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História The Walking Dead: O Inferno Na Terra - Primeira Temporada - Dia 24


Escrita por: Um_Negan

Capítulo 8 - Dia 24


Fanfic / Fanfiction The Walking Dead: O Inferno Na Terra - Primeira Temporada - Dia 24

Os últimos quatro dias aqui foram bem agradáveis para ser sincero. Ajudei o pessoal em uma busca por suprimentos em uma loja de conveniência a uns quilômetros daqui. Saqueamos praticamente tudo e pegamos uns galões de gasolina no posto. Havia algumas daquelas coisas lá. Encontramos pessoas no caminho,  e decidimos levar pro “acampamento”. 

A grande maioria é bem jovem, sendo que umas 10 são crianças. Denise está se socializando bem com o pessoal. Todo mundo é bem amigável. Fiz três rondas com César, Marcos e Tomas hoje. Passamos pelo canto da cidade para pegar armas em uma delegacia. A cidade realmente está um caos. Tem sobreviventes se abrigando em lojas e etc. Porém, com os bombardeios noites atrás, a aparência ficou bem feia... Imagino o tanto de gente que mataram. E agora tem muito mais daquelas coisas. Vi algumas tropas do exercito, mas não está com estava antes. As pessoas estão diminuindo.

 Mas voltando a falar da delegacia, fomos lá hoje. Os policiais e as famílias estão se abrigando lá, mas nos deixaram levar umas armas. Acho muito bom da parte deles. Falamos sobre o acampamento na estrada para eles, que se no caso de der alguma merda, eles podem nos procurar.

 A cidade está começando a ficar com um cheiro horrível da carniça, então saímos de lá o mais rápido possível. A avenida principal ainda está toda parada, mas não vi ninguém nos carros, estão todos largados. Alguns estão queimados e varias daquelas coisas estão perambulando por lá, e varias dentro dos carros presas no cinto. Realmente não sei o que aconteceu. Será que houve algum ataque e a policia decidiu tacar uma bomba, mesmo sem se importar com as vidas lá? Do mesmo jeito que fizeram ao bombear tudo? Ou será que a maioria fugiu ou morreu enquanto tentava? Agradeço a mim mesmo por não ter seguido a avenida principal.

 Logo quando chegamos, distribuímos algumas armas para o pessoal, e finalmente, descansamos. Tomo quase meia garrafa de água de uma vez. Denise está brincando com uma amiga que fez, dentro do carro. Dou um breve sorriso vendo que ela está segura. Vou para meu carro e pego uma lata de milho enlatado que trouxe. Sento no capô do carro e como tudo. Aquele mato todo fechado realmente esquenta muito.

 Onde estamos está mais pra uma estradinha de terra do que uma estrada mesmo. Se não fosse o mato ao nosso lado, não teríamos espaço para fazer essa barricada de carros. Tem umas casas a poucos metros daqui, mas já revistamos e saqueamos, estão sem ninguém. A avenida é quase do nosso lado pelo que vi no mapa, porém está atrás de todo esse mato. Sem chance de qualquer coisa passar, então estamos bem seguros por enquanto.

- Muito quente aqui, né? – Diz um homem sentando no capô do meu lado, enquanto come um pedaço de torta.

- Muito mesmo. Porra... É bom tomarmos bastante água se não podemos desmaiar, que nem aconteceu com a Clara ontem – Digo.

- É. Não queremos nosso pessoal fraco. Mas as coisas andam bem difíceis, principalmente depois da merda de ontem. – Diz o homem, que se chama José. Ele se referiu a uma perda que tivemos ontem. Amanda, a mulher do cara que morreu, se deu um tiro na boca ontem de madrugada, enquanto fazia a vigia.

-É, tem razão... Depois de ontem, bem, já deu pra perceber como isso afeta as pessoas... – eu ia dizendo, quando fui interrompido por buzinas de um carro surgindo na estrada.

O carro breca na nossa frente e uma mulher desesperada sai do carro, e corre para a abrir a porta do passageiro.

-Meu...amor...aqui... isso, achamos pessoas – disse ela rapidamente e ofegante enquanto chorava e abria a porta.

- O que aconteceu? – Perguntou César, chegando perto do carro – Ele foi mordido?

- Foi, no braço, faz uns cinco minutos – disse ela ajudando o marido a sair do carro. Ele tinha uma mordida enorme perto do pulso. – Ele já perdeu muito sangue.

César se aproxima do homem e olha a mordida por uns dois segundos, sem dizer nada.

- Vai ter que amputar – digo repentinamente.  César olha pra mim e concorda com a cabeça.

- Cabral!! – César grita – Traz o machado.

-Não, não, não corta minha mão, não – soluçou o homem tentando soltar os braços da mão de César. – Pelo amor de deus, não corta...

- Você quer viver ou não?? – Perguntou César enquanto a mulher do homem cobria o rosto chorando.

- Eu.. eu quero, mas não quero que corta – disse ele desesperado, com lágrimas descendo pelo rosto- N-não...Não tem outro jeito?? Pelo amor de deus, não...

- Não. Não tem. Vai ser o jeito. – Disse Cabral chegando com o machado.

César amarra um sinto um pouco abaixo do cotovelo do homem e pede para que eu e José o segurem forte de bruços no capo de seu carro. O homem grita em negação, enquanto César coloca seu braço ferido estendido sob o capô. Cabral segura seu braço e César se prepara para dar a machadada. Contamos até três e o machado desce  sobre seu braço. O homem berra de dor, enquanto sua mulher chora descontroladamente. E o machado desce de novo. E de novo.

Aquele barulho... da carne sendo cortada, e os ossos partindo... Acho que vão ficar na minha mente um tempo.

 

Finalmente, César da a última machadada no braço do homem, que berra de dor. Cabral pega o que restou de seu braço e enfia em um saco.

- Vamos queimar isso depois – Diz ele.

Enquanto Eduardo, um homem que era médico antes disso tudo cuida do homem, que se chama Oliver, conversamos com sua mulher Tereza.

-Nós... E-Estávamos em  meio que um a- a-acampamento uns quilômetros daqui. –disse ela ainda bem tensa, tremendo – B-bem, na verdade era ao longo da pista de uma avenida. Todo mundo decidiu p-parar os carros e não seguir a estrada. Tem carros parados por quase dois quilômetros.

- Estão todos vivos? – Perguntei.

Sim – disse ela concordando com a cabeça. – Todo mundo ta bem. Só acharam melhor parar. Estávamos lá faz uns três dias. Mas ai fomos procurar suprimentos pra gente, e seguimos por essa outra avenida aqui do lado. Os carros também estão largados mas não tem mais ninguém.

- É.É essa avenida ao lado mesmo – Disse Marcos.

-É. Então fomos vasculhar os carros... e... bem, alguns tinham gente morta, e Oliver foi enfiar a mão pra pegar uma mochila.. ah, eu avisei ele! Ai, ele mesmo assim t-tentou, mas...mas uma daquelas coisas tava viva e mordeu ele.- Disse ela olhando para o marido, que estava sob os cuidados do médico, que esterilizava o toco de seu braço.

-Ah – Disse César – Ele também foi bem babaca né? Sair metendo a mão no meio dessas coisas.

- Eu avisei ele – Disse ela – Mas ele disse que estava morto mesmo! E que...

- Claro que estão – Disse Cabral rápido – Mas isso não os impede de matar você. Tem que acertar na cabeça pra os matar de verdade.

-Não reparos nisso, o homem nem tava se mexendo, achamos que tava morto mesmo. – Disse ela, lamentando.

-É, vocês acharam errado, e ele pagou por isso – Disse César.

- Por que não seguiram para onde vocês estavam quando ele foi mordido? – Perguntei.

-Vimos uma a entrada do lado da pista na contra mão, e pensamos que poderia dar em algum lugar. T-Tinha umas casinhas no caminho, mas tudo abandonado – Disse ela.

-Deram muita sorte de nos encontrar – Disse Cabral – Teria dado merda pra ele, de verdade.          

Após alguns minutos, Tereza se acalma um pouco e vai ficar ao lado de Oliver, que já tem o braço enfaixado, mas mesmo assim, tem uma cara péssima. Ele está ardendo de febre, e está muito suado. Não faz sentido, pois nós cortamos seu braço mordido... Então, chegamos a conclusão que a febre é por conta de ele estar desidratado, já que está um puta calor e nós cortamos seu braço.

 - Então, o que acham de ir pra essa avenida com pessoas que a moça falou? Pra trazer pessoas pra cá? – Perguntou um rapaz alto.

- Ta louco André? –disse César – Não, é muita gente lá, deixa eles se virando lá. Já estamos bem aqui. – César faz uma pausa encarando a cara de desaprovação de André – Veja, quanto mais gente aglomerada... pode ser pior num ataque. A maioria das pessoas é muito cagona.

E nisso, vimos um helicóptero cruzar o céu novamente, logo acima de nós. Já é a terceira vez desde que cheguei aqui. Devem estar jogando bombas na cidade de novo. E com isso me lembro da noite que eu estava saindo da cidade com a Denise. Eu tinha saído do carro e vi a cidade toda escura no fundo. Explosões aconteciam nela o tempo todo. O exército com tanques atirando em tudo pela frente. Ver a cidade que cresci ser destruída assim é realmente muito triste. E pensar que ainda tem pessoas lá tentando não morrer, e esses ataques aéreos já devem ter matado várias. Olho para Denise brincando e sinto um enorme aperto, sabendo que ela vai ter que crescer no meio de tudo isso sem pais e familiares. Se eu não tivesse a encontrado... Com certeza estaria morta agora. E talvez, se ela e a mãe dela não tivessem me deixado passar a noite no apartamento em São Paulo, talvez eu que estivesse morto agora.

21:32

O dia passa mais rápido do que o normal, logo já está de noite, e estamos todos sentado nos carros em volta da fogueira, comendo comidas enlatadas e conversando. Oliver ainda está muito mal. Somos 36 agora. Alguns partiram pra estrada antes de ontem, sem contar com a Amanda que se matou.

- E você Carlos? O que fazia antes disso começar? – Perguntou Ivan, um homem bem gordo que está conosco desde antes de ontem.

-Professor de História – Digo dando um olhar para família de Davi, um ex aluno meu que chegou nesse acampamento faz uns 3 dias. – Quando deu merda fiquei um pouco no centro de refugiados, no estádio do Morumbi. – Faço uma pausa – Merda, aquele lugar deve estar a ruínas... Fiquei sabendo que jogaram uma bomba lá, quando aqueles... mortos começaram a dominar.

 Algumas pessoas dizem que também ficaram lá, mas vazaram em pouco tempo, exatamente como eu fiz. O “centro” da cidade agora só deve ter mortos dentro.

-E você, César? Era o que? – Pergunto.

- Personal Trainer – Diz ele dando uma risada disfarçada – Eu estava no hospital quando começou. Fiquei internado quase uma semana por conta de um acidente de carro. Quase que não consigo sair... Começaram a fuzilar pessoas lá dentro. Foi quando percebi que eu já tinha que me mandar.

Ficamos conversando até umas dez da noite, e fomos dormir logo depois, estávamos bem cansados. Marcos se ofereceu pra cobrir dois turnos seguidos então todos fomos dormir de boa.

23:58

 Estou dormindo no banco do passageiro, que está inclinado, Denise dorme no banco de trás e tudo está calmo. A luz da fogueira brilha já um pouco fraca e varias pessoas estão dormindo no chão em colchões infláveis. Oliver e sua mulher dormiram ao ar livre, pois Oliver não aguentava de febre e o carro estava abafado. Meio dormindo e meio acordado ouço um barulho estranho de gente comendo, mas estou sonolento demais para raciocinar. Devia estar sonhando com cachorros ou algo do tipo, quando acordo repentinamente com gritos de Marcos.

-Puta merda, não, não não!! CARALHO!!! Pessoal??!



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