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História The Winds of Rage and Love - Capítulo XV - Encontros e Desencontros


Escrita por: FuckMeanGirl

Notas do Autor


Oie!
Não demorei tanto dessa vez, certo?
Capítulo 15 para vocês!
Espero que gostem, perdoem os eventuais erros e aproveitem a leitura!

Capítulo 15 - Capítulo XV - Encontros e Desencontros


Capítulo 15 – Encontros e Desencontros.

 

Jon

 

Havia momentos — não muitos, mas alguns — em que Jon Snow esquecia-se de suas tediosas e honrosas obrigações e permitia-se desfrutar despreocupadamente do tempo ao lado da sua linda irmã, Sansa Stark. A noite anterior fora mais uma das quais escolheram dormir um ao lado do outro. Compartilhar a mesma cama parecia algo muito sério — e na verdade é — e Jon culpava-se por imaginar como Sansa seria bela debaixo daquelas peles e da camisola que vestia. Sempre dormiam abraçados e Jon até mesmo deixava o seu conforto de lado para que Sansa pudesse se acomodar melhor. Ele conseguia sentir nitidamente o corpo dela junto ao seu. Os cabelos longos, lisos e ruivos que caíam pelos ombros e desciam até quase o meio das costas. Os fios cor de fogo cheiram à camomila. O corpo delgado e esculpido de seios fartos e graciosamente redondos, a cintura fina, as pernas fortes e brancas como algodão. Sansa é toda e completamente linda. Não existe nada naquela menina que Jon considera feio ou estranho. Sansa parece ter sido feita cuidadosamente pelos deuses. E ele a ama. A ama tanto que se culpa todos os dias e todas as noites, mas em momentos como aquele nada mais importava.

Jon assistiu a noite desaparecer e a alvorada tomar conta do céu do Norte. Todos os novos dias que começam são ainda mais frios que os anteriores e isso o preocupa, mas tentaria não pensar nas terríveis ameaças que regiam a sua vida agora. Sansa dorme tranquilamente. Sempre alheia a todos os problemas. Jon admira a capacidade que ela tem de separar a vida pessoal dos deveres de Protetora do Norte. É incrível ver como ela cresceu tanto em pouco tempo. Sansa passou de uma menininha doce e sonhadora para uma mulher forte e audaciosa e nem mesmo Jon que já havia passado por situações semelhantes, porém não menos traumatizantes, sentia-se tão homem e adulto como aquela menina enroscada nos seus braços. Aos poucos, o pátio de Winterfell ganhava vida com a movimentação dos criados. Ele podia ouvir as carroças saindo, os animais comendo, caldeiras de água fervendo no fogo de lenha e mesmo que Winterfell tivesse somente dez criados, eles faziam um bom alarde. Jon percebeu que Sansa não acordava de jeito nenhum e com muito cuidado, desvencilhou-se do corpo dela e levantou. Olhou para o seu estado físico e praguejou. Precisava aprender a se controlar mais, pois Sansa poderia pegá-lo naquela situação a qualquer instante. Virou-se de costas para vestir o grosso roupão e sair do quarto, mas ela despertou antes que Jon pudesse fazê-lo.

— Jon? – Sansa chamou pelo nome do irmão sem abrir os olhos.

— Estou aqui. – ele sentou novamente tomando cuidado para esconder o volume entre as pernas.

Sansa se espreguiçou lentamente e coçou os olhos como uma criança. Os cabelos bagunçados adornavam o rosto dela e Jon pensou que ela é ainda mais bonita ao despertar.

— Está saindo escondido? – ela sorriu e o beijou rapidamente nos lábios. Jon sentiu o rosto esquentar.

— Não, Milady. Apenas não queria acordá-la. Dormia tão profundamente.

Sansa chegou mais perto do irmão e colocou os seus braços em volta do pescoço do rapaz. Ele segurou na cintura dela com a mão esquerda.

— Às vezes penso que sentes medo de mim. Não se esqueça de que sou nada além de uma moça jovem e sedenta de amor. – Ela disse sorrindo lindamente e cobriu o rosto dele de beijos furtivos e doces. Jon sorriu também. Adorava aqueles surtos de coragem de Sansa e em como ela conseguia ser ainda mais encantadora quando agia daquela maneira. Quando percebeu que Sansa já estava quase subindo em seu colo, tratou de colocá-la de volta no colchão.

— O dever nos chama, Lady Stark. – ele disse num tom de reprimenda que nada agradou a irmã.

Sansa bufou e jogou as peles e os lençóis para o outro lado da cama. Levantou pisando duro como uma criança contrariada.

— Ah, o dever! Sempre o dever. – ela reclamou e encheu a bacia de porcelana com água e lavou o rosto sem se importar com a temperatura gélida do líquido.

Jon colocou-se por trás de Sansa na penteadeira e segurou na cintura da garota com as duas mãos. Beijou-lhe o pescoço e subiu com as mãos calejadas pelos braços dela. Sansa observou o rosto dele depois de secar o rosto.

— Preciso me aprontar. E não demore porque desejo tomar o desjejum ao seu lado. – ela disse.

Jon deu-lhe um beijo na bochecha direita e saiu do quarto. Sansa estava feliz, mas uma parte de si quis chorar quando tirou a camisola e viu uma cicatriz feita pelo seu antigo marido nas suas coxas. Queria ter o poder de arrancar aquela parte da sua pele sem que fosse necessário ter outra cicatriz por cima. Ansiava com o dia em que iria entregar-se à Jon, mas não queria que ele prestasse atenção naquela parte do seu corpo. Afastou-se das lembranças infelizes que aquela cicatriz remetia e escolheu um de seus vestidos mais bonitos e alegres para o dia que se iniciava. A peça era longa, o tecido fino de cor púrpura, bem justo nas costas e conta com um decote atrevido na parte da frente. Queria estar radiante naquele dia cinzento. Apesar de gostar de vestir-se como Lady Catelyn, a moda do Sul ainda lhe encanta e aquele vestido não tinha mangas longas que pendiam até o chão e atrapalhavam os seus dedos. Trançou os cabelos numa única trança lateral e colocou o pesado casaco preto de peles por cima. Saiu do quarto e encontrou Margaery Tyrell e Ericka passando pelo corredor indo em direção ao Salão Principal.

— Bom dia, Sansa! – Margaery disse com um frescor diferente no olhar. Os cabelos agora curtos mostravam mais o seu rosto, mas o corte que Sansa fizera escondeu a cicatriz na bochecha.

— Bom dia, Margaery. Como vai, Ericka? – Sansa cumprimentou as duas moças.

— Muito bem, Milady. Recebemos um corvo de Jardim de Cima hoje bem cedo.

— Eu queria contar a novidade, Ericka! – Margaery chamou a atenção da menina, mas riu em seguida. — Sabes que pode ser travessa porque não consigo brigar com você. – Margaery abriu um sorriso e Ericka a acompanhou. Sansa ainda não entendia o motivo de tantos sorrisos.

— E qual notícia o corvo trazia? – Sansa perguntou curiosa.

— A Rainha Cersei Lannister planeja um saque à Jardim de Cima, mas as tropas reais estão marchando a passo de lesma e nossos informantes descobriram os planos com a ajuda de algumas prostitutas que deitaram-se com os soldados. Minha avó fugiu para Dorne e levou consigo cinco bons guardas. E Jardim de Cima tem uma tropa imensa esperando pelo exército Lannister.

— Não entendo. É uma ameaça perigosa. O castelo pode ser destruído!

— Não será. O Lorde Comandante da Guarda Real desobedeceu as ordens da Rainha.

 

 

Em Algum Lugar entre Rochedo Casterly e a Campina – Marcha da Guarda Real. Quatro dias antes.

 

Faltava apenas um dia para que a Guarda Real, o exército dos Lannister, seus vassalos e casas aliadas pudessem chegar à Jardim de Cima e saquear o castelo, mas diante de tantos julgamentos certeiros, dúvidas e respostas dolorosas, Sor Jaime Lannister puxou as rédeas de seu cavalo e o fez parar. Como ele estava bem adiantado, a marcha atrás de si seguia lenta e vagarosa e Bronn colocou a sua montaria à par com a de Jaime.

­ — O que se passa? Por que parou, Sor? – Bronn perguntou confuso.

Jaime nada respondeu. Tinha alguns segundos para pensar na resposta, mas os segundos tornaram-se minutos e em seu rosto não havia nada mais do que linhas de expressão e uma testa franzida. O cérebro parecia não ter mais forças para pensar. Conforme ele se demorava em seus devaneios, a marcha aproximava-se, mas uma marcha não pode seguir sem o seu comandante e por isso ele se permitiu refletir um pouco mais. Bronn olhou para trás e viu milhares de homens e cavalos cada vez mais perto e Jaime não se incomodava.

— Sor Jaime? O que está acontecendo? Por que estamos parados? Esse lugar não é bom para um acampamento, se é isso que está pensando. É quente e vasto demais. Só vejo capim e o sol pode torrar as nossas cabeças! – Bronn tentou fazer Jaime falar, mas a sua resposta foi o silêncio.

E se eu ordenar? O que eles farão?

Será que eles me obedeceriam?

Aquelas perguntas rondavam a mente de Jaime mais uma vez. Cansado de pensar, de se culpar prematuramente, de sentir medo do julgamento alheio e principalmente, de ser o boneco favorito do espetáculo de títeres de Cersei Lannister, Jaime deu as costas para a estrada que seguia adiante para Jardim de Cima e virou-se para os seus soldados.

— Soldados, a marcha termina aqui! – Jaime disse em alto e bom som para os seus homens. Todos — sem exceção — o olharam como se ele estivesse louco. Bronn realmente pensou o Leão tivesse enlouquecido.

— Termino aqui essa missão. Não saquearemos Jardim de Cima. – Jaime continuou. Bronn o interrompeu:

— Sor Jaime, o que está fazendo? Não podemos ignorar as ordens da Rainha!

Jaime não o respondeu:

— Aqui, hoje e agora, eu abandono o manto da Guarda Real e nenhum homem presente nesta marcha saqueará o castelo da Casa Tyrell. Regressarei pela estrada real e jurarei a minha lealdade à Rainha Daenerys Targaryen em Pedra do Dragão. Os que quiserem me seguir, que venham. Os que escolherem o lado da Rainha Lannister, estejam cientes de que a loucura dela e a sua fúria colocará suas cabeças em estacas nos portões da Fortaleza Vermelha.

Jaime puxou o seu manto branco das costas com a mão esquerda e o jogou no chão com ódio no ato. Deu uma meia volta com o cavalo e as patas do animal pisotearam o tecido alvo e encheram-no de terra. Jaime bateu com as esporas no lombo do grande cavalo de guerra e a marcha abriu o caminho para que ele passasse por entre todos aqueles homens. Queria que todos vissem que ele estava certo, que ele não se arrependeria, que estava agindo com honra e sendo um homem de verdade depois de uma vida inteira servindo de chacota para os que lhe insultavam pelas costas. Bronn o seguiu ainda surpreso, chocado e apressado. Os primeiros homens começaram a trilhar o mesmo caminho. Alguns por diversão, outros por medo e muitos pela perspectiva de dias melhores. Sor Jaime Lannister olhou para trás quando já estava bem distante do ponto onde tinha deixado toda uma vida enterrada junto com o seu manto e sorriu satisfeito quando não conseguiu ver o fim do mar de homens que lhe seguia.

Foda-se a Rainha.

Foi tudo que ele pensou antes de arrancar com o seu cavalo.

 

Norte – Winterfell.

 

Jon e Sansa trabalham juntos no gabinete e discutem sobre assuntos do Reino. Brienne de Tarth treina alguns rapazes no pátio ao lado de Sor Davos Seaworth e Ericka Storm assiste ao treinamento demorando-se com os seus olhos de menina na figura de Sor Davos. Lady Margaery já havia percebido que Ericka sente alguma coisa por Davos, mas agora a garota nem mesmo faz esforço para disfarçar. Margaery analisou o homem mais atentamente e concluiu que ele não é de se jogar para escanteio. Claro que Davos não é um homem como aos que ela está acostumada, pois ele tem uma natureza rústica, uma postura dura, mas os olhos são piedosos e o coração é bom, misericordioso e sábio. Sabia disso porque Sansa já havia lhe falado várias vezes sobre o homem. Margaery achou engraçado que uma garota tão jovem como Ericka pudesse se interessar por um homem tão mais velho, visto que as meninas normalmente recusam pretendentes que passam dos 40 anos e Ericka deseja aquele homem para ela.

Todos pareciam concentrados nas suas atividades quando Podrick Payne adentrou o pátio do castelo correndo como louco e só parou quando Sor Davos o gritou:

— O que há com você, Podrick?!

Podrick parou por um momento, apoiou as mãos nos joelhos e respirou fundo tentando recuperar o fôlego. Brienne interrompeu o treinamento dos rapazes e Margaery e Ericka andaram até eles que ainda esperavam uma posição de Podrick.

— Fale logo, rapaz! – Margaery disse como uma ordem.

— Os guardas encontraram uma garota desmaiada no fim da Estrada do Rei, muito próxima à Winterfell. Ninguém a conhece, mas ela vinha para o castelo. Preciso falar com Lady Sansa e Lorde Snow. – Apesar do título de Rei do Norte, Jon pediu e depois exigiu que as pessoas mais próximas e que viviam em sua casa o tratassem apenas como Jon ou Lorde Snow. Não aprecia em quase nada o título de Rei.

— Então vá ter com eles! – ordenou Sor Davos.

Não muito tempo depois de Podrick ter entrado, Jon e Sansa surgiram no pátio onde a neve começava a cair e Podrick os orientou para a saída onde tinham acolhido a menina. Curiosos e nervosos, os irmãos não sabiam o que esperar já que o rapaz Payne disse que a andarilha estava desacordada, suja e fraca. Quando finalmente viram cinco homens da sua guarda os esperando, correram mais depressa para saciar logo aquela curiosidade e também um pouco do medo crescente. Porém o medo transformou-se em felicidade e conforto no coração de Sansa no minuto em que encarou o rosto longo de sobrancelhas grossas e cabelos escuros. As lágrimas vieram aos seus olhos. Jon postou-se ao seu lado e estarrecido, não disse nenhuma outra palavra que não viesse acompanhada de uma surpresa exclamada:

— Arya?!

 


Notas Finais


Quem aí achou que o Jaime fosse colocar o pau na mesa?!
E como vocês pensam que será o retorno da Arya?

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Bjs e até o próximo!


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