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História The Walking Dead - Odeio Amar Carl Grimes - Eu estou ótima


Escrita por: Mila_Scarlety

Notas do Autor


OOOI WALKERS! Aqui está mais um capítulo, desculpem pela demora.
Espero q gostem,
Desculpem se houver erros de digitação...
Boa leitura! (☆_☆)

Capítulo 39 - Eu estou ótima


Fanfic / Fanfiction The Walking Dead - Odeio Amar Carl Grimes - Eu estou ótima


  Ainda era madrugada, eu podia ver a luz da lua por através do tecido fino da cortina da janela. Eu não estava conseguindo dormir direito, apenas cochilos rápidos e sonhos ruins.
  Assim que o efeito da anestesia começou a passar, as dores foram se tornando insuportáveis, e eu fazia o máximo de esforço pra não me mexer muito e nem gemer, pra não acordar o Carl. Ele dormiu a algumas horas, belo vigia ele é.
  Com o maior cuidado, tentei me soltar do abraço dele, sim, ele dormiu abraçado a mim. Estava aconchegante no começo, mas agora estava doendo, e muito.
   - Thaylor? - Merda, missão falhada, ele acordou.
   - Desculpa, - Sussurrei. - Mas é que... você pode me soltar? - Pedi meio constrangida.
   - Ah, claro. - Estava escuro, mas eu sabia que ele havia corado. Os braços dele me soltaram, e afastei um pouco meu corpo do dele.
   - É só que... estava doendo, sabe. - Expliquei, eu não queria que ele pensasse que eu não gosto de abraços.
   - Quer alguma coisa?
   - A não ser que tenha uma poção mágica que possa me curar, não.
  Ele riu, levantei a cabeça até meus olhos se encontrarem com o dele, aquele azul ficava ainda mais lindo a luz da lua, eu não conseguia parar de apreciá-lo, era fascinante. Ele me encarava de volta, sem expressão, apenas me olhava. Senti vontade de me aproximar mais dele, não passou de vontade, eu nem me atrevi a me movimentar, meu corpo estava pesado demais pra isso.
  Meu coração deu uma acelerada quando ele chegou mais perto de mim, quase que encostando nossos narizes.
   - Tenta dormir. - Cochicou, quase inaudível, fazendo eu me arrepiar de repente.
  Assenti sem dizer nada, e me virei pro lado, ficando de costas pra ele. Era estranho estar deitada na mesma cama que o Carl, as vezes me sinto desconfortável, mas me sinto segura ao mesmo tempo.
  Olhando pro espelho, consegui enchergar as profundas olheiras que contornavam meus olhos, resultados de uma hora de choro.

  Respirei fundo e fechei os olhos, numa tentativa falha de dormir. Acho que vou mesmo ver o sol nascer.
  Carl começou a cantarolar uma canção que eu desconhecia, era calma e enjoativa. Mas sua voz era gostosa de ouvir, tornando a música um pouco suportável.
   - Que chato. - Comentei fazendo careta.
   - Essa é a ideia. - Riu e continuou cantando.
  Fiquei sonolenta depois de uns minutos ouvindo aquilo, então ele parou.
   - Continua, tá funcionando. - Murmurei dando um bocejo, e o lado do meu rosto que levou uma bofetada ardeu.

                               ***
"- Você nunca vai me pegar! - Gritou Emma, se escondendo atrás de uma árvore.
  - Eu vou sim! - Gritei de volta e corri em direção a árvore em que ela estava, mas ela saiu correndo de lá. - Não vale!
  A gente estava num campo aberto, onde meu pai sempre nos levava pra fazer pequeniques nos raros dias em que eu saía de casa. O sol estava forte, mas eu não sentia o calor dele na minha pele, tinha alguma coisa errada.
  - Para de correr Emma! - Me sentei na grama, desistindo de alcansá-la por causa do cansaço.
   - Você não pode parar Thaylor! Tem que me pegar! - Falou rindo, enquanto ainda corria em círculos pelo campo. - Levanta Thay, a pedra está logo ali.. vem me pegar!
  Pedra? Ela parou de correr, ficando de costas pra mim.
  De repente tudo ao meu redor ficou cinza, as flores, os balanços, a grama, até eu e Emma.
  - Em? - Chamei, e então ela se virou pra mim, saía sangue de um ferimento em sua cabeça, e o sangue era a única coisa não era cinza. Ela me olhava com um olhar duro e inexpressivo.
  - Suas mãos estão sujas também, Thaylor."
                              ***

   - Thaylor? - Era a voz do Carl, abri os olhos de repente.
   - O-oi. - Respondi sem me virar pra ele, percebi que eu estava suando e afagando.
   - Você está bem? - Perguntou preocupado.
  Não consegui responder, o sono me tomou de repente, e adormeci.

       ~ FLASHBACK THAYLOR ON ~

   - Thaylor! - Eu ouvia Emma chamando enquanto eu corria pelos corredores da escola, me desviando das outras crianças que riam de mim. - Thaylor!
  Parei de correr ao chegar nos fundos da escola, tirei a mochila das costas e a larguei no chão, em cima da grama. Apoiei minhas mãos no banco de madeira que ficava debaixo de uma enorme árvore. Minhas costas e meus braços doíam por causa dos ematomas que eu tinha acabado de ganhar. Minha respiração estava falha e descompensada, fechei os olhos, deixando o ódio me consumir.

   - THAY! - Abri os olhos e comecei a tossir, eu estava sem ar. Emma segurava meus ombros, me encarando assustada. - Você está vermelha! Respira!
  Respirei fundo e suspirei, mas meus batimentos continuaram acelerados.
  Me soltei dela e olhei ao meu redor, estávamos sozinhas, atrás da escola. O sol estava forte e eu estava com a garganta seca.
   - Ai meu Deus, como vamos voltar pra casa com você assim? - Emma levou as mãos a boca em sinal de desespero, enquanto examinava meus machucados, me olhando de cima a baixo.
   - Eu odeio elas! - Falei com o mais puro ódio, meu sangue fervia de raiva, e isso fazia os machucados doerem mais.
   - Por que elas fizeram isso Thaylor? - Perguntou como se eu soubesse a resposta. - Você provocou elas?
   - NÃO! - Ela deu um passo receoso pra trás. - Emma, me dá sua tesoura de ponta! - Eu não estava pedindo.
  Emma me encarou desconfiada.
   - Pra que? - Perguntou.
   - Não importa, só me dá a tesoura!
   - Não sei não... você está estranha.
   - Me dá logo!
  Ela se assustou com meu grito, então foi tirando lentamente as alças da mochila de cima dos ombros, e a colocou em cima do banco. Abriu e tirou a tesoura pontuda de dentro.
  Estendi a mão pra que ela me entregasse o objeto. Ela parecia hesitante, então apressei as coisas e puxei a tesoura da mão dela.
   - Elas vão se arrepender. - Murmurei girando a tesoura na altura dos olhos, olhando pra aquilo como se fosse a coisa mais fascinante que já vira, e naquele momento, realmente era. Mas eu precisava testar sua eficiência.
   - Olha que fofo, um passarinho! - Emma exclamou animada, e avançou com cuidado até o banco onde o pássaro havia pousado. Ela o pegou com cuidado, não sei qual é a graça que ela vê nesses bichinhos.
  Fui até ela, e observei a ave piando, é.. acho que ele basta.
  Levantei a tesoura e dei um único golpe nas costas do pássaro. Emma gritou apavorada e soltou a ave, ele caiu no chão, fazendo um som estranho.
   - É... bem afiada. - Conclui olhando pro pássaro sangrando no chão.
  Emma tapou os olhos com as duas mãos, não querendo olhar pra aquilo.
   - Para de chorar, era só um passarinho. - Falei.
   - QUAL É O SEU PROBLEMA? - Ela tirou as mãos dos olhos e me fitou com fúria. - PORQUE FEZ ISSO?! E PARA DE RESPIRAR ASSIM!
   - CHEGA! - Gritei tentando controlar meus batimentos, mas eu não conseguia. Limpei o sangue da lâmina na minha blusa. - Não interessa.
   - E o que você vai fazer com isso? - Emma estava com a voz trêmula. Me encarava com um olhar amedrontado e triste.
  Refleti por um instante, analisando o metálico afiado do objeto.
   - Ainda não decidi. - Respondi e voltei a olhá-la. - Amanhã eu vejo isso.
   - Vamos pra casa, mamãe e papai devem estar nos esperando. - Colocou a mochila de volta nas costas e passou as mãos no rosto, secando as lágrimas das bochechas. - Acho que você vai precisar de muitos corativos.
   - Você "acha"? - Indaguei sarcástica, meu sangue ainda fervia. - Sabe Emma, você é minha irmã mais velha, e deveria me proteger!
   - Mas eu te protejo!
   - Mentirosa! Você viu a Dulce e a Jeny me baterem, e não fez nada!
   - E o que eu podia fazer?
   - Muita coisa. - Falei olhando pra tesoura. - Você é uma péssima irmã.
   - Não sou não! - Se enraiveceu de repente. - E vou provar pra você!
  Ela segurou minha mão e puxou a tesoura.
   - Ai! - Gritei olhando pras costas da minha mão, onde ela acabou passando a unha, arrancando um pouco de sangue. - Caramba, precisa cortar essas unhas!
   - E você também. - Ela deu de ombros. Olhei pras minhas unhas, realmente eu não podia falar nada.
   - O que vai fazer com isso? - Perguntei apontando pra tesoura em sua mão.
   - Sou uma ótima irmã, Thaylor. Vou provar que posso te proteger. - Respondeu com um olhar sombrio, nunca a vi com esse olhar antes. Ela guardou a faca no bolso de trás do macacão jeans que estava usando. - Vamos embora, tenho aula de piano hoje, e você precisa cuidar dos ferimentos.
   - Vamos. - Falei, Emma já ia pegando minha mão. - Espera. - Falei e a abracei, ignorando a dor que senti nos braços.
  Ela sorriu meio triste.
   - Eu te amo Thaylor. - Sussurrou me abraçando mais forte, acho que ela esqueceu que eu estava machucada.
  Passei a mão discretamente no seu bolso, tocando a tesoura. Sorri.
  Olhei pro passarinho que estava logo a frente, ele ainda se mexia, estava agonizando, morrendo lentamente.
  "Passarinho bonitinho..."
   - Amo muito. - Emma repetiu me dando um beijo na bochecha. Minha respiração começou a se normalizar.
   - Eu te amo também.

                  ~ FLASHBACK OF ~

   - O que você disse? - Despertei atordoada, sentindo minhas pernas trêmulas e o suor pingando do meu rosto. Pisquei várias vezes antes de enchergar as coisas com clareza, e me assustei ao perceber que estava em pé. Carl estava na minha frente, me segurava pelos cotovelos, uma das minhas mãos estava fechada, como se eu segurasse alguma coisa invisível. - O que disse?
   - Hã? - Eu estava atordoada e confusa. - Como que eu...
   - Você disse "eu te amo.". - Carl me olhava com o cenho franzido.
   - Eu disse o que?
   - Olha... não sei o que aconteceu, mas você não tá bem. - Ele me conduziu até a cama e eu me sentei, encarando ele, eu estava atônita. Os primeiros raios de sol já estavam batendo no pé da minha cama. - Eu não sabia que você era sonâmbula.
   - E não sou. - Ele se sentou do meu lado.
   - Como sabe? - Me olhou arqueando a sobrancelha, duvidando.
   - Eu não sou sonâmbula, isso nunca tinha acontecido antes. - Balancei a cabeça e soltei um suspiro longo e cansado.
   - Fiquei preocupado. Você estava dormindo e de repente se levantou, nem parecia que estava sentindo dor. Ficou mexendo a boca como se estivesse tentando falar. - Ele contava enquanto eu ia tentando assimilar as coisas. - Você estava estranha. Foi um pesadelo?
   - Foi uma lembrança. - Eu senti uma pontada no peito. - Tenho certeza, era real.
   - Mas se foi uma lembrança... você já se lembrava, não? - Me olhou confuso.
  Neguei com um movimento de cabeça, eu não me lembrava daquilo.  Eu sentia um nó no meu estômago, que parecia subir até minha garganta e me sufocar. Aquilo foi estranho.
   - Quer... falar disso? - Acho que ele sabia o que aquilo significava, era uma das "memórias perdidas". Mas eu não queria falar disso, eu nem sabia o que pensar daquilo.
   - Não.
   - Ok. - Assentiu. Ficamos em silêncio.
Eu tentava analisar o que aconteceu. Minha cabeça trabalhava a mil, e eu não conseguia organizar os pensamentos naquele momento. Será que aquilo foi um surto?
   - Quem... - Carl cortou o silêncio, chamando minha atenção. - ... pra quem você disse "eu te amo"?
  Ele parecia encabulado e relutante em perguntar isso.
   - Emma. - Respondi, não sei por que, mas eu quis deixar isso claro.
   - Ah. - Murmurou, parecendo satisfeito com a resposta. - Você estava cantando uma música. - Comentou.
   - Que música? - Inquiri, não me lembro de ter cantado nenhuma música.
   - Era algo como "Passarinho bonitinho... vai morrer devagarzinho..." - Catarolou como se imitasse a mim. Fiquei imóvel, sem saber o que responder. Eu não cantei isso.
   - Só... não me faça perguntas agora. - Pedi fechando os olhos com angústia. Eu estava com medo, e nem tenho certeza do porque.
   - Claro. - Concordou e senti ele se levantar. Abri os olhos novamente. - Eu vou pegar um copo d'água pra você. - Falou pegando a jarra vazia da minha cômoda, e se retirou do quarto. Mas voltou no segundo seguinte, com a jarra ainda vazia. Ele colocou ela de volta na cômoda e pegou sua arma.
   - Ei, o que foi? - Perguntei alarmada.
   - Shh! - Levou o indicador a boca, pedindo silêncio. Ele saiu de novo do quarto. Me levantei, não queria ficar ali imaginando o que estava acontecendo. Me equilibrei em pé, andando de vagar, minhas pernas ainda estavam fracas.
  Cheguei na porta do quarto, e olhei pro lado, onde Carl estava em pé apontando a arma para o cara cabeludo, que estava de costas sentado no degrau da escada, e parecia não estar preocupado com uma arma mirada em sua cabeça.
   - Calma garoto, estou esperando seu pai e sua mãe se vestirem. - O "Jesus" falou sem se virar.
  O que ele queria dizer com isso?
  E então entendi quando escutei o barulho da maçaneta e a porta do quarto do Rick se abrir, saindo de lá, Rick que estava fechando o zíper da calça, e Michonne com um roupão. Eles me olharam constrangidos, e passaram direto pelo corredor, indo até a escada. Rick pediu pro Carl baixar a arma, e meio relutante, ele obedeceu. E pareceu tão surpreso quanto eu, ao ver Rick e Michonne daquele jeito.
  Carl veio até mim, deixando eles com o Jesus no corredor.
   - Você acha que eles...
   - Tenho certeza. - Respondi sem esperar ele completar a pergunta. - Esquece a água, eu vou tomar banho. - Falei me virando.
   - Não vai precisar de ajuda?
  Tive que me virar novamente e olhar pra ele, não acreditando no que ouvi.
   - Claro, vai querer segurar o sabonete pra mim? - Indaguei sendo o mais sarcástica possível, mas estava séria.
  Ele franziu a testa, me encarando com cara de lezado. Então ele corou e riu balançando a cabeça.
   - Claro que não estou falando da minha ajuda, se é o que está pensando. - Explicou, agora eu que me senti uma lezada. - Estou falando da Maggie ou Michonne ou...
   - Eu não preciso de ajuda, valeu. -Dispensei, acho que posso tomar meu banho sozinha. - Carl, obrigado por ter ficado comigo. Quero dizer, foi...
   - Não a de quê. - Sorriu e deixou o quarto.
  Abri o closet e fui pegando qualquer roupa do cabide, estava distraída.

  "Já parou pra pensar, que talvez você não queira realmente se lembrar?" - As palavras de Morgan vieram a minha cabeça.
   - Não, não parei. - Respondi em voz alta, como se ele estivesse ali me ouvindo.
  Eu queria me lembrar de tudo, ou pelo menos achei que queria. Mas agora que essa lembrança veio a minha cabeça, estou com medo do resto, com medo de mim. Talvez Morgan esteja certo, "o que o cérebro esconde da gente, melhor deixar escondido". Não quero me corroer com as lembranças do passado, segui em frente com isso até hoje, porque não posso continuar seguindo? "Você sabe a resposta" - Falou uma vozinha dentro da minha cabeça.
Depois de pegar as roupas, fechei o closet e me encarei no espelho por uns segundos, analisando meu estado: péssima.

  "Passarinho bonitinho... vai morrer de vagarzinho, quem mandou sair do ninho..?"

   - Sai da minha cabeça! - Gritei puxando os cabelos com frustração, deixando minhas roupas caírem no chão, merda. Eu estava entrando em estado de ansiedade. - Diário, diário, diário...
  Peguei a chave escondida debaixo do tapete, e abri a gaveta com as mãos trêmulas. Peguei o diário e a caneta, e comecei a escrever descontroladamente, minha letra saindo borrada pela rapidez com que eu escrevia.

  Fechei o diário. Porque não estava funcionando? Eu já devia estar me sentindo melhor!
  Comecei a bater o pé no chão, por causa do nervosismo. Uma adrenalina estranha percorria pelo meu sangue.
Tenho que me livrar disso... olhei pro lado, meus olhos se estreitaram ao ver a jarra em cima da cômoda. Sem pensar duas vezes, peguei ela e a joguei contra a parede, o chão foi coberto em pedacinhos de vidro, meus pés descalsos foram atingidos, mas não me machuquei. O barulho dos estilhaços se espalhando não pareceu chamar atenção de ninguém, acho que estou sozinha em casa.
Minha cabeça parou de rodar, e meu coração voltou a bater normalmente, a ansiedade e adrenalina pareceu me deixarem.
   - Está tudo bem. - Comecei a repetir sem parar, até conseguir me convencer disso. - É Thaylor, você está ótima.


Notas Finais


Espero q tenham gostado, se puderam comentem oque acharam por favor... vou tentar postar o mais rápido possível,
Bjuuus, vlw e até mais!!😘


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