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História The Walking Dead: O Inferno Na Terra - Segunda Temporada - A Busca


Escrita por: Um_Negan

Capítulo 6 - A Busca


Cristina está sentada no balcão do bar, olhando  para o teto, apreensiva. Ela abre e fecha a mão, nervosamente, até que enfim, sai de cima do balcão e olha pela janela.

- Cadê eles? – Diz ela baixinho para si mesma, mas no fundo, a pergunta era “Cadê ele?”.

Impaciente ela balança a cabeça, nervosa. Já faz duas horas. Ele não voltou ainda.

-Será que eles estão bem? – Ela pergunta olhando ao redor, para todos.

- Sei não – Diz Miguel, um cara com bastante barba – Já era para terem voltado.

- Acha que deu merda? - Denilson pergunta levando as mãos a cintura.

A garota balança a cabeça e leva a mão a testa, limpando o suor.

-Ai... Espero que não. Se eles não aparecerem em uma hora... Vamos pra esse  hospital. É em São Paulo?? – Diz ela erguendo a cabeça.

- Não, não. São Paulo ta à uma hora daqui. Ele foram na cidade do lado aqui. Acho que é Jundiaí. Deve ser uns vinte minutos. – Diz Roberto passando a mão no cavanhaque. – Tem dois hospitais que eu e o Pablo conhecemos. Eles devem ter ido em um desses dois. Eu te mostro no mapa onde fica um, que vou no outro.

- Certo – Ela concorda com a cabeça – Se eles não voltarem em uma hora nós vamos.

Henrico a encara um pouco sério, e a filha percebe o olhar e se aproxima, devagar, sem dizer nada.

- Cris... Olha, eu sou seu pai... – Henrico faz uma pausa – Sabe que pode me contar. Percebi o que tem rolado entre vocês nessa semana.

Cristiana ainda não fala nada. Ela morde os lábios e olha para o teto.

- Não me importo com isso. – Diz o pai inclinado a cabeça para o raio de visão dela. – Ele é um bom rapaz.

Ela concorda com a cabeça e abraça o pai.

- Você cresceu mais rápido do que eu imaginava. – Diz ele ainda abraçando a filha – Parece que foi ontem que você fez  18 anos. – Ele a solta. – E agora,  já é uma mulher de 25. – Ele sorri para a filha, que sorri de volta.

Dimitri mexe no rádio, procurando sinal. Apesar de terem cortado a grande maioria das transmissões, uma ou outra funciona as vezes. O rádio emite um longo chiado, e aos poucos, uma voz picotada vai ficando limpa.

-... para poderem recolher sobreviventes nas estradas. Mas somente algumas dessas bases militares foram montadas. Fiquem longe das grandes cidades, esperem que em breve vãi resolver tudo. E não sejam mordidos. A terra inteira está no meio do caos. Estima-se que no atual momento, desde esse ultimo mês da epidemia , mais de 50% da população mundial foi dizimada. É, pessoal. Ta assim. Pedimos que mantenham as esperanças, tudo irá dar certo em breve. Tenham fé, isso tudo vai passar. A ajuda virá. Esses doentes não são só doentes, eles estão mortos. Sei que é difícil crer. Mas eles não estão vivos de verdade. Acertem na cabeça, é o único jeito de parar-los. Meu nome é Francisco Vieira e eu falo de um refúgio ao leste de São Paulo. As transmissões principais já pararam, mas irei fazer transmissões daqui  quase todos os dias nesse mesmo horário, cerca de quatro da tarde. E... ao.....  fu......mes...di....

 A transmissão começa a picotar novamente. Dimitri bate com força no balcão.

- Porra! – Ele se aproxima do rádio e tenta mudar a posição da antena, mas nada acontece.

- Que ótimo – Diz Miguel pegando uma garrafa de vodka no bar. – Mas pelo menos tivemos alguma noticia de fora.

- É – Diz Sérgio – A merda continua subindo. Nada melhorou.

- Cacete, gente! – Diz Cristina – Não vamos perder a porra da esperança. Assim vocês fodem tudo. Vamo continua segurando firme, vai tudo passar.

Sérgio bufa em dizer nada, e sai de perto, indo para o banheiro. Ninguém diz mais nada, todos ficam quietos. Alguns comendo, outros lendo, e outros limpando a arma. A barricada improvisada com carros ao redor do portão do bar, começa a mostrar seus defeitos. Alguns errantes passam por debaixo do carro, obrigando a alguém ir acertar-los na cabeça.

Os minutos vão passando e nada dos dois. Cristina serra os punhos, agitada, e vai até Roberto, que come  atum enlatado, olhando para a janela.

- Não da mais pra esperar, vamos. – Diz ela.

- Ta. Ta. Vamos então. – Diz ele colando a lata vazia no chão e pegando o rifle do chão.

Cristina pega sua escopeta atrás do balcão e sua mochila de lona, já preparada.

- Estamos indo já – Diz Roberto se aproximando da porta.

Henrico olha a filha por um momento, e abaixa a cabeça. Após uma pausa, ele olha para ela de novo.

- Toma cuidado – Ele diz.

Os dois saem juntos e cada um entra em um carro. Miguel abre o portão e desencosta um dos carros da barricada, deixando eles passarem. Cristina segue o carro de Roberto por alguns minutos, quando finalmente adentram a cidade de Jundiaí.

 A cidade está deserta. Mas não é simplesmente deserta, sem ninguém. É deserta tipo morta. Onde pessoas transitavam todos os dias agora é um cemitério, palco de uma carnificina. Alguns prédios estão queimados, carros estão largados pela rua, batidos em postes e paredes, e muitos mortos vagam pela cidade. Cristina fica boquiaberta ao ver a aparência deles. Muitos estão praticamente intactos, provavelmente porque morreram a cerca de um mês.

É realmente tenebroso seguir por essas ruas. É realmente o fim do mundo

Ela segue o carro por alguns minutos e faz sinal para ela parar.

- Aqui – Diz ele abaixando o vidro – Olha por esse mapa – Diz ele entregando um pedaço de papel rasgado. É só seguir pelo contorno de caneta que eu fiz. Vou indo pro outro hospital. – Diz ele apontando para um local do papel – Depois a gente se encontra nesse mesmo lugar. – Pausa – Boa sorte.

Cristina concorda com a cabeça e coloca o papel sob o volante, e segue pelo traçado indicado. Alguns carros militares estão largados pelas ruas, com os vidros quebrados e ensanguentados.

Ela chega em um edifício com as janelas quebradas e marcadas por balas, parte de seu topo está queimado, e há um enorme buraco na parede lateral. Ela repara no carro que Carlos e Pablo vieram, largados na porta.

Ela respira fundo e olha ao redor, não ousa gritar.Uma  escadaria leva para dentro do recinto. Um letreiro, com uma das letras quase caindo, diz:

HOSPITAL PAULO SACRAMENTO

Cristina sobe a escadaria e entra no hospital. O cheiro de carne podre é muito forte. Com a 1911 erguida, ela, tensa, perambula pelos corredores. Alguns errantes aparecem em sua frete, mas ela finca a faca em suas cabeças.

- Eles estão aqui em algum lugar. – Pensa.

Ela segue pelos corredores, até uma ala onde vê cerca de uns vinte deles. Ela leva a mão ao nariz, o odor é muito forte.

- Se aconteceu alguma coisa, ele ta aqui – Sussurra. - Merda.

Então, assim que eles a percebem, ela começa a atirar. Descarrega um pente inteiro, e já coloca outro em seguida. Tudo se passa como um filme em sua cabeça, ela matando um por um. Quando termina a chacina ela olha ao redor, pelos corpos. Nenhum é Carlos. Ela respira aliviada, até que ouve um barulho vindo de suas costas.

Ela se vira rapidamente enquanto se afasta, levando a mão a boca.

A coisa que há poucas horas foi Pablo, rasteja no chão, com quase todo seu corpo dilacerado. Suas pernas que agora praticamente são só osso, são arrastadas enquanto seus braços mutilados se esforçam para se locomover no chão.

Ele rosna furiosamente enquanto estica os braços para tentar agarrar Cristina. Ela, sem hesitar, dispara um tiro bem no meio de sua cabeça, que tomba no chão, sem vida.

Ela não diz nada, e morde os lábios tensa. Milhares de pensamentos surgem em sua cabeça. E então, ela localiza no chão, perto de uma porta com um carro encostado do lado de fora, a 9mm de Carlos. Cristina corre e pega a arma, e raciocina por um tempo, enquanto olha para a porta bloqueada.

Então, ela se espreme pelo vão que permite a porta abrir, e se apóia no carro para poder sair. Carlos deve ter fugido. Alguma coisa aconteceu aqui. Se ele tivesse bem, teria pego o carro lá de volta. Então, sob toda aquela sujeira no vidro lateral do carro, ela vê uma marca na sujeira do carro. Provavelmente de alguém que se encostou nele ou algo assim.

Respirando apressadamente, Cristina contorna o hospital pelo lado de fora e volta para seu carro. Ela precisa encontrar com Roberto e planejar um busca por Carlos.



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