1. Spirit Fanfics >
  2. The Waitress >
  3. Drunk Paul

História The Waitress - Drunk Paul


Escrita por: EffyKaya

Notas do Autor


Oee boa leitura espero que gostem sz

Capítulo 1 - Drunk Paul


Fanfic / Fanfiction The Waitress - Drunk Paul

  Dia 20 de Janeiro de 1966, Sábado 12:30

Já teve aquela sensação de não ter nada na vida ? Não ter uma sensação de que estou fazendo isso por alguma pessoa ou até estou fazendo isso porque é meu sonho? Não havia sentido na vida, era estudar, trabalhar e fazer uma família? Isso não era algo bom ou era ? Meu sonho sempre foi cantar e viajar pelo mundo mas parece que a vida não é como pensávamos quando criança. Óbvio que a vida não era como pensávamos, é tão complicado a vida adulta, sendo que meu maior sonho era crescer.

Trabalho em uma lanchonete em Liverpool na Inglaterra, moro sozinha em um pequeno apartamento. Sai da casa dos meus pais pois eu tinha que fazer algo o que fez com que várias pessoas da minha família achassem estranho ou algo que mulher não se faz com 18 anos ( idade que eu tinha na época ) fazer uma faculdade pois meus pais queriam que eu fizesse e tudo mais. Mas quando eu entrei em uma delas eu pensei que aquilo não era pra mim e eu sai. Eu não poderia fazer algo que não estava me deixando feliz, não vou ser uma vagabunda óbvio mas eu queria fazer algo para não me arrepender e que me deixe feliz de verdade como o meu sonho, queria ser independente em todos os aspectos e livre mas olha onde estou agora ! Trabalhando em uma lanchonete enquanto homens pervertidos ficam olhando para o meu corpo.

- ROSIE ANNE PHILIPS CLARK – eu um pulo ao ouvir alguém berrando perto do meu ouvido, fiz uma careta ao meu ouvido doer – Seu horário de almoço acabou há ... – o idiota do meu chefe olhou em seu relógio de pulso e voltou a olhar pra mim com cara de quem não transa há muito tempo – Há cinco minutos! Você não tem vergonha na cara não? Vá trabalhar – ele pegou meu avental no cabideiro e jogou em minha cara, bufei e me levantei no mesmo instante. Eu adoraria soca-lo mas é uma pena que não posso fazer isso.

Eu sou uma pessoa calma com certas pessoas, releve Rosie, releve, pois vou e não quer perder seu emprego não é mesmo?

A lanchonete em que eu trabalhava era musical, tinha alguns discos famosos decorados pelas paredes, decorações bem coloridas que faz o ambiente ficar mais confortável. A dona da loja é uma adorável senhora de 64 anos, ela é um amor de pessoa que me acolheu e que me trata como sua filha. O problema é seu filho que manda quando sua ela não está, como sou a única garçonete mulher da lanchonete, ele disse que eu teria que usar um vestido colado branco que era um pouco acima do joelho, que tem mangas curtas, gola e alguns botões. Ele disse que iria atrair clientes e conseguiu convencer sua mãe, e desde semana passada tenho que usar esse vestido por baixo do avental e não é nenhum pouco agradável, o avental não cobria o vestido, então com ou sem o avental era a mesma coisa.

- Okay, já vou – eu disse colocando meu avental amarrando em minhas costas logo em seguida.

Fui até o banheiro dos funcionários e me encarei no espelho. Oh ! Eu estava um lixo, joguei uma água em meu rosto e arrumei o rabo de cavalo que tinha alguns fios teimosos caindo.

Sai do banheiro e passei pela cozinha, dando um sorriso amigável para Lily que era uma das cozinheiras e minha amiga. Passei pela bancada da lanchonete que estava em horário de pico. Muitos adolescentes vinha aqui para almoçar e eu odiava isso, eram idiotas e se acham pois estão no ensino médio, grande bosta! Só porque descobre que tem algo no meio de suas pernas acham que podem pegar qualquer uma, patético.

Peguei um bloquinho de pedidos e fui até uma das mesas dos garotos que já me encararam com desejo no olhar, isso realmente me deixava desconfortável e o pior era que todos os dias eram assim, eu já estava cansada de tudo isso. Realmente cansada.

- Olá, já descidiram seus pedidos ? – eu disse com educação na voz, pois a qualquer momento o rabugento do Franklin podia estar me olhando para ver como eu tratava os clientes.

- Eu gostaria da garçonete – um deles disse e o resto de seus amigos riram, ele se inclinou para o lado para ver as minhas costa, bufei e ele logo voltou ao Normal, revirei meus olhos pra não revirar um murro na cara dele - estou apenas brincando Baby mas se não posso levar isso, eu gostaria de um Hambúrguer tradicional, milk shake de banana – ele me encarava com um sorriso perverso e seus amigos riram, continuei séria o encarando – e uma porção de batata fritas – anotei em meu bloco enquanto eles riram de algo idiota que o líder disse, eu tinha que aguentar todos os dias adolescentes desse tipo de diversas escolas, mesmo eles sendo mais novos que eu, me sentia uma garotinha por isso.

- Algo mais ? – olhei para cada um deles, tapados...

- A mesma coisa pros três – ele disse se referindo aos seus três amigos patetas que o vento passava e eles riam, anotei o pedido e olhei pra eles novamente – E talvez um encontro na minha casa – ele disse e eu apenas me virei para ir em direção a bancada colocando o pedido em uma prateleira que girava que dava para a cozinha, onde eles recebiam os pedidos, faziam e colocavam na prateleira rodando a mesma.

- Sabe que não precisa passar por isso não é ? – Dylan disse no caixa, era um amigo que me ajudou desde o começo nessa lanchonete – Eles são uns idiotas e não ligue para o que falam - Nenhum pedido estava pronto e nenhuma mesa estava querendo pedir algo então me apoiei perto da bancada.

- Eu sei mas é que se eu levantar um “A” o Franklin me mata e você sabe disso – eu disse e no mesmo momento começou a tocar uma música na rádio e Dylan arregalou os olhos e eu fiquei assustada com sua expressão repentina.

- Ooh I need you love, babe – ele cantalorou a música com os olhos fechados, parou por uns segundos e abriu um dos olhos pra mim – era pra você continuar sua sem graça e sem cultura – ele dançou fingindo ter uma guitarra e fazendo movimentos com sua “guitarra imaginária”, como eu adorava esse menino.

- Se eu conhecesse a música – eu disse e a música continuava a tocar, ela tinha uma batida legal até, me apoiei na parede gelada e fiz uma careta.

- Qual é ? Você mora na roça ? Todo mundo conhece eight days a week, todo mundo conhece os Beatles, olha ali – revirei meus olhos e olhei pra onde ele estava apontando – É o disco please please me – na parece estava de fato o disco que ele mesmo disse e com um autógrafo dos quatro integrantes. Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr.

- Eu conheço os Beatles mas não sou fã, e outra coisa: eu não sou todo mundo – eu pisquei pra ele, Eu conhecia os Beatles com certeza mas adora-los como o resto do mundo ai já não era comigo. Era incrível o sucesso que faziam, o mundo inteiro os adorava só por suas musicas e pelos rostinhos bonitinhos.

- A senhora Jones disse que eles vinham aqui nem no começo da carreira, Já estamos em 1966 Rosie, aproveite – Dylan disse e uma garota acenou pra mim em uma das mesas.

- A senhora Jones não sabe nem o que comeu de café da manhã hoje Dylan – eu disse rindo indo até a mesa onde tinha algumas garotas se maqueando para os universitários que vinham aqui.

- O que vão querer ? – eu disse com um sorriso amigável.

- por enquanto apenas cinco garrafas de coca cola – uma delas disse passando um batom em seu mini espelho.

Sai de perto da mesa e fui até a geladeira, pegando cinco garrafas de coca cola e logo depois indo até elas colocando sobre a mesa abrindo com o abridor de garrafa, saindo logo em seguida.

Essa era minha vida, ser uma garçonete em uma lanchonete em Liverpool.

...

Os últimos clientes acabaram de sair e eu relaxei em uma das mesas no estofado de couro vermelho me sentando em uma delas, meus pés estão me matando e eu quero ir pra casa logo e ainda pegar um ônibus vazio.

Ouvi o barulho do sino que só apitava quando tinha chego alguém, olhei para a porta e está a senhora Jones com um sorriso enorme, todos estavam feliz hoje ou era apenas impressão minha? Eu hein. Me levantei e fui cumprimentá-la eu adorava tanto ela. Suas roupas engraçadas, seu cabelo e seu jeitinho cativava todos que vinham a essa lanchonete.

- Senhora Jones que bom te ver por aqui – eu disse a abraçando, ela retribuiu e apertou minhas bochechas – eu já vou indo pra casa, só vou pegar as...

- Nada disso filha, meus meninos estão voltando – ela deu um sorriso largo e parou de apertar minhas bochechas e entrou pra cozinha. Fiquei parada ali tentando saber quem são os meninos dela. Blah vou ter que ficar mais algumas horas aqui, que belezura.

Dylan já havia ido embora, então eu fiquei no caixa e atendia o pessoal e levava os pedidos. Fui lá pra dentro da cozinha e Lily estava lavando o resto da louça que restava enquanto o outros funcionários iam embora.

- Soube da novidade ? Essa eu não quero perder – ela perguntou de costas pra mim, me apoiei na batente da porta fechando os olhos logo em seguida

- Que novidade? Se não for um aumento eu não quero nem ouvir – eu disse e ouvi sua risada fraca.

- Quem dera Rosie – ela disse e eu continuei de olhos fechados encostada no batente – Se lembra daquele boato de que os Beatles vinham aqui antes de serem famosos? Então ... Eles podem chegar a qualquer minuto aqui – ela disse e eu abri os olhos com o cenho franzido com a notícia que acabei de receber.

Ouvi passos na mesma hora e olhei para o lado vendo um ser baixinho dos cabelos brancos como algodão.

- Então vamos lá, meus meninos estão para chegar a qualquer momento, eles estão na cidade e eu achei esse o melhor horário pra eles virem porque já sabem, seria muita confusão – ela disse – Rosie querida eles irão te adorar – ela passou a mão em meu cabelo e se virou para minha amiga – Lily você cozinha muito bem, impressione eles – ela disse sorrindo.

Eu atenderia aos Beatles ? Como assim ? Eu queria era estar em casa oh céus, em que roubada eu me meti. Beatles eram realmente talentosos, lindos e cativante maass eu estou cansada demais, o que mais poderia acontecer? O máximo que vai acontecer é eu atendendo eles, apenas isso, duvido que vá acontecer outra coisa, alias ... Porque eles conversariam com um garçonete ?

- Eu já volto crianças – ela disse indo até seu escritório.

Olhei com desespero para Lily e ela deu uma risada com a minha reação, como disse antes eu não era nenhum fã mas era bom eu passar uma boa impressão.

- venha – ela foi até sua bolsa e pegou uma bolsinha vermelha. Ela me puxou até o banheiro e colocou na pia

- Não vai passar maquiagem em mim né ? Olha eu estou bem assim – me olhei no espelho e depois eu a encarei que estava com os olhos desconfiados. Eu não estava nem um pouco bem.

- Você vai ter a oportunidade de conhecer os Beatles e vai estar assim? Sem ofensas. Você já viu o corpo e o sorriso do John? Já viu o rostinho de bebê e os olhos de Paul ? Já viu o jeito sexy do George ? Já viu o nariz sensual do Ringo ? – ela disse se direcionado a sua bolsinha mexendo na mesma – Não faça feio Rosie – ela pegou um pó e um tipo de esponjinha e começou a passar em seu rosto.

- Porque vou querer impressionar eles? São pessoas normais Lily, não é pra tanto – eu disse revirando os olhos e ela parou de passar o pó em seu rosto e me olhou.

- Você sabe que sou fã não é ? – ela disse e eu me apoiei na parede gélida – Eles fazem história na música Rosie, são os donos da música, é como se tudo que eles lançam é maravilhoso – ela voltou sua atenção ao pó em seu rosto – Até a minha avó escuta eles – revirei meus olhos e peguei sua bolsinha mexendo nas coisas que tinham, tinham muitas coisas estranhas dentro que eu nem sabia o que era direito – Você sabe o porquê de eu estar trabalhando nessa lanchonete não é?

- Castigo dos seus pais – eu disse pegando um batom e abrindo para ver qual era a cor. Lily começou a trabalhar aqui por castigo, seus pais a pegaram fumando e como eles são bem rígidos descidiram que ela iria começar a trabalhar, quem vê nunca acharia que Lily é uma garota rica, mimada, Tem tudo o que quer e que é bem vaidosa. Seu castigo teria que acabar um dia mas ela continuou a trabalhar aqui pois gostava de cozinhar e todos a elogiavam por isso.

- Exatamente e você sabe muito bem que eu poderia sair e nunca mais pisar aqui e nunca mais olhar na sua cara – ela disse e eu a encarei enquanto ela passava um batom – Mas não ! Porque eu gosto de vocês, somos como uma família que só tem três adolescentes e uma velha, Franklin não conta pois ele é muito chato e não quer nos dar um aumento – ela não parava de passar batom, cruzes ... Odeio batom

- Tá ... E o que isso tem haver de eu não querer passar maquiagem – eu disse com o cenho franzido

- A questão é que você vai ver eles assim ? Quer dizer o vestido está ótimo, vai atrair olhares de John com certeza mas sua cara está totalmente limpa, não quer passar pelo menos um blush pra ficar com ar mais saudável? – ela disse dessa vez passando delineador

- Não ... Muito obrigada – eu disse e ela revirou os olhos. Ouvimos um barulho do sino e nos entreolhamos, ela com um sorriso e eu com sono.

- Agora tenho que ir pra cozinha né, já sabe eles vão querer hambúrgueres e é melhor eu já ligar a chapa – ela disse e saiu do banheiro e eu fiquei parada na frente do espelho mas logo depois voltou – outra coisa – ela puxou o elástico do meu cabelo e balançou ele para o lado – pronto ! agora eu tenho que ir.

Sai do banheiro e passei pela cozinha e vi a senhora Jones passar sai do escritório indo até a lanchonete mesmo.

- Oh meus meninos ! – ela gritou indo ate eles e eu ainda estava na cozinha encostada na parede de costas pra lanchonete mas eles não conseguiam me ver.

Vamos lá Rosie, são apenas quatro homens completamente normais.

- Rosie querida – ouvi a voz de Senhora Jones e eu olhei pra Lily que estava rindo da minha cara.

Sai da cozinha e fui até bancada passando pela mesma. Eles estavam sentados em uma das mesas, conversando com a senhora Jones.

O primeiro que vi foi o Ringo e ao seu lado estava John.

Oh céus

Os outros dois estavam de costas pra mim, eles riram de algo que senhora Jones disse e quando cheguei perto eles me encararam e pude ver o rosto de George e de Paul.

- Me chamou senhora Jones ? – Eu disse e senti os olhares sobre mim e apenas ignorei e continuei olhando pra ela. Apenas para a senhora Jones.

- Oh sim ! – ela disse em pé ficando ao meu lado me abraçando de lado e eu retribui o abraço de lado – essa é Rosie Ane Phillips Clark, é como uma filha pra mim – ela disse sorrindo e eu que antes estava olhando pra mesma eu os encarei que John estava sério me encarando como se fosse uma golpista que fosse passar a perna na senhora Jones, George estava sorrindo, Ringo estava com um sorriso fraco e Paul estava sem reação, apenas me encarando – Ela é um amor de pessoa e todos que vêem aqui adoram ela – talvez seja pelo vestido que seu filho me obrigou a vestir não é ? Pensei.

- Oh senhora Jones está me deixando com vergonha – eu disse e olhei pra mesma.

- E esses você já deve conhecer não é ? Paul que vem aqui desde que ainda estava no colegial, John que vinha aqui para paquerar as meninas da lanchonete – foi a vez dos meninos rirem.

- Isso eu tenho que concordar – ele disse sorrindo com vergonha.

- Ringo que conheci já grande mas que também é um amor e George que é como meu filho – ela disse e nos separamos – Eu já volto crianças, vou chamar meu filho, façam seus pedidos – ela disse saindo me deixando sozinha com eles.

Peguei meu bloquinho com uma caneta pendurada no mesmo e olhei pra eles que me encaravam, isso é normal ?

- Então... Já sabem o que vão querer ? – eu disse educadamente

- Cadê o cardápio? – Paul levantou as sobrancelhas. Me virei para outra mesa e peguei quatro cardápios, me voltei a mesa deles e dei o cardápio na mão de cada um.

Eles começaram a ler e eu descansei minha perna, como eu queria ir pra casa.

- Rose ? Eu acertei? – ouvi uma voz grossa e eu olhei para o John pois parecia ser sua voz – Eu queria tirar uma dúvida – ele disse com os cutuvelos apoiados na mesa e os três olharam pra ele com dúvida – calma gente, só quero saber a idade dela – ele disse olhando pros três que voltaram a sua atenção ao cardápio

- É Rosie – eu disse mas antes de dizer minha idade ele se pronunciou novamente

- Caramba ... Prometo não errar na próxima – ele disse sorrindo o que me fez dar um sorriso fraco pois ainda estava impaciente querendo ir pra casa – Quantos anos você tem, Rosie – John disse

- 19 anos – eu disse e ele não falou nada e voltou sua atenção ao cardápio. Ringo derrepente para de ler e me encara, por um minuto pensei ter algo sujo em meu rosto.

- Sabe... Você parece muito com Sharon Tate – ele disse analisando meu rosto e os outros três pararam de ler o cardápio e me olharam e eu senti muita vergonha, senti minhas bochechas esquentarem e eu desviar o olhar pra qualquer lugar menos para eles – Só que morena e mais bonita

- Está mais para Úrsula andress – disse George passando a mão em seu queixo me analisando.

- Está querendo magoar a garota ? – disse Ringo dando um tapa em seu braço.

- Parece mais Sharon Tate só que morena – disse John falando para os dois.

- Que seja. – disse Paul revirando os olhos – Vou querer um hambúrguer com bastante queijo – ele disse e logo depois me encarou cruzando os braços, engoli em seco e anotei no bloquinho e me voltei a olhar para os garotos.

- Hambúrguer com bacons – disse ringo e eu anotei

- O mesmo que Ringo – disse George e eu anotei

- Você me ama né ? – disse Ringo se referindo ao George

- Cala a boca – disse George – Amo bacons isso sim, você está por último na lista de quem amo.

- Hambúrguer com cheddar – disse John por fim e eu anotei

- E para beber ? – eu disse educadamente

- Whisky – Lennon me encarava faz tempo

- Coca-cola – disse Ringo

- Coca-cola – Paul disse

- Cola-cola – disse George e eu concordei saindo de perto da mesa e eles começaram a falar algo que nem quis prestar a atenção.

Entrei na cozinha e Lily me olhou esperançosa. Foi o pior episódio da minha vida.

- Eai como foi ? Eles são tão gatos como na tv ? – ela disse chegando perto de mim.

- Eu quero nunca mais voltar ali – eu disse fechando os olhos – Eu quero ir pra minha casa, isso sim.

- Você não dá trégua não é mesmo? – ela disse pegando o papel em que tinha os pedidos – Quem pediu whisky? Ah já sei, John – ela disse colocando o papel sobre a mesa

- Conhece eles tão bem assim? – eu disse com braços cruzados enquanto ela amarrava os cabelos para começar a fazer os hambúrgueres.

- Sim... Agora leve as bebidas – ela disse e eu fui até um armário em que só contia bebidas alcoólicas, tinha tantos Whisky que eu não sabia qual era bom ou qual que era ruim.

- Lily – a chamei e senti sua presença atrás de mim – qual devo levar? – eu disse me virando pra ela.

- um... Deixe me ver – ela pegou um da primeira fileira mas logo negou sozinha pegando outro – esse ! Já provei escondido do meu pai e é ótimo – Lily sempre foi descarada e bem atrevida, que amiga que eu fui ter hein?

Peguei a garrafa em minha mão e coloquei em um copo quadrado só para bebidas alcoólicas. Fui até a geladeira e peguei três garrafas das pequenas de coca cola e coloquei tudo a bandeja. Respirei fundo duas vezes e sai da cozinha indo até a mesa deles.

Eles conversavam tão animadamente que mal perceberam a minha presença, continuaram conversando.

- com licença – eu disse colocando o copo de Whisky na frente de John.

- Toda – disse George, era incrível como eu poderia diferenciar a voz deles sem ao menos conhecê-los. Coloquei a garrafa dos meninos e abri cada uma com o abridor de garrafas, saindo logo em seguida.

...

Os garotos já estavam aqui há uma hora e meia, só conversando e bebendo e há uma hora e meia que eu devia estar em casa. Senhora Jones e franklin estavam lá conversando faz tempo e eu e Lily acabadas só esperando Senhora Jones nos liberar.

- O safado do Dylan se safou de ficar aqui com a gente – disse Lily dando uma risada fraca, eu estava no chão da cozinha querendo dormir e Lily estava olhando para os garotos enquanto conversava comigo, já era 23;30.

- Garotas ? – disse Senhora Jones e eu me levantei – Me desculpem fazer esperar, nos já vamos fechar mas se quiserem indo, podem ir – ela disse e concordamos.

Ela saiu e eu quase dei Um grito de vitória mas estava tão cansada. Fui até meu “armario” de funcionários e abri o mesmo. Não tinha nada de mais, apenas alguns bilhetes que Dylan deixava pra mim toda hora e algumas roupas, tirei meu avental e joguei pra dentro do armário, pegando minha jaqueta logo em seguida pois eu sei que lá fora vai estar muito frio, logo me arrependi de não ter trago uma calça. Não uso blusa ou jaqueta aqui dentro pois tem aquecedores se não eu estaria ferrada.

Coloquei a jaqueta e peguei minha bolsa fechando o armário logo em seguida. Lily fez o mesmo, e nós saímos da cozinha. Passando pelo salão da lanchonete, eu iria dar um tchau pra senhora Jones e como uma garota educada eu iria dar um tchau aos meninos.

Eles pareciam conversar de algo bem empolgante, não paravam de rir em momento algum. Chegando perto da mesa deles eu me pronunciei.

- Com licença, eu já vou indo senhora Jones – eu disse me inclinando para dar um beijo em sua testa – Tchau meninos, foi um prazer conhecer vocês – eu disse acenando pra eles.

- Oh Rosie não seja tímida, dê um beijo no rosto, você não é assim querida – dei um sorriso amarelo a ela e me virei pra eles que me esperavam em silêncio com vontade rir pelas palavras de Senhora Jones. Eles sabiam que eu estava com vergonha.

Okay... Vamos lá, me inclinei na mesa para dar um beijo no rosto de John, logo depois para Ringo. Eles deram um sorriso satisfeito e eu me inclinei para o outro lado para dar um beijo no rosto de George e logo depois em Paul. Por fim voltei a minha posição normal e dei um sorriso sem mostrar os dentes.

- Ela não é fofa ? – disse senhora Jones olhando para os meninos com um sorriso de vó – okay sei que está cansada, pode ir Filha – ela disse e eu saí de perto saindo da lanchonete.

Estava muito frio mesmo e minhas pernas estavam descobertas, maldito vestido que Franklin me obrigou a usar se não eu seria despedida como se fossem grande coisa.

O ponto não era tão longe da lanchonete, o problema era o horário, 23:40 e eu andando com um medo nas ruas de Liverpool. Eu morria de medo de ser assaltada e qualquer pessoa que aparecesse eu ficava com medo, sim essa sou eu.

Estava quase chegando no ponto de ônibus quando um carro bem bonito por sinal entrou na avenida quando olhei para atrás. Rosie é apenas um carro, apenas um carro. Eu tinha um trauma desde pequena, não de carro e sim com que aconteceu com meu irmão.

Olhei pra trás e o carro estava andando devagar e meu coração começou a acelerar e eu apressei os passos, quem dera ter algum mercado ou loja aberto para eu poder entrar e ficar lá até que o carro passasse. Mais uma vez olhei para trás e o carro andava atrás de mim e aquilo não era algo normal de se fazer, comecei a “andar” rápido segurando minha bolsa.

“Rosie !”

Ouvi mas não dei atenção, deve ser da minha cabeça. Continuei a correr que dessa vez eu estava correndo feito louca numa maratona, eu já tinha passado do ponto faz tempo mas aquele cara do carro estava atrás de mim, eu estava com frio na barriga, meu coração estava acelerado e já estava sentindo lágrimas descerem pelo meu rosto sem parar. Eu odiava quando coisas simples me faziam ter medo e serem coisas da minha cabeça.

Até que senti duas mãos nos meus braços me prendendo e me virando pra si, eu já estava vendo no que iria acontecer mas meu desespero parou na hora em que vi Paul me segurando com o cenho franzido e com um meio sorriso.

- VOCÊ ESTA LOUCO ? – eu tirei suas mãos do meu braço, lágrimas ainda estavam caindo e meu coração ainda estava acelerado – Você quase me matou do coração – ouvi sua risada nasal e eu apenas apoiei minhas mãos nas pernas tentando me recompor, ele apenas se afastou e se pronunciou.

- Desculpe Clark, não queria te assustar – ele disse desviando o olhar para a rua – Antes de eu quase te matar do coração, eu iria oferecer uma carona, estava tentando ser gentil – ele disse dessa vez me encarando com seus olhos verdes sendo mal iluminada pela luz do poste fraco, seu olhar era sexy e penetrante, foco Rosie – Desculpe se você é muito delicada e se assusta com qualquer coisa – eu encarava seus olhos e ele manteve contato visual até desviar novamente para outro lugar menos pra mim.

- “Delicada” ? Experimente alguém te perseguir as onze e meia pra você ver – Eu nem o conhecia direito mas falava essa coisas, não porque que ele é famoso que vou deixar de estar brava com ele, infelizmente era o meu defeito - Como sabe que não sou uma fã psicopata ? Quer dizer, nunca conversamos e você vai me dar uma carona? – eu me apoiei no poste que mal iluminava nós dois direito.

- Já se olhou no espelho ? – ele disse e eu tranquei meu rosto cruzando os braços, o que ele estava querendo dizer com isso ? Ele me encarou - Você tem cara de que não mata nem uma formiga – ele encostou no carro com as mãos no bolso – Aliás, você tem cara de que posso confiar, uma carinha dessa – Paul não se sai por aí falando que confia nas pessoas, ele confia em mim ? Eu mal falei com ele – Você vai querer a carona ou não ? Não costumo fazer isso com desconhecidos – ele falou de um jeito ríspido que eu fiquei meio assim de querer ir com ele, mas ele estava me provocando só dizer “desconhecidos” – Qual é não vai confiar em mim? E o que estamos tendo aqui ? Não é uma conversa ? Ou você quer sentar em um sofá, tomar chá e aí sim vai ser uma conversa pra você ? – era claro a ironia em sua voz, ele era assim mesmo? Não era o mesmo Paul que vi na tv esses dias, ele disse abrindo a porta do carona pra mim, olhei meio desconfiada pra ele é o mesmo levantou as sobrancelhas como se dissesse que ele não fosse fazer nada.

- Eu mal te conheço, você quase me matou do coração vindo de carro, – ele revirou os olhos e abaixou a cabeça como se estivesse sem paciência, estava gostando de deixá-lo irritado – Não é porque que você é famoso que vou pular em seus braços e confiar em você – eu coloquei uma mão em minha cintura mas logo senti uma corrente de ar frio chegar e me fazer me encolher e abraçar ao meu próprio corpo.

- Quer me revistar ? Qual é Clark ! Pare de draminha entre por favor – ele disse e outro vento passou fazendo eu me tremer mais ainda – Entre no carro Clark – ele disse com a porta do carona aberta pra mim. Eu apenas entrei e ele fechou com força fazendo com que o barulho me desse um susto, parece que alguém estava de mal humor. O carro estava quente, confortável, era cheiroso e espaçoso. Não demorou muito pra ele atravessar o carro entrar no lugar do motorista e dar partida no carro.

Não trocamos muitas palavras, eu só o guiei pra onde era minha casa e assim ele fazia em silêncio.

Chegando a frente do meu apartamento ele estacionou e na hora em que parou senti seu olhar sobre mim e eu o encarei.

- Bom muito obrigada pela carona, só não me assusta daquele jeito como você fez – eu disse e ele deu uma risada fraca negando com a cabeça.

- I promisse – ele disse prometendo – Não ande tão tarde na rua da próxima, se Jane andasse na rua a essa hora eu não iria gostar – ele disse com as sobrancelhas levantadas como se mandasse algo em mim.

- Hm quem é Jane ? – eu digo e ele me olha no mesmo instante – Sem querer ser curiosa.

- Jura que você não sabe ? – ele disse rindo e eu estava sem expressão e ele parou de rir na hora – É serio? Okay, ela é minha... Amiga – algo não me convenceu mas ignorei por que o que eu tenho haver com a vida dele ? Merda nenhuma então.

- Tchau McCartney – eu disse abrindo a porta do carro saindo logo em seguida.

- Tchau Clark – ele disse e eu gostei de ouvir meu sobrenome por sua boca, soou tão gostoso. Bati a porta do carro e entrei em meu minúsculo apartamento. Ele era tão lindo, seus olhos, sua boca mas parecia que algo estava incomodando ele, ele estava cansado ou algo do tipo. Nunca sabemos o que se passa na vida dos outros não é ? Pessoas famosas são sobrecarregadas pela mídia e se sentem cansados o tempo todo com câmeras a toda hora em seu rosto, eu presumo.

Larguei minha bolsa no sofá e ao banheiro para tomar um banho relaxante para dormir tranquila. Quando entrei no banheiro me deparei com o espelho enorme que estava lá, me encarei no mesmo.

Talvez Lily estava certa, eu precisava me arrumar mais, afinal eu era nova e tinha uma vida para ser aproveitada já que em toda a minha adolescência não consegui fazer isso.

Tomei um banho relaxante e quente e logo depois fui dormir.

...

Dia 27 de janeiro de 1966 sábado 14:00

- Eu vou querer uma panqueca de chocolate com morangos – Uma adolescente disse olhando em seu cardápio, anotei uma panqueca no bloquinho até ele se pronunciar novamente – Não! Vou querer waffles com mel – ele disse e eu risquei “panquecas com chocolate” do bloquinho, escrevendo “wafles com mel” – Ou será que a torta de limão é melhor ? Acho que vou querer isso mesmo – ela disse ainda analisando o cardápio, bufei com atitude da garota, ou você quer isso ou quer aquilo meu Deus.

- Você acha ? – eu disse com as sobrancelhas levantadas e ela me encarou como se eu estivesse a desafiado – Olha...

- Acho melhor eu terminar daqui por diante não é ? – Dylan me interrompeu brotando do além, dei o bloquinho e a caneta pra ele e sai do salão indo até a cozinha pisando fundo.

Chegando na cozinha Lily estava conversando com Margaret, outra cozinheira. Ela me viu e deu um sorriso.

- Tenho planos pra gente hoje a noite – ela disse vindo até mim – E lá terá uma surpresa pra você – Eu havia contado tudo para Lily o que aconteceu semana passada na carona, ela riu muito e disse coisas idiotas do tipo “Ele está interessado” mas eu nem dei atenção – Vem aqui – ela me puxou para os fundos da lanchonete onde estávamos sozinhas.

- Seja rápida, se Franklin nos ver aqui ... – ela me interrompeu

- Dane-se Franklin! Olha hoje você vai a minha casa quando formos liberadas – ela dizia fazendo gestos com as mãos, meus Deus essa menina não parava de falar – Vamos a um cassino, meio que boate – ela disse dando pulinhos de animação – Lá só tem caras ricos com mulheres – Até parece que vou – E nós vamos lá essa noite – Lily era uma garota digamos, adorava homens ricos que possam bancar o que ela quisesse, ela já passou noites com cara até vinte anos mais velhos que ela é que são bons de grana, mas ela era uma boa garota.

- Okay, me deixa fora dessa – eu me virei para entrar na lanchonete novamente e ela me puxou me fazendo virar pra mesma

- Vamos Rosie – ela fez uma cara de coitada é um biquinho, até aprece que ela vai me fazer ir a essa palhaçada – Qual é, a quanto tempo você não sai ? – ela disse séria dessa vez – você é linda, tem um corpo de dar inveja e tem 19 aninhos, qual é ? Vamos curtir, vai ter vários homens de todos os tipos lá.

- E você acha que estou atrás de homem? – eu disse fazendo uma cara nada convensida, eu não gostava de exibir e muito menos sair, eu preferia ficar em casa tomando um chá escutando música.

- Por mim – ela fez biquinho novamente e eu revirei os olhos

- Okay mas ... – ela nem deixou eu terminar e começou a falar

- Você hoje na minha casa hein, UHUUUUL – ela saiu pulando e gritando, dei uma risada negando sozinha pela amiga louça que tenho.

Tomei uma água e voltei ao trabalho dessa vez com mais paciência ao clientes.

...

Enquanto Lily estava no banho para irmos ao tal cassino, eu estava me olhando no espelho com o vestido que ela mesma me emprestou, alegando que ficaria bonito no meu corpo. Realmente... Ele ficou muito bom em mim, não sou muito de ser vaidosa mas eu estava me sentindo bonita pela primeira vez em anos, era uma sensação boa.

O vestido é totalmente preto que vai até um pouco acima dos joelhos, é colado e isso fez com que meu quadril e meu bumbum marcassem, ele não tem mangas apenas alças finas e não precisava usar sutiã com ele. Meu cabelo estava solto e como é curtinho é simples.

Eu mal sabia passar maquiagem então seria Lily que iria fazer a minha, eu estava com um pouco de receio mas Lily insistiu tanto que eu cedi, afinal ... Quem vai a uma “festa” sem maquiagem ?

Alguns minutos depois Lily saiu do banheiro já com seu vestido mas estava com o cabelo molhado.

- Eu ainda não acredito que você vai deixar eu te maquiar – ela disse animada pegando sua pequena bolsa com maquiagens – Agora não se mexa e não fale nada, preciso me concentrar.

Lily passava várias coisas estranhas em mim, mas se valeria a pena eu não sei só resta esperar para ver como vai ficar a desgraça. 15 minutos me maqueando e por fim ela passou um batom vermelho, ela disse que era especial pois não saia.

- Pronto, acabei agora olhei para o espelho – ela disse com um sorriso que mal cabia em seu rosto branquelo. Olhei para a minha direita aonde havia o espelho em que eu estava olhando o meu vestido minutos atrás.

Até que não foi nada mal, ela passou um delineador, rímel e todas as coisas. Digamos que eu estava bem diferente do que antes.

- Você gostou ? – ela disse chegando atrás de mim

-Eu amei ! – eu disse olhando pra ela pelo reflexo do espelho – Muito obrigada Lily – eu disse me virando pra mesma, eu abracei em agradecimento e ela retribuiu o abraço caloroso.

- Agora temos que nos apressar – ela as mechas loiras de seus cabelos

...

O cheiro de cigarro era notável naquele enorme lugar, tinha mulheres com roupas inapropriadas e homens se aproveitando disso e passando a mão em seus corpo. Olhei de relance para Lily que parecia estar no paraíso, como ela poderia gostar disso ?

Ela pagou as entradas e isso meio que me convenceu a vir, nem queiram saber o preço para entrar nesse lugar. Tinha diversas mesas de jogos como poker, truco, buraco e etc... tinha máquinas de jogos, se quiséssemos comer poderiamos ao andar de cima onde tinha um restaurante com o mesmo tipo de pessoas daqui de baixo. O cheiro impregnado de cigarro me fez tossir várias vezes desde que cheguei, céus me ajude hoje.

- Vem, vamos até a área de dança – Lily falou ao meu ouvido, ela apontou para uma área de onde vinha sons de música e eu concordei.

Fomos até “Discoteca” onde tinha várias pessoas dançando, olhei ao redor alguns sofás onde tinham homens com caras de rico e mulheres sentadas ao seu colo o fazendo carinho, tinha um bar onde tinha dois homens servindo os clientes, alguns desses clientes estavam se embebedando.

- Legal não é ? – Lily disse alto ao meu ouvido por conta da música, eu a encarei com o olhar de desaprovação – Fiquei sabendo que eles vinham – Lily disse tentando disfarçar minha raiva por me trazer nesse lugar sujo como este.

- Eles quem ? – eu disse franzindo o cenho

- Os garotos de Liverpool, os Beatles – ela disse e arregalei os olhos pra ela

- Não acredito que me trouxe só pra isso – eu disse alto cruzando os braços contra o peito

- Rosie, apenas curta a noite – ela disse começando a dançar no ritmo da música – Porque é isso que eu vou fazer – ela se misturou na multidão saindo do meu campo de visão. Tinham homens muito bonitos aqui mas eu não estava tão interessada quanto Lily, eu gostei do vestido e da maquiagem mas eu não queria estar ali.

Ótimo!

Bufei com raiva e fui até o bar sentando em um dos bancos altos, um barmen me viu e logo veio até mim.

- O que a senhorita vai querer? – ele disse colocando as mãos no balcão se apoiando, o encarei e seu olhar foi para os meus seios que eu a todo custo tentava esconder.

- Nada por enquanto, muito obrigada – eu disse dando um sorriso forçado para ser gentil. Ele concordou com a cabeça foi atender a outras pessoas.

Olhei para o lado e tinha um homem com a cabeça em cima de seus braços apoiados a mesa, como se estivesse dormindo. Por um minuto fiquei com dó do homem ao meu lado, o que será que deve ter acontecido pra ele ficar chateado a ponto de beber tanto ? Tinha vários copinhos de pinga ao seu lado. Me virei novamente pra frente para pedir ao garçom uma bebida fraca, já que não deve ter algo sem álcool.

- Hey! – chamei o barmen e ele se virou pra mim – Por favor seu champanhe mais fraco – eu disse e o mesmo concordou com a cabeça. Ouvi uma voz ao meu lado familiar e me virei na onde para onde o homem presumo bêbado estava.

- Mais uma por favor – Ele disse e me encarou quando percebeu que eu estava o encarando. Paul estava com os olhos profundos e vermelhos, suas olheiras também estavam vermelhas como se estivesse chorado muito, junto a sua bochecha e ponta do nariz estavam vermelhas. O rosto estava molhado por conta das lágrimas e seus lábios sangrando, ele havia se metido em uma briga? – O q-que foi ? – ela perguntou gaguejando franzindo o cenho e eu continuei estática, ele limpou algumas lágrimas e voltou a me encarar – nunca viu ninguém chorando não garota ? – seu mal humor novamente, mas ele se lembrava de mim ? Presumo que não, nesse estado de embriaguez.

- Paul... O que aconteceu ? – eu mal conseguia falar, onde estava John, Ringo e George ? Oh céus! Ele precisava de ajuda.

- Eu te conheço de algum lugar – ele disse se aproximando do meu rosto com os olhos semicerrados para tentar lembrar de mim, seu olhar estava desconfiado para saber quem eu era, estava meio engraçado sua cara ao olhar pra mim - Rose ! – ele deu um pulo ao se lembrar de mim dando um sorriso vitorioso logo sem seguida, ele é bipolar ou é impressão minha ? Estava chorando e agora estava sorrindo ?

- Rosie. – eu disse – Onde estão os meninos ? – eu disse me referindo aos seus amigos que sempre estão com ele. Ele olhou para os lados e logo depois me encarou, Ele fez biquínho, levantou os ombros e as mãos como quem não sabia.

- Eu não os vejo há duas horas – Ele disse dando uma risada como se aquilo fosse engraçado mas viu a minha feição seria e parou de rir na hora. O barmen colocou a mesa o copo de champanhe que eu pedi e um copo de Whisky para Paul que começou beber na hora. Não tentei impedir até por que o que eu tenho haver com a vida dele ? Ele acabou de beber o copo todinho de whisky e bateu o copo com força na mesa – Vamos dançar – ele pulou do banco e puxou meu braço junto se eu nem responder. O estranho era que as pessoas nos olhavam e nem ligavam pelo fato de Paul McCartney estar bêbado já que eles são da mesma classe social que os Beatles.

Ele me puxou pelo braço até o centro da discoteca, estava tocando Jailhouse rock do Elvis Presley. Paul soltou meu braço e começou a dançar de uma forma engraçada com os olhos fechados, não se importando com quem olhasse e achasse estranho. Dei uma gargalhada e ele abriu os olhos me encarando, Jesus que olhar era aquele, mesmo bêbado ele sabia ser sexy, seus olhos ainda estavam inchados e vermelhos mas ele continuava lindo.

- Você esta... – ele disse parando de dançar vindo até mim – Linda – ele disse sorrindo, seu sorriso... Ah seu sorriso era tão contagiante. Mesmo com a pouca iluminação que tinha eu conseguia ver seus olhos atentos aos meus até algum ser esbarrar ao seu lado e ele cambalear para o lado e quase cair. Ah é ... Ele está bêbado, qualquer coisa que fizesse ele se arrependeria amanhã de qualquer jeito, e tudo que está fazendo é por impulso a bebida. Rosie para de se iludir.

Eu o ajudei a se recompor enquanto o mesmo ria igual a uma hiena no meu ouvido.

- Paul você não está bem – eu disse o puxando para o bar, quando chegamos eu o fiz sentar no banco. Até agora ele estava sério desde que parou de rir, o que a bebida faz com as pessoas – Você veio com seu carro ? – eu disse enquanto ele olhava ao seu redor, procurando algo – Paul ? – o chamei e ele continuava a procurar algo na multidão, peguei em suas bochechas com uma mão apertando o mesmo contra si virando pra mim, ficou tão fofo pois ele ficou com um biquinho engraçado, ele ficou me olhando até eu falar – Você veio com seu carro? – eu disse soltando seu rosto fazendo ficar normal mas a marca dos meus dedos ficarem vermelhos em seu rosto, acho que apertei forte.

- Noop – ele disse – Lembro de Ringo dizer algo como “Pare de beber se não, não vai conseguir voltar pra casa!” – ele disse imitando a voz de Ringo – Também me lembro de George ter ficado aqui comigo mas ele simplesmente desapareceu, tipo PUFF – ele disse fazendo o gesto de como se ele tivesse desaparecido na fumaça – Entendeu ? – Olhei para os lados pra ver se encontrava alguém – Você esta tão diferente desde a semana passada, Rosie você parece uma rosa de tão bela – ele disse e eu dei uma gargalhada alta me fazendo o encarar, soltei uma risada fraca mas eu ainda estava desesperada por alguém.

- Okay Paul entendi – o que eu faria agora ? Olhei para os lados em desespero, não posso deixá-lo sozinho aqui, ele não está quase conseguindo ficar em pé, olhei para o mesmo que estava conversando com o barmen para pedir outra bebida – Não ! Você não vai beber outra vez – eu disse “brigando” com o homem a minha frente – Você vai vomitar até às tripas e eu não quero estar aqui pra ver – Eu disse e ele cruzou os braços bufando.

- Se não posso beber vamos fazer algo, quero comer um bolo de chocolate Rosie, faz um bolo pra mim! – ele disse mole – Ou dormir – ele disse bocejando, no mesmo instante ele deitou na mesma posição de quando o encontrei aqui na boate.

Tenho que encontrar Lily para avisá-la que vou embora. Provavelmente vou me arrepender de leva-lo para minha casa mas não sou capaz de deixar ele nesse estado em uma boate ainda por cima sozinho.

Fiquei vinte minutos procurando Lily ou qualquer sinal de George como Paul disse mas nada dos dois, quer saber ? Eu vou embora sem avisar ninguém, amanhã Paul vai acordar sem entender merda nenhuma mas fazer o que não é ? Chegando ao bar novamente para levar Paul, uma mulher(provavelmente de programa) estava conversando com ele, de vestido mostrava mais do que deveria e Paul estava conversando com ela, a mesma estava quase colocando seu decote na cara dele. Agora que eu vou acabar com isso. Isso está me incomodando muito.

- Com licença – eu disse entrando na frente da garota – Vamos Paul – ele deu um sorriso enorme ao me ver e colaborou para sair.

Já perto da saída daquele lugar que não pretendo mais voltar ele se pronunciou, eu estava praticamente carregando o mesmo já que ele mal conseguia andar sem cambalear para o lado ou esbarrar nos outros, além de ficar falando besteiras em meu ouvido.

- Ela é gente boa – ele disse se referindo a garota de segundos atrás.

Descidi não falar nada, ele está falando besteiras sem fim e qualquer coisa que eu falasse ele iria falar mais ainda.

Tinha vários táxis na frente da boate e eu entrei em um deles com Paul que não calava a boca nem por um segundo. Falei ao taxista o endereço e ele disse que sabia onde era exatamente então relaxei pois não teria que ficar falando onde ele teria que ir a toda hora.

O carro mal começou e Paul abriu o vidro do carro e colocou seu rosto para fora como se fosse um cachorro andando de carro pela primeira vez. Ele falava coisas que eu mal conseguia ouvi, resolvi deixá-lo falando sozinho. Ele parecia uma criança de seis anos, dei uma risada fraca. Ao me lembrar de crianças me lembrei que teria que ficar com meus irmãos amanhã, putz...

Cinco minutos depois ele tirou seu rosto e fechou o vidro do carro me olhando logo em seguida. A ponta do seu nariz estava vermelha junto a suas bochechas gordinhas por conta do vento frio que recebeu do lado de fora.

- Estou com sono Clark, eu te chamei várias vezes e você não me respondeu, eu queria escutar música – ele disse com cara de coitado e eu dei uma risada fraca por seu nível de embriagez. Em um movimento rápido ele deitou no pequeno banco do carro, colocando sua cabeça no meu colo se encolhendo logo em seguida.

Ele não falou mais nada mas eu sabia que estava acordado. Coloquei a mão em sua cabeça fazendo carinho na mesma, seu cabelo estava grande mas dava uma graça ao mesmo.

Eu ainda não acredito que estava levando Paul McCartney pra minha casa e ainda teria que cuidar dele.

  - Clark ? - ele me chamou me tirando dos meus pensamentos - Cante algo pra mim.

  

Espero que tenham gostado sz
















Notas Finais


Elogios, críticas e sugestões nos comentários Amores, espero que tenham gostado


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...