1 ano depois.
— Oi, mãe. — Justin adentrou a cozinha depositando um beijo na cabeça de Pattie e se servindo com um copo de água.
— Oi, meu amor. — ela retribuiu o carinho com um sorriso.
Ele se sentou na mesa em frente à Jensen que riscava um pedaço de madeira com um canivete. — E aí.
— E aí. — Jensen respondeu mantendo o olhar concentrado no que estava fazendo; Justin ignorou terminando de beber seu copo de água e o deixando de lado.
Pattie serviu a mesa se pondo no seu lugar. — Filho, se importa de fazer a oração hoje? — ela direcionou o olhar para Jensen que a ignorou se servindo. Justin bufou unindo a mão com a da mãe com engoliu o seco e se pôs a orar junto com ele.
— Patético perderem o tempo de vocês com isso. — Jensen falou assim que terminaram e começaram a se servir.
— Cara não começa. — Justin o repreendeu mas ele ignorou dando continuidade.
— Vocês não podem simplesmente sentar a bunda de vocês nessa cadeira e comer?
— Jensen, por favor. — Justin pediu novamente mantendo a calma.
— Por favor? Vocês rezam todos os dias pateticamente, agradecendo à Deus pela nossa comida, pela nossa casa, pela nossa família e no que essa merda toda resultou? Cadê toda essa santidade que não protegeu a família patética que todos os dias senta a bunda nessa mesa e reza como se fossem ganhar a salvação? — o irmão gritava na mesa convicto de suas palavras com sangue nos olhos.
— Jensen, cala a boca! — Justin se levantou falando no mesmo tom que ele o interrompendo.
Pattie observava a cena aflita. — Tudo bem, tudo bem, Justin, deixa isso pra lá... — ela levantou segurando Justin tentando acalmar os ânimos.
— Perdi a fome. — Jensen foi seco levantando-se da mesa e se retirando da cozinha.
Justin respirou fundo tentando se acalmar. — Vou conversar com ele. — ele lançou um olhar para Pattie que assentiu e então se retirou da cozinha indo atrás do irmão.
O casebre no fundo da casa havia se tornado o refúgio de Jensen nos últimos meses, a luz fraca amarelada iluminava tudo que Jeremy havia deixado; as varas de pesca, as ferramentas, as últimas agregações dos tempos de fuzileiro no exército, as armas. Tudo ficava ali; as fotos dele em alto mar ou nas missões do Vietnã pregados na parede; no quadro um pouco acima da pequena mesinha no canto estava pregados a últimas capas de jornal da equipe de Jeremy e logo tudo foi abaixo quando Jensen entrou ensandecido derrubando tudo que via pela frente tendo que ser contido por Justin.
— Calma Jensen, calma. — Justin pedia enquanto segurava o irmão que insistia em partir para cima das coisas; a solução foi Justin lhe acertar com um soco em seu rosto que fez Jensen se render desabando no chão e caindo em lágrimas.
Justin se pôs ao seu lado totalmente exausto. — Foi mal cara, você pediu por isso. — ele passou o braço por trás do irmão o trazendo pra si. — Eu vou te ajudar, eu só... Eu só não podia falar isso na frente da mamãe, não podia concordar, se já sendo difícil pra nós, imagina pra ela. — ele inspirou tentando buscar forças.
— Nem uma pista, nada por onde começar, tudo que você ouve dizer é: "Sem nenhum sinal dos criminosos." Como? Como até hoje eles não acharam nada? Depois de tudo que o papai fez por essa merda de pais é assim que eles retribuem? — Jensen falou com a voz embargada passando a mão pelo rosto enxugando as lágrimas.
— E quem disse que não temos por onde começar? — Justin direcionou o olhar pra ele.
— Do que você tá falando?
— Disso. — ele retirou do bolso da calça um papel entregando para Jensen.
— "Vikings Bar" — Jensen leu em voz baixa o título destacado no pequeno folheto. — O que isso quer dizer? — tornou a olhar para Justin.
— Não sei, eu achei isso no dia. Eu lembro que um deles esbarrou em mim e quando olhei pro chão tava caído lá e depois toda aquela cena. — Justin engoliu o seco lembrando de tudo. — Eu sei que é um posto, um lugar movimentado qualquer pessoa poderia ter deixado cair isso lá, mas se foi algum deles e se ainda tiverem na cidade, pode ser que frequentem esse lugar. Sinceramente não sei, se trata de um hipótese.
Jensen soltou uma risada sarcástica se contendo. — Por que agora Justin? Só agora você vem me entregar isso? — Jensen se levantou encarando o irmão.
Justin se pôs de pé também. — Jensen, não podíamos passar na frente das autoridades. A gente tinha que deixar eles fazer o trabalho deles, mas até agora não deu em nada. — ele respondeu aflito, esperando o pior vindo de Jensen que levou as mãos à cabeça e caminhou pelo casebre parecendo estar raciocinando tudo. — E aí, qual vai ser agora? — Justin finalmente quebrou o silêncio.
Jensen parou voltando a encarar Justin. — Nós vamos caçar eles.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.