1. Spirit Fanfics >
  2. The Walking Dead: O Outro >
  3. Submundo

História The Walking Dead: O Outro - Submundo


Escrita por: Vinibrazuka98

Notas do Autor


Fala, pessoal! Queria começar esse capítulo pedindo um milhão de desculpas pela demora na postagem. Espero que me perdoem, e que entendam que eu tenho estado muito ocupado com a faculdade. Prometo que continuarei dando o meu melhor pra postar no mínimo um capítulo por semana.
De onde veio o grito que os irmãos ouviram no último capítulo? Será uma emboscada? Alguém que realmente precisa de ajuda?
Boa leitura, pessoal! Abraços, e desculpa outra vez pela enrolação!

Capítulo 6 - Submundo


Capítulo 6: Submundo

 

  Passados apenas alguns segundos, o grito se extinguiu de forma tão súbita quanto havia se iniciado. Vince e Jake tentavam, usando suas habilidades de rastreamento, seguir a origem do som agudo e estridente. Contornaram a estação de energia, a lama agarrando firmemente seus pés a cada passo.

  A chuva não dava sinais de trégua. Os pingos caindo com a força de uma cachoeira eram a trilha sonora daquela busca pelo que poderia ser uma sobrevivente em apuros. Seguindo a Nordeste, a direção da qual pensavam ter vindo o grito, adentraram na floresta outra vez. Sem muita demora, viram por entre as árvores o largo penhasco rochoso que delimitava aquela área florestal.

  Os dois pararam e tomaram fôlego quando deixaram a vegetação para trás e ficaram a poucos metros do tenebroso abismo. Se olhassem para baixo, veriam a muitos metros abaixo um tímido e magro rio salpicado de pedras, que corria em sentido Leste.

  - Pra onde agora? – Jake perguntou, tentando se fazer ouvir em meio a toda aquela chuva.

  Vince encarou os arredores em silêncio, girando lentamente o corpo até completar um círculo completo. Tentava se concentrar ao passo que controlava sua respiração. Redirecionou sua atenção para o penhasco aos seus pés. Viu as árvores sendo castigadas pela chuva no outro lado, a ponte se estendendo a alguns bons metros à sua direita. Percorreu-a com os olhos até chegar ao lado onde se encontravam, chegando cada vez mais perto...

  -Ali! – Vince apontou.

  À direita, não muito longe de onde estavam, havia uma discreta irregularidade na borda do penhasco. O piso rochoso se estendia ligeiramente à frente, como uma saliência, e depois se encurvava, com uma certa inclinação.

  -O que foi que você viu? – Jake perguntou, ainda confuso.

  -Só vem. – Vince retrucou.

  Os dois irmãos andaram, apressados, até a irregularidade avistada pelo irmão mais novo. De fato, as suposições de Vince pareciam estar se confirmando. A inclinação à direita daquela saliência era mais comprida do que aparentava ser, sendo possível andar sobre ela, como uma pequenina passarela.

  -Mas que porra... – Jake deixou escapar.

  Vince seguiu em silêncio, pondo o pé esquerdo sobre a ponta da saliência. Com cautela, pôs em seguida o direito e, com um suspiro de alívio, constatou que a formação rochosa era firme o suficiente para aguentar seu peso. Ele acenou com a cabeça para que o irmão mais velho o seguisse e logo deu outro passo.

  A saliência descia, inclinada, à direita, como uma passagem secreta, colada à grande parede rochosa do penhasco. Nenhum dos dois irmãos atrevia olhar para baixo. Um passo em falso e teriam uma morte terrível e agoniante. Por sorte, não demoraram muito até encontrarem o grande prêmio.

  -Eu sabia! – Vince exclamou em meio à chuva.

  A pouquíssimos passos de onde estavam, havia uma grande e escura abertura na parede rochosa. Haviam acabado de encontrar algum tipo de caverna. Do topo da abertura, que devia chegar a dois metros e meio de altura, pingava a chuva que escorria pelo penhasco; de lá de dentro não vinha qualquer tipo de luz.

  Os dois irmãos, enfim, adentraram na caverna. Com apenas um pouco da luz da manhã nublada às suas costas, resolveram acender outra vez o isqueiro cinzento para iluminar o local.

  Estranhamente, o ar lá dentro era seco. O lugar era bastante claustrofóbico, menor até mesmo do que a sala de controles da estação. Pelas paredes escuras e sufocantes escorriam pingos de água que faziam lentamente seu caminho em direção ao chão.

  -Ok, achamos uma caverna. – Jake disse, olhando em redor. – E agora?

  -Agora nós exploramos. – Vince disse, se aproximando de uma das paredes.

  Com a luz do isqueiro, reparou que havia algo escrito nela. Parecia algum tipo de pichação, semelhante às que haviam visto na estação de energia.

  -Acha que vamos encontrar... seja lá quem deu aquele grito aqui? – Jake perguntou, distraído.

  -“Down the rabbit’ hole you won’t find it whole.” – Vince leu em voz alta as letras pintadas em caligrafia rústica na parede.

  -Como é que é a parada? – Jake se aproximou

  -Descendo a toca do coelho, você não o encontrará inteiro. – O mais novo repetiu – Que porra isso significa?

  -Parece outra charada... tipo aquela que encontramos no porão da estação.

  -Descendo a toca do coelho – Vince ponderou, olhou em volta e concluiu – Ali!

  No lado oposto à entrada havia algum tipo de passagem que não haviam visto logo quando chegaram. A abertura na parede era estreita, mal comportava uma pessoa virada de frente.

  -Nem precisa dizer. Vamos nessa. – Jake disse com a voz arrastada.

  Vince apenas ignorou o gracejo do irmão e, com a mão que segurava o isqueiro erguida, andou em direção à abertura.

  -Ei, espera! – Jake o interrompeu – Acho que você pode precisar disso.

  Jake revelou, guardado no interior do casaco, o machado de Vince, que havia trazido da estação. O irmão mais novo o encarou por alguns instantes, lançando um olhar penetrante que ia de encontro aos olhos do mais velho, depois ao machado e, em seguida, de volta aos olhos.

  Por fim, segurou a mão de Jake, pegando o machado e assentindo com a cabeça. Aquilo já era mais do que o mais velho sequer esperava.

  -Vamos lá. – Vince disse, entrando pela passagem.

  O lugar ficava mais escuro à medida que se afastavam da entrada. O som da chuva também parecia se distanciar, sendo reduzido de uma tempestade para um discreto gotejar.

  O caminho era bastante estreito. Por vezes, os irmãos precisavam virar o corpo e seguir de lado para passarem por aquele mínimo espaço entre as paredes de pedra. E então, eles avistaram algo mais à frente.

  -É uma luz! – Vince disse, mantendo o tom de voz baixo. – Devagar agora...

  E os dois irmãos andaram silenciosamente até o que julgaram ser o fim daquele frio e estreito corredor de pedras. De lá, emanava uma discreta luz avermelhada e trêmula. As suspeitas de Vince apenas foram se confirmando à medida que se aproximavam da curva à esquerda que marcava o final do caminho, uma vez que podia sentir a temperatura se elevando gradativamente.

  -É fogo. – Concluiu – Alguém deve ter feito uma fogueira.

  Então, os dois chegaram à curva. Vince apagou o isqueiro em sua mão e se posicionou de costas para a parede rochosa. Mantinha o machado erguido em suas mãos, pronto para qualquer tipo de ameaça que pudesse estar esperando por eles. Lançou um olhar rápido para Jake, que assentiu com um leve aceno de cabeça.

  Lentamente, o mais novo foi inclinando a cabeça para o lado. Com o canto do olho, pôde ver, a não mais de 3 metros de distância, a aresta do que parecia ser uma porta de metal. Inclinou-se mais um pouco e pôde ver, no chão, um par de botas escuras e surradas.

  Com a respiração acelerando, percebeu que as botas estavam presas a um par de pernas, que por sua vez estavam juntas a um corpo e que...

  -Meu Deus! – Vince exclamou em voz alta e se apressou em fazer a curva e correr.

  -Ei! – Jake tentou protestar, mas resolveu seguir o irmão.

  -Puta merda!

  Não sabiam como explicar o que viam. De fato, havia uma porta de metal, cuja superfície também estava pichada com algumas letras. No entanto, com as costas coladas contra ela, e o corpo completamente caído no chão, havia também uma mulher. Tinha cabelos loiros e uma aparência razoavelmente jovial; algo entre os trinta e trinta e cinco anos. Seus olhos estavam fechados, suas roupas encharcadas e sua pele manchada de sangue em várias partes, o que chamou a atenção para o traço mais peculiar da figura.

  -Que porra aconteceu com ela!? – Jake exclamou, se aproximando.

  O braço esquerdo da mulher havia sido amputado, na altura do cotovelo, aproximadamente. No entanto, não parecia haver mais sangue ainda escorrendo do ferimento. No chão, logo ao lado do corpo, os irmãos puderam ver a parte que faltava do braço, ao lado de uma pequena tocha, ainda acesa. Vince sentiu uma leve ânsia de vômito ao entender o que havia acontecido, mas conseguiu manter a calma ao pousar levemente a cabeça sobre o peito da moça.

  -Ainda está respirando. – Ele informou. – Parece que ela cauterizou a ferida com a tocha.

  -Porra, precisamos levar ela pro chalé. E rápido!

  Vince assentiu com a cabeça e os dois logo entraram em ação. Jake tomou a moça nos ombros e Vince assumiu a dianteira para limpar o caminho.

  Com dificuldade, os três atravessaram o corredor estreito e deixaram a caverna escura e rochosa. Cada segundo era precioso naquela situação caótica e inesperada.

  Vince não sabia bem porque subitamente se importara tanto em tentar salvar aquela mulher. Pelo que se lembrava, nunca a havia visto antes. Ainda assim, algo dentro dele dizia que era a coisa certa a ser feita.

  Enfrentando de cabeça erguida a chuva torrencial e o vento gélido, os irmãos seguiram por entre as árvores, tentando se desvencilhar do chão lamacento. O barulho da tempestade era quase insuportável, dando o ar de um dilúvio de proporções bíblicas.

  Sem saber por que, a mente de Vince parecia se concentrar numa única palavra.

  -“Stage.” – Ele disse, mentalmente

  Era a palavra que estava que vira de relance pichada na porta de metal dentro da caverna. A questão era: o que havia atrás daquela porta? E o que seria o tal palco?  

  



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...