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História The walkers - Querido Diario


Escrita por: thiaghost25

Capítulo 4 - Querido Diario


 

          -Eline, mudando de assunto, como estão as coisas por lá? – Vitor falou enquanto todos caminhavam pra fora do laboratório

          -Vitor, aconteceu tanta coisa esses dias – Eline falou olhando para baixo lembrando de tudo que aconteceu – O Igor morreu, ontem chegou mais duas pessoas para a comunidade, as buscas por alimentos em Patos ta ficando cada vez mais difícil, por aí vai

 

          -Nossa Eline, como o Igor mor...

 

          -Envenenado – Jacq não esperou o Vitor fazer a pergunta – nós sofremos muito, e você não convivia pra se importar, então mude de assunto

 

 

Vitor olhou Eline com cara de espanto enquanto Jacq se juntava ao pessoal mais a frente, ele parou de falar por um instante e depois falou de novo com Eline

 

          -Tenho um negócio pra vocês e quero te apresentar o pessoal novo que tem me ajudado – Vitor falou enquanto passavam por um corredor com portas abertas e pessoas dentro das salas – Eline, essa é a Doutora Veronica, ela tem me ajudado com o pessoal que procura o hospital, ela chegou aqui a poucos meses

 

          -Prazer, Veronica, meu nome é Eline – Eline estendeu a mão

 

          -Prazer, o Vitor me falou sobre vocês – Veronica falou

 

          -O resto do pessoal foram na frente, só ficou eu para trás – Eline falou enquanto olhava para o corredor em que os outros já haviam passado

 

          -Não tem Problema, a gente tem tempo – Veronica falou com ar de riso no rosto

 

            -Veronica tem tratado algumas pessoas que chegam até nós, a final aqui era o antigo hospital regional da cidade, apesar de ter poucos recursos a gente ta se virando com o que a gente encontra – Vitor falou

 

            -Pessoas que foram mordidas vem aqui também? – Eline questionou

 

            -Não, só algumas com machucados, se alguém for mordido, não da tempo chegar até aqui – Vitor respondeu

 

                -Bom, Veronica foi um prazer, mas tenho que ir andando - Eline apertou a mão de Veronica e saiu com Vitor

Eles finalmente chegaram do lado de fora onde estavam os outros, Lucas e Thay disputavam um par ou ímpar enquanto Thiago observava junto com Jacq, e ao que parece Lucas ganhou uma melhor de três e saiu pelo portão para derrubar um zumbi que vinha solitário, não teve problema pra acabar com o morto, uma facada na cabeça parecia algo normal, Lucas nem ao menos fez força, só se aproximou e apunhalou de baixo pra cima, o zumbi caiu ao seus pés

               -Nossa Eline, quase esqueci - Vitor se virou para Eline e falou - faz um tempo que eu guardei umas coisas que nossa equipe conseguiu achar por aí. Ary, onde estão os rádios?

Ary entrou em uma guarita e trouxe uma caixa de papelão, dentro haviam vários rádios comunicadores, pareciam com os da polícia e alguns até tinham identificações.

-Estávamos vasculhando o centro da cidade, essa caixa estava jogada - Ary entregou um par para Eline e tornou a fechar a caixa - estão funcionando, nós usamos pouco, podem ficar com esses dois

            -Obrigado, estávamos mesmo precisa...

"Mas que merda é aquela" Thay e Lucas gritaram de repente, apontando para longe na rua, todos correram pra olhar, um carro vinha em alta velocidade e buzinando muito alto, atrás do carro vinha uma horda imensa de zumbis, o carro acelerou mais quando Thay, Lucas e Thiago apontaram suas armas para o carro.

            -Se ele não parar, abram fogo - Thiago falou, mas o carro continuou indo em sua direção - Bom, atirem.

Uma Rajada de tiros atingiu o carro em cheio, o motorista perdeu o controle e bateu no canteiro, o zumbis se aproximaram do carro e o cercaram. Dezenas de zumbis estavam rodeando o carro, mas a buzina não parou, o que atraiu mais ainda os zumbis.

-Tem muitos zumbis lá, não podemos deixá-los ali tão perto - Thiago falou - temos que traçar um plano

Sem pensar muito, Thay e Lucas foram em direção a horda, cada um com uma faca na mão, em seguida, o Ary e o Thiago também se juntaram a eles, Marcio e o Luiz ficaram para traz por ordem de Eline.

Freneticamente o grupo golpeou os zumbis até que todos estivessem no chão, Lucas abriu a porta do carro, o homem estava deitado sobre a buzina, por isso a buzina estava continua, Lucas tirou a cabeça dele de cima da buzina então o som parou.

            -Esse cara não parece ser daqui, nunca vi ele – Ary falou

            -A placa indica que esse carro é de uma cidade chamada Teixeira – O Lucas respondeu

            -Provavelmente ele estava levando essa horda para longe de sua comunidade – Thay também falou

Eline e os outros se aproximaram, olhou todos aqueles mortos no chão, alguns muito deformados e com parte doas maxilares quebrados. Pareciam mortos a muito tempo

            -Cidade de Teixeira, não é longe daqui – Thay falou

            -Mas a Equipe de recrutamento já não passou por lá? – Thiago questionou

            -Passou quando era o Igor era o recrutador, esse deve ser um grupo novo – Jacq falou – Eu também estive lá com o Igor

            -Depois eu mesma irei com os recrutadores ver esse grupo lá – Falou Eline – Agora vamos limpar essa bagunça e voltar para casa

 

Quando tudo estava pronto, o grupo partiu para a comunidade, alguns minutos até pegarem a rodovia principal, dez minutos depois eles estavam no portão de Santa Gertrudes, já era quase noite e o Bruno montava guarda, abriu o portão e os carros entraram

            -Pessoal, ainda tem comida para vocês – Beta falou – como foi no laboratório?

            -Beta, reúna todos aqui – Eline falou com cara de decepção

Pouco tempo depois todos estavam na entrada da comunidade, enquanto os outros ainda saiam dos carros, e passavam direto para o local do jantar, Eline levantou a mão e fez acenos para que todos prestassem atenção.

            -Bom, vai ser bem difícil de dizer isso, mas é preciso – Eline começou a falar – Nós queríamos respostas para o que aconteceu com as pessoas de repente sem mais nem menos começaram a voltar a vida com as formas que nós apelidamos de zumbi. Pois bem, não há cura, fomos atingidos por uma guerra silenciosa, a humanidade perdeu a guerra.

            -Mas como isso aconteceu? – Beta perguntou

            -Não importa mais – Eline tornou a falar – esse mundo não é mais nosso, estamos infectados, NÓS SOMOS OS MORTOS VIVOS.

O silencio tomou de conta do local, todos entenderam que não havia mais esperança de cura. Eline parou de falar e abraçou sua amiga Beta, Joelza também se juntou a elas e logo se tornou um abraço coletivo, “Nós vamos sair dessa” Beta falava baixinho enquanto se apertavam e choravam.

Instantes depois de um longo abraço Eline viu Edu se aproximando, ele saiu da casa do Igor em direção a ela com um pequeno caderno na mão.

            -Eline, eu estava andando por aí e acabei entrando em algumas casas – Edu começou a falar – aquela casa era a do Igor né? Foi a última que entrei e achei uma caixa com revistas em quadrinhos e livros, em cima achei esse diário, acho que você tem que ler.

            -Nossa, claro Edu – Eline respondeu – Vou ler sim, e pode ficar com os quadrinhos, O Igor gostava mesmo.

Os dois apertaram as mãos e Eline foi em direção ao jantar, Edu voltou para a casa do Igor, Bruno continuou montando guarda nos muros enquanto a noite caia e as luzes das estrelas iluminavam o céu escuro.

Dentro de casa e já em seu quarto deitada na cama, Eline tomada pela curiosidade abriu o diário, algumas páginas estavam rasgadas e logo depois tinha uma rasura sobre um nome que ficou ilegível, e logo em baixo o nome “Pedro Igor” escrito em letra maiúscula e em uma caligrafia nada bonita, Eline virou a página e começou a ler

“Querido diário, não sei bem se é assim que funciona, mas pelas páginas que lí da minha irmã, tem que começar com isso mesmo, hoje é minha primeira memoria, minha irmã passou para a faculdade e entra as coisas que ela deixou em casa, vou herdar este diário... Bom estou com 16 anos, agora estou morando só com meus pais, e é só isso que vou escrever agora”

Obviamente Eline viu que o diário era do Igor e voltou a ler as próximas paginas

“Querido diário, não tenho muitas coisas para contar sobre hoje, por isso vou atualizar você semanalmente, vou esperar juntar algumas coisas e logo voltarei a escrever”

“Querido Diário, acho que te chamarei de semanário, hoje completo 17 anos, estou feliz que algumas pessoas da minha família estiveram aqui, inclusive a minha irmã, acho que ela quer o Diário de volta, ela disse que esqueceu ele, e ficou brava por que não avisei que ele estava aqui”

Eline nas próximas páginas viu uma caligrafia diferente da letra do Igor, ela viu que era da irmã dele contando suas aventuras na faculdade, ela foleou as páginas com rapidez, e parou onde tinha uma folha um pouco enrugada, como se tivesse sido molhada e depois seca com o tempo, estava até um pouco amarelada e ela leu

“Querido diário, nem tudo na faculdade são maravilhas, a alguns dias me apaixonei por um cara, e esse cara me desapontou, me humilhou em público, e eu perdi meu chão, não sei mais o que fazer, acho que essa é minha última atualização, adeus todo mundo”

Eline olhou mais em baixo na folha onde ela reconhecia mais uma vez a caligrafia do Igor

“Eu vou atrás dele minha irmã, eu juro”

Na página seguinte ela leu

“Depois de tanto tempo estou voltando a escrever aqui, agora estou com 18 anos, passei na prova para a polícia militar, eu vou pegar o cara que fez minha irmã se suicidar”

“Fui chamado hoje para assumir minhas funções de policial, depois de quase dois meses tentando e sem tempo de escrever... tive muito perto de encontrar o filho da puta”

“Depois de meu período de treinamento, conheci meus superiores, pessoas boas por sinal, vou ficar patrulhando no carro da polícia... acho que vou chamar esse diário de mesário”

“Querido mesário, hoje eu prendi o primeiro criminoso, Sargento Eline é muito esperta, está chegando o tempo de sua promoção para tenente”

“Querido mesário, faz dois meses que estou sem escrever, infelizmente não vou poder ser promovido para cabo, por um bom tempo, encontrei o filho da puta que fez minha irmã se matar e quase o matei, fiquei preso no batalhão por um bom tempo, mas valeu a pena, eu ainda vou matar ele”

“Querido mesário, amanhã é o aniversario da Tenente Eline, combinei com o Sargento Thiago que faríamos uma surpresa para ela, veremos sua reação”

Na outra página um texto bem longo que cobria toda a pagina

“Querido Semanário, aconteceu um acidente grave no dia do aniversário da Tenente Eline, ela caiu na surpresa, mas fomos parar no hospital depois de uma grande explosão no posto de combustível, ela acordou depois de dias em coma, mas agora estamos bem, estamos na casa do Vitor em Santa Gertrudes, o exército invadiu a cidade e isolou tudo, eu vi coisas estranhas acontecendo, e todos os meus amigos foram trazidos para cá, meus pais também vieram por causa da segurança. Não sei bem o que eu vi, mas me pareceu que uma pessoa que estava morta voltou a vida, ela mordeu a pessoa que estava chorando em seu peito...

Eline virou a pagina

Eu ajudei as pessoas a virem para cá, pelo menos meus amigos da polícia estavam todos aqui esperando resposta, mas eu ainda precisava ir na cidade. Patos estava um caos, lojas sendo saqueadas e supermercados pegando fogo, quando cheguei em casa não deu muito tempo para pegar minhas coisas e dos meus pais. Depois de correr até a delegacia, eu não vi mais sinal de pessoas lá dentro, nem armas nem viaturas, peguei um carro comum fora da delegacia e fiz uma ligação direta para liga-lo...

“As pessoas estavam morrendo e voltando a vida, que loucura, eu ví o cara de maltratou minha irmã, ele olhou pra mim, agora eu não tinha mais por que me preocupar, matei aquele filho da puta”

Eline já caindo de sono, ainda procurava forças para continuar lendo

“Infelizmente perdemos pessoas, é duro para mim estar escrevendo isso, mas alguns dos que vieram para cá se foram, meu pai foi mordido na cidade e minha mãe tentou cuidar dele, infelizmente ele se transformou e levou minha mãe junto”

“Parece que o movimento na cidade havia parado, carros passavam pela BR como loucos, alguns paravam e pediam abrigos, mas raramente alguém ficava, hoje chegou uma família, O nome dela é Jacqueline, ela e seu marido tem dois filhos”

“Estamos ficando sem comida, perdemos mais pessoas, estamos colocando um portão na entrada da comunidade quando o marido da Jacq se distraiu e não viu mortos saindo da mata, ele foi mordido no pescoço, seus filhos que estavam com ele, também foram mordidos e tristemente mortos, durante um tempo tivemos que conter a Jacqueline, ela tentou se matar algumas vezes, mas o Vitor conseguiu acalma-la”

“Faz duas semanas que levei o Vitor para o hospital regional, ele prometeu estudar sobre o que está acontecendo, aproveitei e vi a cidade vazia, e fui procurar coisas, logo vi um cara correndo e atirando em alguns mortos, eu abri a porta do carro e ele entrou, o nome dele é Lucas, e agora ele também está aqui na comunidade”

“Depois de tudo, ainda bem que aqui tem luz solar, faz um tempo que estou na estrada, passei por várias cidades em busca de pessoas, achei bem poucas, Joelza, o Bruno, a Jess e a Kay que me seguiram”

 “Depois de tanto tempo sem escrever nada, volto hoje, perdi a noção do tempo, acho que já se passou muito tempo desde que estamos morando aqui, Eline voltou depois de visitar o Vitor na cidade, ela trouxe o Luiz, precisamos dele, ele plantou várias coisas e o Thay achou alguns porcos abandonados”

“Tenho trabalhado muito com a Jacq, Eline pediu para que eu não recrutasse mais e colocou alguém mais experiente para isso, a Joelza realmente conhecia os caminhos, ela trabalhava com mato eu acho”

“Hoje bateram em nosso portão dois caras, o Marcio e o Jorge, parecem ser gente boa”

“Depois de tanto tempo procurando coisas na rua amanhã de manhã vamos sair em missão, a Jacq vai comigo no carro, ela é muito linda, não sei como ela está se sentindo depois que ela perdeu sua família”

“Querido diário, pensei muito durante a noite, hoje quando nós voltarmos e estivermos todos reunidos a mesa, vou falar com a Jacq, eu estou apaixonado por ela, tomara que ela aceite”

Eline viu que aquele era o último texto que o Igor escrevia, ele estava apaixonado pela Jacq mas morreu antes que pudesse se declarar. Eline dormiu com lagrimas nos olhos.



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