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História The Walking dead - Ravenna, a filha do Negan - Nostalgia


Escrita por: Mila_Scarlety

Notas do Autor


OIIIEE WALKERS!! Primeiramente, desculpeeem de verdade pela demora, eu não pretendia demorar tanto, mas prometo que não voltará a acontecer!
Enfim, espero q gostem do cap (desculpem pela hora em q estou postando, mas só tive tempo agora)
Perdoem se tiver erros de digitação...
Boa leitura!! ❤

Capítulo 6 - Nostalgia


Fanfic / Fanfiction The Walking dead - Ravenna, a filha do Negan - Nostalgia

                     «« POV CARL »»

Seu olhar que transbordavam em sarcasmo a alguns segundos atrás, agora me fuzilavam, e eu jurava que podia ver uma pontada de medo naquele azul profundo de seus olhos. Eu jamais pediria desculpas a ela, isso estava fora de cogitação pra mim.

Logo ela se recuperou do susto e se rocompôs, botando o sorriso sarcástico de volta nos lábios rosados e bem desenhados.

— Bem, você é realmente um babaca filho da puta, Carl. – O som de sua risada saiu estranha por conta do cano da arma precionando sua traquéia. — Mas respondendo sua pergunta, até você apertar esse gatilho, eu já teria esburacado esse seu pescocinho.

— Talvez, mas você não pode ter certeza... quem sabe eu possa ser mais rápido. – Provoquei.

Senti a lâmina pontuda do canivete subir mais um pouco em meu pescoço. Apesar de tentar parecer despreocupado e destemido com aquela lâmina me precionando, eu estava nervoso e receoso por dentro, e não é pra menos, essa garota é uma maluca e tem os olhos tão famintos quanto os do pai, e estava me ameaçando com um canivete.

Ela lambeu seus lábios, como alguém faz quando está com água na boca.

— Por favor Carl, não faça isso... estou sem matar uma pessoa há duas semanas, não tem ideia de o quanto isso é angustiante, e você está abrindo o meu apetite.

Meu riso desdenhoso se desfez. Ravenna deu um sorriso de lado e tirou o canivete do meu pescoço, em seguida segurou minha mão que estava com a arma e a tirou de sua garganta, abaixando-a lentamente e depois tirou sua arma de mim, e a guardou novamente em seu coldre, tudo isso sem cortar nosso olhar.

— Nunca mais faça isso. – Avisou, séria. — Não ouse apontar um revólver pra mim novamente.

— Pensa que tenho medo de você? – Desdenhei examinando-a de cima a baixo, o que a fez ficar irritada. Dei um passo a frente, ficando ainda mais perto de seu rosto. — Você é uma piada.

Seu rosto ficou vermelho, era evidente seu ódio, e o ódio dela me satisfazia.

Nossa atenção foi desviada para a porta de onde meu pai acabara de entrar correndo.

— Carl... – Ele parou na entrada, ao perceber que Ravenna ainda estava ali.

Sua expressão desconfiada e um tanto assustada fez com que eu me desse conta de que ainda estava quase colado no corpo dela. Então, mais do que de pressa, me afastei dando um grande passo para trás, senti minhas bochechas queimarem.

Meu pai olhou para Ravenna, que pareceu se dar conta de que meu pai queria falar a sós comigo e ela estava sobrando.

Ela soltou um suspiro e foi até o sofá pegar sua "bonequinha".

— Vou me retirar... antes que as coisas saiam do controle. – Me lançou um olhar significativo, e saiu jogando os cabelos negros para trás, fazendo questão de esbarrar o ombro em meu pai ao passar por ele.

— O que aconteceu? – Perguntei.

Meu pai estava sério, tinha um ar aflito e pelo seu semblante, eu tinha quase certeza de que alguma merda havia acontecido. Ele saiu da porta, vindo até mim e parando na minha frente, me encarando com intensidade e certa urgência, aquela merda daquele bastão continuava seguro em sua mão.

— Carl, não minta pra mim, – Pediu, me assustando um pouco. — você pegou duas armas do arsenal?

Franzi o cenho.

— Duas armas?

— Sim, uma Glock 9 e uma 22.

— Não estou com elas.

— Está falando a verdade? – Insistiu.

— Estou.

Ele bufou passando uma mão no rosto, era notável sua angústia.

— O que está acontecendo? – Perguntei me preocupando.

— Estão faltando duas armas no arsenal, e Negan vai matar a Olívia se essas armas não aparecerem logo.

— Porcaria. – Lamentei irritado.

— Vou convocar uma reunião na igreja, essas armas tem que aparecer.

— Elas não estão comigo, eu nunca arriscaria a vida de alguém dos nossos.

— Eu sei. – Assentiu com um sorrisinho fraco.

Ele saiu da casa, o acompanhei logo atrás. Vi Olívia andando no final da rua, ao lado de Negan e sua filha.

— O que está acontecendo? – Enid perguntou se sentando ao meu lado num dos bancos da frente da igreja. — Pra que essa reunião?

— Meu pai quer encontrar duas armas que sumiram do arsenal, o Negan vai matar a Olívia se não encontrá-las. — Sussurrei olhando para seu rosto. — Por acaso não estão com você?

— Não! – Pareceu se indignar com minha desconfiança.

— Tudo bem. – Falei desviando a atenção para meu pai lá na frente. Eu acreditava na Enid, afinal, ela também não se dava muito bem com armas.

            «« POV RAVENNA »»

Carl não me pediu desculpas, e eu não me importava com isso, de certo modo eu até ficava feliz, é a primeira vez que alguém tem tanta valentia pra enfrentar e até "ameaçar" meu pai, e até mesmo a mim. E isso, não é algo de se jogar fora.

Meu pai me lançava olhares desprezíveis de vez em quando enquanto batia um papo com aquela mulher chorosa, Olívia. Parece que ela é a responsável por cuidar do arsenal e também da dispensa, quem é o idiota que deixa uma pessoa como essa cuidando da dispensa? Tenho que dizer que, talvez exista uma explicação óbvia para a falta de comida nessa comunidade.

Estávamos nos fundos do quintal de uma casa, eu trançava os cabelos de Emmy enquanto esperava Rick chegar com a notícia de que as armas não foram encontradas, e Lucille pudesse matar sua cede, afinal, aquele calor estava insuportável.

— ... E então, foi assim que acabei com a raça daquele infeliz. – Finalizou meu pai.

Contava para Olívia a história de quando matou um homem apenas com um soco na garganta, essa era uma de suas mil histórias das quais amava se gabar, e gosto muito delas, confesso. Sempre tinha uma cicatriz para comprovar, e dessa vez, a cicatriz era em mim. Meu pai havia matado aquele homem por ter atirado em mim, quase morri, mas isso já faz três anos, e agora gosto da cicatriz em meu abdômen, era uma das minhas favoritas.

— Arghh... Rick está demorando. – Reclamei impaciente com a demora. — Não é melhor acabar com isso logo?

— Não sei... será? – Meu pai perguntou para a mulher.

Olívia estremeceu soltando um rangido agudo, medrosa.

— Não. – Me decepcionei com a resposta de meu pai. — Vamos esperar mais alguns minutos, sabe que não gosto de matar damas. – Ironizou.

Revirei os olhos. Joguei a cabeça para trás, recostando-a no estofo macio da cadeira. Uma coisa que meu pai dava valor, era a vida das mulheres, isso era precioso para ele, e como era!

Meu pai se cansou de esperar ali e voltamos para a rua, tentamos encontrar o homem a quem eu "devia desculpas", mas ele não quis nem abrir a porta de sua casa para mim, e meu pai não insistiu muito nisso, o que me deixou feliz.

Me recostei num dos caminhões estacionados, onde alguns homens estavam guardando móveis.

Pouco tempo depois Rick apareceu, nem preciso dizer o tamanho da minha decepção ao ver duas armas em suas mãos.

— O que tem pra mim Rick? – Debochou meu pai, pegando as armas. — Olha... é o seu dia de sorte, elas estavam bem aqui, afinal...

Bufei de raiva e me virei para o lado, deixando de prestar atenção na conversa de Rick e meu pai, ao ver Carl. Ele estava parado mais a frente, os braços cruzados enquanto observava com raiva alguma coisa. Segui seu olhar, vendo Davey confrontando uma garota que devia ter a minha idade, provavelmente aquela fosse sua namorada.

Cheguei de fininho por trás dele.

— Relaxa, já estamos de saída. – Ele se assustou virando-se pra trás.

Ao me ver, revirou o olho seguido de um suspiro tedioso.

— Tenho a impressão de que você está sempre atrás de mim. – Disse olhando novamente para a frente.

— E... – Me pus ao seu lado, também olhando para Davey falando com a garota. — isso é uma coisa ruim?

Ele me lançou um olhar como se dissesse "preciso responder?", apenas ri, ser irritante é uma das minhas especialidades.

— Florzinha!

Negan me chamou, já estávamos de saída.

— Eu disse que já íamos embora. – Ironizei. — Até mais, idiota suicida.

Saí sem esperar uma resposta, que com certeza não teria.

Antes de entrar no caminhão, passei por Daryl, e mostrei a Emmy a ele.

— Olha só Daryl, agora tenho uma boneca. – Sorri com sarcasmo.

Ele nada disse, mas aquele olhar odioso já me satisfez.

Entrei no caminhão, meu pai ia entrando logo atrás mas voltou quando percebeu que estava se esquecendo de Lucille, mais que descuido. Michonne então apareceu, carregando um animal morto nas costas, parece que aquele seria nosso jantar.

Depois de uma conversa com Rick, meu pai finalmente entrou no caminhão. O resto dos homens se recolheram, e então partimos.

A viagem de volta para o Santuário estava sendo tediosamente silenciosa, Negan nem me permitiu ligar o som, era notória a sua chateação comigo.

...

Após terminar de supervisionar Davey e Jimmi colocando as novas mobílias no meu quarto, coloquei a boneca na cama e desci para fora, encontrei Simon supervisionando a cerca, fui até lá.

— Que porra, parece que abriram as portas do inferno. – O escutava Resmungando do calor enquanto me aproximava.

— Ora, pensei que já estivéssemos no inferno. – Falei, ele virou a cabeça me vendo parar ao seu lado. — Tanto que me chamam de filha do satanás. – Ri comigo mesma.

Simon encarava os zumbis na corrente e nas lanças, eu também gostava de olhar para eles, faziam com que eu me sentisse viva.

— Ouvi dizer que a colheita hoje foi bem produtiva. – Comentou sem me olhar, tinha uma mão na sniper e outra no coldre do cinto.

— Muito, aqueles malditos viviam muito bem. Não sei como demoraram tanto para descobrir aquela comunidade enorme.

Meio que critiquei o trabalho deles, e é claro que Simon se zangou, se tem uma coisa que ele odeia é ser chamado de incompetente, e ainda mais ser chamado de incompetente por mim. Percebi sua mão apertar com força a sniper, mas não podia me fazer nada, ou teria passagem apenas de ida para conhecer o verdadeiro inferno. Então acho que foi por isso que preferiu se manter calado.

Resolvi mudar o assunto, perturbar o Simon já estava perdendo a graça.

— Dwight me disse que você que lideraria um grupo para Hilltop amanhã.

— O seu pai me escolheu. — Respondeu com um ar de superioridade.

Revirei os olhos. Que mania de ficar se gabando por ser o braço direito do meu pai.

— A que horas vocês irão?

— Cedo, antes das nove.

— Merda. Odeio acordar cedo.

— Você não vai.

Imediatamente virei o rosto para ele, que me encarou de volta.

— E quem disse que não? – Cruzei os braços.

— A única pessoa que tem autoridade para decidir isso. – Respondeu indireferente.

Ah não... porra! Fechei os olhos com força e respirei fundo, é claro que meu pai me repreenderia de alguma forma pela minha "exagerada demonstração de arrependimento" para Rick. Pude ouvir uma risadinha de Simon, obviamente ele se divertia com isso. Abri os olhos, lhe lançando um olhar desprezível.

— O que foi que aprontou dessa vez, menina? – Perguntou com um riso desdenhoso de lado.

— Vai cuidar da sua vida, imbecíl.

— Posso te dar um conselho?

— Não.

E é claro que ele ignorou o meu fora.

— Pare de enfrentar seu pai, não importa que seja filha dele, todo mundo tem o seu limite.

— Tem razão, todo mundo tem o seu limite, – Fechei o punho e dei-lhe as costas para sair, terminando a frase num tom mais alto para que ele ouvisse enquanto eu me afastava. — então siga o seu próprio conselho e pare de se achar o conselheiro da minha vida!

Entrei no salão onde os homens descansavam do trabalho de hoje, se ocupavam com jogos de cartas ou cerveja nas mesas. Passei por eles, entrando no corredor largo que daria acesso as escadas para o próximo andar.

— Parece que você está sempre com pressa. – Ouvi a voz de Jason as minhas costas, eu nem havia percebido sua presença. — Pra onde vai?

Me alcançou e começou a andar ao meu lago, seguindo o ritmo de meus passos rápidos e apressados.

— Procurar o meu pai. – Respondi dando-lhe uma olhada rápida, fiquei incrédula vendo-o usando uma jaqueta jeans, como ele ainda não tinha morrido com esse calor? Mas era o estilo dele, então não tenho muito o que falar.

— Então já ficou sabendo que não irá para seu lugarzinho preferido amanhã? – Ele riu.

— Cala a boca.

— Não sei o que vê naquele lugar, não é nada de mais.

Ele virou-se de frente para mim e começou a andar de costas, mantendo o ritmo apressado enquanto continuava falando comigo.

— E aquele velho, Gregory, é um bundão.

— Dá pra sair da minha frente? – Me exautei, mas ele não se abalou.

— Se eu fosse você, eu não incomodaria o Negan agora, ele pode estar de mau-humor.

Parei subtamente, ele fez o mesmo, um sorrisinho suspeito desenhava seus lábios.

— O que você está escondendo? – Perguntei logo, desconfiada.

— Eu nada... mas já a Amber...

— O que tem a Amber?

Franzi o cenho, ele deu um passo para frente e soltou um suspiro.

— Vi ela e o Mark se pegando nos fundos do último andar. – Contou, um brilho malicioso se apossou de seus olhos verdes hipnotizantes.

— mais que vadia. – Murmurei fechando os punhos.

Posso estar muito puta com o meu pai, mas também não permitiria que ele fosse feito de bobo por ninguém. Aquela vadia da Amber estava traindo ele com aquele babaca do Mark, meu pai tinha que saber disso.

— Eles te viram? – Perguntei.

— Não.

— Ok, eu vou ir falar com o meu pai, aqueles dois vão ter o que merecem. – Falei, não gosto das esposas do meu pai, de nenhuma delas, e sou retribuída com o mesmo rancor.

— Eu vou indo, vou ver se consigo alguma coisa no truco. – Enfiou a mão no bolso traseiro do jeans, tirando de lá um bolinho de cartas, sacana. — Preciso dar um jeito que conseguir mais cigarro.

— Beleza, vai lá se matar. Tenho mais o que fazer.

Saí sem dar tempo para que ele me agarrasse, eu não tinha tempo pra isso agora, toda vez que ele começa a distribuir aqueles beijos quentes e arrepiantes, nunca conseguimos parar tão cedo, e eu não queria deixar minha conversa com meu pai para depois.

Bati duas vezes na porta antes de entrar, ele se girava na cadeira enquanto balançava Lucille e assobiava aquela canção nostálgica.

Fechei a porta e fui até ele, apoiei as mãos na mesa, e o encarei todo tranquilo a minha frente.

— Desculpa. – Só eu sei o quanto essa palavra custou a sair, mas era por uma boa causa.

Subitamente, ele parou de se girar e balançar Lucille, e então me fitou com aqueles olhos castanhos intensos, surpreso e um tanto desconfiado.

— Fui uma... imbecíl patética. – Admiti.

— Que bom que sabe disso. – Foi tudo o que disse antes de voltar a balançar Lucille e assobiar sossegadamente.

— E... então? – Perguntei hesitante. — Eu já me desculpei, pode me deixar ir com o Simon pra colônia Hilltop amanhã?

Parou de assobiar, soltou um suspiro colocando Lucille em cima da mesa.

— Nem fudendo, florzinha. Pensa que pode conseguir tudo apenas dizendo a merda de uma simples palavra?

— O qu...

— Eu não sei onde estou errando com você, – Começou com seriedade. — mas não vou deixar você ficar pior do que já está. Ainda vou conseguir por você na linha, não sei que caralhos você tem no lugar do cérebro, mas vou consertar isso.

— Quer saber? – O encarei forçando um sorriso debochado, o que não era fácil já que por dentro eu estou fudida de raiva. — Você pode não saber "o que caralhos tenho no lugar do cérebro", mas eu sei o que caralhos está nascendo na sua cabeça.

Ele franziu o cenho.

— Um belo par de chifres. – Zombei.

Negan apertou os olhos, me encarava confuso parecendo ainda não entender o que eu queria dizer.

— Fala logo. – Mandou seco.

— Sua querida e doce Amber, estava se agarrando com Mark num canto escurinho do último andar.

Seu maxilar travou e ele se levantou bruscamente da cadeira.

— Tem certeza disso? – Indagou com o tom de voz pesado de furor.

— Absoluta. – Menti, afinal, não foi eu quem vi, mas não tinha o porque de o Jason inventar isso. — O que vai fazer?

Ele ficou um tempo encarando o nada, parecia mastigar a própria língua enquanto estava pensativo, distante.

— Acho que vou ter que "passar" essa história a limpo, florzinha. – Riu voltando a me encarar.

Sorri também, entendi o que ele tinha em mente.... ah Mark, você está fodido.

Já que não tinha mais o que fazer ali, deixei sua sala.

Ir para Hilltop era uma das atividades que eu mais gostava na semana, não pelas merdas que eles tem e nem pelo lugar, mas sim pelo Jesus, era divertido ver suas tentativas falhas de tentar me convencer a "ir pro lado do bem", o Jesus era um cara calmo e sigiloso, não era fácil tirá-lo do sério, o que deixava tudo mais interessante. Sem contar naquele vacilão do Gregory, um medroso bajulador.

Abri o chuveiro de uma vez, e quando aquela água gelada bateu em minhas costas, senti meu fôlego escapar de imediato, mas em seguida aquilo foi ficando relaxante e suportável.

Odeio esses momentos nostálgicos que sempre tenho quando estou debaixo do chuveiro, e o que era pra ser um momento relaxante, acaba se tornando desagradável.

Começo a me lembrar de coisas que pensei ter esquecido, coisas das quais prefiro esquecer, e a maior parte dessas lembranças são momentos da minha vida antes da epidemia. E minha vida antes de tudo isso, não era muito invejável, era uma vida normal, comum como qualquer tantas outras. Mas depois do apocalipse, nada era igual, depois de tudo o que aconteceu, eu soube que minha vida nunca mais seria a mesma, nunca teria um dia comum, nunca mais seria "apenas mais um dia", seria "mais um dia vivo", e isso mudava tudo.

Depois do jantar farto, vim direto para a cama, onde me remexi muito antes de conseguir fechar os olhos e adormecer, se é que eu podia chamar aquilo de "dormir". Acordei várias vezes naquela noite, o grunhido daqueles zumbis na cerca nunca me incomodaram tanto, na verdade eles nunca me incomodaram, sempre me ajudava a dormir. Mas os pesadelos que eu tinha a cada vez que fechava os olhos estavam me matando, e por isso, apesar do sono, resolvi passar o resto da noite acordada, rolando de um lado para o outro na cama.

Parei encarando o porta-retrato em cima da nova cômoda ao lado da minha cama. Era uma foto de mim e minha mãe, tirada em um momento de descontração na festa do meu aniversário de oitos anos. Uma das únicas que não foram substituídas por fotos de miolos e crânios estourados. Os detalhes dourados nas laterais da moldura, foram o que me chamaram a atenção numa das colheitas em Hilltop.

— Boa noite, mãe. – Murmurei esticando o braço e deitando o porta-retrato, com o lado da foto para baixo.

...

Realmente não preguei o olho essa noite, só sei que me levantei quando ouvi o barulho dos motores dos caminhões lá fora. Fui espiar pela janela, a tempo de vê-los partirem portão a fora. Soltei um suspiro pesado de desânimo e me joguei na poltrona.

Não acho que um grupo sairá para caçar suprimentos já que teria colheita em Hilltop hoje, e não quero ficar vigiando os portões o dia todo.

— Ah que merda! – Esfreguei os olhos com as pálpebras pesadas de cansaço.

Vi meu reflexo no espelho da penteadeira, eu estava péssima, olhos vermelhos e olheiras profundas, sem contar nos cabelos totalmente desalinhados.

— Quer saber, que se dane.

Fui até a gaveta da cômoda e peguei o saquinho de pílulas, peguei três e as joguei de uma vez garganta adentro, tomei um gole de água da jarra, que lembrei de encher antes de dormir.

Em poucos minutos eu já estava quase caindo, me deitei na cama, e mais que de pressa a escuridão me tomou.

Não me lembro exatamente quando foi que adormeci, apenas acordei assustada com um tiroteio vindo do lado de fora. Levantei-me num pulo, sentindo uma tontura assim que o fiz, minha cabeça latejava com força.

Ao olhar pela janela, levei um tempo para assimilar o que via. Dois salvadores caídos no chão, poças de sangue se enchiam debaixo do corpo provavelmente morto deles, e ao lado, um garoto com um chapéu inconfundível de xerife e uma camiseta xadrez, era ele, Carl. Segurava uma arma que parecia ser maior do que ele, vários homens recuavam para longe de dele.

   — Mas que merda está acontecendo?


Notas Finais


Bem... Esse foi o cap de hj, espero q tenham gostado! Se puderem comentem oq acharam pf
Até semana q vem gentee, e um feliz Ano Novo pra tds vcs!✨🎉❤😘


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