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História The Weight of Loving - Joshler - Tela


Escrita por: joshwadun

Notas do Autor


Boa leitura ^^

Capítulo 4 - Tela


Quando acordei, todos os acontecimentos do dia anterior passaram pela minha cabeça. Sim, somente os acontecimentos de antes do show.

Procurei ignorá-los e fui tomar meu café da manhã.

Depois, voltei ao meu quarto, e tive uma súbita vontade de checar meus e-mails. E assim fiz, liguei meu computador e abri minha caixa de entrada.

Um dos e-mails não lidos chamou minha atenção.

 

Proposta – Fueled by Ramen

Olá, Tyler! Somos a gravadora Fueled by Ramen, subsidiária da Warner.

Um de nossos representantes assistiu ao show realizado ontem pelo Twenty One Pilots e ficou encantado.

Adoraríamos ter a banda conosco. Caso se interesse, segue abaixo nosso número, entre em contato o mais breve possível para conversarmos.

 

UMA. FUCKING. GRAVADORA.

Fiquei eufórico e comecei a gritar, acordando todos na casa. NÃO DÁ PRA ACREDITAR NISSO!!!!!

Depois de comemorar com minha família, liguei para Josh, que também ficou muito louco com a notícia e veio correndo para minha casa. Ligamos juntos para a gravadora.

Nos dias seguintes, tivemos alguns encontros com os representantes de Ohio e marcamos uma viagem para Los Angeles, para conhecer os cabeças da gravadora e... assinar um contrato.

O Twenty One Pilots faria parte de uma gravadora, todos os meus sonhos seriam realizados.

Tudo estava indo muito bem, e graças a algum ser divino meus devaneios não atrapalhavam minha amizade com o Josh. Também não tive mais sonhos como aquele. Mas eu ainda estava apaixonado. E automaticamente evitava qualquer tipo de contato com ele. Eu odiava isso com todas as minhas forças. Estava preso aos meus sentimentos e ao mesmo tempo não queria mudar nada na minha vida por causa deles, a banda estava em uma fase tão boa...

Vou procurar um psicólogo quando voltarmos para Columbus, decidi. Não dá pra viver assim.

Duas semanas depois, estávamos a mais de três mil quilômetros de casa. Logo que chegamos a Los Angeles, Josh, Mark e eu alugamos carros, um para cada um, conhecemos a cidade, que por sinal era muito linda, fomos em vários lugares aleatórios, como boliche, bar e calçada da fama, e quando anoiteceu fomos para nosso hotel.

Foi aí que as preocupações começaram.

Quando chegamos na recepção do hotel para pegar nossas chaves, descobri que Josh e eu ficaríamos no mesmo quarto. Só eu e ele.

COMO ISSO FOI ACONTECER??? POR QUE O MARK VAI FICAR EM UM QUARTO SEPARADO????

No caminho para o quarto xinguei todos ao meu redor de vários jeitos diferentes.

Ao chegarmos no quarto, Josh abriu a porta e foi o primeiro a entrar, dizendo que estava fedendo e iria tomar banho. Então, deixou a mala em um canto, foi até o banheiro, que era logo ao lado da entrada, e fechou a porta.

Liguei a luz do quarto.

A primeira coisa na qual bati o olho me fez ficar de joelhos e deixar algumas lágrimas caírem.

Só tem uma cama. E é de casal. Eu quero morrer.

Me lamentei por uns instantes e, lentamente, me levantei e fui até a maldita cama, me deitando nela.

Óbvio, minha mente não me deixaria em paz.

E se eu demonstrar sentimentos? E se acontecer algo de errado? E se... E se eu falar algo errado no meio da noite, subir em cima do Josh, ou... Ai, meu Deus, isso vai ser horrível. Calma, Tyler, fica calmo, são só alguns dias, vai ser a melhor viagem da sua vida.

Será?

Quando fui perceber, Josh tinha saído do banho. Estava sem camisa, somente com uma toalha cobrindo metade do corpo, e penteava o cabelo com uma mão, segurando sua mala com a outra. Me ajeitei e me sentei na cama.

Ele não pareceu incomodado com o fato de que só havia uma cama para nós dois.

– Animado para amanhã?

Animado pra essa viagem acabar, só se for.

– S...sim! Vou realizar um sonho, né?

– Nós dois iremos.

Não sabia o que responder, então abaixei a cabeça e olhei para minhas mãos que repousavam em meu colo. Notei que Josh tirou a toalha que cobria seu corpo, ali mesmo, na minha frente, e começou a se trocar.

– JOSH! – Olhei-o e gritei como se estivesse indignado.

– Qual é, Ty. A gente já se conhece há tanto tempo e agora vamos ficar num quarto só nós dois. Deixa a viadagem de lado e se acostuma com isso.

Assenti com a cabeça e olhei para baixo de novo.

Viadagem. A palavra ecoou na minha mente por alguns instantes. O jeito que Josh falou me destruiu.

Alguém bateu na porta logo depois de Josh terminar de se trocar.

– Entra! – Josh e eu gritamos em uníssono. Era Mark.

– Esqueci de avisar, marquei de jantarmos com uma galera da gravadora. Vamos?

Ótimo. Tudo o que eu menos queria naquele momento era sair e ter que interagir com pessoas que não conheço. Mas pensando bem... Qualquer coisa é melhor que ficar nesse quarto sozinho com Josh.

Dez minutos depois, fomos para a rua, e o carro que nos levaria já estava lá.

O motorista abriu o vidro do banco do carona e se inclinou para conseguir ver nós três.

– Boa noite, estrelas do rock. Sou Greg Wells, produtor de discos.

– Boa noite – Mark se dirigiu a ele. – Sou Mark Eshleman e cuido do design da banda desses dois aqui, Tyler Joseph e Josh Dun. Por que estamos falando nossos sobrenomes desse jeito mesmo? É uma reunião de trabalho?

Todos rimos, e logo em seguida entramos no carro. Josh e Mark foram atrás com outros dois caras, Adam Samiljan, do marketing, e Chris Woltman, gestor, e eu fui no banco de carona. Josh e Mark rapidamente se enturmaram com os outros e, juntos, conversavam e riam escandalosamente, enquanto eu, isolado como de costume, observava a cidade pela janela enquanto pensava em todos os cenários possíveis para a noite ser um desastre. Eu te amo, pessimismo.

Depois de vinte minutos chegamos em algum lugar. Logo que desci do carro, percebi que era uma pizzaria.

Os outros caras desceram do carro e nós entramos no local. A pizzaria era grande e estava meio cheia, mas felizmente já tinham reservado uma mesa.

Quarenta minutos depois, eu já estava completamente cheio. Tinha comido umas seis fatias de pizza. E eu dei o meu melhor para interagir com todos naquela mesa. Talvez essa noite não seja tão ruim assim.

Estava enganado.

– Vamos brincar de Verdade ou Desafio? – A proposta de Adam me fez engolir em seco. Todos na mesa aceitaram imediatamente. Chris afastou os pratos e garrafas, deixando apenas uma, que ele colocou deitada na mesa, para que ela girasse e apontasse para quem perguntaria e para quem responderia.

Durante a brincadeira, todos escolheram realizar um desafio, que acabaram sendo coisas meio loucas, como dançar “na boquinha da garrafa” e postar algo estranho nas redes sociais. Na minha vez, Mark me fez virar um shot de uma bebida que nem me lembro o nome.

Até que chegou a vez de Josh. Adam foi rápido em propor um desafio, levantando as sobrancelhas enquanto falava.

– Te desafio a beijar o Tyler.

Fodeu.

Todos na mesa urraram. Josh olhou para mim e eu sorri de volta, forçadamente. Eu tive um misto de emoções que não sei nem explicar, em poucos segundos comecei a suar frio, minhas mãos começaram a tremer. A noite havia passado de “levemente divertida” para “pesadelo”.

GARÇOM, TRAZ UMA FACA!

Quando voltei à realidade, Chris dirigia a palavra a mim.

– Você não precisa fazer isso se não quiser, Tyler.

Ótimo, mude o desafio dele e me deixe fora dessa, e se possível vamos embora dessa droga de lugar logo, nunca mais quero ver teu rosto na minha vida, grato.

– Não, relaxa, tô de boas.

Eu não conseguiria negar. Josh iria estranhar. Amigos que não estão apaixonados um pelo outro fazem essas coisas sem problemas, não é?

Josh se levantou de sua cadeira e veio em minha direção.

Me mantive imóvel, seguindo-o com os olhos.

Josh chegou e colocou uma mão em minha bochecha. Ele sorria.

Os outros caras na mesa não emitiam nenhum som, apenas observavam atentamente.

Josh fechou seus olhos e eu fiz o mesmo. Senti ele se aproximar.

E nossas bocas se encontraram.

Naqueles míseros três segundos não prestei atenção em nada, nem nos caras que berravam ao meu redor, nem no barulho da multidão na pizzaria. Só senti o momento. Só senti Josh. Pois eu sabia que eu nunca mais teria aquilo. Josh nunca seria meu.

Josh se afastou e nós abrimos nossos olhos. Rindo e olhando pra mim, ele voltou para sua cadeira.

E o jogo continuou, sem muitas novidades e minhas emoções misturadas com as bebidas.

Quase uma hora depois estávamos no hotel. Josh chegou e capotou na cama. Era quase uma hora da manhã, mas eu não tinha sono. Liguei a luminária do criado-mudo, me sentei ao lado dele, no chão, e fiz o que eu sabia fazer de melhor: escrever.


Eu não sei por que eu iria
Na sua frente e esconderia minha alma
Porque você é o único que a conhece
Sim, você é o único que a conhece


E eu vou esconder atrás do meu orgulho
Não sei por que eu acho que eu consigo mentir
Porque há uma tela em meu peito
Sim, há uma tela em meu peito


Estou parado na sua frente
Estou parado na sua frente
Eu estou tentando ser tão legal
Tudo junto tentando ser tão legal
Estou de pé na sua frente
Oh, eu estou de pé na sua frente
Eu estou tentando ser tão legal
Tudo junto tentando ser tão legal

 

Passei a madrugada toda ali. Até cheguei a derrubar algumas lágrimas. Minha ligação com a música é incrível.

Em um certo momento da noite percebi que não conseguia mais deixar meus olhos abertos, então deixei meu caderninho de lado, apaguei a luminária, me deitei na cama e dormi.

 

Quando acordei, o quarto do hotel já estava completamente claro com a luz do dia. Me levantei e vi um pedaço de papel no chão, na frente da porta. Era um bilhete de Mark dizendo que a reunião havia sido adiada. Peguei o celular na mala para ver a hora: 13:52. Não me espantei.

Notei que Josh havia saído, mas não deixou nenhuma mensagem ou bilhete dizendo aonde iria.

Desfiz minha mala, comi o resto de uma bolacha que tinha deixado nela, coloquei uma roupa simples e saí.

 

Nunca gostei tanto de ir na praia, talvez seja a falta de costume por não haverem praias em Ohio. Mas eu precisava relaxar, aconteceram coisas demais nos últimos dias, e como eu não conhecia lugar nenhum em Los Angeles – não havia meu toco de árvore naquela cidade - aquele foi o primeiro que me veio à cabeça. Dirigi e encontrei um ponto deserto na praia.

Andei um pouco, sentindo a água fria do mar em meus pés, sentei na areia e fiquei horas olhando para a imensidão do mar. Pensei, pensei e pensei, mas não cheguei a lugar nenhum.

De repente, percebi uma movimentação no meio do mar.

– ALGUÉM TÁ SE AFOGANDO.

Antes que pudesse perceber, estava tirando meus sapatos e minha camiseta e nadando em direção àquela pessoa que eu nem sabia quem era. Instinto?

Procurei não entrar em pânico, e deu certo.

Quando cheguei, a pessoa já estava boiando de barriga pra baixo, desacordada.

Segurei na mão dela e nadei o mais rápido que pude até a costa.

O sol já estava se pondo, mas foi possível ver o rosto daquela pessoa.

– É o Josh. Ai, meu Deus. 


Notas Finais


Me perdoem se as coisas nesse capítulo aconteceram rápido demais, precisei acelerar umas coisas
VAI MELHORAR MUITO I PROMISE
Mais uma vez, muito obrigado <3


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