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História The Way You Look Tonight - Save Tonight


Escrita por: dreamsofpanda

Notas do Autor


O primeiro capítulo (casamento da Anne) se passa no dia 15 de Julho de 2016, esse se passa no dia 15 de Julho de 2015! UM ANO ANTES! Lembre-se que voltamos no passado de Cath!
Quem leu o último capítulo lembra que ela termina falando que começa a pensar em como ela chegou ali, e é isso que vocês vão conhecer agora!

Capítulo 4 - Save Tonight


Save tonight and fight the break of dawn

Come tomorrow, tomorrow I'll be gone

Save Tonight - Eagle-Eye Cherry

15 de Julho de 2015

Tava pensando, ou me encontrando no que faria dali para frente. Depois de alguns meses com uma recuperação de 98%, algumas pessoas já não tinham mais o olhar de pena em cima de mim, na verdade, tudo tinha voltado a ser como antes. Ou quase isso. Cada grupo em seu lado, os sem grupo na deles e eu, bom, a única coisa que mudou é que eu não tinha mais grupo. Ninguém me abandonou ou coisa do tipo, as pessoas começaram a ser mais simpáticas até, mas no mundo aonde acreditam que a “Cath é uma coitada”, a Cath aqui não quer se meter com essa gente.

Quando já havia me acostumado com toda uma ideia maior sobre a minha situação, nada mais foi igual. Meus únicos apoios quando o 98% chegou foi a minha família. Mostrar que eu estava melhor foi como dizer que: “Obrigada por tudo amigos, agora que eu já estou bem, podem virar as costas!”. Achei bem engraçado, inclusive.

-Catharina, você não precisa mais vir no resto da semana, você já está de férias. –Felipe me disse.

-Não sei nem o que estou fazendo aqui. –Ri e ele concordou.

-Eu com certeza teria ficado em casa se pudesse.

-Você estaria se corroendo por não estar dando aula de matemática. –Falei e ele gargalhou.

-Realmente.

Sem qualquer outra forma possível de continuar um assunto descente, o sinal tocou e todas aquelas pessoas em minha volta saíram correndo. Era como viver em um filme de colegial dos Estados Unidos, a diferença é que boa parte dos alunos estavam se preparando para a recuperação, não para as férias.

-Tchau, Felipe! –Sai berrando.

-Boas férias, Cath! –Falei um “para você também” enquanto ouvia algumas pessoas de minha sala falando que queriam ter a minha vida. Depois de quinhentas recuperações durante o ensino médio, estava mais do que merecido entrar de férias mais cedo por ter notas azuis, não é mesmo?!

Coloquei meu fone e sai daquele lugar o mais rápido que eu conseguia, não queria mais estar ali nem tão cedo. Suspirei ao ver a chuva caindo e coloquei os meus fones correndo até em casa.

-MÃE! –Berrei. –Caralho. –Disse depois de berra-la algumas vezes. –Mãe... –Suspirei e me joguei no sofá.

-Meow! –Uma voz sonolenta berrou em meu ouvido. Lá estava ele, a razão por eu ainda estar ali. Quando ainda estava no hospital, ele me disse que só queria o meu melhor. Não poderia desistir tão fácil de uma vida inteira que eu ainda teria. 

-Meu chuchu de batata! –Peguei meu primo e o coloquei em meu colo o fazendo rir. –Ta tudo bem, idoso?

-Eu só tenho seis anos, Meow! –Revirou os olhos. Estava aprendendo comigo, obviamente.

Depois de algumas sessões de Padrinhos Mágicos, minha mãe finalmente decidiu aparecer e com o almoço. Ela tinha saído para comprar pizza já que esse era o maior vicio do meu primo.

-Meow, pega o suco pra mim? –Sorriu.

-Por que Meow? –Minha mãe perguntou curiosa e nós gargalhamos enquanto eu colocava suco para ele. 

-Porque eu expliquei para ele que Cat é gato em inglês.

-E para mim gato faz Meow! –Ele concluiu.

-Não seria Miau? –Mamãe não parecia acreditar muito bem no que estava ouvindo, não a julgo. 

-Não questiona, mãe.

-Isso, tia! Não questiona! -Me copiou. 

[...]

Minha vida que já era baseada em coisas básicas, só iria piorar nas férias. No lugar de dois episódios de alguma serie, eu já poderia ver quatro por dia sem me preocupar com a aula do dia seguinte, afinal, ela não existia.

Meus pais que pensavam mais no Enem do que eu me faziam gargalhar. Não tava me importando muito –de fato- com a faculdade. Eu vivia tirando fotos, mas não via isso como uma profissão; Eu dançava até ontem, mas não foi exatamente culpa minha estar desse jeito. Acabei ficando com o Jornalismo mesmo.

-Você podia sair um pouco desse quarto. –Meu pai entrou falando. –Antigamente você vivia saindo com seu primo e a gente para dar uma volta.

-Pai, vamos concordar que antigamente eu não era assim. –O olhei. –Não estou falando do meu estado físico, até por que me sinto muito bem.  Porém não posso mais fingir que nada mudou e sair por aí saltitando. 

-Cath... –Suspirou. –Você precisa sair desse quarto, meu amor. –Sentou ao meu lado na cama e eu desliguei a televisão que passava How I Met Your Mother. –Você já deve ter assistido umas três vezes essa série aí.

-Foram seis, pai. –Sorri orgulhosa de mim mesma e ele gargalhou.

-Filha...

-Eu estou ótima! Acredita em mim.

-Só se você sair um pouco. –O olhei e ele entendeu a minha cara de “Sério?”. –Sim, Catharina nós vamos andar.

-VOU SOZINHA! –Berrei enquanto me levantava. –Vou ao Starbucks. –Peguei minha mochila e saí correndo de casa. –TCHAU MÃE! TCHAU CHUCHU! –Corri até a porta e a fechei com tudo.

Era disso que eu precisava. Uma linda encenação para que meus pais acreditassem na minha felicidade, que não existia. Olhei para a minha roupa do colégio e depois me perguntei o que tinha naquela mochila que eu havia pegado a minutos atrás.

-Câmera... 10 reais... Carregador... –Suspirei. –Nada de muito útil.

Por morar no centro, tudo era extremamente perto. Então peguei meu café, afinal era esse o meu maior vicio graças ao hospital, e fui direto para casa. Não tinha porque ficar na rua até tarde ou até mesmo enrolar, aquilo já bastava para os meus pais.

Olhei para a sala vazia e lembrei-me dos passeios que meus pais decidiam fazer com o meu primo, o meu quase irmão, no caso. Joguei-me no chão da sala e liguei o rádio em minha frente. Uma música pop de uma banda qualquer tocava, era até divertidinha.

-Esses foram os meninos da One Direction. Daqui a pouco voltamos com mais música, só para você!

 O locutor da rádio falava quando meus pais abriram a porta e eu pulei de susto.

-Não faz isso comigo! –Coloquei a mão no peito enquanto me levantava desligando a música. –DINDA! –Berrei quando a vi e pulei em seus braços. –Eu não acredito que você está aqui! –Sorri a olhando.

Minha dinda, que na verdade era dinda de minha irmã mais velha, era como a minha avó adotada. Eu vivia em sua casa quando morávamos perto uma da outra e nós sempre tivemos uma ligação fortíssima. Por não ter uma presença de avós, nem por parte de pai, nem por parte de mãe, ela com certeza foi uma ótima substituta nessa função.

-Como foi a viagem? AÍ MEU DEUS! Preciso que você me conte tudo! –Ela gargalhou enquanto meu pai me acalmava e meu primo ria.

Ele que normalmente passava o dia todo na minha casa, nunca teve um contato direito com os meus dindos. Mas o que importava é que eles se davam super bem quando raramente se viam.

-Foi incrível, Cath! Você tem que conhecer Londres um dia!

Realmente, isso seria um sonho. Quando consegui minha primeira e única viagem internacional, foi com bastante custo e foi graças a dança que me conseguiu um belo de um desconto para chegar nos parques da Disney em Orlando, só por ter dançado lá.  Já para meus dindos, essas viagens eram frequentes e super fáceis de serem realizadas. Eles que com certeza faziam parte do grupo rico da família -no qual eu não me encaixava- viviam viajando pelo mundo.

-Tenho que te contar várias coisas! –Após um belo resumo de suas gafes e me contar o motivo de meu dindo não estar presente, ela que parecia já não estar mais empolgada, quase deu um surto ao se lembrar de uma amiga que fez em sua viagem. –Anne é um amor, Cath! Vocês se dariam muito bem. –Sorriu. –Tem a Gemma também, sua filha. Com certeza vocês seriam amigas. –Não sei não. –Ela é bem empolgada, tipo você. Antes de tudo, né. –Suspirou. Minha dinda sempre deixava sua opinião bem clara. –Você mudou muito Cath! Você não anda tão agitada como antes. –Ri fraco.

-Vai passar. –Falei e ela sussurrou um “espero”. Minha mãe percebendo o clima tenso, pediu para que ela continuasse.

-Anne foi incrível comigo e com o seu dindo sabe. Nós estávamos mega perdidos por Londres. –Gargalhou parecendo se lembrar de algo e sorriu abertamente. –Aí ela nos ajudou apesar do nosso péssimo inglês. –Realmente, eles não tinham um bom inglês. –Nós continuamos conversando. Espero que um dia possa te apresentar ela, Cath! –Assenti. –Ah! Apresentar Gemma a você também seria ótimo.

-Claro!

Dos surtos da minha dinda por causa de sua animação pela viagem até a raiva do meu primo por ter ido embora resumiu a minha quarta. Quando percebi, já me encontrava em minha cama olhando para o teto. Ele é azul com bolinhas brancas, era para serem estrelas, mas ninguém me lembrou sobre meu dom –ou não- no desenho.

Meu quarto que a alguns meses tinha uma cadeira de rodas no canto, agora já era meu violão. Eu não sei tocar direito, mas até que é uma ótima decoração, admito. Umas andorinhas no canto direito. Um enorme espelho com minhas adoráveis sapatilhas de ponta do meu primeiro espetáculo no canto esquerdo. 

Ah! Eu sentia faltava de toda aquela sensação. Dos meus pés descalços tocando o chão do palco. Da luz que batia em meu rosto fazendo com que eu não enxergasse o público em minha frente. A troca de roupa de segundos. Os aplausos. As lágrimas de emoção e até mesmo de dor...

Suspirei ao lembrar de todos aqueles momentos que faziam parte de minha vida. Eu sentia falta, nossa, como sentia. Mas também não podia ficar me remoendo pelo passado. Foi aí então que me lembrei do comentário de mais cedo de minha dinda. Não seria a mesma Cath de antes, obviamente. Todavia, eu queria ter a Cath de sempre dentro de mim. Aquela que não se importa com a opinião dos outros, aquela que se entrega em tudo com muito amor e carinho, a que não tem vergonha de ser quem realmente é.

Eu precisava me reencontrar. Eu precisava saber quem eu sou. Eu precisava de mim mesma mais do que nunca para encontrar o verdadeiro sentido da tal, felicidade.


Notas Finais


MUITO IMPORTANTE!
Tive uma ideia que eu considero ser genial que é botar as músicas temas dos capítulos em uma só playlist! Todo final de uma parte nova eu vou deixar o link para vocês :) Algumas músicas estão em cover, não são a versão original... Mesmo eu querendo botar todas as que eu gosto, acho que seria chato para vocês, enfim, quem quiser é do spotify https://open.spotify.com/user/jessicaoner/playlist/2NBvHjmkKVdAPZXitvCCQw

Sobre o capítulo: Falta pouco para o Harry aparecer novamente, então não desistam de mim nem da fic (por favor)! Esse capítulo é bem pequeno meeeeesmo, mas é proposital para vocês não ficarem de saco cheio da história!
Críticas são sempre construtivas e comentários inspiram bastante! Obrigada por tudo!
Um beijo, um beijo e um abraço da tia Jessy!


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