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História The Twin Sister- Norminah - (Cap. 37) Sem Saída


Escrita por: wtfuckDaddy

Capítulo 37 - (Cap. 37) Sem Saída


Normani estava impaciente. Ela andava de um lado para o outro na frente da sala que Dinah acabara de entrar junto com uma enfermeira. Já faziam quase 5min que elas haviam entrado ali. Será mesmo necessário tanto tempo para tomar uma injeção antialérgica? A morena bufou massageando sua têmpora esquerda e olhou para o relógio na parede que marcavam 04:05hrs. Ela estava cansada e sabia que a loira também estava. Olhou novamente para a porta e repassou os acontecimentos das últimas horas.

– Madrugada agitada. – Concluiu sentando-se na cadeira atrás de si. – Só pode ser um sinal. – Olhou para o teto branco e bem iluminado. Respirou fundo fechando os olhos, mas logo se obrigou a abrir novamente ao ouvir o barulho do trinco da porta. –- Dinah! – -Falou ao ver a loira sair pela porta cumprimentando a enfermeira com um aceno de cabeça e um sorriso gentil. – -Você está se sentindo melhor? – -Observou o pescoço e os braços alvos da loira, que antes estavam avermelhados.

-– Sim, estou. Obrigada por me trazer. -– A loira fala soltando o ar em seus pulmões e relaxou os ombros.

-– Ainda está com a pele manchada. -– Pega o braço da loira.

-– Hey... -– A loira fala sorrindo. – -Eu realmente estou me sentindo melhor.- – Põe a mão no ombro da morena para que ela a siga pelo corredor a fora. –- É normal ficar manchado um pouco. Daqui a pouco some. –- A morena abriu a boca, mas a loira se adiantou. –- E sim. Sim, eu tenho certeza disso. Não é a primeira vez que tenho uma crise alérgica, Normani. -– Elas continuavam andando, mas os olhos da morena olhavam preocupados para cada mancha na pele da loira.

-– Desculpe por isso. -– Falou irritada consigo mesmo. A loira olha para ela sem entender.

–- Quem tem que pedir desculpas aqui sou eu, Normani. Você não...

-– Não. Nada disso! -– Normani abana a mão esquerda na altura do rosto da loira. – -Eu quem provoquei isso, foi culpa minha.- – A loira revira os olhos parando em frente ao hospital. –- Eu quem tive a brilhante idéia de passar o óleo de banho em você. – -Sobe o zíper de sua jaqueta e acomoda seus cabelos cobrindo suas orelhas. O vento estava realmente frio.

–- Você não tinha como adivinhar que eu sou alérgica a amêndoas. – -Falou despreocupada acenando para um motorista de táxi que estava estacionado a alguns metros de distância. Olhou para Normani que iria contestar mais uma vez e levantou um dedo silenciando a morena. -– E assunto encerrado. Eu já tomei aquela maldita injeção e já estou me sentindo melhor. Mesmo assim quem tem de pedir desculpas aqui sou eu, pois estraguei a noite. – -Fala entrando no táxi.

-– Bobagem! -– A morena fala entrando também. –- Não fale como se não tivéssemos feito nada anteriormente. – Vamos para sua casa para você descansar e eu sigo para a minha. Ou melhor, para a da Ashlee. – -A morena olha para a loira ao seu lado que agora está bocejando.

– -Desculpe.- – Diz loira pondo as mãos em frente a boca. – -O antialérgico me dá sono. -– Apóia a cabeça no encosto do banco e diz seu endereço ao taxista.

– x -

Ashlee acorda com um incômodo em suas costas. Ela está cansada de estar deitada, na verdade. Precisava de um analgésico. Passou a mão pelos cabelos e lembrou que havia pedido para Normani comprar mais cedo. Olhou para o lado e viu Bette dormindo, e roncando discretamente. Sorriu vendo sua amiga cansada e resolveu não incomodar mais. Avistou a bolsa que a sua irmã saiu com ela mais cedo na mesinha do outro lado do quarto bem perto do abajur com uma luz fraca acesa e resolveu que deveria voltar a ser independente como sempre fora. Sentou-se com um pouco de dificuldade e respirou fundo quando uma dor na lateral de seu tronco lhe lembrava de suas costelas quebradas, seu joelho engessado dificultava ainda mais a sua locomoção somente para se levantar e andar até a bolsa. Ela nunca havia imaginado que seria tão complicado andar sem dobrar o joelho. Mas ela conseguiu e se levantou. Ficou de pé ao lado da cama e mirou a do outro lado. Estava a praticamente 2metros de distância, mas para ela, nas condições físicas que se encontrava, pareciam 2km.

Ela respirou fundo e apoiou sua mão esquerda na parede do lado direito de seu corpo, já que seu braço também estava imobilizado por causa de seu ombro deslocado. Ombro esse que ela já não sentia mais dor e iria ao médico na manhã da segunda-feira para saber se ainda era necessário estar com ele imobilizado. Ela impulsionou a perna imobilizada para frente, apoiou-se no seu calcanhar e deu um pequeno pulo com a outra perna. Suspirou com o pensamento de que isso iria ser cansativo, mas tentou não ser pessimista e seguir a linda de pensamento de que cada passo dado é um passo a menos. Um tempo depois ela alcança a bolsa da outra latina e encosta sua cabeça na parede respirando fundo. Olhou para baixo e viu que sua amiga nem havia se mexido. Sorriu e abriu a bolsa procurando seu analgésico que agora, depois de todo esse esforço, ela precisaria mais do que nunca. Logo achou o pequeno saquinho com comprimidos e os puxou para fora.

Iria fechar a bolsa colocá-la de volta ao local anterior, mas viu que ao puxar saquinho, um papel grosso. Franziu o cenho. Parecia ser uma foto. Puxou para fora da bolsa e viu que realmente era uma foto. Porém o conteúdo dela não era exatamente algo que os olhos de Ashlee se agradavam em ficar apreciando. Naquela hora ela desejou que sua visão fosse pior sem óculos. Virou a imagem para baixo, levantando a cabeça e tentando tirar aquela imagem de sua mente. Ela não era idiota, soube desde o início do interesse de sua irmã por sua chefe e desde o dia que Normani pisou no escritório da loira ela teve a certeza de que o interesse era recíproco. Ela pode ver a tensão sexual no ar e o quão embaraçosa estava Dinah naquela noite com a presença da sua irmã em sua sala. Ela só ainda não tinha certeza se a loira iria ser “a próxima vítima” de sua irmã. Agora ela tem.

Respirou fundo e abaixou a cabeça, só então percebendo que havia algo escrito ali. Aproximou as letras da luz do abajur e apertou os olhos conseguindo ler com dificuldade o que estava ali. Ao detectar a ameaça feita seus olhos dobraram de tamanho e ela quase escorrega. Apoiou-se com o braço esquerdo na prateleira perto de seu ombro e equilibrou-se novamente. Olhou a foto novamente e balançou a cabeça de um lado para o outro analisando aquelas palavras novamente. Talvez uma voz do além tivesse acabado de cochichar no ouvido dela algo de extrema importância para que ela lembrasse.

E ela lembrou. Não exatamente de algo, e sim, de alguém.

Fechou os olhos e respirou fundo. Ficou com uma vontade enorme de amassar, rasgar, queimar aquela foto e quando ela estivesse pegando fogo, colocar dentro da boca do responsável. Respirou fundo mais uma vez e percebeu que acabara de amassar uma parte da foto. Fechou os olhos mais uma vez e contou até dez querendo se livrar daquela raiva que estava consumindo-a no momento. Ela era uma pessoa muito calma, mas quando se tratava de sua irmã, ela se transformava. Elas haviam prometido protegerem uma a outra desde quando se viram sozinhas num país desconhecido. E ela não iria quebrar essa promessa.

Arrumou a bolsa de Normani no mesmo local que estava e olhou de volta para cama. Bufou. Outra jornada cansativa e silenciosa até voltar para lá. O silêncio era algo que ela não queria ter de enfrentar agora, pois queria gritar e quebrar alguma coisa, ou o nariz de alguém, para descarregar a adrenalina que estava sentindo. Sim, algumas vezes ela e Normani eram realmente iguais também em suas personalidades. Tentou concentrar-se apenas em seus movimentos até a cama para não ser pega no flagra por sua amiga dormindo no colchão bem perto da mesinha.

Mais de meia-hora depois, Ashlee ainda não havia conseguido dormir. Seus pensamentos estavam somente naquela foto e naquela ameaça. Queria proteger a imagem de sua irmã, obviamente, mas a ameaça contra Dinah  também a incomodava. E muito. Afinal, a loira estava se tornando uma ótima amiga ultimamente. No mesmo instante questionou-se se a loira só estaria se aproximando dela por causa do caso com sua irmã. Caso? Será que poderia ser considerado um caso? Não era do feitio de Normani  ter relações longas. Ao menos era isso que ela falava.

Ouviu um barulho vindo da sala e franziu o cenho. Então ouviu o barulho dos saltos contra o piso e deduziu ser sua irmã que acabara de chegar. Olhou rapidamente o relógio ao lado de sua cama onde os números brilhantes marcavam 04:56 hrs e certificou-se de que sua gaveta estava bem fechada, até porque a foto estava lá dentro. Fechou os olhos e fingiu dormir ao ouvir sua irmã abrir a porta de seu quarto. Restava-lhe agora pedir aos céus que Normani estivesse bêbada, fosse dormir e acordasse de ressaca não dando por falta da foto pelo menos até a segunda-feira de manhã.

– x -

Era segunda-feira de manhã e o trânsito no ¹Loop estava de perder a paciência. Dinah havia ficado presa na mesma avenida por quase meia-hora. Ela até chegou a desistir de se irritar, buzinar, perguntar o que havia acontecido e acabou se contentando em andar 1metro por minuto. Ficou um pouco mais estressada porque descobriu que seu carro não era tão confortável assim para passar muito tempo sentada. Decidiu que iria trocar de carro. Até que percebeu um acidente havia acontecido, provavelmente devido a pista molhada. Porém aparentemente ninguém havia saído machucado, mas um caminhão e uma caminhonete se chocando, ocupava, no mínimo, duas faixas da via. Depois de passar por ali o trânsito fluiu facilmente e ela conseguiu chegar ao edifício onde trabalhava. Estava bem atrasada. Mas o trânsito não foi o maior culpado, ela havia decidido sair alguns minutos mais tarde de casa naquela manhã e só chegar para a reunião às 10:30hrs. Ao entrar no elevador, olhou o celular onde viu que faltavam pouco menos de 20min para sua reunião começar. Mordeu o lábio e respirou fundo.

A porta do elevador se abriu e a loira avista sua nova assistente vindo ao seu encontro arrumando seu longo e alaranjado rabo-de-cavalo.

-– Bom dia, senhora Hasnsen.- – Karen fala acompanhando a loira em seu percurso até a sua sala.

– -Bom dia, Karen.- – Respondeu olhando seu celular.

-– Já estão todos esperando a senhora na sala de reuniões. -– A ruiva diz seguindo os passos de sua chefe para dentro da sala dela. – Dinah para e vira-se com o cenho franzido.

-– Mas já? Eu não estou atrasada, estou? – -Confere novamente a hora.

-– Não, não. A senhora não está. A reunião foi marcada para daqui há exatos 16min, mas eles já chegaram. -– Responde com uma careta engraçada. A loira revira os olhos e pega os papéis em cima de sua mesa, olhando algumas folhas.

-– E eles estão me esperando há quanto tempo? -– Encosta a parte de trás de suas coxas na mesa e se apóia ainda olhando suas anotações.

-– Quase 10min. -– Responde objetivamente fazendo a loira soltar o ar pela boca.

– -Eu já estou indo. –- Acena com a mão e sua assistente lhe devolve com um aceno de cabeça. – -Ah, não precisa avisar a eles. Só volte lá me acompanhando. – -Pega a caneta e faz alguns asteriscos no papel. Karen acena novamente e dá dois passos para trás.

-– Com licença. –- Vira-se de costas e puxa a porta. – -Desculpe por isso, mas... Belo Scarpin. -– Fala apontando para baixo fazendo a loira levantar o olhar e olhar seus sapatos pretos de saltos grossos. Mas não teve a oportunidade de agradecer, a pequena ruiva já havia saído de sua sala. Riu pelo nariz olhando para a porta e voltou a folhear.

01:45min depois...

Dinah sai da sala de reuniões a passos lentos e com uma expressão pensativa em seu rosto. Ela entra em sua sala e ouve Karen lhe chamar, mas continua andando até sentar-se em sua cadeira, fechar os olhos e relaxar. Ela sabe que Karen está lá parada na porta, em silêncio, olhando em sua direção, esperando a permissão para falar com ela.

-– Senhora Hansen... – -A ruiva chama novamente e vê sua chefe abrir os olhos em sua direção. –- Duas mulheres estiveram aqui à sua procura.- – Dinah franze o cenho.

-– Quem eram e o que queriam? -– A loira continua na mesma posição.

–- Bem... Elas não disseram.- – A loira levanta uma sobrancelha. – -A morena com óculos e perna engessada só perguntou se a senhora estava em sua sala. Então eu disse que não, pois a senhora estava em reunião e ela disse “Ótimo!”. Depois seguiu corredor adentro. -– Dinah projetou a cabeça para frente e crispou os lábios.

0– Morena de óculos e perna engessada? – 0A rua afirmou com a cabeça. Dinah desviou os olhos pensando se poderia ser Ashlee. – -Era negra? –- Olhou de volta para sua assistente.

– -Sim. –- Respondeu pensativa. – -Mas não parecia ser alguém importante. Quer dizer, uma empresária ou alguém do ramo, mas parecia conhecer bem esse lugar.

-– Quem estava com ela?- – Perguntou se levantando.

–- Uma mulher baixinha, cabelos castanhos claros e mais velha do que a de perguntou pela senhora. -– Respondeu de imediato. A loira andou até a porta com o cenho franzido e Karen saiu da frente da porta para que a loira pudesse sair.

– -Para que direção ela foi? – -Perguntou parando ao lado de sua assistente.

-– Andou corredor adentro e virou a esquerda no fim. Acho que foi para a sala do senhor Rogers. -– Dinah olhou rapidamente para a garota, que recuou alguns centímetros com um pequeno susto. A loira então segue curiosa até o local indicado por sua assistente. -Falando nela, ela estava dando passinhos rápidos atrás de sua chefe. – -Algum problema, senhora Hansen? Quer que eu vá com a senhora? - Mas a loira não respondeu, só continuou a andar. E pela falta de resposta, Karen resolveu continuar atrás.

Dinah estava realmente curiosa para saber o que a sua assistente, que estava de licença médica, estaria fazendo ali. E principalmente porque achou bom que ela não estivesse em sua sala e fora falar com o Rogers em seguida. Virou a esquerda no fim do corredor e encontrou exatamente quem imaginara: Ashlee Kordei em pé, na frente da mesa da assistente de Rogers, aquela que ela sempre esquecia o nome. Ao que parecia, Ashlee não estava feliz.

-– Ashlee? -– A loira fala estática alguns passos atrás da morena. A mulher ao lado dela vira para trás e logo Dinah reconhece Bette. – -O que está acontecendo aqui? –- Pergunta vendo a morena virar-se com dificuldade com as muletas.

-– Bom dia, Dinah. –- Balança a cabeça de um lado para o outro. – -Senhora Hansen. – -A loira olhou para ela com um olhar interrogativo e a morena simplesmente desviou o olhar de volta para a assistente sentada. – -Então, vai me deixar entrar ou não?- – Dinah levantou as sobrancelhas em surpresa. Definitivamente Ashlee não estava feliz.

-– Eu não posso, Kordei. Já disse.- – A mulher retira os óculos e se levanta ao ver que Ashlee se move para passar pela porta. – -Você me ouviu dizer que ele está ocupado? –- Ela coloca a mão na frente da morena que revira os olhos.

–- Alguém me explique o que está havendo aqui?- – Dinah se pronuncia dando alguns passos para perto. Não há respostas e ela olha para Bette.

-– Eu não sei, ela disse que viria aqui resolver uma pendência e eu pensei que era com a senhora.- – Bette responde a loira.

–- Ashlee? -– Dinah se põe ao lado dela. –- Que pendência? Por que quer entrar na sala do Rogers? -– Ashlee fecha os olhos e solta o ar pela boca. Em seguida a porta se abre e Rogers sai de cara fechada.

-– O que está acontecendo aqui? –- Perguntou a sua assistente que deu de ombros apontando para a morena.

-– Vim aqui para falar com você. E não sairei daqui sem que você me ouça.- – Ashlee diz decidida fazendo o homem se surpreender.

– -Diga então. -– Ele fala em um tom ameaçador.

-– Tenho certeza que você apreciará se a conversa for em particular. -– Ela fala apertando os olhos. Ele olha para Dinah ao lado dela e percebe que a loira está tão curiosa quanto ele. Ele dá passagem e ela pega sua bolsa da mão de Bette, acena para ela se acomodar e entra devagar com Dinah lhe segurando para dar-lhe equilíbrio pondo então ela sentada na cadeira em frente a mesa.

–- Ashlee, o que houve? -– Dinah pergunta baixinho olhando para a morena com cara de poucos amigos. Ela percebe que não terá respostas e se afasta, quando estava perto de sair ouve a voz da morena.

-– O assunto também é de interesse seu, não saia, por favor. –- Ashlee diz e a loira olha para trás e em seguida para Rogers que está com uma expressão entediada seguindo para a sua cadeira.

– -Eu? – -A loira pergunta confusa.

– -Sim, Senhora.- – Ashlee afirma. A loira olha para Karen que está parada perto da mesa da assistente, junto com a mesma e Bette.

-– Feche a minha sala e volte para cá. Aguarde a minha saída. – -A loira decreta, em voz baixa, para a ruiva que está com os olhos arregalados em atenção. Ela acena para sua superior e sai apressada para fazer o que lhe foi mandando.

-– Dinah Jane Hansen e seu Leão-de-chácara com a pata quebrada...- – Ironiza o homem com um sorriso de canto. –- A que devo a honra?- – A loira senta ao lado de sua assistente e amiga.

–- Tenha mais respeito comigo e com a Kordei, Rogers! Sou sua superior.- – A loira fala autoritária encarando o homem que agora levanta as mãos em rendição.

– -Esse é o problema, não é?- – Ashlee joga a pergunta no ar ainda massageando o seu ombro que acabara de retirar da imobilização. Os dois pares de olhos se voltam para a morena  agora. Ela levanta a cabeça e encara o homem. – -Eu lhe fiz uma pergunta, Rogers.- – Ela fala ainda massageando o ombro.

–- Primeiro...- – Ele pontua com o dedo. – -Eu não lhe devo explicações de nada. E segundo... -– Pontuou novamente. –- Olhe como fala comigo, secretariazinha.- – Debochou olhando-a de baixo para cima. – -Ou eu mando te demitir!

– -Pois tente! -– Ashlee enfrentou colocando o corpo para frente e fazendo-o arregalar os olhos em surpresa. Dinah continuava imóvel olhando para a mulher ao seu lado. -– Eu não sou sua contratada, nem sua subordinada. Sou Secretária e Assistente Executiva de Dinah Jane Hansen, não sua. – -Continuou encarando-o. -– E eu te fiz uma pergunta e quero respostas. – -Eles se olharam durante alguns segundos e ele sorriu debochado. –- Na verdade... -– Ela continuou. – -Eu não preciso de sua resposta. Porque sei que é verdade.

-– O que é verdade? -– Ele pergunta ameaçador. – -Hansen, o que significa isso? -– Olha para a loira que olha para ele imediatamente com uma expressão cética.

-– Sei tanto quanto você. –- Responde curta e grossa voltando seu olhar para a morena. Ela estava curiosa, mas não estava com medo. Ela sabia que Ashlee era uma boa pessoa e que Rogers não era e isso lhe dava segurança em sua mais nova amiga. Porém o fato de que ela lhe disse que o assunto também era de seu interesse a deixou mais interessada.

– -Você é um filho da mãe invejoso, sem caráter e sem talento. –- Ashlee cuspiu as palavras fazendo o homem se levantar aos poucos. Ele estava ficando vermelho de raiva, mas quando a abriu a boca para falar, a morena falou novamente. – -Eu sei o que você fez. A verdade é que eu sei das muitas coisas que fez. – -Ela diz olhando para ele que agora parece um pouco temeroso.

-– Do que está falando, Kordei?  Vá direto ao assunto! – -Ele fala sem demonstrar emoção com o nariz levantado.

-Ashlee, desculpe. Mas até eu estou ficando impacientemente curiosa.- – Dinah  fala olhando para sua amiga.

-– Não se preocupe, se quer que eu dê a facada de vez, eu darei sem piedade. -– Ela diz em tom ameaçador à ele. – -Eu não sei quanto a você, Rogers. Mas eu entendo que quem tem o telhado de vidro não joga pedra na casa dos outros. Então por que você esqueceu-se de suas trapaças, suas fraudes e traições?

-– Você está me acusando? Quer que eu te jogue um processo, sua louca? Esse acidente mexeu com seu cérebro! -– Ele fala inquieto andando até sua porta.

–- Se eu fosse você não falaria em processos ou ao menos abriria essa porta. -– Ele parou com a mão na maçaneta. -– Acredito que não queria que ninguém ouça o que tenho para falar aqui.

-– Fale logo!- – Ele altera a voz.

-– Então não me interrompa! -– Ela rebate no mesmo tom fazendo a loira se assustar. Ele volta até a sua mesa e se senta com os cotovelos apoiados no vidro e o olhar raivoso fixo em Ashlee. Ela retira algo de dentro da sua bolsa que faz o coração de Dinah disparar e segurar a mão de Ashlee em um reflexo rápido. Mas o homem ainda consegue vê a parte de trás da foto, ou seja, o que há escrito lá. – -Viu? – -Ela pergunta olhando para ele e Dinah reveza o olhar entre ele e a foto. -– É sobre isso que estou falando. – -Ela diz.

– -Ashlee, pare! O que pensa que está fazendo?- – A loira pergunta exasperada. O motivo de acabar de perceber que a morena sabia do seu caso com sua irmã e da existência das fotos lhe deixou nervosa, com a garganta seca. Ela queria definitivamente matar Normani nesse momento.- – Como conseguiu isso? Devolve-me isso!- – Ela manda agora em seu tom de chefe.

-– Perdoe-me, mas nesse momento eu estou de licença médica e você não é minha superior a quem devo obedecer. –- Solta seu braço da mão da loira.

-Ashlee... Por favor. -– A morena  vê o desespero nos olhos da loira e sorri amigavelmente.

-– Confie em mim.- – É tudo o que ela diz afastando a mão, e agora gélida, da loira. – -Eu sei que foi você e eu quero saber como fez isso. Porque o motivo eu já sei. Está bem explícito aqui na chantagem escrita. Não é?- – Olha as palavras escritas em letras neutras. -– Inveja. -– Ela balbucia repudiando tudo aquilo.

– -Eu não fiz isso. –- Ele se defende afrouxando o nó de sua gravata. –- Não pode me acusar assim, você não tem provas. – -Ele diz ficando ereto em sua cadeira.

-– Senhora Hansen...- Lembra-se do grande problema com o projeto para a empresa Canadense? – -Fez uma pausa e Dinah franziu o cenho. –- Foi o Rogers que boicotou para que o projeto não saísse a tempo. –- Ela acusou ainda olhando nos olhos dele que agora estão dobrando de tamanho.- – E o problema com os números que não batiam e que os chefões desceram para lhe dar aquela bronca? Aquele que a senhora teve de ficar até tarde aqui refazendo tudo. Também foi culpa do Rogers.- – Acusou mais uma vez e o homem agora prendia a respiração. – -Os documentos com valores absurdamente alterados que foi enviado para o Banco do México “por engano”. -– Fez aspas com o dedo. –- Também foi ele quem mandou. E de propósito! Ah... E ainda tem o desvio de verba pública no começo do ano passado para a empresa de Nova York ao qual ele tem um grande amigo que ajuda sempre.

A morena acabou de falar e Dinah estava abismada com o que acabara de ouvir. Olhou para o homem que parecia que iria ter um ataque cardíaco no momento. Ele passou a mão na testa e limpou a garganta.

-– Você não tem provas, Kordei. – -Repetiu sem olhar para ela. Iria pegar o telefone, mas a morena pôs a mão em cima.

-– Não, eu não tenho. Mas se eu falar isso para os chefões lá de cima, com certeza, eles irão investigar. -– Sorriu de lado. – -Então eu aconselho você a aceitar o acordo que eu farei com você. -– Ameaçou.

-– Você está me ameaçando e isso é ...

– -Cale a boca, Rogers! –- A irritada da vez foi Dinah que se alterou fazendo ele se assustar. –- Faça o acordo, Ashlee. –- Fez sinal com a mão para a morena, ainda encarando o homem.

-– Bem... -– Ashlee limpa a garganta e se arruma na cadeira pondo a foto em cima da mesa virada com a ameaça para cima. –- Admita que foi você, conte-nos como foi que conseguiu isso e dê um fim a qualquer evidência de que isso já existiu em suas mãos e em sua memória. Só assim eu ficarei quieta e também esquecerei eternamente de contar sobre suas trapaças dentro da empresa. –- Decreta. Ele engole seco e afrouxa mais ainda o nó da gravata. O silêncio se instala no local por quase um quarto de minuto. – -Eu estou falando muito sério, Rogers. É sua única chance de deixarmos isso para lá e ninguém sair prejudicado aqui. Eu sei que você tem uma filha que precisa de cuidados especiais, sei também que isso custa dinheiro.- – Ele levantou os olhos, mesmo relutante para olhar a morena em sua frente. – -Ficar desempregado e com o nome sujo no mercado de trabalho não é uma boa idéia. Você e sua família precisa desse dinheiro, Rogers. Não me obrigue a virar uma crápula, como você. –- Ashlee acabara de se sentir a pior pessoa do mundo usando o nome de uma criança com necessidade especial para que ele aceitasse o acordo. Mas ela não via outra maneira de convencê-lo. –- Aceite a proposta pela sua filha. -– Eles continuam se encarando e Dinah fica parada em seu lugar olhando diretamente para o homem grisalho suando de nervoso.

-– Não faça isso, Kordei. Você também tem o que perder. – -Ele diz baixo.

-– Não me obrigue a fazer. -– Ela rebate segura. Estava se arriscando, ela sabia. Mas ela não poderia deixar isso desse modo.

Nesse momento os três praticamente saltaram do lugar onde estavam sentados ao ouvir a porta se abrir de repente tão agressivamente. Eles olharam para trás e viram Normani parada na porta de cenho franzido e expressão confusa.

-– O que está acontecendo aqui? -– Normani pergunta.

– -O que você está fazendo aqui?- – Ashlee quem pergunta dessa vez.

-– Bette me ligou preocupada com você.- – Entrou na sala e fechou a porta. Mas antes pôde ser notado que as três mulheres deixadas lá fora anteriormente queriam espiar o que estava acontecendo lá dentro. – -Por que ele está me olhando com essa cara?- – Perguntou a Dinah que olhou para Rogers muito mais surpreso e irritado do que antes.

-– Acredito que é pelo fato de que você acaba de invadir a sala dele. –- Dinah responde apertando a ponte do nariz. – -Ou porquê ele reconheceu você das fotos. -– Os olhos castanhos se chocaram com os negros e paralisaram por um tempo. Sim, Normani tinha entendido a quais fotos a loira se referia.

-– Como assim? -– Normani aproxima-se de Dinah  e de sua irmã vendo que o homem está prestes a se espremer na cadeira olhando para ela e para Ashlee.

-– Joseph Rogers, essa é a minha irmã gêmea Normani Kordei. Aquela que está nesta foto junto com Dinah Jane. Normani , esse é o homem que está fazendo a ameaça. -– Se o olhar de Normani conseguisse matar alguém, o velório do Rogers estava prestes a ser planejado. A morena de pé estava enfurecida e deu um passo para o lado, mas sentiu sua mão ser segurada por Dinah. – -Normani, não. Por favor. Estamos no meio de uma negociação. -– Ashlee fala levantando as sobrancelhas para sua irmã. Normani olha para Dinah que lhe acena com a cabeça pedindo calma.

-– Não era você?- – Ele pergunta perplexo para a morena sentada. Ashlee abre mais os olhos e olha para Dinah.

– -Você pensava que era a Ashlee?- – A loira pergunta e ele dá de ombros. Ela respira fundo e ouve que a morena faz o mesmo. -– Não importa. Eu quero que me diga o que fez e como fez. Quero nomes de todos que participaram disso tudo.

-– Detalhadamente. -– Normani completa.

O homem se sente encurralado por aquelas três mulheres e estala seus dedos olhando para a foto em cima de sua mesa. Ele não sabia como se livrar, sua mente não conseguia armar uma solução. Pensou novamente na proposta de Ashlee e em sua filha.

Ele não tinha escolha.

 


Notas Finais


to com muita preguiça de postar o proximo, mas eu sei que é preciso


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