História Yandere Book - Some Help

Cada página daquele livro era como um fragmento de ouro, uma nova possibilidade para lidar com aquela que se pôs em meu caminho. 

Só mais dois dias...

Para me livrar dela seria preciso falar com uma pessoa que tornaria todo o processo extremamente simples, se eu agisse o quanto antes. A ideia era... legalmente inadequada. No entanto, a maior lição da minha infância era que não há erro, contanto que o objetivo seja sua felicidade. Caso minhas ações fossem erradas, a punição deveria vir de acordo. 

Mas não estou errada. 

A única pessoa que merecia ser punida era Ichu Uonna, por ter decidido se apaixonar pela felicidade de outra pessoa. 

愛✁❦❤❧✃死

Às 4 horas despertei, sacrificando algumas horas de sono em prol do plano que tinha elaborado. 

A casa estava silenciosa, mas em breve seria hora da minha mãe acordar. Desci as escadas, evitando o máximo de ruídos, até a cozinha. Fui até o armário onde as facas no cepo ficavam guardadas, e o encontrei trancado. 

... Por... por quê?  Por que ela trancaria o armário? 

 Uma corrente de pensamentos se  seguiu depois disso. 

O quê no dia a dia dela exigia uma coisa dessas? Ela tem algum motivo para trancar as facas durante a noite. Mas qual? Sempre que desço, o armário está destrancado, o que significa que ela o abre antes de sair para o trabalho. 

– Pouco depois das quatro. – olhei para a alto das escadas. Um rangido sútil, e passos em direção aos degraus.

Antes que estivesse a vista, me esgueirei até a entrada do porão, onde as sombras podiam me encobrir. 

Os passos agora estavam mais altos e uma silhueta entrou na cozinha. E quem vi me surpreendeu. 

Meu pai estava parado, preguiçosamente destrancando o armário como se fosse mais uma tarefa de sua rotina matinal. 

Mas...

Uma espreguiçada longa o fez derrubar a chave no chão, mas ele logo a recuperou e guardou no bolso do roupão. Depois voltou para cima, como se estivesse desesperado para dormir mais um pouco. Por um breve momento, continuei ali, sem me mover, esquecendo completamente o que queria fazer apenas para tentar associar o que tinha visto. Tentando compreender o que aquilo poderia significar. 

Não faz sentido algum. 

Me levantei para ir até o armário, abrindo a porta dele apenas para me certificar de que não havia nada valioso digno de ser trancado lá dentro. E de fato, não havia. 

Apenas o cepo de facas e alguns outros utensílios culinários estavam ali guardados. 

Agarrei uma das facas, a menor de todas, mas a cena de minutos atrás me fez refletir se a ausência de uma lâmina sequer seria notada. 

Vou ter de chegar cedo para colocar isso no lugar.

O ocorrido ainda me incomodava, ainda mais por não ter explicações, mas preferi voltar ao quarto antes que minha mãe acordasse e exigisse explicações para minha presença tão cedo. 

愛✁❦❤❧✃死

– Você é o famoso Tetsudai-kun?

– Exijo pagamento adiantado, não importa o serviço. – o garoto falou na sala escura, ignorando completamente a pergunta feita.

– O que você quer? – respondi no mesmo tom, mantendo o distanciamento que ele estabeleceu com aquelas poucas palavras. 

– Preciso das respostas do teste de amanhã, então quero o gabarito. – respondeu sem rodeios – Você me entrega, eu faço uma cópia e você devolve o original para a sala dos professores. 

– Contanto que faça o serviço. – respondi friamente.

– E qual seria esse serviço, Mishinaru-chan?

– Eu quero que o telhado esteja vazio após o almoço e que mantenha uma pessoa longe da escola, apenas pelo período da tarde e sem lhe causar nenhum dano – especifiquei. 

– Certo, me encontre na sala de depósito do terceiro andar quando tiver terminado, e eu mantenho essa pessoa longe. – vi a porta abrindo e um feixe de luz passar pelo rosto do garoto enquanto saía. Depois de alguns minutos, também saí. 

A sala dos professores mantinha-se cheia até o inicio das aulas, quando todos saiam juntos. Se eu quisesse pegar o gabarito, precisava saber se alguma câmera lá dentro poderia me delatar. 

Bati levemente na porta, apenas para anunciar minha entrada, e entrei com um velho teste em mãos. A professora responsável por minha turma ergueu o olhar severo imediatamente, mas que suavizou-se quando viu quem estava entrando na sala. 

– Com licença, Ticheru-sensei. – me aproximei com um sorriso, fazendo a mais breve das reverências. 

– Yokoshima-san, no que posso ajudar?

– Eu estava revendo algumas provas antigas e queria que apontasse erros nessa redação antiga, para que eu possa melhorar. 

– Bem, estou ocupada no momento, mas posso ler com cuidado quando tiver tempo. Se importaria? 

– De forma alguma! Agradeço. – outro sorriso, que dessa vez foi retribuído. 

– Se todos os alunos se esforçassem tanto para melhorar dessa forma, teríamos menos problemas. Então, devo te entregar amanhã. 

– Certo, muito obrigada, sensei. – me virei para sair da sala, parando na porta quando me lembrei que precisava saber mais uma coisa. – Sensei, que horas vai para a sala?

– Às oito, como de costume, por quê? 

Meus olhos desviaram instintivamente para a pilha de gabaritos que tinha localizado antes. 

O horário que ela respondeu correspondia com o padrão dos outros professores, o que significava que era a hora ideal para pegar o papel que precisava. 

– Vou estudar na biblioteca antes da aula hoje, mas não quero me atrasar para a aula. – sorri e saí.

Vai ser tão fácil...