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História The Witcher: A werewolf in Kaer Morhen - A revolta do Fogo Eterno


Escrita por: NoEmpathy

Notas do Autor


Espero que gostem :)

Capítulo 1 - A revolta do Fogo Eterno


Fanfic / Fanfiction The Witcher: A werewolf in Kaer Morhen - A revolta do Fogo Eterno

 '' Eu era apenas uma criança quando a multidão apareceu, enfurecida, com seus garfos enormes apontados para minha casa, segurando tochas e berrando em nome de sua maldita religião. Me impressiona realmente o fogo eterno, que mesmo na tempestade devastadora daquele dia, tenha vindo com tochas acesas. Ta aí uma boa origem pro nome fogo eterno. Mais impressionante é seu medo do desconhecido, seu medo de monstros, sendo que o pior dos monstros não é o monstro, é o humano. Oque eles fazem por sua fé e seus impulsos naturais é realmente triste.  Tinha apenas 7 anos de idade quando o boato de que minha família possuía sangue de lobo nas veias correu por toda Novigrad. E o pior é que era verdade, mas até o momento, ninguém havia me contado. Mas continuando... a informação claramente veio de algum vizinho que escutou os rugidos de meu pai Markus fazia em sua forma de lobisomem quando se trancava no porão de baixo do tapete da cozinha. Não era audível do andar de cima da casa em que eu morava; e eu dormia justamente lá; mas no andar de baixo devia ser. 

 No começo, os boatos foram até ignorados pela população, mas o nome de meu pai já havia sido escrito no pergaminho de suspeitos do fogo eterno. Até minha mãe Marzia que não era um lobisomem teve seu nome escrito injustamente no papel. Se meu pai não tivesse tido tantos pensamentos revolucionários a respeito de humanos/monstros que podem mudar de forma, talvez nada do que ocorreu aconteceria. Mas oque ocorreu? Como disse, ele tinha pensamentos bem revolucionários a respeito do preconceito e do temor dos humanos contra o tipo de '' gente como nós''. Junto com dúplices, súccubus, lobisomens, elfos, magos e pessoas consideradas aberrações, se reunia a cada 8 dias em uma mansão abandonada próxima a onde muitos bêbados se amontoavam; vulgo estalagem Sete Gatos; para oferecer ajuda e bolar planos para retirar amigos da prisão que foram presos por causa do que eram. Seu lema era '' Me julgue pelo que sou, não pelo que dizem que sou ''.  Sempre tive um bom relacionamento com ele e com a mamãe, os respeitava, mas eles me respeitavam também. Era como o Alfa e o Beta.

 Mas como meu pai tinha meio que... seu nome sujo com os religiosos, os caçadores de bruxas não deixaram passar. Algum mandante da Igreja do Fogo Eterno ordenou que o espionassem para confirmar os boatos. Então, em uma dessas idas ao encontrinho dos excluídos, ele caminhava calmamente pela trilha de terra que levava ao local, a típica com campos dos lados e algumas árvores nas laterais da estrada. Abrindo um espaço para comentários, porra... em Novigrad, as vistas são tão lindas, os campos, as montanhas ao redor, árvores grandes, e quando a chuva chega e o céu fica num azul meio escuro no amanhecer... é de tirar o fôlego. Continuando, alguns caçadores de bruxas o observaram de longe, até que o viram entrando no lugar habitual dos encontros após segui-lo pela estrada.  

 Aqueles canalhas... arrombaram a porta já preparados para lutar. Mas meu pai, corajoso e fiel a seus amigos, tomou sua verdadeira forma. Com suas garras e dentes, ele não só defendeu seus parceiros, como estraçalhou a carne de muitos dos invasores enquanto as ''aberrações fugiam do lugar. Eles não voltariam a Novigrad, não seria seguro e nem certo, e provavelmente teriam que sumir para Velen ou Skellige. Só fizeram isso porque não tinham família lá, só que meu pai tinha. Os caçadores de bruxas que conseguiram fugir, delataram meu pai a população, confirmando as suspeitas e o acusando de licantropia. Me lembro que ele só teve tempo de chegar ferido da luta, e ir correndo para meu quarto puxando minha mãe pelo pulso. Em seguida, ensanguentado, trancou a porta com suas mãos escorregadias e trêmulas deslizando sob a maçaneta... '' 

 

 - PAI! O-oque... oque... você... você ta s-sangrando. - Eu o olhava sem entender, assustado e espantado com a situação. Sentado em minha cama e agarrado aos meus joelhos, eu afundei frustrado o meu rosto pálido entre eles. Oque estava acontecendo? Porque ele tinha chegado ferido? Ele, que sempre foi um cara calmo e pacífico, chegar em uma condição dessas em casa? E o pior era a gritaria e a bateção de pé ensurdecedora chegando na frente de minha casa. Minha janela ficava aberta e meu quarto de frente a rua, então como já estava quase escuro, pude notar as sombras causadas pela luz do fogo das tochas do povo na parede da residência a frente. Tudo aconteceu tão... rápido e inesperado. 

  - Você precisa me escutar, Fenris. Há coisas... - Ele tossiu sangue, e se apoiou na parede para não cair no meio da frase,mas minha mãe se levantou e o segurou rapidamente. Meu pai me encarou com seus olhos tão azuis quanto os meus, num tom meio céu, e eu percebi que era sério. Eu era quase uma cópia dele criança, tirando que ele era careca e eu tinha meus cabelos negros no estilo elfo rebelde. 

 - Que você precisa saber, meu filho. - Continuou. - Meu filho... nossa família... nós temos um dom. 

 - Um dom? Oque? - Perguntei, inocente. 

 - Tu nasceste com o sangue dos homens e dos lobos nas veias. Tu és um lobisomem meu filho. E eu também. - Anunciou, com um certo orgulho temporário na sua voz. 

 - P-pai, oque você tá dizendo é verdade? - Duvidei. Era acostumado com algumas palhaçadas dele, mas no momento talvez aquilo fosse verdade. E se eu fosse um lobisomem? A multidão lá fora queria nos matar. Eu sabia. Eles berravam isso. 

 - Sim, meu filho, mas a tua mãe não é, e é importante que vocês fujam daqui enquanto ainda é tempo, essas pessoas lá embaixo, elas desejam a nossa morte. Os desgraçados souberam a verdade sobre nós. Algum filho da puta me delatou para os caçadores de bruxas. - Afirmou, assustado. - Eu vou abrir a porta, e não quero que vocês me sigam, vou afastá-los por um tempo... 

 Mas com um simples estrondo, a porta de baixo foi arrombada, e a multidão invadia nossa casa com ferocidade, empunhando suas armas improvisadas e subindo as escadas com velocidade. No momento, eu tinha certeza que iria morrer. Até que em um gesto desesperado, meu pai saltou para fora do quarto, me deixando abraçado com a minha mãe. E aquela foi a última vez que eu o vi... vivo. Não teve nem tempo de se transformar no que dizia poder, que já foi totalmente rasgado e perfurado pelas lâminas. Quatro homens invadiram o quarto depois disso, enquanto chorava desesperado defendido pelo abraço de minha mãe. Eu amava minha mãe. Ela era linda e doce, gentil comigo, conseguia ver o bem em qualquer pessoa, não tinha preconceitos. Ela sabia do meu pai. Mas eles a mataram na minha frente, na frente de uma criança de 7 anos que não pode fazer nada. No momento, por mim, eu poderia ter morrido ali mesmo, em meio a revolta que todos faziam, mas quando um dos homens que estavam na frente do grupo tentou me pegar, eu ouvi um homem berrando com todos, e ele vinha do começo da escada, parecia ter autoridade. 

 Mas para a minha tristeza, era um bruxo. Se eu já estava fodido com a multidão, agora com o bruxo estava ainda mais. Eles, que são conhecidos pela frieza de não envolver consciência com trabalho, e principalmente, por matar monstros, lobisomens, como segundo meu pai, EU. Só no momento em que ele subia as escadas eu pude ter uma rápida reflexão infantil sobre ser um lobisomem e se eu teria pulgas por causa disso. Atrás do bruxo, vinha uma bela mulher com uma roupa bonita, preta com alguns detalhes brancos. Nem um pouco ameaçadora quando comparada ao caçador de monstros que trajava uma armadura de algum metal pesado e espadas nas costas. Juntos, cruzaram o quarto sem parecer se importar com o meu desespero e nem com os homens levando o corpo de minha mãe. Eu berrava, chorava e soluçava, encolhido na cama.

 - Geralt, oque fazemos com a criança? Não é certo deixar que o matem, ele é uma criança inocente! - A mulher com olhos azuis e uma linda cabeleira preta caindo abaixo dos ombros perguntou e logo depois exclamou com uma voz poderosa e seus olhos fixados em mim, com uma certa expressão de desconfiança. 
 

- Ele é inocente agora, Yen. Não sabemos oque pode se tornar depois. - O bruxo de cabelos longos e grisalhos respondeu na sua voz rouca, com seu olhar amarelado diretamente para mim. Talvez fosse o meu fim. Talvez eu morresse ali mesmo, talvez nem encontrassem meu corpo, fosse esquecido ali. Mas algo me dizia que eu deveria me acalmar. A voz de minha mãe em minha cabeça. Mas só poderia ser uma alucinação, já que ela e meu pai foram mortos alguns segundos antes. 

 - Então leve-o para Kaer Morhen. Vai gostar de ter a companhia de outro lobo. - A mulher deu um sorrisinho maldoso e riu baixo, mesmo aquela não sendo a circunstância adequada. Então, parei de chorar. Talvez eles me ajudassem mesmo, quem diria. 

 - Você ficou maluca Yennefer? Levar uma garota prometida a mim para lá é uma coisa, agora um lobisomem mirim... - Tentou convencê-la do contrário, mas a morena parecia ter um sério controle sobre ele, então o interrompeu. 

 - Não discuta comigo, Geralt. - A tal Yennefer o encarou com uma expressão de irritação. - Ou não iremos mais usar o unicórnio essa noite. - Não entendi a do unicórnio, mas talvez fosse algo realmente importante, já que isso fez ele bufar e sacar sua espada de ferro. Porra, que espada foda. Ele a girava com velocidade enquanto os humanos sem entender recuavam. 

 - Saiam, ou morram. - Geralt foi claro e muito. Qualquer um que passasse por ele na intenção de me ferir, provavelmente não teria tempo de dar o segundo passo na minha direção, sua cabeça ou algum membro importante seria cortado em segundos. Pelo menos era essa a impressão que ele passava.  

 - VAMOS QUEIMAR TODOS! - Um aldeão com uma tocha berrou, atirando-a no chão de madeira a minha frente, que começou a queimar junto com os corpos de minha mãe e meu pai. Toda vez que eu os via, sentia uma angústia e uma tristeza, uma vontade de chorar, mordia meu lábio para que as lágrimas não caíssem, mas aquela definitivamente não era a hora para lamentar e sentir a perda. Afinal, tudo aconteceu tão rápido. Descobri que sou um lobisomem, e meus pais foram mortos. E tudo estava louco. E havia uma multidão desejando profundamente a minha morte. Vários outros repetiram o ato. 

 - É melhor deixarmos eles queimarem e sairmos daqui rápido, entre aqui Geralt e rapazinho. - Se intrometeu a mulher, que com um gesto da mão direita abriu um buraco no vazio, um portal alaranjado, e com a mão esquerda segurou minha mão, andando na direção do portal. 

 - Deixando bem claro que eu não me decidi quanto ao garoto, Yen. Conversamos melhor em Kaer Mohern. - Disse o bruxo, recuando calmamente na medida que o fogo se aproximava. 

 - E é pra lá que estamos indo. - Disse Yennefer, que entrou no portal junto a mim, e então, fugimos dali num piscar de olhos. 

 

 

 



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