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História The White House - First Day


Escrita por: sweetdisasters

Capítulo 1 - First Day


— Não pergunte, não fale, não respire. Todo e qualquer movimento seu estará sendo monitorado. A partir do momento que você entrar lá, perca a audição. Tudo que entrar pelos seus ouvidos será deletado. Entendido?

Não tive tempo de responder, ela continuou falando:

— Assumo que você leu e releu o contrato diversas vezes, então não preciso falar muito mais. Apenas lembre-se: sem contato com álcool, drogas e homens. Principalmente homens. Fique longe do Sr. Bieber, se não quiser acabar morta com um tiro na cabeça como Helen Dunt. Você a viu nos noticiários, certo? Ah! – ela suspirou – pobre Helen. Sinto sua falta.

— Me-me desculpe... Quem é o Sr.Bieber? Eu não o vi em nenhuma página do contrato.

Obtive um sorriso sínico como resposta. Continuamos andando. Seria difícil acompanhar o ritmo, creio que já andamos cerca de um quilômetro, tudo parecia ser tão distante e... imenso.

Todos nos olhavam como criminosas. Homens, em sua maior parte. Eles usavam ternos negros e tinham um olhar obscuro. Aquilo me incomodava horrores. Lembrei-me do que havia acabado de escutar sobre Helen. Certamente tinha a visto nos noticiários. A garota foi morta na Casa Branca, mas ninguém sabe o motivo ou o culpado.

E eu estava aqui agora, andando em passos rápidos, com uma mulher assustadora que eu nem conheço, me fazendo sentir como eu estivesse indo ao meu próprio funeral.

Aos poucos as pessoas ao nosso redor se tornaram mais amigáveis, vestiam roupas menos escuras, porém ainda sérias. Entramos em um corredor inteiramente branco, destacado por um longo tapete vermelho. Éramos as únicas ali. Depois de andar um pouco, chegamos no final e dois homens nos esperavam. Eles abriram a enorme porta branca que ali se encontrava, e ela disse:

— Boa sorte.

— O que? Espere! Você não pode simplesmente me deixar sem informaç...

A porta se fechou.

Eu me encontrava em um pequeno corredor fechado, que parecia um escritório. Haviam duas mesas. Uma era obviamente a principal, pois ficava bem centralizada. A segunda era menor e ficava ao lado da primeira, mas não muito perto.

Não tinha mais ninguém naquele ambiente e o silêncio me corroía. Eu estava com medo. Estava ansiosa. Senti uma pontada forte em meu ombro esquerdo e tomei conta que ainda estava carregando em meu braços várias pastas com trabalhos que deveria fazer. Aproximei-me das mesas para poder colocar minhas coisas ali por um tempo e, ao chegar mais perto da secundária, pude ver meu nome escrito em uma plaquinha dourada, provavelmente de ouro. Não pude conter um imenso sorriso e fui diretamente para trás dela.

Organizei tudo que havia trazido. Quando as coisas pareciam estar prontas, derrubei uma pasta cheia de folhas no chão. Era de se esperar, eu sou a pessoa mais desastrada do planeta.

Contornei a mesa e me agachei, recolhendo as folhas do chão. Era bom que eu estava sozinha, pois minha saia não era adequada para a posição em que me encontrava. Por azar, ao pensar nisso, ouvi uma voz.

— Você precisa de ajuda?

Fechei meus olhos. Era um homem. Sua voz soava doce, mas com segundas intenções explícitas. Como eu estava de costas, não pude ver seu rosto, e nem planejava. Continuei de olhos fechados, pensando no que fazer.

— Não, obrigada – falei, educadamente, enquanto recolhia o restante das folhas e me levantava vagarosamente.

Segui para minha mesa e sentei. Fiquei com a cabeça baixa, apenas esperando ele ir embora, mas isso não aconteceu. Podia ver sua sombra, imóvel. Céus, o que ele queria? Eu estava prestes a explodir, quando as portas do outro lado foram abertas.

Dois homens sérios de terno saíram. Depois mais dois. Depois mais três. Por fim, uma mulher, seguida de um homem. Não pude ver o rosto de nenhum dos dois, já que todos os assustadores seguranças estavam na frente, mas, enquanto o último homem seguia até a outra porta, a mulher estava vindo em minha direção.

— Você deve ser Natalie. Meu nome é Sally. Prazer – ela disse, oferecendo sua mão.

— O prazer é todo meu, Srta. Sally.

Sorrindo, gentilmente levei minha mão até a sua. Nos saudamos por um breve momento e ela se sentou na mesa principal.

— Como foi?

— Como foi o quê?

— A primeira vez que você viu o presidente. Como foi? O que sentiu? Está ansiosa para ser sua secretária? Bom, a secretária da secretária. Mas isso são detalhes.

— Aquele – apontei com a caneta que segurava, distraída – era o presidente?

Sally riu. Ela parecia ser divertida. Senti meu corpo gelar, o presidente dos Estados Unidos estava a menos de um metro de mim, e eu não fiz a mínima ideia disso. Me senti uma tola.

Quando finalmente me dei conta do que tinha acontecido, a sombra do homem que havia falado comigo surgiu em minha cabeça. Olhei para o local onde ele se antes estava, mas não tinha nada ali. Quis questionar Sally, mas ela estava muito concentrada. E além disso, deve ser apenas mais um das centenas de seguranças presentes na Casa Branca.

 

***

 

A tarde foi tranquila, mas tinha certeza de que estavam pegando leve comigo. Todos ali pareciam trabalhar feito loucos, ninguém nunca estava parado ou calado. Poder trabalhar ao lado da sala do presidente é uma vantagem e tanto. Um dos únicos lugares calmos daquele lugar.

Tive a oportunidade de passar uma ou duas horas acompanhando o tour diário pela Casa, assim podendo conhecer melhor meu futuro local de trabalho.

Meu expediente estava acabando, embora tenham deixado bem claro que não há tal coisa como expediente aqui. Trabalhamos de acordo com as necessidades do país. Muitas vezes os funcionários nem vão pra casa, passam dias seguidos aqui. Cada um tem seu próprio armário, com tamanho suficiente para guardar várias roupas e semelhantes.

Depois de arquivar cerca de duzentos documentos, já estava pronta para ir. Sally estava aborrecida no telefone há mais de quinze minutos. Gesticulei tentando informá-la de que eu estava indo embora, mas ela não pareceu me ver. Como não queria atrapalhar, apenas me levantei e segui até à primeira porta.

— Natalie! – ela gritou, embora não fosse preciso.

Virei-me e me dirigi até sua mesa, mas ela já estava novamente concentrada na sua ligação. Começou a separar duas pastas e me entregou, pressionando o telefone entre seu rosto e ombro.

Uma das pastas era cor de ferrugem, enquanto a outra era totalmente negra. Parecia coisa de outro mundo. Tudo ali era assim. Extraordinário. Eu tinha em mãos as duas mais belas pastas que já vira, embora não tivesse a mínima ideia do que fazer com elas.

Novamente gesticulei para Sally, que descansou-se do telefone e sussurrou:

— Entregue para o presidente.

— Você... eu... Sally, não posso fazer isso. Sally!

Estávamos discutindo por gestos enquanto ela reclamava com alguém na outra linha. Como ela espera que eu entregue algo para o presidente? O presidente! Nunca, eu não conseguiria. Ela gesticulou novamente, mas não para mim. Quando me dei conta um dos dois seguranças que ficavam na porta da Sala Oval, veio até mim e me guiou em direção a mesma. Claramente sem opções, respirei fundo e engoli minha saliva, causando um barulho ensurdecedor dentro de mim.

Eles abriram a porta, e lá estava ele. Sentado, escrevendo algo que parecia ser importante. Segui até sua mesa, em uma caminhada que parecia ser eterna. Não tive tempo de observar os detalhes da sala, meu nervosismo estava me consumindo. Ele não havia notado a minha presença, ou estava apenas me ignorando, pois sua pose não havia mudado.

Ao chegar em seu gabinete, coloquei as pastas em uma das pontas e sussurrei um “Senhor Presidente” em educação. Baixo o suficiente para não o atrapalhar, mas alto o bastante para ser ouvido. Como ele continuava imóvel, apenas me retirei dali o mais rápido possível.

Quando já estava no meio da sala, uma voz grossa fez meu coração parar.

— Natalie.

Me virei em direção a ele e respondi:

— Sim, Senhor Presidente?

— Obrigado. E bem-vinda.

Não pude conter um sorriso. Ele agora estava olhando para mim. Apesar da idade, era muito atraente.

— Muito obrigada, senhor. É um prazer.

Ele acenou com a cabeça e voltou para seu trabalho. Fiz o mesmo e retomei meu caminho. Quando os seguranças abriram a porta, dei de cara com o que havia falado comigo mais cedo. Ele sorriu totalmente maliciosamente.

— Natalie.

Dei um sorriso discreto e me retirei da sala, mas ele segurou o meu braço e me puxou para perto. Segurei meu ar.

— Justin – o presidente falou, quase gritando.

Rapidamente ele me deixou ir, e entrou na sala. As portas se fecharam e o silêncio voltou a engolir o cômodo. Sally ainda estava no telefone. Não me importei em me despedir, apenas fugi daquele lugar o mais rápido possível.

A quem eu estava tentando enganar? Esse lugar não é pra mim. O meu primeiro dia já foi cheio de regras e mistérios. As pessoas aqui parecem ser... diferentes.

Como um segurança pode segurar alguém daquela maneira? Não fazia sentido. Realmente não fazia sentido, todos os seguranças que eu tivera visto hoje mal se moviam, então por que ele era diferente? Por que ele falou comigo? Como ele sabia meu nome? Pelo menos agora eu sei o dele... Justin.



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