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História The Twin Sister- Norminah - (Cap. 46) O Avesso 1


Escrita por: wtfuckDaddy

Capítulo 46 - (Cap. 46) O Avesso 1


Três horas atrás Dinah estava desembarcando no Aeroporto Internacional de Miami. Ela estava um pouco cansada, pois seu vôo havia saído logo pela manhã. Seu processo de criar coragem, arrumar a mala, comprar passagem, reservar hotel e correr para o O’'Hare havia lhe desgastado um pouco. Mesmo assim ela não teve tempo para descansar, seus planos para falar com Normani eram muito apressados. Não por nada... Só pelo fato de garantir que sua coragem não a deixasse de mão novamente.

Neste momento, ela estava guiando-se pelas ruas e Miami, ela havia entrado no site de onde Normani trabalhava e pego seu endereço e agora estava confiando no GPS do prateado Toyota Camry que alugou no aeroporto. Demorou um par de minutos para a voz mecânica do aparelho anunciar o final de seu destino, ela ligou o sinal de alerta e ficou observando o empresarial de arquitetura moderna. Ele não era grande em comparação ao que a loira trabalhava ou até mesmo ao que ela morava, mas tinha estilo. Tinha sete andares, paredes brancas e vidros espelhados em azul marinho, um estacionamento quase lotado e palmeiras espalhadas por todo local. O que não era novidade por ali, Miami era capital das palmeiras... Se é que isso existe. Ficou em dúvida se poderia ou não entrar e estacionar ali sem se identificar, mas seus pensamentos sumiram em neblina quando avistou a latina andando em cima de seus belos saltos, procurando seu carro e falando ao telefone. Percebeu que algumas pessoa faziam o mesmo, então olhou o relógio e viu que era horário de almoço. “Ótimo!” Pensou. Viu seu alvo acionar o alarme da Range Rover preta e jogar o celular dentro da bolsa antes de jogar a mesma dentro do carro. Ela parecia irritada. Dinah vacilou. Seria um bom momento? Hesitou em segui-la, mas resolveu não fraquejar. Não demorou muito para o carro da frente estacionar na rua em frente a um restaurante. A loira fez o mesmo e se preparava para sair do carro quando viu alguém parar ao lado do carro de Santana e a latina abraçar. Aquele alguém era Molly. A latina sorria com algumas coisas que a mais nova falava e acariciava sua barriga que já marcava sua blusa. Ficou dentro do carro só observando o que estava se passando ali e a interação amigavelmente carinhosa delas. Sentiu-se estranha. Engoliu seco e franziu o cenho.

“Tarde demais.” Seu cérebro lhe envia a mensagem. Ou talvez “Cedo demais” para tomar conclusões precipitadas. Respirou fundo e esperou. Sentiu-se uma stalker, mas tentou ignorar o sentido ruim da palavra. Pouco mais de quarenta minutos depois ela resolve sair dali, pois seria multada ou morreria de fome. Resolvera tentar a comunicação quando a morena estivesse no trabalho.

– X –

– -Senhorita Kordei, a senhora tem... -– A secretária chama sua chefe enquanto ela está distraída olhando o celular.

-– ...reunião daqui há vinte minutos, eu sei.- – Fala sem olhar para sua subordinada enquanto ainda caminha para a sua sala com pressa. – -Me atrasei, fiquei distraída durante o almoço. –- Contou.

-– Na verdade... –- Pigarreou e fazendo a morena voltar seus olhos escuros para ela. Para a surpresa de Normani ela havia encontrado, também, olhos diferentes e já conhecidos por ela. A loira de olhos castanhos estava sentada no sofá um pouco fora do seu campo de visão quando olhava o aparelho em suas mãos. – -Na verdade eu queria avisar que a senhora tem visita. –- A morena ficou surpresa ao ver quem estava lhe visitando.

Dinah  tinha a intenção de ser discreta, fez sua mente trabalhar muito rápido ao perceber a reação de Normani quando lhe viu. Olhou a secretária e percebeu que ela tinha uma expressão confusa no rosto. Levantou-se e trouxe sua bolsa consigo dando dois passos para frente.

– -Kordei, você provavelmente não se lembrará de mim. Mas sou Dinah Jane Hansen, nos conhecemos em um vôo de Monterrey para Chicago. Estou precisando dos seus serviços e gostaria de saber se uma mulher ocupada como você teria tempo para uma mulher como eu que não pôde marcar hora antes de vir. -– Falou tudo num momento só para que a morena entendesse a forma como deveria dançar aquela música. Norani estava hesitante. Talvez ela não quisesse aquela presença. Dinah ficou insegura, mas não demonstrou tanto. Assim pensou. Logo agora que ela estava parabenizando sua memória por lembrar do vôo que a morena havia feito em seu primeiro encontro.

–- Oh, claro. É... –- Limpou a garganta e estendeu a mão para cumprimentá-la. -– Desculpe, minha memória falha um pouco quando preciso dela. -– Entrou no jogo e a loira sentiu-se aliviada. Apertou a mão dela em cumprimento. –- E quando eu preciso muito esquecer algo que aconteceu, não esqueço. –- Sorriu. -– Entende, não é? Coisas de mulheres. -– Seu rosto era simples e pura educação, mas seus olhos chamuscavam sarcasmo para cima de Dinah que, obviamente, havia entendido o recado. Disfarçaram. – -Nancy... Me avise quando todos estiverem na sala de reuniões, por favor. -– Pediu e ela acenou com a cabeça. – -Me acompanhe, por favor. -– Dirigiu-se a loira que acatou o pedido. Deu passagem para a loira e fechou a porta atrás de si.

A loira observou a sala por um breve momento enquanto a outra mulher seguia para sentar em sua cadeira atrás da mesa escura fazendo sinal para a outra fazer o mesmo com uma das cadeiras brancas da frente.

-– Bonito escritório. – -Tentou aliviar o clima que havia se instalado depois da alfinetada que levara.

-– Obrigada. A que devo a honra?- – Encarou a loira e cruzou as mãos ao apoiar na mesa seus cotovelos. Dinah respirou fundo e deixou transparecer sua agonia para a morena por um segundo.

-– Nós temos privacidade aqui?- – Perguntou.

–- Estou em horário de trabalho. – -Fitou-a com seriedade. – -O que você quer? –- Onde estava aquela coragem? E o texto decorado?

-– Me desculpe. –- Engoliu seco. –- Eu não queria ter falado aquilo para você. -– Disse e viu a morena arquear uma sobrancelha em descrença. –- Quer dizer... Eu queria sim. –- A morena continuou com a mesma expressão. -– Mas foi porque... Porque eu entendi errado o que você estava me propondo.- – Falou escolhendo suas palavras. O silêncio se instalou durante alguns segundos.

-– Ah, era só isso?- – Fez sinal com as mãos. -– Okay, então. Está desculpada. –- Arrastou sua cadeira para trás fazendo menção em se levantar. -– Agora eu tenho de trabalhar.

-– Eu surtei, okay?! –- Interrompeu os movimentos da morena que a olhou sem entender. – -Você começou a falar e eu pensei que estaria me pedindo em namoro. E.. E eu não quero namorar. Não agora! Entende? – -Tagarela enquanto Normani a encara com indiferença. –- Eu quase entrei em pânico e , confesso que algumas coisas eu cheguei a nem ouvir direito por causa dessa agonia. –- Vê Normani rir pelo nariz.

-– Perceptível. -– Balbuciou.

– -Eu não queria que isso acontecesse. Que você se afastasse, me ignorasse, deixasse esse clima pesado e... E tem a Ashlee também. Ela é minha amiga. –- Suspirou. –- Você é minha amiga. –- Esperou uma reação da morena, mas nada veio. Ela continuava imóvel, prestando atenção educadamente a cada palavra.

-– É complicado tentar entender alguém que não entende a si mesma. –- Pensou alto. A loira não falou nada, só concordou.

-– Resolveu ficar com a Molly? –- Perguntou sem pensar.

-– Isso importa, por quê? -– Retrucou um pouco surpresa pela pergunta. – -Quer voltar atrás com sua resposta?

–- Minha resposta foi para uma pergunta que você não fez. Eu já expliquei. - Diz ficando impaciente.

-– Então isso é um “Sim”? – -Prendeu a respiração durante alguns segundos e resolveu responder.

-– Sim.- – Concluiu. –- Mas com uma grande pitada de “Precisamos conversar”.

– -Estamos conversando.- – Disse rápido.

–- Com calma. -– Retrucou. –- Não no seu ambiente de trabalho. –- Implorou com os olhos.

-– Falemos enquanto dá tempo. Não sei quando poderei. –- Desviou os olhos para seu celular olhando a hora. Dinah ficou um pouco chateada com a frieza da morena. De fato ela estava magoada, mas... Mas... Deixa para lá. Ela tinha seus motivos. Sentiu-se como em sua primeira entrevista de emprego, onde pensou que não o conseguiria, ficou insegura, começou a suar e seus pés balançaram freneticamente. Tentou se controlar e falar o que lhe vinha em mente. Algo que não fosse planejado. Algo impulsivamente verdadeiro. Olhou novamente nos olhos da morena que a observava com feições inexpressíveis.

-– Há anos eu não sentia nada tão intenso por ninguém. Ninguém. –- O começo de seu monólogo chamou a atenção da mulher em sua frente. -– Eu sei que isso não é amor. Na verdade... Eu não tenho certeza se sei o que é. Inconscientemente eu vinha buscando alguma motivação pessoal algo que me fizesse sentir de novo. Sentir qualquer coisa! –- Seus olhos estavam em tons de desespero. –- E você... Você me fez sentir. – -Normani, por milésimos de segundos, demonstra sua surpresa ao ouvir aquela afirmação. – -Mas não venha me pedir para definir o que é, não me peça para explicar. Eu não sei se é uma atração fatal ou se é uma paixão tórrida. –- Passou a mão na testa e jogou o cabelo para trás. –- Porra, Normani... tem tanta coisa que eu estou sentindo nesse momento por você, tantos sentimentos de uma vez só... Não é possível que nada sirva! –- Alguns segundos de silêncio enquanto os olhos negros fixam nos castanhos. –- Que nada te satisfaça ao menos momentaneamente.- – A loira pôs sua mão em cima da mesa junto a mão da morena que olhou rapidamente o movimento dela. As duas engoliram seco. Cada uma em seu tempo.

-– Você lembra que foi você quem recusou. Não lembra? -– Normani pergunta em tom calmo.

-– Eu não sabia direito do que se tratava!

-– Você não me deixou explicar! –- Normani retrucou de imediato.

-– Eu sei! –- Respondeu no mesmo tom. – -Eu lembro. Eu estava lá. Já assumi aqui.- – Olha para o lado e bufa. –- É isso? Um tiro só? Se acertar, ótimo! Se não... A fila anda? –- Colocou uma mecha de cabelo atrás de sua orelha. –- Você poderia ter tido paciência e esperado. Você viu que eu me assustei, Normani. -– Impulsionou o corpo para frente e a morena encosta-se à cadeira. – -Ao invés disso você corre para uma garota que você estava evitando há um par de meses?- – Normani fecha os olhos por alguns segundos. –- Alguém que você está com pena porque foi abandonada grávida?! Você pensa que...

-– Eu não estou com a Molly, Dinah! Para com isso! –- Interrompeu.

-– Eu vi vocês juntas hoje, Normani.- – Abaixou os ombros que estavam rígidos. – -Eu as vi no restaurante. –- A morena franze o cenho e inclina a cabeça para a esquerda.

-– Você anda me seguindo desde...

-– Eu não estou! – -Tratou de interromper antes que ela criasse uma conclusão falsa. – -Vim falar com você hoje e te vi saindo para almoçar. Criei uma oportunidade para conversarmos um pouco fora do seu ambiente de trabalho, mas você me pareceu ocupada. – -Pigarreou. A outra mulher respira fundo e lha para o lado.

– -Esperar? –- Riu pelo nariz. –- Esperar é um suicídio lento. -– Olhou nos olhos da loira. -– Quando já se tem certeza do que virá, bom para você. Quando não se tem... Trate de começar a andar com as próprias pernas. – -Estalou os dedos. –- Não temos nada. Eu e Molly. – -Disse por fim.

-– Então você está enganando-a. – -Acusou. –- Pois ela me parecia bem apaixonada. –- Ironizou.

-– Ela sempre foi. –- Disse sincera. – -E você sempre soube. Mas eu estou ajudando-a para que ela não faça mais bobagens como tentou fazer um mês atrás.- – Recebeu um olhar interrogativo, mas deu de ombros, não queria falar sobre. – -Eu já conversei com ela sobre termos algo a mais. Ela me entendeu e eu não quero nada com ela. Estou ajudando aquela garota o mesmo modo e com a mesma satisfação que ajudei você. –- Parou um pouco e pensou. –- Não que eu te deva algum tipo de satisfação. -– A loira viu a sombra de um sorriso triste nos lábios grossos.

-– Então eu acredito que estou certa, pois o modo que me ajudou foi fodendo comigo.- – Cruzou os braços um pouco abaixo dos seios.

-– Deixe de ser estúpida. –- Okay. Antes Ashlee e agora Normani. –- Você sabe que eu te ajudei tanto em cima quanto fora da cama. – -Esticou o dedo indicador direito para ela. -– Porém... Levando em consideração que eu consegui abrir seus olhos para se libertar de seus nós quando eu comecei a transar com você... A resposta é sim. – -Tinha uma expressão indiferente ao falar. –- A minha vida é assim, as pessoas aparecem para mim, retiram o que precisam e vão embora. Sabe por quê? –- Parou alguns segundos aproximando-se da loira por cima da mesa.- – Porque sou descartável.

Aquela última sentença fez a loira arrepiar-se. Não entendeu bem o sentido. Raiva, tristeza, repulsa, ou compaixão. Deu-se conta de que não sabia muito sobre os relacionamentos daquela mulher que conviveu durante algum tempo. A única coisa que lhe era óbvia era que havia sido adquirida uma experiência sexual muito grande, uma carga considerável de coisas prazerosas. Por outro lado, nunca se interessou em saber sobre o que havia dado errado naquele passado. Cada vez mais ela acreditava que havia sido uma estúpida egoísta.

O telefone soa tirando-a de seus pensamentos e fazendo os quatro pares de olhos se afastarem. Ao pôr o telefone no ouvido a latina respira fundo.

-– Hum... Senhora Kordei? -– Sua secretária fala receosa.

-– Pode falar agora, Nancy. Estou te ouvindo. -– Normani pigarreia.

– -Todos os convidados da reunião já estão presentes. -– Avisa.

-– Está bem. -– Pensou um pouco. -– Comunique a eles que estou atendendo uma cliente que chegou de última hora. E diga também que lá estou indo.

-– Sim, senhora. – -A morena ouve e desliga.

-– Eu não quero mais atrapalhar você. -– Começa falando depois da morena ter cruzados as mãos no queixo e fechado os olhos bufando. – -Mas só posso te dizer que vou te deixar em paz quando você me prometer que vai falar comigo outra vez. – -Normani passa a mão na ponta de sua grande trança lateral e frisa os lábios. -– É sério, Normani... Eu preciso saber se esse seu amor pode...

– -Hey!- – Apontou o dedo novamente para ela. –- Não ponha palavras em minha boca! -– Dinah assustou-se um pouco com a atitude. – -Eu não te amo. Nunca disse isso. – -Respirou fundo vendo a loira acenar vagarosamente com a cabeça. –- Eu também não sei se isso chega a ser paixão. O que eu sinto é um carinho e uma atração muito forte. Pois eu vi em você, dentre tantas, uma mulher com um grande potencial. Uma mulher que... - A loira esperou em expectativa. – -Uma mulher que valia a pena lutar por algo a mais.

Dinah já se apaixonou, amou, casou, mas ninguém havia dito isso para ela com tanta veracidade. Normani parecia ser alguém em que não se confia pôr o coração em suas mãos, mas agora estava vendo aquela mulher com olhos diferentes. Talvez algo estivesse mudando dentro de si.

-–Normani... – -Chamou ao ver a morena levantar-se de sua cadeira confortável.

-– Se você é confusa, não tente me confundir também. -– Findou remexendo em alguns papéis em cima de sua mesa. – -Eu sei muito bem o que eu quero e o que não quero. Pensei muito sobre isso. Já não quero pensar mais. -– Limpou a garganta e olhou a hora em seu celular. -– Desculpe, mas tenho de ir. –- Findou.

-– Então não pensamos. -– Propôs. - Eu não quero mais pensar sobre. Não quero mais ter que entender. A única coisa que eu quero agora é ter que viver sem me preocupar muito com isso. Entende? -– Disparou. Normani pega os papéis e encosta-os ao peito quando vê a loira levantar-se também.

-– “Isso” o quê? –- Quer esclarecer.

-– Nós duas. – -Se aproxima aos poucos da morena e a mesma prende a respiração. –- Se eu errei, deixe-me consertar. –- Pousa sua mão  um pouco acima do cotovelo da outra e a puxa sutilmente para perto. Normani deixa-se respirar a fim de não sufocar. -– Não diga que não. Eu vim aqui para resolver isso com você. –- Dá um passo para frente pressionando os documentos entre seus corpos com a finalidade de dar um beijo na morena, mas ela põe a mão em seu ombro parando-a. Vê a outra virar o rosto e sente a frustração consumindo-a. Seria possível que ela esteja tão magoada assim? Quando a morena volta seu rosto na mesma direção que o dela, vê que a mesma hesita em falar algumas vezes antes de abrir a boca definitivamente.

-– Estou de batom vermelho. Se me beijar vamos sair daqui com a boca toda manchada. -– Os olhos escuros revezam entre os olhos Castanhos e os lábios finos. – -Tenho que trabalhar agora.

-– Janta comigo. -– Foi um pedido? -– Hoje. -– Definitivamente não.

 


Notas Finais


falta só um capitulozinho


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