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História The Walking Dead: O Inferno Na Terra - Primeira Temporada - Dia 21


Escrita por: Um_Negan

Capítulo 7 - Dia 21


Fanfic / Fanfiction The Walking Dead: O Inferno Na Terra - Primeira Temporada - Dia 21

 

Acordo com barulho de carros passando pela estrada, o dia está claro e não vejo nenhum deles por perto. Estamos em uma estrada vários quilômetros da principal. Mantive eu e Denise vivos por uns estoque que fiz arrombando um posto de gasolina de estrada. Acordo Denise e inclino o banco de volta para frente.

-Dormiu bem? – Pergunto – Sem pesadelos? – Ergo as sobrancelhas.

- Demorei um pouco pra dormir – Disse Denise com um ar triste.

-Olha... Sua mãe está em um lugar melhor agora. – Digo passando a mão em sua cabeça. – Longe de tudo isso.

 Denise assente com a cabeça sem falar nada. Encaro o mato do lado do acostamento que estamos e me viro para pegar a mochila. Comemos uns bolinhos que pegamos no posto.

-Eu vou morrer? – Pergunta Denise do nada.

- O que? – Respondo sem reação – Não! Não, claro que não.

- Minha mãe disse que todos morrem um dia – Disse ela em um tom de seriedade.

-Bem... Isso é verdade – Digo jogando o papel do bolinho pela janela – Mas... não vou deixar que as coisas lá fora te machuquem, relaxa- Sorrio.

Denise da um sorriso e volta a comer. Já é um grande passo conseguir sorrir depois do que viu poucos dias atrás. A coitada deve estar traumatizada. Ver a mãe ser atacada e logo e depois morrer em seus braços. Ela é só uma criança, não merece nada disso. Ninguém merece. Espero que o governo resolva isso logo. Espero que tudo ainda volte ao normal.

 Dou a partida no carro e saímos, seguindo a estrada, logo atrás de uns carros que vão para o mesmo caminho. O motorista de trás acelera até meu lado e faz sinal para eu baixar os vidros.

-Ei, oi cara. Então, estão fazendo meio que um pequeno acampamento aqui perto. – disse ele logo que abaixo os vidros.

-Como sabe? – Pergunto.

- Eu estava lá. Só fui buscar suprimentos na cidade. Mas ta quase impossível de entrar. Muita gente no trânsito ainda.

- Ah beleza... então, te sigo – Digo fazendo sinal com a cabeça e dando passagem para ele.

O carro do homem passa em minha frente eu o sigo por alguns minutos. Após um tempo ele para ao lado de um lugar no meio da estrada.

Meio que fecharam um retângulo que pegou mais da metade da pista e todo o acostamento, que está mais pra um monte de mato, usando carros e deixaram um espaço para os outros carros passarem pela pista.

-É aqui – Diz ele colocando a cabeça pra fora do vidro.

Vários carros estão parados ao longo do acostamento, e no meio do retângulo estão varias pessoas conversando. Algumas estão armadas mas a maioria parece bem inofensiva.

Paro o carro e pego minha mochila, e saio com Denise que também leva a dela. Caminhamos até o retângulo e passamos por um vão de mais ou menos um metro e meio para entramos no retângulo de carros.

 -Ah, mais um –um homem que parece te uns 25 anos caminha te nós - César – Diz ele apertando minha mão. – E você?

- Carlos – Respondo.

-Sua filha? – Ele pergunta.

- Ah, não... Essa é Denise, bem, a mãe dela... – digo meio devagar.

- Ah. – Suspira ele – Sinto muito pela sua mãe, Denise – Diz ele se abaixando – São parentes? – Ele pergunta olhando para mim.

 Nego com a cabeça e olho em volta. Devem ter umas 50 pessoas. César levanta e me olha por um momento e da as costas. Um outro homem que aparenta ter uns 40 anos se aproxima de mim querendo dizer alguma coisa.

-Tem um Mcdonalds a uns quilômetros daqui – Diz ele – Estávamos pensando em fechar com os carros em volta do estacionamento e nos abrigar lá.

- Ah, sério? Bem, não sei... O que vocês decidirem eu ajudo – Digo sem muito interesse de falar com ele.

 Algum tempo depois alguns homens armados saem todos juntos com uns carros. Ouvindo a conversa descubro que eles foram buscar comida na cidade. Má idéia, eu não iria para lá por enquanto. Cerca de uns 15 saíram, não acho que há necessidade de tantos assim, mas tudo bem.

 Vou para o carro com Denise e pego  umas garrafas de água para bebermos, logo quando mais um carro chega. Reconheço na hora as pessoas que saíram do carro.

 Davi Sanches, um dos meus alunos, ou ex- aluno da escola que eu dava aula. Ele chega acompanhado de seus pais. Ele deve ter mais ou menos uns 17 anos. 

-Professor? – Pergunta ele impressionado em me ver.

-Ah, Davi... Nossa, que surpresa – Digo.

- Não sabia que você tinha uma filha – diz ele olhando para Denise.

 Olho para ele fazendo uma expressão para não tocar no assunto, e ele aparenta não entender. Converso com os pais dele por um tempo enquanto Denise fala com uma outra menina. Os pais de Davi falam que quase foram pegos ontem de noite, houve outro ataque na rodovia, muitos foram mortos, e não tinha mais nenhum policial para ajudar. Todos os policias devem ter seguido pela avenida principal, junto com os outros civis. Mas nessa altura, muitos policiais largaram tudo pra ficar com a família.

O rádio soa no meio de todos, e paramos para prestar atenção.

-... bombardeios na cidade começam essa madrugada, evitem elas ao máximo, mas fiquem em volta das cidades, nas estradas. A ajuda logo virá. Se mantenham juntos em grupos. E ....é ... bo......ad.....

Meu deus. Bombardear a cidade? É assim tão grave?? Sinto um enorme aperto no peito. Vão... simplesmente.... bombear tudo?

Meu deus... – uma mulher choraminga – Vão jogar bombas... – ela chora - não.. não...

- Ei, é pro nosso próprio bem... – alguém a consola – Aquelas coisas lá, bem, a situação ta séria...

A transmissão começa a falhar e todos começam a reclamar e tentar fazer o sinal pegar, mas não da certo, então desligamos o rádio.

-É, só mandam a gente se manter juntos mas não fazem porra nenhuma – Diz uma mulher.

- Eles vão vim. – Diz o mesmo homem que consolou a mulher – Sei que vão. Não podem nos deixar morrer assim, né?

O silêncio respondeu por todos.

-Eles nem tão ligando pra isso – Diz um rapaz repentinamente – Só querem se proteger. Um bando de arrombados.

 E ficamos nisso por quase uns 10 minutos . Volto paro o carro e deixo Denise sob os cuidados de Amanda, a mãe da garotinha que ela conversava. Estou deitado faz um tempo quando um carro chega correndo e breca com tudo quase em cima de nós. Quatro homens armados saem de dentro, todos suados.

-Fomos na cidade, conseguimos entrar. Está um caos, pegamos suprimentos, mas os outros homens... Não conseguiram sair do mercado. – Diz  um homem branco de uns 30 anos, com uma arma na mão. Pelo cinto que ele usa, indica que ele deveria ser da policia ou algo do tipo.

- O que?? – Uma mulher gritou – Fábio?? Não, Não, cadê ele??

- Desculpa senhora, o Fábio...Bem, ele... ele não conseguiu sair. Fomos encurralados. – Disse outro dos homens, ofegante, se aproximando da mulher.

 A mulher se ajoelha no chão e começa a chorar descontroladamente. Outras pessoas tentam acalmar-la, ma sela não deixa nem que a toquem. Ela fica lá, chorando por vários minutos. Ouço os homens dizerem que vários deles entraram no mercado e atacaram eles todos. Reparo que um deles tem um toco ensanguentado. Ele foi mordido enquanto tentava separar uma daquelas coisas de outro homem. Tiveram que cortar na hora. E parece que deu certo.

Tinha uma faca extra no carro e por segurança decidi deixar com Denise. Sei que ela é só uma criança, mas acho importante ela andar armada pelo menos com uma arma branca.Ela aceita faca co um pouco de receio. Acho que ela tem um pouco de medo de precisar usar.

Após mais alguns minutos, aquela mulher que chorava levanta do chão e senta no capô do carro ao lado. Vou até ela e sento ao seu lado. Não falo nada por alguns instantes e me viro para ela.

-Oi. – digo – Sinto muito pelo seu marido.

- Foi culpa deles – Diz ela enxugando as lágrimas do rosto. – Largaram ele lá.

- Eles não tiveram escolha. – Digo olhando a mulher nos olhos – Não puderam fazer nada.

- Podiam ter tentado pega-lo ou sei lá – Diz ela parecendo ficar nervosa.

- Não... Você... Qual seu nome mesmo? – Pergunto. – Sou Carlos.

- Amanda – ela responde.

- Amanda... Aquelas coisas... Você já viu cara a cara?

- Só por vídeos. Morávamos em uma cidadezinha aqui perto, viemos pra estrada ajudar os outros quando começou. – diz ela olhando para o chão.

- Então. Não dá pra hesitar com eles. Pelo o que eles disseram, eles foram cercados. Se tivessem tentado alguma coisa a mais, talvez ninguém tivesse voltado. – Respondo.

- Mas mesmo assim ele morreu. Foi largado lá pra ser comido e depois... – disse ela começando a chorar de novo... e depois virar um deles também.

- Seu marido foi um herói – Digo – Ele morreu pra tentar trazer comida pra essas pessoas.

- Mas EU não queria que ele morresse – Ela fala em tom baixo mas bem nervosa. – E duvido que ele se deixaria morrer só por isso.

Apenas concordo com a cabeça e não falo mais nada. Ela está sofrendo bastante, acho que vai ser difícil ela entender tudo isso. Vai ser difícil pra todos.

 Estou realmente surpreso por nenhuma daquelas coisas terem vindo pra cá ainda. Mas somos muitos. Andei contando e ao todo somos 41. Acho que podemos nos proteger, pelo menos por enquanto. O lugar é bem agradável, aqui na estrada. É longe da rodovia principal, que é para onde todos estão indo.

Pelo que disse o rádio hoje, o exercito estão lutando pra valer na cidade. Começaram os bombardeios. Imagino que devem ter muitas pessoas lá ainda. Muitas devem ter morrido. Mas acho bom estar na estrada no momento. Seria o primeiro local que o governo procuraria por... sobreviventes. Será que posso nos chamar assim? Acho que sim. Sobreviventes.

 Sendo assim, eles iriam fazer patrulhas ao redor das estradas procurando por sobreviventes. Acredito que ainda vão fazer um centro de refugiados enorme em algum lugar. Só espero que anunciem nos rádios o quanto antes.

 19:30

A noite está bem calma, fizemos uma fogueira no meio desse retângulo de carros. Os caras deram um jeito de improvisar uma churrasqueira e assar umas carnes que o pessoal trouxe hoje. Não está tão ruim assim. Claro que as condições do lugar não são lá essas coisas, mas a comida da pro gasto.

 Quando fica mais tarde, me ofereço para dividir os turnos com César. Colocaram vários colchões infláveis pelo chão, várias pessoas dormem ao ar livre, pois estão sem carro. Fico sentado em cima de um carro apreciando a fogueira com minha arma na mão. O pessoal me deu uns pentes extras e uma shotgun.

Não contei a eles que não tenho muita experiência com armas, achei melhor deixar quieto. Eu até que tenho uma mira boa, mas não sou acostumado em atirar. Mas acho que no caso de eles aparecerem, eu acordo o pessoal e cada um se ajuda. É mais pra eu ficar de guarda pro caso de uma daquelas coisas aparecerem.

 A noite está bem quieta e nenhum outro sobrevivente apareceu desde mais cedo. Devem ter acampado na estrada principal com todos. Um péssima idéia na minha opinião. Lá são alvos fáceis.

 Pego meu maço de cigarro no bolso e acendo encarando o céu. Não tem nenhuma nuvem, da pra ver varias estrelas. Vou ter que arrumar um jeito de conseguir meus cigarros no meio de tudo isso. Mas não é importante no momento.

 Fiz as contas e estamos lá pro dia 20 de novembro, a noite está bem quente hoje. Acho importante manter uma noção do tempo, mesmo com tudo isso acontecendo.

 



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