção da mesa onde estavam. A morena  estava com uma jaqueta de couro preta onde dentro vestia uma camiseta branca, calças jeans, botas pretas um pouco abaixo dos joelhos e cabelos soltos, ondulados jogados para o lado esquerdo.

-Obrigada. Você também está muito bonita. -– Olha para o lado e observa a loira também de calça jeans, porém um pouco mais escura que a sua, saltos cor de creme num tom parecido com seu casaco cobrindo uma blusa de tecido fino preta e de cabelos soltos. – -Nunca vi você vestida tão casualmente.- – Fala observando melhor a loira.

-– Estou mal vestida? -– A loira olha para sua roupa preocupada parando no meio do caminho.

– -Não. Nada disso.- – Normani balança a mão voltando a andar. -– Está ótima. É que eu só te vejo com roupas para trabalho.- – Explica e a loira expressa um “Ah...” apontando com a cabeça em direção a mesa.

– -É, gente...- – Dinah diz chamando a atenção das pessoas na mesa. – -Era trânsito mesmo.- – Explica o atraso da morena.

– -Olá, boa noite. -– Normani sorri simpática olhando para todos.

–- Formalidades à parte... -– Dinah fala andando com a morena ao seu lado. – -Estes são Michael, Tom e Lisa. –- Aponta para cada um e Normani cumprimenta-os dando as mãos.

–- Sou Allan Scott. -– O mesmo se apresenta dando a mão para a morena. –- Prazer em conhecê-la.- – Sorri para ela que sorri de volta.

-– Normani Koredi.- – Inicialmente retribui o sorriso dele, mas olha para os outros também. -– Prazer em conhecê-los. – -Os três amigos balbuciam algumas palavras enquanto a morena senta-se ao lado da loira.

-– Pedimos cervejas enquanto você foi encontrá-la.- – Allan fala para Dinah. – -Não pedi para você, pois não sabia se quer beber outra coisa. – -A loira balança a cabeça de um lado para o outro.

– -Cerveja também. Sem problemas. -– Ela diz. -– Normani? –- Olha para a morena.

– -Também quero.- – Fala mexendo em sua bolsa e trocando um olhar rápido com a loira.

–- Ótimo!- – Allan diz. –- Mais duas cervejas, por favor. -– Ele pede ao garçom que acabara de chegar com as cervejas deles.

-– Você tem uma cor de pele linda. –- Michael elogia Normani que engatam uma conversa sobre o assunto.

-–Dinah!- – Allan sussurra cutucando a loira que olha para ele. –- Nós dois decidimos que somos só amigos agora, então acho que não tem nenhum problema em falar sobre isso com você. – -Ele explica rapidamente e a loira fica interessada no assunto. -– Sua amiga é incrivelmente linda. -– Ele diz disfarçadamente para só a loira ouvir. – -Ela é solteira? –- Pergunta interessado e a loira solta uma risada.

– -Sim, ela é. -– Fala rindo e Allan abre um sorriso grande.

Quase uma hora depois, eles já haviam bebido algumas canecas de cerveja e começado a conversar sobre o que lhes vinham à mente. Haviam pedido algo para comer que estava em cima da mesa onde uma vez ou outra alguém petiscava. O clima de descontração estava divertido para todos ali onde as conversas fluíam entre todos.

-– Sim, você é!- – Allan acusa a loira com o dedo apontado em direção a ela.

– -Não, eu não sou!- – Defende-se. – -Não sou viciada em trabalho. Sério! – -Coloca a mão no peito se explicando para os outros da mesa que estão rindo da discussão dela com o moreno. –- Eu só tenho muita responsabilidade dentro do trabalho e tenho que cumprir o que me é designado.- – Explica.

– “-O que me é designado-” – Allan debocha revirando os olhos fazendo todos rir. –- Nossa! Quanta formalidade numa pessoa só. -– Levanta as duas mãos. Normani finge uma tosse.

– -Politicamente correta. -– Fala entre mais um falso ataque de tosse. Todos riem.

-– Mentira! –- Dinah olha para Normani que agora está tomando um gole de sua cerveja segurando sua risada. -– Pare com isso. –- Aponta o dedo para a morena que não segura mais a risada. – -Você sabe muito bem que eu não sou politicamente correta.- – Olha de lado para morena.

-–Verdade. Eu sei disso.- – Normani fala piscando o olho para a loira e toma mais um gole olhando nos olhos dela por cima da caneca. Michael olha as duas trocando olhares cúmplices e depois percebe a loira balançar a cabeça de um lado para o outro sorrindo de lado.

E esse foi o primeiro flerte da noite.

– -Mas você trabalha com o que, Dinah ? -– Tom pergunta. –- O que te deixa tão atarefada ao ponto de não ter tempo para seu amigo Allan? - Fala sorrindo apontando para o moreno que agora faz cara de triste para cima da loira.

-– Para de me olhar assim com essa cara de cachorro pidão. –- Ela empurra o braço de Allan sorrindo.- – E respondendo sua pergunta, Tom. Eu trabalho com gestão pública.

-– Ah... O Governo. -– Lisa fala.- – Está explicado. -– Sorri.

-– E você, Normani? -– Allan pergunta.- – Trabalha com a Dinah? -– Encara a morena.

-– Não. Sou HeadHunter.- – Allan tem uma expressão de surpreso com um sorriso no rosto.

-– Então quer dizer que você consegue reconhecer um bom talento?- – Ele passa a mão nos cabelos.

-– Modéstia à parte... Os melhores. -– Fala sorrindo encarando o moreno. – -Sei quando uma pessoa é boa ou não no que faz. –- Pisca o olho. Essa frase da morena fez todos daquela mesa soltarem risadas e piadas de segundas intenções. A morena, também às risadas fez cara de desentendida. -– Mas o que foi que eu falei, gente? -– Põe a mão no peito e a loira ao seu lado solta uma gargalhada.

–- Coitada dela.- – Passa um braço pelo ombro da morena. -– Ela é um anjo e não pensa nessas coisas.- – Dinah fala ironicamente fazendo todos rirem um pouco mais.

-– Obrigada, Dinah. – -Encosta sua cabeça no ombro da loira e põe a mão na coxa dela. – -Só você que me entende aqui. -– Diz ainda em tom de falsa pureza sorrindo um pouco.

A loira fez sinal positivo com a cabeça e foi soltando o abraço à morena até voltar a sua posição inicial. Mas a mão da morena continuara ali, encoberta pela mesa, em sua coxa depois de alguns minutos de conversa entre eles. Elas estavam, discretamente, sentadas cada vez mais próximas. Ao longo da conversa divertida entre eles onde falavam sobre a diferença entre a teoria do estudo e a prática do trabalho, a loira entrelaçou seu braço ao da morena e gargalhou algumas vezes encostando sua testa no ombro dela. Aquela aproximação estava acontecendo de modo natural para quem visse, porém ninguém estava percebendo (e se estavam, não estavam dando importância) por estarem entretidos na conversa e o teor de álcool já começar a subir. Mas a verdade é que aquilo não estava passando despercebido nem para Dinah e nem para Normani. Era propositalmente discreto, como se elas estivessem flertando com as mãos sem ao menos olharem uma nos olhos da outra. De repente, de uma hora para outra, não se sabe como o assunto da mesa mudou para “Casamento” fazendo a loira bufar e contar um pouco do seu desastre matrimonial.

–- [...] e ele acabou se tornando um babaca depois de tanto tempo juntos.- – Finalizou Dinah seu resumo.

-– Babaca mesmo! -– Allan diz olhando o rosto da loira sorrindo. -– Para perder uma mulher como você, só pode ser babaca.- – Solta um beijo para a loira e Dinah segura seu rosto dando um beijo da bochecha. -– Assim eu me apaixono! -– Ele diz brincando e a loira balança a cabeça de um lado para o outro sorrindo. – -Tudo bem, tudo bem...- – Ele levanta as mãos. –- Eu sei que você não me quer.- – Cruza os braços fazendo bico. -– Não precisa me dar outro pé na bunda. -– Ele olha para ela de lado, brincando.

-– Como assim “outro”? -– Lisa pergunta. –- Já aconteceu isso?- – Apontou para eles dois.

-– Não. Ele é exagerado.-– Olha para ele com os olhos cerrados. –- Não foi bem assim. Um “pé na bunda”. Não me ponha como vilã na história. –-Aponta o dedo para ele e logo retira quando ele tenta mordê-lo de brincadeira. Todos riem.

– -Normani.- – Ele fala atraindo a atenção da morena. – -Você que reconhece o que as pessoas têm de bom potencial por aí... -– Michael assobiou e todos riram de novo. -– ... por favor, me diga se eu sou ou não sou um bom partido? -– A morena jogou a cabeça para trás sorrindo.

-– É.- – Ela afirma. – -Ao menos me parece ser.- – Deu de ombros sorrindo e Allan abriu os braços.

–- Ouviu, Dinah Jane?- – Ele apontou o dedo para a morena. -– Perdeu um partidão!- – Arrumou a gola de seu casaco convencido fazendo seus amigos rir. –- E agora com licença que eu vou investir em quem me dá valor. -– Disse com falsa irritação.- – Normani, por favor... –- Estendeu a mão pedindo a mão da morena beijando-a em seguida.

-– Acho que ganhou um pretendente.- – Dinah diz sorrindo apertando a mão da morena em sua coxa.

-– É, percebi. -– Ela responde. -– Mas acredito que a baixinha ali está na minha frente nessa fila. -– Apontou o dedo discretamente para uma garota sentada no balcão a poucos metros de distância. Todos tentam olhar de uma maneira discreta para a garota de vestido rosa que a morena apontava. -– Ela está te olhando há muito tempo. -– Allan a olha de novo e vê-la sorrindo quando percebe que ele finalmente a notou. Ele retribui o sorriso e olha para a morena.

-– Mas porque não me disse antes? Ela é uma gata!- – Ele fala passando as mãos pelos cabelos desgrenhados.

-– Porque eu pensei que você iria perceber.- – A morena fala dando de ombros. – -O que está esperando? Que ela venha até aqui e sente em seu colo?– -Ela pergunta incrédula fazendo todos rir.

– -Isso não seria má idéia.- – Fala piscando o olho e se levantando com sua cerveja na mão. Quando ele passa por Tom bate um High Five com ele.

Todos param e observam ele ir até lá conversar com a garota. No mesmo momento, Michael parece ter encontrado um conhecido, pois acaba de levanta-se para conversar ficando de costas para eles, Tom e Lisa estão conversando sobre algo no celular dela também se distraindo. Dinah enrola uma mecha de seu cabelo e olha diretamente para a mão da morena em sua perna cruzada. Normani observa o olhar da loira e se arruma na cadeira retirando a mão dela.

-– Desculpe.- – Ela diz olhando para a loira. –- Eu fiquei numa posição confortável desse jeito.- – Sorri de lado e Dinah  solta uma risada um pouco mais alta. –- O que foi? -– Pergunta franzindo o cenho e a loira balança a cabeça de um lado para o outro ainda sorrindo.

– -Você já usou essa desculpa comigo uma vez, Normani. – -Ri pelo nariz e Normani sorri olhando para frente de um modo que se a loira não conhecesse bem a cara da morena, daria a entender que ela havia ficado desconcertada.

-– Isso quer dizer que não é tão ruim de memória quanto eu imaginava. –- Volta seu olhar para loira com uma sobrancelha erguida.

– -Bem... -– A loira dá de ombros. –- Pode ser. –- Diz sorrindo e a morena pega sua caneca em cima da mesa. -– Te peguei de surpresa? – Perguntou encarando a morena que parou subitamente a caneca há poucos centímetros dos seus lábios e sorriu de lado.

-– Um pouco. -– Fala ainda na mesma posição, olhando para frente com o olhar fixo em algo distante e com a caneca perto dos lábios. – -Mas não seria a primeira vez que me surpreende. –- Bebe um gole da cerveja.

-– Posso encarar como um elogio? -– A loira pergunta depois de alguns segundos em silêncio.

-– Perfeitamente.- – Normani responde olhando para ela rapidamente e piscando o olho a loira lhe sorri e elas voltam a olhar para frente. Então Dinah  vê o que Normani tanto encarava: Uma bela morena, alta, de cabelos cacheados e um grande decote. A mulher estava conversando com uma pessoa, mas olhava de relance para a morena algumas vezes.

–- Ah, claro. Como não imaginei que estava preparando o seu bote numa presa gostosa?- – Dinah ironizou sorrindo.

-– E põe gostosa nisso.- – Normani balbucia alto o suficiente para a loira entender.

-– Vai ficar aí parada?- – Pergunta a ela não entendendo o motivo da não reação da morena em ir até a mulher.

-– Vou.- – A morena responde fazendo a loira se surpreender e olhar para ela.

-– Sério? Mas por quê?- – Pergunta descrente fazendo Normani rir pelo nariz e olhar para a loira nos olhos antes de respondê-la.

-– Porque eu não pretendo fazer nada com ela. -– Responde sorrindo e a loira se surpreende mais levantando as sobrancelhas.

-– Então... Porque está retribuindo os olhares?- – Ela pergunta olhando novamente para a mulher que encara a morena.

-– Hey! – -Cutuca a perna da loira que volta seu olhar para ela. –- Pare de olhar ou ela vai perceber que estamos falando dela. – -Repreendeu a loira que levantou as mãos em rendição.

–- Desculpe. – -Ela disse abaixando as mãos e bebendo um gole de sua cerveja. – -Mas não precisa me responder, eu já entendi. – -Ela diz e a morena olha para a sua caneca em cima da mesa enquanto brinca de passar o dedo pela sua extensão. -– Você está só fortalecendo o seu grande ego. -– Normani solta uma risada. –-Você não vale nada. –- A loira fala sorrindo vendo a morena rir ainda mais e beber o último gole de sua cerveja.

-– Você sabe que eu não presto, Hansen. –- Normani fala com um tom de voz e um sorriso diferente olhando-a nos olhos.

Dinah sentiu-se arrepiar ao ouvir mais uma vez a morena dizer seu sobrenome daquele modo como só ela pronunciava. Mas a loira não se deixou levar pelo olhar da morena e continuou encarando-a. Ela olhou os lábios da morena que estavam levemente curvados e sorriu também.

-– Cafajeste. -– Ela diz ainda encarando-a com a mesma expressão e a morena sorri mais abertamente pegando agora a cerveja da loira e tomando um grande gole devagar. Então colocou-a novamente em cima da mesa e virou seu corpo em direção a loira ao seu lado olhando-a de baixo a cima com seu sorriso safado.

-– Você gosta.- – Isso, definitivamente, não foi uma pergunta. Elas ficaram se encarando por um momento e a loira sente um arrepio novamente percorrer seu corpo. Era mais do que óbvio que ela gostava. Era aquilo que lhe despertava o interesse subitamente carnal pela morena. Ela percebeu Normani virar o rosto e fazer sinal para o garçom na outra mesa trazer mais duas cervejas.

-– Não peça para mim, a minha ainda não acabou. -– Falou apontando para sua cerveja, mas logo em seguida, a morena pega-a novamente e bebe o líquido que resta ali.

– -Não mais.- – Diz colocando o recipiente vazio ao lado do seu. -– E você está bebendo bem devagar. -– Cruza as pernas e a loira não consegue evitar não olhar.

-– Não quero ficar embriagada. -– Ela diz voltando seu olhar para o rosto da morena. – -Talvez eu já tenha bebido o suficiente.

-– O suficiente para quê? -– Normani pergunta e a loira ri pelo nariz olhando que os seus companheiros de mesa ainda estão dispersos.

-– O suficiente para começar a pensar besteira. –- Diz sem olhar para a morena, mas mesmo assim tem certeza de que ela estaria sorrindo maliciosamente agora.

-– Que tipo de besteira? -– Normani provoca encarando-a, mas ela não responde, somente sorri, fecha os olhos e respira fundo.

-– O que você quer, Normani? -– Olha para a morena encarando-a. –- Passou um bom tempo com a mão na minha perna, acariciando e dando leves apertões cravando suas unhas... -– Falava devagar e via a morena revezar o olhar entre seus olhos e sua boca. –- Me chamou pelo sobrenome e está me direcionando esse seu sorriso filho da puta. -– Encarou o sorriso dela. -– O que quer?- – Pergunta mais uma vez.

-– Eu tenho a leve impressão que você já sabe a resposta.- – Passou a língua discretamente pelos seus lábios. -– Afinal, você acaba de me confirmar que entendeu todos os meus recados das entrelinhas. -– O garçom chega com as duas cervejas e elas o olham agradecendo com um movimento de cabeça.

-– Pensei que gostasse de variar o seu cardápio.- – Dinah fala ironicamente trazendo sua cerveja mais para perto.

-– Mas eu vario.- – Diz e bebe um gole. – -Ora, vamos lá... – -Mexe nos cabelos jogando-os para o outro e olhando para os olhos da loira que agora a percebe-se as pupilas dilatando. -– Encare como um elogio.- – Morde o lábio.

-– Claro que sim. -– Toca o braço da morena deslizando seus dedos pelo tecido de couro do casaco. –- Estranhei só porque pensei que fôssemos amigas agora. – -Sentiu sua mão ser segurada pela da morena.

-– E somos. -– Afirma olhando-a ainda nos olhos e arranhando a palma da mão branca com a ponta de suas unhas. –- Não duvide disso. -– Vê a loira encarar suas mãos juntas por um tempo em silêncio. – -Eu apenas flertei com você e você retribuiu. Que mal há nisso? -– E lá estava o sorriso sacana novamente.

–- Você está mesmo... -– Dinah começa a falar, mas logo é interrompida pela morena.

-– Ora, Hansen... -– Abaixou suas mãos colocando-as em seu colo. -– Não aja como se fosse a primeira vez que isso acontece. -– Inclina a cabeça para o lado e levanta as sobrancelhas sorrindo. –- Nós não temos que conversar agora. A música está ficando mais alta e ficará cada vez mais difícil de ouvirmos uma a outra. –- Retirou sua mão deixando somente a mão da loira em sua perna. Dinah inclina seu corpo para mais perto da morena e passa o braço pelo encosto da cadeira dela.

-– Conversar mais perto uma da outra poderá facilitar. –- A loira fala perto do rosto da morena que observa o movimento dos lábios finos sorrindo maliciosamente.

-– Você acha mesmo que ficarmos tão próxima facilitaria a nossa concentração em alguma conversa?- – Deu ênfase na última palavra da pergunta fazendo a loira rir pelo nariz e negar balançando a cabeça. Então ela pôs o cabelo da loira para trás da orelha e aproximou-se devagar. -– Eu também não acho.- – A voz rouca da morena tão perto de seu ouvido fez a loira contorcer o pescoço e seus ombros sentindo a energia correr ali a excitando. E tudo só piorou, ou melhor, melhorou, quando ela sentiu a morena passar a mão por suas pernas e forçar os dedos para passarem pela brecha das suas pernas cruzadas. E Dinah facilitou o acesso da mão dela quando levantou um pouco sua perna direita que estava sobre a esquerda. –- Além do mais teremos tempo para conversar entre uma foda e outra.- – A morena continuou a falar no seu ouvido, só que agora apertando sua coxa na mesma proporção em que a outra coxa de Dinah fazia pressão sobre seus dedos. – -Concorda comigo... Hansen?- – Fala o sobrenome dela bem mais lentamente e sensualmente. Afinal, veio acompanhado de uma mordida no lóbulo com direito a lambidinha até no seu brinco. Dinah então solta um suspiro longo fechando os olhos e sentindo seu sexo umedecer. Ela iria até falar alguma coisa, mas sentiu sua voz travar na garganta quando a morena distribuiu beijos pela sua orelha e maxilar. –- Quanto tempo mais quer ficar nessa? –- Apertou sua coxa e sentiu a não da loira que estava no encosto de sua cadeira passar em suas costas e seguir para o seu cabelo. –- Porque eu posso ficar aqui te provocando a noite inteira.- – Lambeu a linha do maxilar dela. -– Porém eu não prometo me comportar mais. Até porque você está pegando fogo e a minha mão está queimando aqui embaixo.

-– Ok, ok.-– Dinah fala afastando-a de si e a olhando nos olhos. –- Vamos embora.- – E encontrando coragem só Deus sabe onde, ela puxou a mão da morena do meio de suas coxas.

Então elas pegaram suas bolsas e Normani retirou sua carteira. A loira iria fazer o mesmo, mas a morena impediu.

– -Não. –- Segurou a mão da loira. -– Eu pago aqui e você paga o táxi.- – Avisa e a loira concorda com a cabeça. Então ela retira duas notas da carteira e levanta-se.

-– Já vão embora? –- Lisa pergunta agora dando atenção a elas

– -Sim, já vamos.- – Dinah diz sorrindo.

-– Ah, que pena! Ainda está tão cedo.- – Lisa diz e sente Tom cutucar se braço.

-– As deixe ir ficar mais a vontade. –- Ele fala para sua namorada e em seguida sorri para as duas. Ok, talvez elas não tenham sido tão discretas assim.

-– Foi um prazer conhecê-los.- – Dinah estende a mão para Lisa e abraça-a quando ela se levanta fazendo o mesmo com Tom.

-– Me divertir bastante. Foi um prazer.- – Normani cumprimenta-os do mesmo modo.

-– Hey!- – Michael diz se aproximando. -– Eu vou ao banheiro e vocês tentam fugir? -– Brinca e elas riem.

-– Nós estamos indo, Michael. - Normani avisa cumprimentando-o.

-– Ah... -– Faz bico.- – Marcaremos novamente, ok? -– Diz olhando para Dinah que agora o cumprimenta.

-– Sim, marcaremos.- – Ela responde. –- Onde está o Allan? -– Ela pergunta esticando o pescoço a procura de seu amigo.

-– Ele estava ali ainda agora.- – Aponta para perto do balcão. –- Mas acho que deu uma fugida com a garota. –- Disse sorrindo. -– Mas está tudo bem, eu falo para ele, se ele aparecer ainda hoje, que vocês o procuraram antes de ir. -– Avisa e Dinah sorri concordando com a cabeça. -– Agora vão se divertir. -– Pisca o olho para a morena que devolve.

Elas acenam despedindo-se de todos e vão para a fila pagar conta. O tempo de espera da fila junto com o tempo de espera para conseguir um táxi foi torturante para elas. Seus olhares se encontravam com desejo e seus lábios sorriam maliciosamente.

-– Vamos para sua casa?- – Normani pergunta com a mão na base das costas da loira que estava olhando para o outro lado esticando o braço ao ver um táxi chegar.

-– Não, Motel. –- Responde mordendo o lábio e olhando a morena rapidamente seguindo para abrir a porta do táxi parado em sua frente.

-– Pensei que não gostasse muito desse tipo de local.- – Normani questiona entrando no carro.

-– É, mas agora eu quero.- – Fala procurando um local no mapa em seu celular.

-– Boa noite.- – O taxista diz olhando para trás e elas o cumprimentam em uníssono.- – Para onde vão?- – Pergunta olhando para frente.

-– Estamos decidindo ainda.- – Normani responde.

-– Mas pode seguir para a principal. -– Dinah fala olhando o seu celular. Ele observa, pelo espelho central, a pressa delas e o olhar da morena para a loira na expectativa e ansiedade. Ele conhecia bem aquele tipo de comportamento das pessoas que acabaram de sair de lugares como aquele.

- Se estiverem procurando um local para passarem a noite, conheço um muito bom que é próximo daqui. –- Ele diz voltando a olhar para trás. Normalmente Dinah se incomodaria ou ficaria envergonhada com esse tipo de comentário, mas ela já não estava tão sóbria assim e seu desejo estava muito grande para pensar em timidez.

– -Quão perto?- – Ela pergunta.

–- Bem há essa hora não tem muito trânsito. Menos de 10min, eu acho.- – Ele responde.

-– Mas o lugar é bom mesmo? -– Normani pergunta.

-– Sim, um dos melhores da cidade. Pode confiar.- – Ele garante. -– Posso seguir para lá?- – Elas se entreolham, mas não tem muito o que pensar.

– -Pode.- –Responderam juntas e ele sorriu olhando para frente e saindo com o carro.

O carro saiu do acostamento e logo Normani atacou o pescoço da loira com beijos e arranhões. Dinah jogou o celular dentro da bolsa e segurou a nuca da morena fazendo-a colar seus lábios. Elas devoraram-se lambendo e mordiscando-se, suas línguas numa eterna briga por dominância. As mãos da morena iam adentrando o casaco da loira, arranhando seu abdômen fazendo-a virar seu corpo em direção ao dela colocando suas pernas em cima das pernas da morena.

Os olhos do motorista estavam praticamente vidrados nas curvas delas. Naqueles quase gemidos abafados pelo beijo e nos movimentos eróticos de suas pernas se esfregando enquanto o carro seguia em movimento.

-– Normani... –- Dinah fala entre o beijo tentando conter-se ao lembrar-se de onde elas estavam. –- Para!.- – Pede de uma maneira pouco convincente.

-– Por quê? – -Pergunta segurando as pernas da loira em seu colo e puxando a nuca dela para mais perto enquanto agora beijava a orelha dela. – -Está gostoso. -– Ela diz e Normani revira os olhos concordando com a cabeça.

-– Sério, para. -– Empurra os ombros dela. -– Não estamos sozinhas. –- Explica tentando conter aquela mulher que está quase a fazendo sentar-se em seu colo. Normani para o que está fazendo e olha para o motorista que está encarando a rua, mas ela não era boba e sabia que ele estava admirando anteriormente a cena no banco de trás do seu táxi.

-– Me beija. -– A morena pede sentindo a loira tirar as pernas de seu colo.

-– Não, vamos nos acalmar.- – Dinah diz afastando o rosto da morena sorrindo.

-– Só um beijo. Prometo que é só um.- – Normani levanta as mãos e aproxima seu rosto do da loira.

-– Promete?- – Dinah pergunta sorrindo, mas ao ver o sorriso safado da morena, ela não precisa de uma resposta. –- Não, você está tentando me enganar. – Sente os lábios de Normani atacarem os seus novamente e ela sorri tentando, mais uma vez, afastá-la. -– Normani... Me seduzindo para me enganar. Que feio! -– Aponta o dedo para o rosto da morena rindo. Nesse momento a morena põe a língua para fora e lambe o dedo da loira fazendo contato visual. Então elas sentem um abalo no carro jogando um pouco seus corpos para frente.

-– Desculpem-me!- – O motorista fala de olhos arregalados. -– Eu me distraí, desculpem.- – Fala rápido.

- Então para de olhar e presta atenção no caminho. -– Normani reclama com um ar grosseiro que faz Dinah suspirar sorrindo e morder seu lábio encarando a expressão de irritada de Normani. – -Você fica olhando para mim desse jeito e ainda quer que eu me mantenha calma? -– Passa seu braço direito pela cintura dela e a traz mais para perto a beijando com vontade. O motorista pigarreia, mas as duas não param de se beijar.

-– Senhoras... É... Senhoritas.- – Pigarreou novamente.- – Com licença.

-– O que é?- – Dinha desfaz o beijo e o olha pelo retrovisor.

-– Desculpe atrapalhar, mas... Chegamos.- – Ele fala de olhos arregalados parecendo estar um pouco suado e inquieto.

–x-

Dinah passou primeiro pela porta jogando sua bolsa num canto qualquer, se virando e dando de cara com a morena  com aquele sorriso irresistível no rosto empurrando a porta com o pé e jogando sua bolsa para o outro lado.

– -Vem cá!- – Normani diz puxando a loira pelo casaco e retirando-o em seguida beijando sua boca.

A língua de Normani dentro da boca de Dinah sendo sugada com força e as mãos de Dinah apressadas para retirar o casaco da morena . Sentiam-se arrepiadas de desejo, a temperatura de seus corpos juntos estavam lhes aquecendo naquele fim de novembro gélido. Elas estavam tão coladas que parecia que seus corpos iriam se fundir. Suas respirações pesadas numa mistura de gemidos e mordidas, elas estavam quase se sufocando nos beijos, precisavam de ar... Mas também precisavam uma da outra naquele momento e isso era tudo o que elas pensavam.

Elas estavam apenas começando.