História The world over - Morrendo

*Pov-Allie*

Já sentia o peso das minhas botas se arrastando pelo chão,  só ouvia o som da minha respiração cada vez mais fraca, meu corpo parecia cansado e procurava força para dar mais um passo, eu queria gritar. Querio gritar e tentar rancar toda solidão que há dentro de mim agora. Mais mesmo que eu queira ou precisasse, eu não conseguiria. Não sei se ainda existe alguém como eu andando por ai, não vejo sinal de pessoas vivas á dias, talves semanas. Quem sabe eu seja a única que sobrou no meio desse caos.

Eu já andava há horas, minha garganta gritava por água e meu estomago implorava por alimento. Minhas botas desgastadas era um peso sobre meus pés. O Calor sobre minha pele se aumentava, meus olhos queriam se fechar ao poucos.

Eu estava morrendo. Eu senti a morte chegar, eu já não tinha força para continuar, eu já não conseguia continuar. Então eu cai sobre as folhas velhas que havia naquela floresta fechada, eu já não conseguia. Eu sei que qualquer zumbi que vier irá se poderá de minha carne, sei que ele me matará. Não tenho força para continuar a andar sem rumo por ai, a única coisa que me resta é  esperar a morte se aproximar mais e mais.

Cada minuto que se pasava comigo de joelhos sobre aquelas folhas velhas, mais pareciam ser os últimos minutos da minha vida. Foi ai que todas minhas lembranças vieram a se passar sobre minha cabeça.

Eu estava sozinha a semanas, talves mêses. Lembro-me de quando esse caos começou, eu só era uma criança. Corria sobre os setes cantos que havia no apartamento da minha casa, eu era feliz. Eu tinha uma familia. Meu pai Déric, era apenas um selador de um supermercado qualquer, minha mãe Lyana, apenas cuidava de mim e do meu irmão mais velho Jon. Se sustentavamos com o pouco do salário que meu pai recebia, mais éramos uma familia, éramos felizes. Depois de 6 anos passados todos eles morreram, eu vi minha mãe gritar e chorar de dor enquanto um zumbi putrificado mordiscava sua bochecha ela segurava a mão de meu pai que já estava morto ao seu lado. Depois que tudo aquilo acabou, eu vi todo o grupo de sobreviventes que eu vivia mortos, aquele grupo de zumbi tinha em cerca de 30 ou mais, meu grupo avia 15 pessoas, e todos morreram. Menos eu e meu irmão mais velho que já tinha 19 anos. Nós dois conseguimos acabar com aquele grupo de errantes famintos, mais já era tarde demais, todos em nossa volta já  estavam infectados.  Lembro-me do abraço que tivemos aquele dia, nossas lágrimas pareciam não ter fim, nossa dor parecia se multiplicar a cada segundo. Aquele foi o dia em que perdemos todos que amamos, todos que passamos nossa vida junto, perdemos nossos pais.

*FLASBACK ON*

Lágrimas se nasciam nos meus olhos e morriam no tecido da minha bluza velha desgastada, eu sentia o abraço do meu irmão que me passava todo corforto possível, tentavamos amenizar a nossa dor nos braços um do outro, procuravamos algum jeito daquele sofrimento acabar, mais parecia em vão.

Jon se levantou e eu segui ele, ele caminho até onde nossos pais estavam, eles estavamos ensanguentados, deitados no chão, de mãos dadas. Ali foi onde eles faleceram, onde as duas pessoas que me alimentaram, me deram carinho, me faziam dormir nas noites de trovões, cantavam canções quando o silêncio tomava conta do ambiênte, as pessoas que carregam meu sangue sobre suas veias. Ali eles estavam, mortos e em poucos minutos eles seram só dois corpos que iram andar por ai procurando se alimentar de carne humano.

-Tem que ser agente! -Fala Jon entre lágrimas

-Oque? Não! -Digo desesperada entre um seco dentro de mim. -Não Jon, eu não vou conseguir! -Digo começando a soluçar perante as lágrimas que não paravam de cair.

-São nossos pais, eles precisam descansar, não podemos deixa-los se transformar! -Ele diz e eu nego com a cabeça. -Então farei sozinho. -Ele tira sua faca e caminha até os dois corpos.

Meu choro aumenta, me viro de costas e tento amenizar minha audição com as mãos sobre meus ouvidos até eu ouvir um grito, um Grito de Jon, me viro para trás e vejo Jon sendo atacado pelo meu pai. O desespero toma conta de mim, eu saco minha arma e atiro na cabeça do meu pai enquanto ele mordia o pescoço do meu irmão, Disparei outra vez, agora rumo a minha mãe, acertei sua cabeça enquanto sua boca se encontrava no pé do meu irmão que já estava mordido.

As lágrimas se multiplicaram enquanto eu corri ate meu irmão que já se encontrava inconciênte entre papai e mamãe, meu rosto lavado de lágrimas enquanto eu segurava o pescoço de meu irmão tentando de alguma forma implora-lo para não me deixar nesse mundo sozinha, mais eram apenas palavras em vão.

-Jon. -Clamei seu nome olhando para seu olhos entre abertos parados. -Porfavor. -Continuei a chorar. -Não vá, eu não sei oque irei fazer, não me deixe sozinha. -Coloquei minha cabeça sobre seu peito e senti seu coração parando de bater, meu desespero aumentava cada vez mais. Algumas horas se passaram e eu ainda estava sobre os corpos da minha familia, as lágrimas já estavam secas no meu rosto, ja não havia lágrimas para sair, eu apenas observava os rostos deles, meus olhos já estavam inchados, eu sentia um vazio dentro de mim, eu estava sozinha, sem ter pra onde ir com apenas uma mochila com duas garrafas de água e alguns enlatados de feijão vencido. Os minutos se passavam e eu ainda não havia atirado na cabeça de meu irmão, já estava escuro lá fora, eu não ouvia nem mesmo o som dos mortos caminhando ou dos galhos das árvores se mechendo. Senti os braços do meu irmão se moverem devagar de uma forma estranha, ele ja avia se tranformado. Mais lágrimas nasciam nos meus olhos eu segurei seu peito impedindo que sua boca pudesse ir até minha pele, ele começou a puxar meu cabelo e eu não tinha outra saida.

-Eu te amo Jon. -Foi a ultima coisa que falei antes de disparar minha arma em seu crânio.

  Sai dali com a mochila de suprimentos e caminhei sem destino.

*FLASHBACK-OFF*

Depois de algumas semanas, talves mêses. Aqui estou eu, sem mais uma gota de água ou um enlatado vencido, aqui estou eu, pronta para morrer como minha familia morreu. De Joelhos sobre as folhas secas com a cabeça baixa, ouvi as folhas distante de mim se moverem, e avistei três zumbis vindo em minha direção. Chegou a hora, hora de partir!

-Eu estou pronta!! -Sussurei apenas pra mim mesma e vi eles a três passos de mim abaixei minha cabeça e esperei a dor chegar.

Eu ouvi o som de três tiros acertando a cabeças dos zumbis, abri os olhos rápido e olhei em minha volta, os zumbis estavam caidos ao meu lado e na minha frente tinha dois homens apontando suas armas para mim, um deles segurava uma besta na minha direção, o outro tinha uma personalidade diferente, ele usava um chapéu no topo de sua cabeça, mais oque me chamava atenção era um corativo em um dos seus olhos. Enguli um seco e esperei oque eles teriam a dizer. Vi outro homem surgir atrás de mim e me olhar sério.

-Porque me.. -Tentei falar mais o homem a minha frente me interrompeu.

- Sem perguntas garota. -Ele disse. - Quem e você? -Ele pergunta.

-Allie. -Digo

-Ok Allie, eu sou Rick, esses são Carl e Daryl. -Ele aponta para os dois homens que apontavam suas armas pra mim. - Vejo que precisava de ajuda, decidimos ajudar.

- Não devia. -Encarro seus olhos.

- Não? -Diz. -Você já estaria morta agora, sua carne estaria dentro deles agora. -Ele aponta para os zumbi, eu abaixei minha cabeça, sem palavras. - Eu sei oque esta passando aqui fora, eu já passei por isso, e posso te ajudar, posso fazer você ficar segura outra vez. -Ele diz. -Você só tem que responder três perguntas.

-Quais são? -Pergunto e sentindo  minha voz sair fraca.

-Quantos zumbis já matou? -Ele pergunta

-Acha mesmo que eu conto cada um deles? -Pergunto.

-Quantas pessoas ja matou? -Ele pergunta outra vez.

-Três. -Digo. -Minha familia!

-Porque?

-Eu não tive opição! -Senti as lágrimas se acumularem em meus olhos, clamavam para sair, mais não deixei. Não na frente deles!