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História The Walking dead - Ravenna, a filha do Negan - Estamos só começando


Escrita por: Mila_Scarlety

Notas do Autor


Oii Walkers! Espero q vcs gostem dessa fic... e se vcs gostarem eu continuo😊
Sei que este capítulo ficou ENORME, mas foi porque eu quis adicionar o máximo do primeiro ep da 7 temp de twd... mas prometo q os próximos capítulos serão BEM menores do q este😂

Bom... Desculpem se tiver erros de digitação..
Boa leitura! (☆_☆)

Capítulo 1 - Estamos só começando


Fanfic / Fanfiction The Walking dead - Ravenna, a filha do Negan - Estamos só começando


             》》》POV CARL 《《《

   Eles foram mais espertos do que nós, conseguiram nos enganar, e agora estávamos ali, ajoelhados perante a eles, completamente indefesos.

    - Vamos conhecer o homem! - Falou um dos caras batendo na porta da van que estava estacionada ali. Segundos depois a porta se abriu, revelando um homem de sorriso sarcástico que aparentava ter uns 40 anos, ele usava uma jaqueta de couro e tinha um bastão de basebol com o que parecia ser arame farpado em volta, apoiado sob o ombro. Esse devia ser o tal Negan.

    - Já estão mijando nas calças? - Debochou dando uns passos na nossa direção. - Cara, eu sinto que estamos chegando perto. - Riu enquanto passeava com passos lentos entre nós. - Sim. Vai ter xixi nas calças daqui a pouco. Qual desses putos é o líder? - Meu coração gelou.

    - É esse daqui. - Um dos caras disse apontando o dedo na direção do meu Pai. - Ele é o cara.

   Ele andou até o meu pai, o bastão com arame farpado ainda apoiado em seu ombro.

    - Oi. Você é o Rick, certo? Eu sou o Negan. - Se apresentou com cinismo. Agora sua expressão sarcástica se fecha em um semblante sério. - E eu não gosto de você matando meus homens. Além disso, quando eu mandei o meu pessoal pra matar a porra do seu pessoal por ter matado o meu pessoal, você matou mais o meu pessoal! Não é legal. Não é legal porra, você não tem a porra da ideia de como essa porra de merda é. Mas acho que você vai ter bem rápido, em breve. Sim... em poucos minutos você vai se arrepender de ter cruzado comigo. - Ele riu. - Caralho, você vai. Veja Rick, o que você faz, não importa a porra que é, não mexa com a nova ordem mundial. E a nova ordem mundial é esta, e é realmente muito simples. Assim, mesmo se você é fodidamente estúpido, que você pode muito bem ser, você pode compreender.

   Meu pai tremia, ele estava apreensivo, com medo do que estava por vir. E eu sabia que algo horrível aconteceria.

    - Você está pronto? - Negan continuava a falar. - Aqui vai. Preste atenção. - Ele baixou o bastão e o apontou para meu pai, quase que esfregando ele em sua cara. - Me dê suas merdas... ou eu mato você. - Meu pai não disse nada, Negan riu tirando o bastão da cara de meu pai, e voltou a andar a nossa volta balançando aquele bastão. - Hoje foi dia de orientação. Nós investimos muito para que vocês saibam quem sou e o que posso fazer. Vocês trabalham para mim agora. - Disse parando de frente pro meu pai e apontando o bastão em sua direção. - Vocês tem merdas, dão pra mim. Esse é seu trabalho. Agora, eu sei que é uma coisa grande, desagradável de engolir... mas vão engolir, vocês com certeza ficarão filhos da puta. Você governou um acampamento, você construiu algo. Você pensou que era seguro. Eu entendo. Mas mundo a fora, vocês não estão seguros, nem mesmo um caralho de perto.

    - Na verdade, vocês estão fudidos. - Ouvi uma voz feminina atrás de mim, mas não me virei pra ver quem era. - Estão muito fudidos.

    - Uou! - Negan exclamou rindo enquanto olhava pra alguém a nossas costas, provavelmente a garota que o interrompeu. - Pensei que estivesse em casa, florzinha.

    - Pois é... acabei de chegar. Lá estava um tédio desgramado! - Disse e pude ouvir seus passos se aproximando. - A casa está cheia hoje... então são esses os desgraçados que mataram nosso pessoal?

    - São esses sim. Vem aqui conhecê-los, dar um oi. - Ele debochou, ouvi os passos dela se aproximando. E então ela parou na nossa frente, ao lado do Negan. Meu olhar subiu de seus pés até seu rosto, que estava escondido pela sombra do chapéu que ela usava. A garota aparentava ter minha idade, ela usava botas pretas, uma calça jeans escura e uma jaqueta de couro, e segurava uma calibre 12 nas mãos.

   Negan pôs o braço em volta de seu pescoço e deu um sorriso orgulhoso.

   - Quero que conheçam essa adorável florzinha, minha filha, Ravenna. - E então ela deu um passo a frente, e a luz do farol da van iluminou seu rosto, permitindo que eu pudesse enchergá-la. E ela era tão...

       
          》》》POV RAVENNA《《《

   Eu não podia ficar parada em casa sabendo que a Lucille teria trabalho hoje, e eu adorava vê-la em ação!

    - Quero que conheçam essa adorável florzinha, minha filha, Ravenna. - E então eu dei um passo pra frente, pra poder enxergá-los mais de perto. Todos pareciam cãezinhos abandonados, tremendo e com medo. Entre eles, uma mulher de cabelos curtos, ela estava em um péssimo estado, talvez meu pai acabasse com o sofrimento dela.

    - Muito prazer, forasteiros. - Desdenhei dando um sorriso. Olhei pra cada um deles. - Qual deles é o "lider", pai? - Perguntei sem desviar meus olhos deles. Meu pai apontou pra um cara barbudo ali no meio, olhei pra ele quase sem acreditar, aquele cara suando frio e tremendo era mesmo o líder? - Bom... você não parece ser muito poderoso agora, não é, Rick.

   Ele desviou o olhar para o chão.

    - Que bom que cheguei antes do show! - Ri me afastando deles e me juntando ao Simons e os outros, deixando meu pai a vontade com eles de novo.

    - Bem, onde parei mesmo? Ah sim! - Meu pai se aproximou de Rick, que levantou a cabeça pra ele. - Vocês não estão seguros, como a florzinha disse, vocês estão fudidos! Mais fodido se você não me der o que eu quero. E o que eu quero são metade das suas merdas. E se isso é demais, você pode fazer, encontrar ou roubar mais. E vai se acertar mais cedo ou mais tarde. Esta é a sua vida agora. Quanto mais você resistir, mais difícil será. Então se alguém bater a sua porta... você fodendo nos deixa entrar. Nós somos os donos da porta. Você tenta fodendo nos parar, e nós vamos fodendo derrubar fodidamente. Você entendeu? - Perguntou ao Rick, e como não obteve resposta, ele se agaixou virando o ouvido perto do Rick. - O quê, sem resposta? - Ele se levantou novamente. - Vocês realmente não acharam que iriam passar por isso sem serem punidos, não é?

   Percebi Rick ficar mais nervoso, se é que era possível.

    - Eu não quero matar seu pessoal. - Continuou meu pai. - Só quero deixar isso claro desde já. Eu quero vocês trabalhando pra mim, e vocês não podem fazer isso se vocês estão fodidamente mortos, podem? Eu não estou cultivando um jardim.

   Eu ouvia o discurso do meu pai atentamente, ele era foda. Eu me espelhava nele pra ser uma grande líder futuramente, e é o que eu vou ser.

    - ... mas você matou o meu pessoal, um monte da porra deles, merda. Mais do que eu posso suportar. E por isso, por isso que vocês vão pagar fodendo. Então, agora... eu vou espancar na porrada do caralho, fodendo, fodendo e fodendo um de vocês. - Ele girou a Lucille nas mãos enquanto se aproximava um pouco mais do Rick. - Esta, (ele mostrou o bastão) esta é Lucille, e ela é pavorosa.

   Eles observavam o bastão nas mãos do meu pai, ah... tenho certeza de que aqueles infelizes já tinha sujado as calças! E olha que o melhor do show ainda nem começou!

    - Tudo isso, tudo isso é só para que possamos escolher qual de vocês recebe a honra. - Meu pai começou a caminhar por eles, parou de frente pra um ruivo barbudo que levantou a cabeça destemido. Meu pai riu passando a mão em sua barba. - Eu tenho que fazer a merda da barba. - Comentou voltando a caminhar por entre o grupo. Ele andou até um garoto que usava um chapéu ridículo e uma faixa tapando um dos olhos. Eu não tinha reparado muito bem nele até então, ele parecia calmo diante daquela situação, ou pelo menos tentava aparentar isso. - Você tem uma de nossas armas. (meu pai se agaixou de frente pra ele) Sim. Você tem um monte das nossas armas.

   O garoto o encarava friamente, sem dizer nada.

    - Que merda, garoto, se anima. Pelo menos chore um pouco. - Meu pai zombou. Ele se levantou e foi até a mulher de cabelos curtos. - Jesus. Você parece uma merda. Eu deveria tirar essa angústia agora! - Ele levantou a Lucille, mas antes que pudesse fazer algo, foi interrompido por um japonês que se jogou da fila gritando.

    - NÃO! NÃO!

    - Para! - A mulher suplicou quando os homens de meu pai agarraram o cara e ameaçaram enfiar uma flecha em sua cabeça. - Deus!

    - Não. Não, leve-o de volta pra a fila. - Mandou meu pai e assim fizeram. Bufei de raiva, eu só queria ver miolos espalhados logo.

    - Não. Não. Não. - O japinha implorava fazendo meu pai rir.

    - Tudo bem, ouçam. Nenhum de vocês faça isso de novo. Eu vou acabar com essa merda, sem exceções. - Avisou. - A primeira é livre. É um momento de emoção, eu entendo.

   Uns segundos de silêncio se seguiu, enquanto meu pai olhava pra cada um deles, até parar o olhar em Rick.

    - É uma merda, não é? O momento em que você percebe que não sabe nada. - Meu pai fez uma breve pausa e olhou para o lado, na direção do garoto, e riu. - Este é seu filho, certo? - Perguntou apontando a Lucille pro garoto. - Este é definitivamente o seu filho!

    - Para com isso! Não toque nele! - Rick gritou.

    - Hey! Não me faça matar o pequeno futuro assassino em série. Não torne fácil pra mim!

   O que? Como assim "pequeno futuro assassino em série"? Ninguém mais além de mim vai poder ser um "futuro assassino em série"! Eu não vou permitir, nunca!

    - Eu tenho que escolher alguém, todo mundo está na mesa esperando para mim fazer o pedido. - Meu pai voltou a caminhar entre eles, assobiando. - Eu simplesmente nao consigo decidir.

    - Pai. - Chamei. - Tive uma ideia.

   Ele se virou pra mim e fez sinal pra que eu falasse.

    - Uni duni tê. - Sugeri, ele riu pra mim com orgulho, eu adorava quando ele fazia isso. Então ele se virou para o grupo.

    - Eu não disse que ela era adorável? - Ele riu zombando deles. - Então vamos lá!

   Meu pai apontou a Lucille pro Rick, e em seguida foi apontando ela para a cara de cada um, enquanto cantava:

   - Uni... duni... tê... salamê... minguê... um sorvete... colorê... eu vou... ter... que... escolher... - Aquele nervosismo todo me divertia, era como dar milho a uma galinha antes de torcer seu pescoço. - ... minha mãe... mandou... eu escolher... o melhor de vocês... o escolhido... foi... Você! - Ele finalmente decidiu, apontando a Lucille para o escolhido, que era o ruivo barbudo. - Nenhuma pessoa se mexe. Ninguém diz nada, senão cortem o outro olho do garoto e deem para alimentar o seu pai, e iremos começar. Você pode respirar, pode piscar, pode chorar... inferno, vocês todos vão estar fazendo isso!

  E então, sem mais demora, ele levantou a Lucille pro alto e deu uma pancada fodasticamente forte na cabeça do ruivo. Vibrei com os gritos que eles deram.

    - Olha pra isso! Tomando ela como um campeão! - Meu pai exclamou quando o cara levantou a cabeça ensanguentada para encará-lo.

    - Chupe meu pau. - Foi a ultima coisa que disse antes de cair no chão com mais uma porrada da Lucille. E mais uma, mais uma, e mais... foram incontáveis porradas que meu pai deu com toda a força até que a cabeça do cara se transformasse em suco de carne. Os gritos desesperados do grupo se intensificavam a cada porrada.

   Ele se levantou.

    - Olha só isso! - Ele exclamou balançando a Lucille e fazendo respingos de sangue mancharem um lado do rosto de Rick. - Vocês ouviram? Ele me mandou chupar o pau dele! - Meu pai deu uma gargalhada. - Olha só, minha garota safada! - Ele falou indo até uma mulher que chorava desesperada, e colocou o bastão ensopado de sangue na frente de seus olhos. Ela desviou o olhar pra outra direção. - Querida, olha só isto aqui. Oh nossa... vocês... estavam juntos? Que coisas chata né.. se estavam, fique sabendo, teve um motivo pra tudo isso. E nossa ele era, e sempre vai ser vermelho!

   Não pude aguentar, tive que rir daquilo.

    - Ele levou uma ou seis, ou sete pelo grupo! Então de uma boa olhada. - Ele mandou apontando a Lucille bem diante dos olhos dela, que soluçando, insistiu em não obedecer e manteve os olhos vidrados no chão. - OLHE AI!

   De repente um desgraçado filho da mãe que estava ajoelhado ao lado da moça, se levantou de uma vez e meteu um soco na cara do meu pai, que deu um passo pra trás levando a mão onde o soco tinha acertado, e começou a rir. Enquanto Dwight mantinha a bèsta apontada para a cabeça do cara, eu dei um avanço na direção do meu pai.

   Ele fez sinal com a mão pra que eu permanecesse onde eu estava, então obedeci.

    - Isso... hou nossa! Isso.. é proibido, - Ele exclamou rindo e se agaixou até o idiota, ele estava sendo segurado por uns três caras.- a coisa toda! Nada disso vai rolar aqui!

    - Eu posso acabar com isso agora. - Falou Dwight ainda mirando a bèsta pra cabeça do cara. Meu pai olhou meio pensativo, e então concluiu.

    - Não... não sem experimentarmos antes, isso é raro. - Falava analisando o cara, enquanto coçava o queixo. - coloque-o de volta na fila. - Eles obedeceram.

   Eu tinha certeza de que meu pai não desperdiçaria aquele cara assim, não sem antes explorá-lo um pouco.

    - Bem... o que eu disse antes? - Ele perguntou se levantando. - A primeira é de graça, e depois o que eu disse? Eu disse que ia acabar com tudo! Sem exceções. - Ele deu um suspiro, Lucille balançando em sua mão, as gotas de sangue manchando o chão. Pelo semblante do meu pai, ele estava aprontando alguma. O que era? Eu não fazia idéia, mas eu gosto de surpresas. - Agora, não sei com que tipo de babacas mentirosos vocês tem lidado, mas eu sou um homem de palavra. As primeiras impressões são importantes. Preciso que me conheçam. Então... de volta!

   Confesso que isso me pegou de surpresa, quando meu pai de repente atingiu a Lucille com duas pancadas fortes na cabeça do japonês, sem prévio aviso. Pelo que ouvi dos gritos, o nome dele era Glenn.

    - Caralho pai! Olha só o olho dele! - Exclamei boquiaberta, nossa aquilo era nojento. Comecei a rir.

    - Amigo, você ainda ta aí? - Meu pai perguntou se curvando pra olhá-lo mais de perto. Era realmente espantoso aquilo! - Eu não sei... parece que você está tentando falar, mas você levou uma baita de uma porrada! Eu bati com tanta força na sua cabeça que seu olho pulou pra fora! - Meu pai ria maravilhado com aquilo. - E é nojento pra cassete!

    - M-M-Maggie eu... eu vou encontrá-la. - Ele disse olhando pra mulher de cabelos curtos, ela chorava soluçando sem parar, imaginei que eles estavam juntos.

   Meu pai olhou pra Maggie forjando uma falsa expressão de pena.

    - Ouh... poxa, da pra ver que isso é duro pra vocês. Eu sinto muito, sinceramente. Mas eu avisei... sem exceções! - Dito isto ergueu o bastão e ele deu uma porrada na cara do Glenn, que caiu no chão, e desta vez, não se levantou.
Em meio aos choros e soluços, meu pai espancava a cabeça do cara com toda a força, o sangue respingou até em mim.

    - Vocês são um bando de covardes.. e eu só estou começando! - Falava enquanto continuava a espancá-lo. - A Lucille está com cede. Ela é um taco vampiro! - Ele parou de bater e andou lentamente em direção ao Rick, arrastando a Lucille e espalhamento pedaços de miolos pelo chão. - Que foi? A piada foi tão ruim assim?

   Rick parecia um pintinho recém nascido. Tão indefeso e inútil naquele momento.

    - Eu vou te matar. - Consegui segurar uma incrível vontade de gargalhar quando ele sussurrou isso. Coitado, acha que pode matar o meu pai!

   O Negan se agaixou na frente dele.

    - O que? Eu não ouvi direito, vai ter que falar mais alto.

    - Não hoje, não amanhã, mas eu vou matar você.

    - Jesus... - Meu pai virou a cabeça pra minha direção. - Você ouviu isso querida?

    - Ouvi sim. - Respondi com um sorriso sarcástico. Ele se virou novamente pro Rick.

    - Simon, o que ele tinha? Uma faca? - Perguntou pra aquele pau-mandado do Simon.

    - Uma machadinha. - Simon respondeu debochando. Ouvi uma risadinha do meu pai.

    - Uma machadinha?

    - Sim, um Machado. - Confirmou.

    - O Simon é meu braço direito. - Falou pro Rick. - Ter um é importante, sabe... o que sobra se não tivermos ajuda? Trabalho, muito mais trabalho. - Respondeu a própria pergunta. - Você tem um? Talvez uma dessas pessoas ainda vivas? Ou eu... Cloc! - Ele fez um estalo com a língua e fez um pequeno movimento com a Lucille.

   Rick agora o olhava com rancor e desprezo. Eu não gostava muito desse Olhar.

    - Claro.. é. Me dá o machado dele! - Ordenou e Simon apressou-se em obedecer, entregando o machado de Rick em sua mão. Depois de mais alguns segundos de silêncio enquanto ele encarava Rick, meu pai se levantou e guardou o machado no cinto da calça. - Eu já volto, e talvez o Rick volte comigo. - Falou agarrando o ombro de Rick e o arrastando até o trailer. - Se não, bom.. a gente vai virar esse povo do avesso! Quer dizer, os que sobraram! - E então entraram batendo a porta do trailer.

   Acompanhei com o olhar até a van sumir na neblina.
  Suspirei e olhei pra aquele mar de choro a minha frente. Como será que era pra eles? Estarem ali agora... assistindo tudo aquilo, e sem poderem mover um dedo! Com certeza aquilo era uma baita humilhação, porra... eu não queria estar no lugar deles.

    - Porra... isso deve ser uma merda pra vocês, né? - Me aproximei lentamente deles, que levantaram seus olhos vermelhos pra mim. - Mas foi uma merda pros nossos homens também, sim.. aqueles que vocês mataram. Espero que lá do inferno, eles possam estar assistindo isso aqui agora.

    - Com certeza estão. - Interveio Dwight com um tom amargurado.

  Cheguei mais perto deles, minha calibre 12 balançando em minha mão.

    - Caramba, você treme igual a um pintinho molhado. Qual é seu nome? - Perguntei parando de frente pra um cara gorducho com um rabo de cavalo, ele baixou a cabeça, completamente trêmulo. - EM?

    - E-E-Eugene! - Respondeu gaguejando.

    - Nossa, posso sentir o cheio de urina daqui, Eugene. - Debochei fazendo careta e andei até o próximo do seu lado, o garoto de chapéu.

    - E você garoto? - Perguntei com um sorriso sarcástico. - Qual é seu nome?

  Ele me encarava com um olhar feroz, e manteve-se calado. Revirei os olhos com tédio, não acredito que tenha um rebelde no grupo, não tenho paciência nem comigo.

    - Ahh vamos lá garoto! Estou tentando me socializar com vocês... sou uma pessoa legal. - Falei dando o meu melhor sorrido cínico. Ele permaneceu calado. - Ok tudo bem. Vem você aqui.

   Fui até o Eugene e o puxei pelo ombro, ele saiu da fila se levantando.

    - Ei florzinha! O que está fazendo? - Simon tentou me deter.

    - Fica quietinho ai Simon, e se me chamar de "Florzinha" novamente você vai levar um chute nas bolas que nunca mais vai esquecer! - Ameacei logo, e ele voltou pro seu lugar. - É Raven pra vocês.

   Então posicionei Eugene na frente do grupo, o coitado parecia um frango.

    - Você vai me apresentar cada um deles, ok? - Falei apoiando a calibre 12 no meu ombro.

    - O-ok. - Concordou balançando a cabeça.

    - Ótimo. Então.. - Apontei o indicador na direção do garoto. - ... qual é o nome desse filho da mãe?

    - O n-nome dele é-é Carl. - Respondeu.

    - Humm... Carl. - Murmurei olhando cinicamente pro "Carl".

    - E aquele ali? - Perguntei e fui apontando pra eles, enquanto Eugene falava os nomes.

    - Rosita... Daryl... Aaron... Michonne... Maggie... Sasha... Abraham e Glenn. - Ele baixou a cabeça nos dois últimos nomes.

    - Muito bem, Eugene. Pode voltar pro seu lugar. - O empurrei e ele cambaleou até seu lugar. Cocei a nuca enquanto analisava cada um deles. Fui até a mulher de cabelos curtos, Maggie. Ela soluçava com a cabeça baixa, me agaixei de frente pra ela, que levantou os olhos inchados pra me encarar. - Oi, Maggie. Deve ser difícil não é. - Ela permaneceu calada, apenas respirando ofegante. - Você deve estar planejando um monte de vinganças nessa sua cabecinha, não é? - Respirei fundo, soltando um assobio. - Não perca seu tempo com isso. Meu pai nem teve culpa, ele... não queria ter matado o seu... marido, talvez? - Ri enquanto mais uma lágrima escorria de seu olho.

    - P-para por favor. - Virei a cabeça na direção da mulher de cabelos estranhos que me encarava em súplica. - Por favor.

   Me levantei saindo da frente da Maggie, e andei até a mulher.

    - Michonne, certo? - Parei de frente pra ela, analisei ela de cima a baixo e ri. Me encaminhei de volta pro garoto, e sentei no chão de frente pra ele. - Carl. Me tira uma dúvida. Tem... um olho por baixo dessa faixa? - Perguntei franzindo o cenho, olhando pra faixa. Ele conseguiu me lançar um olhar ainda mais desprezível e se permaneceu calado. - Ora Carl, vamos... eu to muito curiosa pra saber.

   Ele não reagiu. Revirei os olhos com impaciência.

     - O que? Vai mesmo me obrigar a ter que ir ai tirar esse pano? Quer mesmo que eu faça isso? - Ele meio que me lançou um olhar desafiador, como se dissesse "pode vir". - Okay...

  Dei um impulso até ele, quando fiz menção de levar a mão pra tocar em sua faixa, ele me deu um empurrão e eu caí de costas pra trás.

    - Não. - Ele disse em um tom ameaçador.

    - Fiquem aí! - Gritei pros caras que já vinham na minha direção.

    - Carl não...! - Michonne exclamou assustada.

              》》》POV CARL《《《

   Ela estava me provocando, então acabei empurrando-a por impulso. Fui um idiota por ter caído nas provocações dela, e agora? Se o Negan matou o Glenn pelo Daryl ter dado um soco nele, o que ele faria sabendo que encostei na filha dele?

   Merda Carl! Onde você estava com a cabeça?

   Ela se levantou de vagar, e voltou a se sentar de frente pra mim, segurando a arma entre os dedos. Seus olhos me encaravam com fúria, mas sua boca se abriu em um sorriso cínico.

    - Puta que pariu, vocês não aprendem mesmo não é? Querem o que, uma chacina aqui? Eu não me importaria com isso, meu dedo está coçando pra apertar esse gatilho e enfiar uma bala na cabeça de um de vocês. Mas... vocês são os novos brinquedinhos do meu pai, e eu não posso quebrá-los, então... vou brincar com vocês também.

   Me mantive calado pra não perder a cabeça novamente. Seu rosto anjelical escondia uma alma vazia e impiedosa, que dava pra ver assim que olhasse no fundo de seus olhos.

    - Vou fazer um favor pra vocês, pra mostrar o quanto eu posso ser boazinha, não vou contar ao Negan sobre isso. - Eu queria dizer que me senti aliviado por isso, mas não estava. Era como se a nossa vida dependesse dela, e isso era humilhante. - Mas gostei de você Carl, e de você também Daryl. - Ela levou seus olhos até o Daryl, que a encarou com uma expressão que eu não pude decifrar. - São corajosos... um pouco idiota, mas corajosos. Você nem parece ser filho do frangote que meu pai arrastou daqui. - Ela zombou e senti meu sangue ferver. Ela estava zombando do meu pai, chamando ele de covarde! Senti uma mão segurar a minha, olhei pro lado e vi Aaron me olhando com um olhar de "não faça isso", e então entendi.

   O dia já estava amanhecendo, ouvimos um barulho de motor se aproximando, e então a van do Negan estacionou novamente no mesmo lugar. A filha dele se levantou, e foi ficar perto do tal Simon.

   A van se abriu e meu pai foi empurrado dela, caindo deitado no chão, ele segurava o machado. Negan desceu em seguida e segurou meu pai pela blusa, arrastando-o até o meio do círculo de pessoas ali. Senti um sentimento de raiva crescer dentro de mim ao vê-lo assim, sendo tão humilhado.

    - Aqui estamos. - Disse. - Ficou tudo bem por aqui?

    - Ficou sim, pai. - Ela respondeu antes dos capangas dele abrirem a boca. E me lançou um olhar significativo.

    - Ótimo. Eu vou te perguntar uma coisa Rick, você sabe por que demos esse passeio? - Meu pai não respondeu. - Quero que me responda quando eu fizer uma petgunta.

    - Tá bom... tá bom... - Meu pai balançou a cabeça como um cãozinho adestrado. Meu Deus, como fomos chegar a esse ponto?

    - Esse passeio foi sobre o jeito que você olhava pra mim. - Ele falou. - Eu queria mudar isso, eu queria que você entendesse. - Ele fez uma breve pausa. - Mas você ainda está olhando pra mim do mesmo jeito! Como se eu tivesse cagado nos seus ovos mexidos, e assim não vai dar. E então... eu devo te dar outra chance?

    - É... sim. - Meu pai respondeu, a cabeça baixa. - Sim.

  Negan riu e deu uns tapinhas nas costas do meu pai.

    - Tá bom, tudo bem. Aqui está, o jogo do grande prêmio! O que você fizer agora, vai decidir se o seu dia de merda vai virar o último dia de merda de todos, ou só outro dia de merda. - Então ele fez um sinal com a mão para os seus capangas. - Apontem as armas para a nuca deles. - Eles obedeceram. - Ótimo, agora... nivelem com os narizes porque se tiver que atirar, Pow! - Ele abriu a mão como se fizesse uma explosão. - Vai ser miolos voando por todo o lado!

   O Negan se virou pra mim.

   - Garoto, vem aqui. - Chamou fazendo sinal com o dedo. Não obedeci de imediato, fiquei apenas olhando pra cara dele. Como eu queria socá-lo agora. - Garoto, agora.

  Me levantei e fui até ele, encarando-o com perversidade. Eu não iria me rebaixar a ele como o meu pai estava fazendo. Ele tirou o cinto da calça.
  
    - Você é canhoteiro? - Perguntou.

    - Se sou o que?

    - É canhoto? - Repetiu.

    - Não. - Respondi.

    - Bom. - Ele pegou o cinto e apertou-o em meu braço esquerdo. - Doeu?

    - Não.

    - Era pra ter doído. Tá bom, deite no chão garoto. - Mandou. - Do lado do seu pai, abra os braços! - Ele falou tirando o meu chapéu e jogando-o pra longe.

  Fiz o que ele mandou, e deitei no chão com os braços abertos, do lado do meu pai. Eu não estava entendendo o que ele queria, esse joguinho todo.

   - Ô Simon, tem uma caneta? - Perguntou se virando pro cara.

   - Tenho. - Confirmou e tirou uma caneta do bolso, e jogou ela pro Negan.

   - Bom... - Negan tirou a tampa da caneta com a boca, e se agaixou do meu lado, desenhando uma linha reta no meu braço. - Desculpa garoto, isso vai ser mais frio do que o saco de um bruxo como se ele pendurasse um saco em cima de você e arrastasse através do seu antebraço... prontinho, assim vai ser fácil.

   - Por favor não. Por favor não. - Implorou meu pai, eu só queria que ele paresse de implorar!

   - Eu? - Negan riu. - Eu não vou fazer nada. - Disse e se levantou. - Rick eu quero que você pegue o machado, e corte o braço do seu filho fora, bem nessa linha ai.

   Não posso negar que senti um arrepio percorrer por mim quando ele disse isso.

   - Olha eu sei... eu sei... você tem que pensar nisso um pouco, isso faz sentido. Só que você vai ter que fazer isso se não todas essas pessoas vão morrer. Depois o Carl vai morrer, depois as pessoas da sua comunidade vão morrer, e depois você, num outro dia. Vou te deixar vivo uns anos só pra ficar remoendo isso.

   - Não precisa fazer isso, não precisa... nós entendemos. - Ouvi Michonne suplicar.

   - Sim.. vocês entenderam, mas eu não sei se o Rick entendeu. - Eu olhava pro meu pai, era evidente o seu desespero, mas apesar disso, eu até que estou tranquilo. Não minto que estou nervoso, mas eu estava bem. - Vou querer um corte limpo bem ali naquela linha. Eu sei que é sacanagem pedir isso, mas tem que ser como um corte no salame. Sem sujeira, limpo em 45 graus, pra poder deixar uma ponta pra dobrar. Depois, temos um ótimo médico, o garoto ficará bem, provavelmente. - Ele se agaixou ao lado de meu pai. - Rick, anda logo, ou, eu vou esmagar o crânio dele.

   - Não da, não da pra ser eu? Pode, p-pode ser o meu braço! - Ele falava trêmulo. - Você  pode fazer comigo... eu posso ir com você.
  
   - Não. - Ele ficou em pé novamente. - Esse é o único jeito. Rick, pega o machado vai. Não tomar uma decisão, é uma grande decisão. Se quer mesmo ver todas essas pessoas morrendo, você vai. Ahh meu Deus, se vai me fazer contar? Tá bom Rick.

  Meu pai começou a chorar desesperado, sua mão segurando o machado.

   - Você venceu, eu vou contar! Três..

   - Por favooor, por favoor não pode ser eu? - Meu pai implorava chorando como um bebê, eu não aguentava ver isso.
 
   - Dois...
 
   - Por favor...! Não faz isso, não faz isso..

   Ele segurou o queixo do meu pai e disse:

   - É agora.

   - Faça pai. - Mandei, o que era o meu braço perto do monte de pessoas que morreriam?
  
  Ele olhou pra mim como se pedisse "desculpas" e levantou  o machado.

   - Rick. - Negan o chamou antes que ele pudesse fazer o que lhe fora ordenado. - Voce trabalha pra mim, você pertence a mim.

   - S-sim.. eu p-pertenço a você. - Meu pai repetia.

   - VOCÊ PERTENCE A MIM, CERTO?

   - Certo. - Repetiu novamente, e Negan soltou seu queixo.

   - Isso, esse é o olhar que eu queria ver!  - Ele pegou o machado e se levantou. - Conseguimos, todos nós juntos. Até os caras mortos no chão ganharam o prêmio de espírito da coisa! - Zombou.

          》》》POV RAVENNA《《《

  Rick finalmente entendeu quem é que da as ordens agora, quem era o novo líder. Eu sabia que toda aquela incenação de cortar fora o braço do garoto, era apenas pra fazer o Rick entender. Meu pai gostou do garoto, e ele não iria limitá-lo assim.

   - Hoje, foi um dia produtivo pra caramba. Agora eu espero que tenham entendido como as coisas funcionam. As coisas mudaram, tudo o que vocês tinham antes, agora, acabou. Dwight, - Ele chamou e apontou pro Daryl. - Ponha ele na van.
    
  Dwight pôs o cara na van.

    - Vamos levar ele? - Perguntei.
   
   - Ele tem coragem, não é um mariquinha como alguém que eu conheço. - Respondeu lançando um olhar pro Rick. - Gosto dele, ele é meu agora. E se tentar alguma coisa, "não hoje, não amanhã", eu vou cortar pedaços do....
 
  - Daryl. - Falei.

  - Daryl, combina com ele. - Riu. - Eu vou cortar em pedaços o Daryl e deixar na sua porta, ou melhor, eu vou levar ele até você e vou obrigar você a fazer isso por mim.

   Esse era o meu pai. E é assim que eu quero ser.

   - Bem vindos ao novo começo seus infelizes de merda! - Gritou as "boas vindas". - Eu vou deixar um transporte, levem, usem pra carregar as merdas que vão encontrar pra mim. - Ele jogou o machado pro alto e ele caiu no chão. - Florzinha, você vai com eles!

   - O que?! - Exclamei contrariada e fui até ele, que me puxou pra um canto. - Porra pai, que merda! Não pode mandar outra pessoa?

   - Abaixa esse tom pra falar comigo. - Revirei os olhos. - Eu poderia sim mandar outra pessoa, mas estou mandando você e você vai sem reclamar.

   Disse tudo num tom tranquilo e ameaçador que me deixava irritada.

   - E por que eu? - Perguntei ente os dentes.
  
   - Eu disse "sem reclamar"! - Elevou a voz, ele pegou uma caixinha de munição e um walkie-talkie e entregou-o para mim. - Responda quando eu te chamar e me mantenha informado. Quero que fique de olho neles.

    - E quando eu vou voltar? - Perguntei sem esconder a revolta que eu estava sentindo. Sempre eu! Merda!

    - Não vai demorar. - Respondeu. - E por que essa raiva toda? Não é você que fica dizendo que quer ser uma líder?

    - É...

    - Então não reclama e vai logo. Não se esqueça que você é quem manda. - Balancei a cabeça assentindo.

  Ele fez menção de me dar um beijo na testa, mas antes que fizesse eu me afastei.

   - Ir pro inferno niguem quer. - Murmurei caminhando até a van. Sentei no banco do passageiro e bati a porta.

    - Vamos voltar pra primeira oferenda e a uma semana, até lá... tchau tchau! - Ouvi meu pai gritar. Então aos poucos meu grupo foi indo embora, até ficarem só o grupo do Rick. Ele permaneceram sentados ali no chão, fiquei me perguntando se eles ficariam ali parados por muito tempo. 

   A Maggie se levantou, quase caindo. E então o resto deles se levantaram também e acho que estavam impedindo ela de fazer alguma coisa.

  Eles ficaram nessa por uns minutos, então enfiei meu braço pra fora da janela e bati a mão na lataria da van, pra poder chamar a atenção deles.

   - EEI! DÁ PRA ANDAREM LOGO!? - Gritei impaciente. - Que merda!

  Eles olharam pra mim meio assustados e em seguida pegaram os corpos no chão e colocaram dentro da van, não acredito que vou ter que ficar sentindo o cheiro de miolos a viagem inteira.

Por fim, Rick entrou no veículo e se sentou no banco do motorista, ao meu lado. Ele olhou pra mim e eu o olhei de volta dando-lhe um sorriso "lindamente simpático". Ele se virou pra frente e ligou o motor.

  Enquanto a van ia se afastando do local, vi um errante se aproximando, do que antes, era uma cabeça. Tirei meu chapéu da cabeça e o coloquei no meu colo, encostei a cabeça no vidro e fiquei observando o zumbi comendo os restos do cérebro de algum daqueles caras, e suspirei.

   Aquela seria uma longa viajem.


Notas Finais


Bem, foi isso.. Espero de vdd q vcs tenham gostado!
Nos próximos capítulos eu vou focar mais na Raven e o no Carl, hoje eu quis focar mais no Negan 😆

E se eu for continuar, vai sair mais ou menos apenas 1 cap por semana, pq a fic se passará na sétima temp de twd... e na série só sai um ep por semana (todo domingo)

Bem, é isso, se puderem comentem oq acharam por favor... Vlww seus lindos! 😘😘😘😘😘😘


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