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História The Walking Dead: O Inferno Na Terra - Primeira Temporada - Dia 11


Escrita por: Um_Negan

Capítulo 4 - Dia 11


Fanfic / Fanfiction The Walking Dead: O Inferno Na Terra - Primeira Temporada - Dia 11

Estou sonhando que uma daquelas coisas me perseguem, corro pelo meio de corredores e me deparo com mais deles, viro pra outro lado, e mais. Eles me cercam e me atacam. Logo levanto e mordo um garotinho, mas aparece outro cara e me da um tiro na cabeça.

 Acordo com um susto, todo suado, e ouço gritos aparentemente de um homem, e em poucos segundos, está uma barulheira total no estádio.

-Mas que merda....

 Pego minha faca e coloco no bolso da jaqueta, saio da barraca ao lado de Cristina e vejo uns 6 policiais correndo no meio de todos. Ouço mais gritos e grunhidos ao fundo.Varias pessoas começam a sair de suas barracas para ver o que está acontecendo.

 Seguimos os policiais e logo vejo uma daquelas coisas ao lado de um homem morto no chão e mais duas pessoas feridas. Os policiais não hesitam e disparam em sua cabeça,e logo em seguida na do homem morto.

 -Mas de onde ele surgiu? – Alguém perguntou

- Veja, ele tem um corte na garganta! – Outra pessoa falou.

-Mas que merda – Falo –Ele se matou?

-Provavelmente – responde um japa do meu lado – Mas... estão vendo alguma mordia? Como ele voltou?? Mas que bosta ta acontecendo aqui...

-Ele pode ter se contaminado de outro jeito.... - dizem.

Enquanto os paramédicos retiram os corpos e levam as duas pessoas feridas, um policial que aparentemente nos ouviu, fez sinal para que as pessoas se acalmassem e começou a falar.

-Pessoal, Pessoal, preciso que se acalmem.Ei, pessoal, EI! Atenção aqui! Vamos, prestem atenção. O homem aparentemente não foi mordido. Mas acho que há outras maneiras de se contaminar, suponhamos... Como relações sexuais e agulha compartilhada com alguém que foi mordido. Mas...

-Essa porra é AIDS??? – Um sujeito pergunta.

-Lógico que não seu idiota – Uma mulher responde – Ele ta falando uma coisa e você entende outra...

-Idiota é você sua vadia do caralho – ele gritou de volta.

- Vadia, olha, VADIA É A SUA...

-Ei,Ei...EI!! Se forem brigar, façam isso lá fora. Aqui é pra abrigarmos sobreviventes, e não para nos matarmos – Gritou outro policial. - Se não colaborarem vou ter que usar o cassetete... Aí a porra vai ficar séria.

Voltamos para a barraca mas a barulheira não para. Duas pessoas mortas assim do nada? E aquelas feridas? Quem garante que eles vão mesmo ajudar-las e não matar-las como fizeram com Pedro?? Todo mundo está em choque. Poderia ter sido qualquer um lá. Mas foi aquele homem. E porque o outro se matou? Não aguentou a pressão? Ele nem foi mordido...mas voltou e atacou pessoas aqui. Mas até que a explicação do cara fazia sentido. Mas porque ele teria relações ou compartilharia agulha com alguém que foi mordido? Ele já teria ficado com a febre, não é? Sério, está tudo cada vez mais estranho.

Decido não pensar sobre o assunto e deito do lado de Cristina para voltar a dormir.

-Ta foda.... -Cristina resmunga.

-Relaxa, Cris - Digo a abraçando -Vai passar. Espero.

Ela concorda com a cabeça me beijando e deitando sobre mim, sem dizer nada.

Demoro quase uma hora, mas enfim, consigo. Minha cabeça latejava. Abro os olhos e o sol já ilumina a barraca. Olho no meu relógio e são quase nove horas. Cristina não esta na barraca, deve ter saído um pouco. Reparo que sua mochila não esta aqui. Acho meio estranho, mas ignoro. Abro minha mochila e como o ultimo lanche que trouxe. Bebo o resto da água que tenho e vou no banheiro.

 A fila está bem maior do que antes. Parece que estão chegando sobreviventes a todo momento. Entro na cabine e uso o banheiro. Vou até a pia e abro um Gillette descartável que trouxe no bolso, e usando a espuma do sabão, faço minha barba.Me olho no espelho e penso em tudo que aconteceu nesses últimos dez dias. Nossa. Jamais que eu me imaginaria nessa situação dias atrás. Fazendo a barba no vestiário do estádio do Morumbi, num centro de refugiados, no meio de uma epidemia.

  Logo quando acabo, o policial vem e pede para nos retirarmos para que entrem mais pessoas. Volto para a barraca mas não encontro Cristina. Aí que realmente começo a estranhar.

-Mas o que? – Penso um pouco alto demais – Cadê ela?

Mordo meus lábios, tenso. Droga. Cadê...ela...caralho?

Tudo que era dela sumiu. Mochila, roupas, tudo. Sento chão da barraca e tento pensar para onde ela pode ter ido. Será que pediu para mudar de barraca? Será que ela me disse algo que agora eu não lembro que serviria de motivo para ela ir? Será.. que fiz algo errado? E ela não quer saber mais de falar comigo?

Saio de dentro da barraca e avisto o Sr. Flores, meu “vizinho” de barraca.

-Oi, Sr. Flores – digo cutucando seu braço. Ele se vira, erguendo as sobrancelhas.

-Ah, oi Carlos! – Diz ele.

-O senhor viu a mulher que estava dividindo barraca comigo? Não sei onde ela foi.- Pergunto olhando para os lados.

-Uma loira? – Ele pergunta – A de tatuagem no braço?

- Isso. Ela mesma. A Cristina. – responde abrindo um sorriso, já esperançoso.

- Ah, ela saiu faz.... – Disse ele forçando a visão para ver as horas em seu relógio de pulso – ..uma hora e pouco.

-Saiu? – Pergunto bem surpreso.

-Sim , sim, saiu falando no celular, com muita pressa. – disse ele olhando para o alto, tentando lembrar.

Como assim ela saiu? Sem me avisar! Será que aconteceu alguma coisa com algum parente dela, ou sei lá o que?  Agradeço ao Sr.Flores e volto para a barraca.Sinceramente me sinto um tanto traído. Ela parte assim sem falar nada, enquanto eu durmo. Sei que nos conhecemos a pouquíssimo tempo, mas olha, tivemos MUITA intimidade.

 Olho para fora da barraca e parece ter mais de 10 vezes o que tinha de pessoas quando cheguei. Penso no acidente que aconteceu hoje de madrugada. E se acontecer alguma coisa de novo? Tem muita gente aqui. Não acho muito seguro. Penso que talvez seja melhor eu sair daqui. Provavelmente vou me arrepender de ter saído, ou até não, talvez seja até bom. Mas acho que devo partir. Preciso parar em casa e pegar umas coisas. Talvez sair da cidade um tempo. Ir para o interior, ou litoral, sei lá. Mas algo longe dessa bagunça.

 Então é isso, vou sair daqui. Coloco todas as minhas coisas na mochila e saio da barraca. Caminho até o local de saída de entro nos corredores internos do estádio.

-Aonde vai? – Pergunta um guarda.

-Embora – Digo sério encarando seus olhos.

-Embora? – Diz era dando uma risada. – Pra que? Está seguro aqui.

-Claro que não. Já estou vendo a hora que vai dar uma merda.

-Aqui é seguro.

-Não, não é.

-Olha, meu rapaz, eu recebi instruções de...

-Não! Vocês não podem me segurar aqui. Me. Deixe. Passar.

-Não posso mesmo. Então tudo bem. O problema é seu – diz ele saindo da minha frente. – Foda-se.

 Continuo andando e entro em um corredor movimentado, cheio de pessoas querendo entrar. Com muita dificuldade passo pelo meio delas e consigo sair do estádio. Vejo umas 4 ambulâncias removendo corpos com marcas de bala da cabeça. Pessoas gritando, crianças chorando, um verdadeiro caos. Saio do meio da multidão e saio pela rua. A avenida está toda parada. Maioria dos carros estão abandonados, mas tem muita gente pra lá e pra cá.

 Tenho uma idéia, mas hesito. Penso bem em minha situação e caminho até um dos primeiros carros parados no  final da avenida. A partir dele , a pista está praticamente livre. Mesmo muito tenso entro no carro. Acho as chaves do lado do cinzeiro e dou partida.

 Ouço um guarda gritar, mas já é tarde demais, piso no acelerador saio correndo com o carro.

 

***

-Ok, você roubou um carro... Calma, vai ficar tudo bem,o dono o largou não foi? Respira. Calma. Continua dirigindo. – digo para mim mesmo, enquanto sigo a avenida principal, rumo a meu bairro.
    As coisas tão piorando muito. Ouço sirenes, gritos e até tiros. Realmente acho que estou perdendo a fé em que tudo vai dar certo. Estou seguindo na avenida e vejo o que aparece ser um deles no meio da rua. Eu posso desviar, claro que posso. Mas... algo me diz que preciso atropelar-lo. Sei que não te necessidade, mas uma hora ou outra vou precisar matar um deles. 
    Sei que ele não vai morrer se eu passar por cima. Mas acho que se eu fizer isso vai ficar mais fácil quando eu precisar de verdade.
 Encaro o homem que tem metade do braço comido e piso no acelerador. Me aproximo cada vez mais. 20 metros. 10 metros. 5 metros. Eu o acerto com tudo, ele bate no meu vidro, trincando-o e deixando uma mancha de sangue. Eu breco o carro a hora, e ele é lançado para frente. Alguns segundos depois, ele levanta, com um corte enorme na testa. Acelero de novo e a passo por cima dele. Dessa vez não paro e nem olho para trás. Continuo dirigindo.
 Após alguns minutos saio da avenida principal e entro nas ruas normais. É bem complicado de passar, pois há muitas pessoas e muitos carros largados. Vejo dezenas de viaturas passando. 
   Passo pela frente do hospital, está extremamente lotado de pessoas querendo entrar. A grande maioria chorando e sangrando. Ouço tiros vindo de dentro. Continuo reto e passo em frente do mercado, que está quase tão lotado quanto o hospital. Não vou me arriscar parando para entrar. Tenho comida o suficiente em casa.
  Saio da parte mais movimentada, estou seguindo por uma rua quando vejo então uma viatura parada. A porta está aberta e não há nenhum policial. Mas quando chego perto, vejo então um policial, aparentemente morto, com a cara no volante. Olho para os dois lados e puxo o corpo para o chão. A batida deve ter sido forte, ele tem a cabeça ensanguentada. Reparo na arma em seu coldre. Hesito por um momento mas me agacho e pego, rapidamente escondendo na calça.Não sei atirar com uma muito bem, só atirei algumas vezes quando foi no sítio de meu avô e ele me deixou atirar um pouco, mas nada além disso.
 Respiro fundo e volto para o carro. Depois de mais alguns minutos chego em minha rua, paro o carro sem estacionar mesmo. Vejo uma daquelas coisas comendo um garoto. Não posso perder tempo ficando em choque. Entro em casa e tranco a porta.
   Tiro a arma do bolso, e checo o cartucho, tem 8 balas. Não sei muito sobre armas, mas aparenta ser uma 9mm. Respiro fundo e coloco a arma em cima da estante. Vou para meu quarto e deixo umas roupas em cima da cama. Entro no banheiro para tomar um banho.
 Felizmente ainda tem água quente, a água desce pelo meu corpo enquanto penso no que fazer agora. Para onde vou? Será que deveria esperar mais para sair da cidade? Saio do chuveiro me sentindo bem melhor. Volto para meu quarto e me troco. Novamente ouço sirenes ao longe. 
   -Meu deus...- penso – As pessoas não param de morrer. Quando isso vai acabar?
   Volto para a sala e sento no sofá. Novamente imagens de meu irmão me vem a cabeça. Tudo aconteceu tão rápido. Ele simplesmente morrendo. E depois Cristina, me larga lá sozinho ser dizer nada.
  -Foda-se ela – digo  para mim mesmo – Mal conhecia ela, não me importo mesmo. Se ela estiver viva ou não, não vai fazer diferença. – tento não me importar.
   Ligo a televisão e coloco no jornal nacional. Imagens e vídeos de toda essa tragédia não saem da televisão. Orientações sobre refúgios não param de passar. 
 “Vão para os refúgios” “É seguro” “Fiquem juntos”. É só o que eles fazem, nos dar falsas esperanças. Não acho mais que vão resolver isso. Não por enquanto. Talvez achem uma cura, mas ela não desfazer toda essa merda que já aconteceu.
   Abro a geladeira e como um resto de torta que tinha guardado. Viro meia garrafa de refrigerante em cinco minutos. Tenho que aproveitar, antes que seja tarde demais. Quando eu precisar viver de latas de atum vou sentir saudades de tudo isso.

   Acho melhor eu deitar um pouco. Mesmo não sendo nem uma da tarde. 
   Deito em minha cama e fecho os olhos, desejando que tudo seja só um pesadelo. E que eu acorde depois em um dia normal, para ir dar aula como sempre.
  -Não – Penso – Tudo isso acabou . Não, não, não pode ser verdade, vão resolver isso em breve, é só eu me manter a salvo por enquanto não é?
   Quem dera.



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