Carlos respira apressadamente enquanto pensa no que acabou de acontecer. Ele quase foi morto. O desgraçado realmente ia largar ele lá, no chão, para virar isca. Carlos leva a mãos ao rosto, respirando fundo.
Realmente foi por muito pouco.
Ele ouve barulho de passos vindo da lateral e se depara com dois homens armados, que o encaram. Carlos por extinto aponta a .38 para os dois, enquanto sai de cima do carro.
Os homens erguem os fuzis para ele, sérios.
- Calma amigo. – Diz o mais alto – Não vamos fazer nada se você cooperar com a gente. Queremos tudo que você tem.
- Eu... – Diz Carlos ainda com a arma apontada para eles – E só tenho essa sacolas com primeiros socorros. Vocês...
- Eu abaixaria essa arma se fosse você – Diz o homem mais baixo – Somos dois. Se você atirar em mim, ele te mata. – Ele indica o amigo com a cabeça com um sorrisinho no rosto.
Carlos abaixa a arma, devagar, com suor escorrendo da testa.
- Você só tem isso? – Diz o mais alto abrindo um sorriso – Deve estar se abrigando em algum lugar então. Com pessoas – Diz ele apontando com o queixo para dentro do hospital, onde os mortos-vivos fazem a carnificina em Pablo.
- Não. Estou sozinho – Diz Carlos.
- O caralho que você ta. – Diz o homem alto se aproximando. – Ninguém anda só com uma sacola assim. Ta pensando que a nois é palhaço, mermão?
- Eu estava dormindo em um carro. – Diz Carlos rapidamente. – Olha, eu...
- Cala a boca – Diz o homem. – Antes que eu meta uma bala no meio do teu...
- ...Ei, cara, não precisa disso... – diz Carlos erguendo os braços. – Sai de perto. Chega.
Carlos tenta agir, mas é tarde, em um movimento rápido, o homem alto da uma coronhada em sua cabeça e tudo fica escuro.
Carlos abre o olho devagar, ouve barulho de carro em movimento. Ouve pessoas conversando e percebe que está sentado. O carro anda não muito rapidamente por uma rua quase deserta, a não ser, claro, pelos errantes que vagam pelo lugar. Ele rapara em uma enorme cratera ao longe, e vários edifícios destruídos. Merda. As bombas de Napalm, bombearam a maioria das cidades.
- Ei, fica quieto ai. – Diz o homem no banco do banco traseiro, ao seu lado. – Não teve como te amarrar, então fica quieto ai. – Diz o mesmo homem baixo colocando o cano da pistola Colt 45 em sua cabeça.
- Mas o que vocês... – Diz Carlos entrando em desespero – Calma...
- Você vai dizer onde você está se abrigando. – Diz o homem que dirige.
- Nem Fo-den-do. – Diz Carlos, sério.
- Não vai dizer, irmão? – Diz o homem forçando o cano da arma em sua cabeça. – Então, quando chegarmos em nosso abrigo, vamos ter forçar a falar. Vai um dos nossos prisioneiros.
Carlos não responde e nem ousa mexer muito os braços. Ele tenta bolar um plano, mas nada vem em sua cabeça. Os dois homens mantêm a conversa, discutindo sobre não estarem achando o lugar onde eles estão. Ele olham em um mapa, sérios.
- Só temos que achar logo a rodovia que sai da cidade. Depois são só mais uns 15 ou 20 quilometros. É aqui – Diz o homem ao lado de Carlos, escolhendo bem as palavras para não dedurar o esconderijo deles, enquanto circula alguma coisa no mapa.
- Ta um puta calor – Diz o homem ao lado de Carlos, abrindo a janela ao seu lado.
Os minutos vão se passando, até que finalmente já estão praticamente na estrada. Carlos repara em sua mão esquerda segurando a Colt 45, enquanto ele abre a janela. O homem vacilou por dois segundos. Mas é o suficiente para Carlos agir.
Com toda a força e velocidade ele arranca a arma da mão do homem, nem dando tempo dele tentar segurar. E quando o braço leva a arma para longe do alcance do homem, Carlos aproveita para acertar o homem em sua cara, com a arma, com muita força.
Na mesma hora, o motorista freia com tudo, levando a mão ao coldre. Carlos rapidamente da um mata leão nele através do banco e coloca a Colt 45 em sua cabeça.
- Filho da puta... – Diz o motorista afastando a mão do coldre.
- Sai da porra do carro – Diz Carlos. – Rápido.
O homem abre a porta, e Carlos abre na mesma hora, mantendo a arma apontada pra ele.
- Tira o cara do carro. – Diz Carlos apontando com a cabeça pro homem inconsciente no banco do passageiro.
- Você ta muito fodido, ouviu?
- Cala a porra da boca. Vamo.
O homem caminha até o outro lado da porta, com Carlos ainda com a arma apontada para ele, que abre a porta do carro, e puxa o amigo, o colocando no chão.
- Vira de costas. – diz Carlos abaixando a arma devagar, apontando para as costas dele.
-Filho da puta...
Ele se vira, e Carlos, devagar, tira sua arma do coldre, uma pistola 380.
Em um rápido movimento, o homem tira a faca da bainha e se vira para Carlos, que hesita em atirar. Mas tem tempo, ele consegue segurar a faca na mão do homem, deixando a 380 cair, se mantendo só com a .38 em sua mão, que o outro homem segura.
- Filho da puta... –Diz ele se esforçando para derrubar Carlos. – Seu...
A mão do homem escapa da mão de Carlos, e a faca abre um corte em sua palma. Ele agarra a mão do homem novamente, antes que ele dê outro ataque.
-Aah, merda!
Os dois lutam para se manter em pé, e Carlos ao ver a posição que a arma se encontra, puxa o gatilho. O tiro passa de raspão no ombro do homem, que larga Carlos, urrando de dor na mesma hora.
Carlos o joga para o chão e da uma bica em seu estômago. Pega a 380 e corre para o carro e entra no banco da frente. E pisa no acelerador, suando frio.
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