1. Spirit Fanfics >
  2. The Walking dead - Ravenna, a filha do Negan >
  3. Entre ameaças

História The Walking dead - Ravenna, a filha do Negan - Entre ameaças


Escrita por: Mila_Scarlety

Notas do Autor


OOIE WALKERS! Primeiramente, desculpem pela demora... to mesmo sem tempo pra escrever essa semana, mas agora está aqui e espero q gostem! :)
Desculpem se tiver erros de digitação...
Boa leitura! (☆_☆)

Capítulo 4 - Entre ameaças


Eu não iria fazer isso de jeito nenhum! Pedir desculpas? O que é que ele tem na cabeça pra achar que vou me humilhar desse jeito?

- Nunca! - Falei entre os dentes. Fechei os punhos com raiva, e acabei cravando minhas unhas nas palmas das mãos, mas ignorei a leve dor. - Não mesmo.

O pior não era o jeito psicótico com que ele estava me olhando, e sim o silêncio que se seguiu, enquanto ele me encarava friamente rangendo os dentes. Isso me deixava aflita, mas não importa o quanto ele tente me intimidar, não vou fazer isso, quero ver ele me obrigar.

- Estou tentando me lembrar, - Ele começou num tom calmo e um tanto sombrio, finalmente quebrando aquele silêncio perturbador. - de quando foi que você começou a opor-se contra minhas ordens.

- Nunca me opus contra as suas ordens, pai. Mas não pode me obrigar a isso, não vou me expor ao ridículo assim!

- Se expor ao ridículo? - Abriu um sorriso gozador. - Você me expôs ao ridículo.

- Do que...

- Como eu disse, cansei das suas merdas, se não consigo te por na linha por bem, vai ser por mal. Então, fodendo ou não fodendo, você vai se "expor ao ridículo" e vai se desculpar "educadamente" como te ensinei. - Como ele é cínico, se tem uma coisa que ele não me ensinou, foi a pedir desculpas.

- Eu-Não-vou-me-desculpar! - Pronunciei destacando cada palavra.

Então ele desceu bruscamente da mesa, vindo até mim e parando na minha frente. Mantinha seu olhar psicótico. Ficou estalando a língua no céu da boca enquanto nos encáravamos, ele me analisava como se estivesse me fazendo um raio-X, as palmas das minhas mãos ardiam, eu ainda as estava apertando. Então ele chegou mais perto, e segurou meu rosto com uma das mãos, apertando com força as minhas bochechas.

- Eu mando, você faz. - Murmurou entre os dentes. - Sem reclamar, sem questionar, sem se opor, sem me confrontar. Eu mando na porra e pronto. Você entendeu? - Não respondi, devolvendo seu olhar desprezível. Então, com uma força bruta, ele apertou mais ainda as minhas bochechas, soltei um pequeno gemido de dor. - Você entendeu?

- En-entendi. - Respondi num fio de voz.

- Ótimo. - Soltou meu rosto bruscamente. Levei minhas mãos ao rosto, mexendo o maxilar para poder diminuir a dor. - A próxima vez que ousar confrontar uma ordem minha, vou fazer mais do que espremer essas suas bochechas lindas.

O ódio em mim não parava de crescer, tive vontade de desfigurar seu rosto. Eu só queria sair daqui logo, e descontar minha raiva no travesseiro, era a única coisa que eu poderia fazer a aquela hora da noite.

- Já que você já disse o que tinha pra dizer, posso ir? - Perguntei lançando-lhe meu pior olhar.

- Ainda não terminamos. - Respondeu seco, voltando a se sentar em sua cadeira, ficando de frente pra mim do outro lado da mesa. Respirei fundo revirando os olhos. - Tem mais.

- E o que é?

- Não gosto da maneira que trata meus homens.

Suspirei abafando uma risada, me recostei mais acomodada na cadeira.

- Está falando sério? - Indaguei arqueado as sobrancelhas. - Vai reclamar disso também?

- Fecha a boca e me escuta. - Mandou ríspido. Ele se curvou um pouco para a frente, arrastando a cadeira para mais perto da mesa, e continuou me encarando seriamente. - Vejo bem como você trata os meus homens, não gosto disso, e mandei ficar quieta! - Me cortou quando abri a boca para protestar. - Quero que você saiba, quero que fique bem claro, que eles não trabalham pra você, eles trabalham para mim.

"Nossa, mas que egoísmo" ri comigo mesma. Permaneci calada, não ousando interrompe-lo em sua explicação sobre o quanto ele é poderoso e eu apenas uma insignificante perto dele.

- É claro que algum dia eles serão o SEU exército, mas só vai acontecer se você parar com essa merda de comportamento. Eles não gostam disso, eles te odeiam, e o Simon, ele só está esperando uma brecha pra poder meter uma bala no meio da sua cara.

- Aposto que sim. - Murmurei segurando a risada ao me lembrar do chute que lhe dei.

- Eles só te aguentam porque você é minha filha, e enquanto eu estiver aqui, eles não ousaram tocar em você. Mas e depois que eu morrer? Acha que eles vão servir a você? Não. Quer saber que porra vai realmente acontecer? - Indagou, mas não esperou uma resposta. - Eles vão sortear pra ver quem terá o prazer de cortar você ao meio. Depois de te torturarem pra caralho, eles vão te matar, e você não vai poder fazer nada, você não terá mais a minha proteção. Eu tenho o respeito deles, tenho todos eles na coleira, eles são meus. Mas e você?

Baixei os olhos para encarar o meu colo, raciocinando sobre as palavras dele.

- Sim, é isso o que vai acontecer se você continuar com esse comportamento de merda. E eu não estou te criando e te treinando pra depois você virar uma dessas coisas nojentas lá fora. - Ele falava com seriedade. Sua cadeira se arrastou para trás e ele se levantou. - Vem aqui. - Mandou parando de frente para a janela.

Me levantei e fui em passos cautelosos até ele, parando ao seu lado. Ele segurou meu ombro e me posicionou de frente para o vidro, de onde eu via os andantes grunhindo lá fora, presos nas lanças e correntes.

- O que você vê quando olha pra eles? - Perguntou ainda segurando meu ombro.

- Vejo um bando de fracassados. - Respondi olhando lá para baixo. - Um bando de miseráveis que não souberam se acostumar com esse novo mundo, despreparados e incapazes.

- Exatamente. - Soltou o meu ombro, mas permaneci apreciando a vista lá em baixo, ver esses mortos me fazia me sentir viva e forte, superior a eles. - Tenho certeza de que você não quer terminar assim, então, é por isso que deve parar de ser imprudente e aprender a ouvir e a obedecer a porra das minhas ordens, ao invés de continuar sendo inútil e não servir pra porra nenhuma!

Me senti ofendida, isso foi como um tapa na cara.

- Tudo bem pai, eu entendi. - Falei me virando pra ele. Eu já estava cansada daquela discussão, era a milésima vez que eu ouvia a mesma coisa. Eu só queria dormir e descansar a cabeça no travesseiro. - Agora que você já explicou o quanto eu sou imprestável e preciso aprender a ser uma "boa menina", já posso ir?

Negan me encarou desconfiado por um instante, e então sua expressão se fechou.

- Essa pressa toda é pra ver aquele moleque, não é? - Sua voz estava carregada de raiva.

- Háh não pai! Já vai começar. - Revirei os olhos e me virei, indo sentar novamente em minha cadeira, minhas pernas já estavam doendo de novo. - Não, essa pressa toda é pra ir pra minha cama, estou cansada por causa do que VOCÊ me obrigou a fazer. E ainda diz que nunca te obedeço.

- Outra coisa que eu não gosto, é de você com aquele garoto. - Esbravejou, ignorando minha reclamação. - Te dou uma tarefa, e você fracassa nela. Peço pra você vigiar um posto, e você fica distraída trocando saliva com aquele moleque desgraçado. Se ele não fosse útil e não atirasse bem, ele já estaria com os miolos estourados.

Essa atitude dele, apesar de ser careta, eu gosto. Esse jeito ciumento e protetor dele, é um dos únicos sentimentos que ele demonstra por mim.

- Entenda pai, que o fato de o Jason ser o filho daquela vadia que você chama de "esposa", isso não o torna meu irmão!

- Primeiro, minhas esposas não são vadias. - Retrucou. Ele puxou sua cadeira até mim, e se sentou na minha frente. Joguei meus pés sobre seu colo. - E segundo, eu não considero e nunca vou considerar ele como seu irmão.

- Tanto faz, você acha que vou ser virgem pra sempre? Eu tenho dezesseis anos!

- Dane-se os seus dezesseis. Se eu souber que ele ultrapassou os limites com você...

- Fica tranquilo pai, porque ele não ultrapassou a "zona restrita"... ainda. - Provoquei dando um meio sorriso. Ele tirou meus pés do seu colo com certa arrogância, e se levantou.

- Sabe por que não gosto dele, então não me provoque florzinha.

Ele esticou o braço e pegou a Lucille de cima da mesa, meus olhos imediatamente se caíram sobre ela, sempre fico vislumbrada com esse bastão. Meu pai percebeu minha atitude, e então soltou uma risadinha abafada.

- Gosta dela não é?

Ele balançou ela na minha frente, como se me tentasse a pegá-la. Apesar da impulsiva vontade de tocá-la, resisti. Então ele foi até a mesa e depositou a Lucille de volta, bem a frente da minha visão, como se estivesse testando minha resistência, olhar pra ela assim era uma tentação, eu já a imaginava banhada em sangue, e o cheiro...

Com passos lentos e um risinho malicioso estampado na cara, ele veio andando na minha direção, sumindo do meu campo de visão quando parou atrás de mim. Então senti suas mãos grandes e pesados se apoiarem em meus ombros, e começou a massageá-los com movimentos leves. Então começou a assobiar aquela canção entediante.

Amoleci meu corpo, sentindo a tensão nos meus músculos se esvair aos poucos. Ficamos uns minutos em silêncio absoluto, de modo que o único som eram os dos mortos gemendo lá fora. Durante esse tempo, eu não tirei os olhos da Lucille, caramba, ela era tão... fodasticamente pavorosa e bela.

Senti o bafo quente do meu pai no meu pescoço, enquanto ele aproximava o rosto do meu ouvido.

- Ela é realmente incrível - Sussurrou num tom de voz meio sombrio. - Vejo como você olha pra ela, como a cobiça.

- E isso é ruim? - Indaguei, minha voz saiu vaga e distante, meus pensamentos estavam concentrados nela, viajando sob todas as atrocidades maravilhosas que eu poderia fazer. Caralho, como um simples bastão pode me deixar tão fascinada desse jeito? A resposta é simples: Porque não é um simples bastão, é A Lucille.

- Não... isso é bom, muito bom. Na verdade isso é ótimo. - Respondeu ainda com aquela voz. - Mas ela não te pertence, não ainda. E não pode ser sua, até que você mereça conquistá-la.

- Sinceramente pai, eu estou contando com a sua morte. - Admiti, arrancando um risinho do meu pai.

- Claro que não a terá antes que eu esteja a sete palmos debaixo da terra. - Não consegui evitar uma pequena decepção com isso. - Mas eu não quero deixá-la pra você antes que seja digna de tê-la.

- O que quer dizer com isso?

Ele deu um longo suspiro, fazendo os pelos da minha nuca se arrepiarem com aquele ar quente que saiu de sua boca.

Contorci meu pescoço e meus ombros quando ele os apertou, massegeando-os com força. Segurei um gemido de dor, não lhe daria esse gostinho, pois ele estava fazendo isso propositalmente.

Fiz menção de me levantar, mas ele forçou o peso nos meus ombros e me empurrou de volta pra cadeira, me obrigando a sentar.

- Quero dizer, minha florzinha, que vou ter que te por nas rédeas, e vou conseguir te deixar tão merecedora quanto eu, não importa o que eu tenha que fazer, você vai me obedecer por bem... - Apertou mais meus ombros, me encolhi de dor na cadeira, fazendo uma careta. - ... ou por mal, fudendo mesmo!

Ele deu um último aperto nos meus ombros, que dessa vez, não consegui segurar um uivo de dor, e então me soltou, saindo de trás de mim e dando a volta na sala, andando com passos firmes enquanto arrastava sua cadeira de volta até o outro lado da mesa, de frente pra mim.

Fiz movimentos leves com os ombros, movimentando-os pra frente e para trás, numa tentativa inútil de amenizar a dor e a pressão que meu pai pôs sobre eles, mas só doeu mais.

- Já que você não ficou nem doze horas na tal Alexandria, suponho que não tenha porra de informação nenhuma pra me contar. Então pode ir querida. - Sorriu cinicamente pra mim. - Terminamos, durma bem. Amanhã será um dia pesado... cheio de tarefas.

Me levantei da cadeira, minha vontade era de pular no pescoço dele, mas é claro que só fiquei na vontade mesmo. Me guiei até a porta, ele se sentou em sua cadeira e abriu a gaveta da mesa, tirando de lá a revista pornô.

- Até amanhã, "paizinho". - Destaquei todo o meu ódio na voz. Ele apenas debochou me jogando um beijo, e então deixei sua sala.

Não fui direto para o meu quarto, e sim para o do Jason, não me importando com a presença do Garth e do Will que vigiavam os corredores de cima.

Fechei a porta devagar, Jason estava dormindo folgadamente, com os braços e pernas cobrindo toda a cama. Andei até ele, me desviando das roupas sujas e do violão jogado no chão. Tentei afastar o seu corpo um pouco mais para o lado, mas ele estava mesmo num sono pesado. Não sei como ele conseguia dormir ouvindo aquela música irritante que vinha do andar de cima, "easy street", a música que o Dwight costumava ouvir quando estava sendo mantido como prisioneiro, provavelmente quem está ouvindo agora é o Daryl.

- Jay. - Sussurrei em seu ouvido, ele não teve reação. - Jason.

- Se for um sonho, vai embora porque eu estou morto de cansaço. - Murmurou sonolento, de olhos ainda fechados.

Não pude evitar rir disso. Me aproximei de seu rosto e beijei sua boca, dando uma mordida no lábio dele.

- Isso parece sonho pra você? - Perguntei num sussurro, então ele abriu um sorriso e em seguida abriu os olhos, que logo se encontraram com os meus.

- Não mesmo. - Me deu mais um beijo e então jogou seu corpo mais para o lado, me deitei ao seu lado, virada de frente pra ele. Apoiei minha cabeça em cima do braço, e fiquei encarando o rosto dele pertinho do meu. - O que você está fazendo aqui?

- Acabei de sair da sala do meu pai, - Contei dando um suspiro pesado. - tivemos uma longa conversa.

- O que ele disse?

Ele começou a passar a mão nos meus cabelos, enquanto a outra estava servindo de apoio para sua cabeça.

- Nada do que ele já não me tivesse dito antes. Mas dessa vez ele parecia realmente bravo comigo.

- Eu te avisei.

- Sério mesmo que é isso o que você tem pra me dizer? - Indaguei com raiva.

- O que quer que eu diga? Bem feito pra você parar de ser tão impulsiva. - Fiquei indignada com suas palavras. - Nem me olhe assim. Uma hora ele ia se cansar Raven, sabia que nem sempre você precisa arrancar sangue de alguém?

- Até você agora? - Tirei sua mão que agora estava no meu rosto. - Não vim aqui pra ouvir sermão, Jason.

- Tudo bem, foi mal! - Levou sua mão de volta ao meu rosto, onde acarissiava minha bochecha direita. - Mas e qual foi a punição dessa vez?

- Vou ter que pedir desculpas pro Rick e pro cara em quem eu atirei. - Respondi sem esconder minha revolta. - Ele quer que eu me sinta humilhada.

- Mas por que? - Me olhou intrigado.

- Por que é isso o que ele faz! É mais um dos seus joguinhos.

- E você vai mesmo fazer isso?

- O que você acha? É claro que não. - Respirei fundo.

- Ele te menospreza pra poder se sentir maior, não caia nas provocações dele. Ele sabe que você é capaz.

- Ele só abre os meus olhos, se quero ser como ele, tenho que saber ouvi-lo e observá-lo. - Corrigi defendendo meu pai, no fundo eu sabia que era realmente isso o que o meu pai tentava fazer, abrir os meus olhos, não bastava eu ser apenas capaz de matar ou dar ordens. Não gosto de ninguém além de mim criticando a postura dele. Jason suspirou pesadamente, entediado.

- Você sabe que tem opção, não sabe? - Me fitou furtivamente.

- Quais?

- Primeira, você pode continuar aqui, obedecendo as ordens sem cabimento do Negan. - Fez uma pausa, em que tirou a mão do meu rosto segurou a minha, que estava apoiada em seu pescoço. - Ou você deixa tudo isso pra trás, e fugimos pra bem longe daqui.

Soltei minha mão da sua e revirei os olhos, me virando de barriga pra cima.

- De novo isso? Eu já falei pra você parar com essa ideia absurda. Eu não vou fugir, gosto daqui, e aqui é o meu lugar. - Esclareci pela terceira vez. - E o que te faz pensar que eu fugiria com você?

- Por que não?

- Se eu fosse fugir, fugiria sozinha, sem ninguém pra me atrasar. - Respondi. - E mesmo que eu fosse louca a ponto de ir embora daqui com você, não chegaríamos muito longe. Você sabe que eles nos pegariam, e você estaria morto, e eu ferrada até o pescoço.

- Então você vai ter que parar de fazer as coisas do seu jeito, e obedecer o Negan. - Ele estava bravo. - É isso o que prefere?

- Prefiro continuar viva e firme aqui. - Respondi decidida. - Você sabe que o meu pai te odeia, e adoraria um motivo pra foder a Lucille no seu crânio.

- Ele não precisa de "motivos" pra matar alguém.

- Mais uma razão pra você continuar andando na linha. - Retruquei. Então desci a mão em seu abdômen. - Mas não quero mais falar disso.

- E o que você quer? - Relaxou a expressão enraivecida e me olhou com um brilho malicioso enquanto mordia os lábios e descia sua mão até minha cintura, e então me puxou bruscamente para mais perto de sí.

Nos beijamos intensamente, suas mãos passeavam pelo meu corpo, e, de vez em quando, eu precisava pará-la quando ameaçava entrar por debaixo da minha camisa ou abrir o zíper do meu jeans. Mesmo sempre ficando excitada com o toque dele, eu tinha que me segurar, não apenas por causa do meu pai, mas também por um acordo que tenho com a mãe dele.

- Quer mesmo saber o que eu quero agora? - Perguntei dando uma mordida em seu pescoço, arrancando um gemido baixo dele.

- O que?

Subi meus lábios até sua boca, mas antes de beijá-lo novamente, me afastei de seu corpo.

- Dormir tranquilamente. - Respondi rindo e me levantei. Ele me olhou indignado e decepcionado. - Dormir muito, e não vou conseguir fazer isso se ficar aqui. - Falei fechando o zíper da minha calça, que não sei em que momento, mas ele conseguiu abrir.

- É assim? Então você vem aqui no meu quarto durante a madrugada, deita na minha cama, me excita... e não termina o que começou?

- Exatamente isso. - Respondi terminando de calçar os sapatos, ele bufou enraivado.

- Você não pode ser virgem pra sempre, Raven.

- Boa sorte tentando explicar isso pro meu pai. - Zombei indo até a porta e a abri, ele jogou seu travesseiro na minha direção, mas eu me desviei e soprei um beijo pra ele. - Durma bem, sonhe comigo.

- Sonho todas as noites, e você não vai querer saber que tipo de sonhos são. - Deu uma piscadela. Ri do seu atrevimento.

- Vai se foder.

- Eu até iria, mas... não dá pra fazer isso sozinho. - Retrucou cínico, ri pra mim mesma e saí fechando a porta.

...

- O que faz aqui? - Indaguei assustada, levando um susto ao ver Nancy sentada na poltrona ao lado da minha cama.

- Até que em fim você chegou. - Falou se levantando, seus cabelos castanhos estavam presos num coque bagunçado no alto da cabeça. - Onde você estava?

- Adivinha. - Sorri de lado, ela respirou fundo.

- O que foi fazer a essa hora no quarto dele? - Perguntou tentando manter a calma.

- Relaxa querida... ainda tenho meu anel da castidade. - Ironizei me aproximando dela. - O que veio fazer aqui? Hoje não era sua noite com o meu pai?

- É, mas ele está no banho agora, então resolvi vir hoje mesmo. - Tirou um saquinho transparente de dentro do bolso do roupão que estava usando, e me entregou-o. - Tenta não acabar rápido com esses dessa vez, o doutor já está suspeitando da minha "saúde emocional".

- São só pílulas ant-estresse.

- São pílulas ant-depressivas.

- Não interessa o que são. - Falei jogando o saquinho dentro da gaveta da cômoda. - Ele não vai suspeitar de nada. - Me virei pra ela com um sorriso cinicamente simpático. - Fez bem em vir o mais rápido possível Nancy, estou gostando da sua eficiência.

- Por que estava no quarto do Jason? - Perguntou sem rodeios. - Temos um trato...

- O trato é você se passar por paciente e conseguir pegar os comprimidos pra mim, que eu mantenho minha virgindade e seu filho continua vivo. - A interrompi. - Não falamos nada sobre eu não poder fazer visitas noturnas a ele.

- Cínica. - Falou com desprezo.

- Vadia. - Retribui mais desprezível ainda. - Agora vai, sai do meu quarto. Melhor não deixar meu pai esperando.

Sem dizer mais nada, ela saiu porta a fora. Me joguei exausta na cama, rindo comigo mesma... o que uma mãe não faz pelo filho? Gosto do Jason, mas ele é apenas minha garantia de pílulas toda semana.

Tirei os sapatos, jogando-os de qualquer jeito no chão, tirei a arma da cintura e a guardei de baixo do travesseiro, deitando por cima. Tentei não pensar sobre minha punição, eu só queria dormir naquele momento.

Não precisei de muito esforço pra pegar no sono, ele veio assim que fechei os olhos. E com o som dos grunhidos lá fora, eu dormi.

< DOIS DIAS DEPOIS >

Vi mais um andante solitário se arrastando na rua, posicionei a sniper e esperei o bicho entrar na mira, dei apenas um tiro em sua testa, e ele caiu ao lado dos outros dois que matei minutos antes.

- É pra você descer, ele está te esperando no portão. - Avisou Dwight num tom meio bravo, já pegando a sniper. Achei estranho ele estar vindo me cobrir agora, era pra mim ficar aqui por pelo menos mais uma hora.

Com cuidado, desci as escadas do telhado e pulei no solo. Quando cheguei ao portão, meu pai estava recostado num dos carros, assobiando enquanto girava a Lucille entre os dedos.

- Oi florzinha. - Me abriu um sorriso.

- Oi. - Retribui sem entusiasmo. Apoiei as costas na parede a sua frente, e cruzei os braços. - Você me chamou?

- Sim... resolvi que você vai ter mais uma "aula" de direção hoje. - Informou, sorri empolgada. - Já faz o que... umas duas semanas que não te levo pra dirigir.

- Mais do que isso, na verdade. - Corrigi. - E vamos agora?

- Você vai agora. - Respondeu com um sorriso estranho na cara.

- Você não vem? - Me desencostei da parede e me aproximei dele.

- Não. Vou estar ocupado demais hoje. - Contou dando um suspiro longo. Confesso que fiquei decepcionada com isso. - Mas você terá outro instrutor.

- E quem é?

Antes que a pergunta pudesse ser respondida, Josh, um dos guardas do andar de cima, veio empurrando o Daryl, que estava sendo seguro por uma corrente em suas mãos.

- Ele. - Meu pai respondeu, se desencostando do carro, e apontando a Lucille para a direção do Daryl. - Ele vai te instruir hoje.

Fiquei abismada, sem acreditar nisso. Josh fez o prisioneiro parar a alguns passos de distância, Daryl mantinha sua postura rígida, nos olhando destemido, me perguntei como ele teria conseguido aquele olho roxo.

- O que é isso pai? - Olhei incrédula para o meu pai, que estava com um sorriso enorme no rosto. Agora eu sabia porque o Dwight estava bravo. - Ficou louco? Ele vai me matar e fugir!

- Se isso acontecer, é sua obrigação impedí-lo. - Se aproximou de mim, e começou a sussurrar. - Se você chegar aqui sem o meu serviçal, a porra vai ficar feia.

- Te amo também, pai. - Devolvi com sarcasmo, ele deu uma risadinha anasalada e beijou minha testa. Então abriu a porta do passageiro pra mim, fazendo um gesto de cavalheirismo.

Tenho certeza de que isso é mais um teste dele, me colocar em uma possível situação de perigo e ver se sou capaz de me virar.

- Só tivemos três aulas, e se eu bater o carro? - Perguntei pra ele, que estava com um braço apoiado na janela aberta, me observando.

- Traga esse carro inteiro. - Avisou num fio de ameaça, isso respondeu minha pergunta.

Ele saiu da janela e pediu para o Josh soltar as correntes do Daryl. Por precaução, pus as mãos no coldre, verificando se eu estava com a minha arma e o canivete, e verifiquei se a pistola estava na parte de trás da minha calça. Daryl entrou no carro, se sentando no banco do motorista. Abri um sorriso simpaticamente cínico, que ele não me devolveu, apenas manteve seu olhar fixo no volante. Meu pai bateu no vidro da janela do lado do Daryl, que relutou por alguns segundos em abrir. Então meu pai pôs a cabeça pra dentro, e num tom autoritário, disse:

- Vocês seguirão ao norte, na segunda curva, troque de lugar com ela, e se ela chegar aqui sem ter aprendido merda nenhuma, não vai gostar do que vai te acontecer. - Avisou e então se afastou. - Podem ir.

Sem mais demora, Daryl pisou no acelerador e caímos na estrada. Confesso que eu estava nervosa: tinha um cara com o triplo do meu tamanho, que odiava meu pai, e estava no controle do carro, mas eu tenho vantagem, já que estou armada e ele não.

Ficamos calados até ele parar na segunda curva, onde meu pai havia dito, e então ele virou a cabeça pra mim.

- O que você sabe? - Perguntou um tanto grosseiro.

- Não muito. - Respondi dando de ombros. - Acho melhor me ensinar do começo. - Sorri provancando-o.

Ele olhou de mim para a estrada, e de novo para mim. Percebi ele analisando o coldre da minha perna. Ele estava com um semblante estranho.

- Do começo.. - Falou voltando a olhar para a frente. - ... é, vamos do começo.

Então ele pisou firme no acelerador, minhas costas bateram no banco com o impulso.

- O que você está fazendo?! - Gritei assustada, era pra gente ter trocado de lugar. O vento que entrava forte pela janela estava abafando minha voz, meus cabelos estavam sendo jogados no meu rosto e tapando minha visão. Tentei puxar o freio, mas Daryl empurrou minha mão. - Para esse carro!

Ele pisou mais fundo, atropelando três andantes que apareceram na estrada, eu entendi suas intenções, e então levei minhas mão ao coldre. Mas quando fui puxar a arma, ele freou o carro bruscamente, e meu corpo deu um impulso forte pra frente, minha cabeça foi de encontro ao parabrisa.

Pude ouvir a porta do motorista se abrir.

- Foi mal criança. - Ele disse, e senti sua mão puxar algo na minha perna, com certeza era a arma.

Desgraçado! Levantei a cabeça vendo tudo girar, senti o sangue escorrendo pelo meu rosto. A pancada foi forte, mas ele vai pagar por isso. Num ato rápido, abri a porta do carro e desci, quase caindo tonta no chão. Vi o desgraçado correndo já no final da estrada, corri atrás dele, conseguindo me manter em pé apesar da tontura.

Ele deu uma olhada por cima do seu ombro, me vendo correr logo atrás, então deu dois tiros no chão, me fazendo desviar e perder o equilíbrio, caindo no asfalto quente.

- Seu desgraçado... - Me levantei e corri em direção a mata que beirava a estrada, ficando fora de sua vista. Enquanto ele corria pela estrada, se desviando de um andante, eu o seguia pelo mato, entre as árvores, me arranhando em alguns galhos, mas sem perde-lo de vista. Ele olhou pra trás, parecendo surpreso em não me ver, e então parou se curvando com as mãos apoiadas nos joelhos, respirando ofegante, ele olhou ao seu redor, me escondi atrás de uma árvore. Agora era a minha chance.

  Saquei a arma da parte de trás da minha calça, e mirei nele, que já ia se preparar para continuar a correr, mas antes que pudesse dar um passo, apertei o gatilho.


Notas Finais


É isso... espero q tenham gostado, se alguma coisa não ficou legal me desculpem, essa semana foi realmente estressante pra mim. Se puderem comentem oq acharam por favor,
E o próximo cap sai provavelmente na semana q vem
Bjinhoos e até maiss!!♡😙


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...